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DIREITOS E DEVERES

LEGAIS DO LICENSING
I - PROPRIEDADE INTELECTUAL NO
LICENCIAMENTO

 Da relevância da propriedade intelectual:


Previsão de ordem constitucional

 A propriedade intelectual está protegida


constitucionalmente, conforme previsão
do art. 5º de nossa Carta Magna:
 “Art. 5º. Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
 Inciso XXVII - "aos autores pertence o direito exclusivo
de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar"

 Inciso XXVIII - "são assegurados, nos termos da lei: a


proteção às participações individuais em obras coletivas
e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas
atividades desportivas; o direito de fiscalização do
aproveitamento econômico das obras que criarem ou de
que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associativas"
 Inciso XXIX - "a lei assegurará aos autores
de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à
propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico
do País".
 Licenciamento - obras de Direito Autoral,
Marcas e Patentes - Propriedade
Industrial.

 Objetivo do licenciamento - exploração por


terceiros, mediante remuneração.

 Função social - desapropriação ou licença


compulsória.
A PROTEÇÃO TRAZIDA PELA
LEI
 DIREITO AUTORAL – Lei 9.610/98

 O artigo 7°: obras literárias, artísticas ou científicas, músicas,


poemas, fotografias, desenhos, filmes, vídeo-clips, adaptações,
traduções, arranjos musicais, coreografias, obras dramáticas,
pintura, escultura, etc.

 Direito autoral - quem adapta, traduz, arranja ou orquestra obra


caída em domínio público.

 Prazo de proteção - é diferente de país para país. No Brasil e em


outros que seguem o tratado multinacional de Berna esses direitos
estão protegidos por 70 anos contados do dia 1º de janeiro do ano
subseqüente ao da morte do autor.
 Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor
perduram por setenta anos contados de
1° de janeiro do ano subseqüente ao de
seu falecimento, obedecida a ordem
sucessória da lei civil.

 Parágrafo único. Aplica-se às obras


póstumas o prazo de proteção a que alude
o caput deste artigo.
 O mesmo limite vale na Austrália.
 Na Índia - 60 anos.
 Estados Unidos - 95 anos, mas qualquer obra
registrada antes de 1922 é de domínio público,
independentemente da data da morte dos
autores.

 Site (http://www.pdinfo.com/default.htm), que


inclui links sobre a legislação de outros países.
 Manobra jurídica para estender a proteção – novos
arranjos.

 Exemplos: peças de Beethoven, Bach, remix de “A Little


Less Conversation”, de Elvis Presley, feito pelo DJ e
produtor Junkie XL em 2002, garante a proteção dessa
versão da música por longas décadas, embora a original
tenha sido lançada no final dos anos 50s.

 É aí que entra o conceito de direito conexo, que difere


do direito de autor (autoria da obra - quem assina a
composição)
 Os direitos conexos pertencem às outras
pessoas envolvidas no registro da
composição: intérpretes, arranjadores,
produtores, editores, etc.
 Art. 96. É de setenta anos o prazo de
proteção aos direitos conexos, contados a
partir de 1º de janeiro do ano
subseqüente à fixação, para os
fonogramas; à transmissão, para as
emissões das empresas de radiodifusão; e
à execução e representação pública, para
os demais casos.
 Obras anônimas e pseudônimas - 70 anos,
contados da primeira publicação e tais direitos
são administrados por quem tenha sido o
responsável por essa publicação inicial.

 Os direitos do autor se dividem em direitos


morais e direitos patrimoniais:

 Direitos patrimoniais caem em domínio público e


podem ser cedidos total ou parcialmente.

 Direitos morais são inalienáveis e eternos.


São exemplos de direitos morais do autor:

 I - reivindicar a autoria da obra;


 II - ter seu nome indicado na sua obra;
 III - conservar a obra inédita;
 IV - assegurar a integridade da obra,
opondo-se a quaisquer modificações;
 V - modificar a obra, antes ou depois de
utilizada;
 Já os direitos patrimoniais (artigo 29) são
disponíveis e, por isso, podem ser cedidos
total ou parcialmente, no que tange ao
uso, adaptação, tradução, reprodução,
edição, entre outros, da obra original,
mediante remuneração.
São exemplos de direitos patrimoniais do autor:

 I - reprodução parcial ou integral;


 II - edição;
 III - adaptação e quaisquer outras transformações;
 IV - tradução para qualquer idioma;
 V - distribuição da obra;
 VI) sonorização ambiental;

Referidos direitos patrimoniais, portanto, que podem


ser objeto do Contrato de Licenciamento.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL – Lei 9279/96

Define o que é objeto de propriedade industrial:

 as MARCAS

 as PATENTES – Invenção e Modelo de Utilidade

 os DESENHOS INDUSTRIAIS
 Titular: pessoa, física ou jurídica, que
ingressa com o pedido de registro.
 A propriedade industrial depende de
registro no INPI – Instituto Nacional da
Propriedade Industrial.
 O contrato de licença - averbação no INPI.
 Patentes - licença compulsória - abuso de poder
econômico, comercialização não satisfizer às
necessidades do mercado, ou outras situações muito
específicas previstas na Lei.

 Patente de Invenção - 20 anos da data do depósito.

 Patente de Modelo de Utilidade - 15 anos da data do


depósito.

 Desenho Industrial - 10 anos da data do depósito,


prorrogável por 3(três) períodos sucessivos de 5 anos
cada.

 Marca - 10 (dez) anos da data da concessão do registro,


prorrogável por períodos iguais e sucessivos.
II - ASPECTOS CONTRATUAIS
DO LICENCIAMENTO
 Licenciamento - criador/idealizador (licenciante) da obra
intelectual cede (licencia), com ou sem exclusividade, total ou
parte de sua criação a terceiro (licenciado) que deseja explorá-
la comercialmente, por tempo determinado.

 Licenciado – agrega ao produto uma marca, imagem ou obra


que já desfruta de notoriedade e aceitação pública.

 Licenciante – obtém retorno financeiro de sua obra, não


somente no segmento mercadológico em que sua criação se
tornou famosa, mas também em diversas outras áreas.

 AGENTE DE LICENCIAMENTO - responsável pela negociação e


formalização de contratos de licenciamento.
OS PRINCIPAIS PONTOS QUE DEVERÃO SER
OBJETO DO CONTRATO DE LICENCIAMENTO

 obra ou propriedade a ser licenciada;


 produto ou serviço;
 distribuição;
 publicidade e material promocional;
 forma de pagamento - “royalties”, garantia mínima ou
adiantamento de valores;
 fiscalização (auditoria) do contrato;
 prazo de duração do contrato e possível renovação;
 o licenciado poderá ser investido pelo licenciante de todos os
poderes para agir em defesa da propriedade;
 território (país);
 Aditivos Contratuais;
 penalidades.
DIREITOS E DEVERES
LICENCIANTE
 documentos (registros, catálogos, etc.) que comprovem sua titularidade.
 Parceria com licenciado - colaborando de todas as formas possíveis para
transformar o licenciamento num sucesso (divulgação do produto
licenciado, participação em eventos, etc.).

LICENCIADO
 cumprir todos os prazos (lançamento do produto, pagamento dos
royalties e/ou garantias mínimas, produção, etc.).
 qualidade do produto.
 Distribuição que atenda a demanda do mercado.

AGENTE LICENCIADOR
 ponte de ligação - suprir as necessidades e deveres das partes.
 administrar o licenciamento para garantir seu sucesso.
III - CASOS PRÁTICOS
 EMPRESA LICENCIADA SOFREU PIRATARIA DO PRODUTO (bonecas).
LICENCIANTE, A DESPEITO DE SER O TITULAR DA OBRA, NÃO POSSUÍA
OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA A COMPROVAÇÃO.

 EMPRESA LICENCIOU UM PERSONAGEM CUJOS EPISÓDIOS SERIAM


EXIBIDOS EM TV NO BRASIL. APÓS ASSINATURA DO CONTRATO, A
EMISSORA, POR MOTIVOS INTERNOS, RETIROU O PROGRAMA DO AR,
MUITOS MESES ANTES DO TÉRMINO DO CONTRATO DE
LICENCIAMENTO.

 EMPRESA LICENCIADA SOFRIA VÁRIOS PROBLEMAS COM PIRATARIA.


PORÉM, EM VIRTUDE DE NÃO CONSTAR NO CONTRATO AUTORIZAÇÃO
PARA ADOTAR AS MEDIDAS JUDICIAIS PERTINENTES, EXPERIMENTOU
PERDAS ATÉ O FINAL DO PRAZO CONTRATUAL, O QUE, NÃO SÓ LHE
TROUXE PREJUÍZOS INCALCULÁVEIS, COMO TAMBÉM A DESMOTIVOU A
TER INTERESSE NA RENOVAÇÃO E CONTINUIDADE DO
LICENCIAMENTO.
IV - CASOS JURÍDICOS
 JUIZ INDEFERIU PEDIDO DE BUSCA E APREENSÃO DE
PRODUTO RESGUARDADO POR REGISTRO DE DIREITO
AUTORAL, SOB A ALEGAÇÃO DE QUE TAL PRODUTO
ERA DE DOMÍNIO PÚBLICO.

 JUIZ DETERMINOU A LIBERAÇÃO DE MERCADORIA


PIRATA APREENDIDA, SOB A ALEGAÇÃO DE QUE O RÉU
PRECISARIA COMERCIALIZAR DITA MERCADORIA PARA,
COM O “FRUTO” DAS VENDAS, PAGAR O 13˚ SALÁRIO
DOS FUNCIONÁRIOS.

 JUIZ NÃO CONDENOU EMPRESA RÉ, SOB A


ALEGAÇÃO DE QUE A MESMA HAVIA FEITO UMA
HOMENAGEM À AUTORA

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