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DE UM REBANHO
OVINO DE CRIA
José Galdino Garcia Dias
Médico Veterinário - Inspetor Técnico da A.R.C.O.
GENERALIDADES DA OVINOCULTURA
1º - AUMENTO DA NATALIDADE DOS REBANHOS DE CRIA
1.1 - Seleção por fertilidade nos machos e fêmeas;
1.1.1 - Parto gemelar;
1.1.2 – Itens a considerar na seleção dos machos.
1.2 - Encarneiramento correto de borregas;
1.2.1 - Falta de desejo sexual;
1.2.2 - Cio curto;
1.2.3 - Produção pequena de muco;
1.2.4 - Formação de papilas na entrada do colo.
2º - PESO CORPORAL DAS BORREGAS PARA SEREM ENCARNEIRADAS
OU INSEMINADAS
3º - ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO
4º - IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E SUA CAPACIDADE REPRODUTIVA
5º - CONTROLE DO UBRE DAS OVELHAS DE CRIA ANTES DO
ENCARNEIRAMENTO
6º - INFLUÊNCIA DA NUTRIÇAO NO ACELERAMENTO DO CIO DAS
OVELHAS
1
Qualquer trabalho de seleção ou de
renovação normal e desejada num rebanho
esbarra:
2
Para atingir esses dois objetivos:
3
• Os índices inferiores a 80% de desmame,
não permitem fazer pressão seletiva nas
borregas e, muito menos, substituir todas
as ovelhas velhas com 7 e mais anos de
idade, existentes num rebanho
4
1.1 – Seleção por fertilidade nas fêmeas e nos
machos
5
Portanto, as ovelhas que não pariram, devem
ser separadas e controladas com marca
especial que as diferenciem das demais.
Posteriormente, deverão em época oportuna,
serem encarneiradas com 4% de carneiros
testados, eliminando todas aquelas que
retornarem na próxima produção de
cordeiros sem cria ao pé.
Adotando este sistema de trabalho todos os
anos, aos poucos estaremos retirando dos
nossos rebanhos, todas as ovelhas de baixa
fertilidade. 6
1.1.1. Para aumentar partos gemelares
1 - Seleção genética;
2 - Alimentação e condição corporal adequadas;
3 - Cobertura no período de máxima fertilidade;
4 - Redução do estresse;
5 - Uso de carneiros na proporção correta.
O importante é produzir
cordeiros, e, por isso
mesmo, consideramos a
seleção por fertilidade a
mais necessária de todas
quantas executamos nos
nossos rebanhos de cria.
8
1.1.2 - Ìtens a considerar na seleção dos
machos para a reprodução
1 - Adquirir somente animais de boa procedência;
2 - Usar carneiros com exame andrológico e exames
clínicos e sorológicos negativos para Brucelose;
3 - Utilizar a proporção de no mínimo 3% de carneiros
em relação ao número de ovelhas encarneiradas;
4 - Não utilizar carneiros excessivamente gordo;
5 - Carneiros velhos tendem a diminuir a sua capacidade
reprodutiva. Por este motivo os carneiros devem ser
substituídos após 4 anos de uso;
6 - Circunferência escrotal e consistência testicular
também são importantes na hora da compra de um
reprodutor.
9
Tabela 1. Valores médios de perímetro escrotal em carneiros de
diversas raças
Número de Perímetro
Raça Animais Escrotal (cm) Amplitude
Corriedale 250 32 26-38
Ideal 116 33,5 24-39
Romney 79 30 25-36
Merino 56 36 29-40
Hampshire Down 92 33 21-40
lIe de France 56 32,5 27-37
Texel 31 30 23-35
Suffolk 29 31,5 27-38
Fonte: Dados obtidos em Exposições-feiras
1.2 - Encarneiramento correto de borregas
13
1.2.3 - Produção de muco
15
Recomendamos aos produtores
16
2º - PESO CORPORAL DAS BORREGAS
PARA SEREM ENCARNEIRADAS OU
INSEMINADAS
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Os pesos recomendados para utilização das
borregas na reprodução das principais raças
criadas no Estado do Rio Grande do Sul são:
Hampshire
Raça Corriedale
Down
Ideal Texel
Peso
corporal 38/40 kg 40/42 kg 36/38 kg 38/40 kg
18
3º - ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO DO
REBANHO
Outro aspecto importante no manejo de um
rebanho ovino de cria é a época de
encarneiramento:
Trabalhos realizados na Austrália e repetidos na
Argentina, Uruguai e no Rio Grande do Sul,
indicam como época mais apropriada para
encarneiramento dos rebanhos, o período de
outono - março/abril - quando os dias começam a
encurtar e as temperaturas a declinar.
# Época de maior fertilidade nas ovelhas.
19
A época de acasalamento é uma ferramenta
no manejo reprodutivo do rebanho de cria
Veja o gráfico:
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ÉPOCA DE ENCARNEIRAMENTO
Época de Resultados percentuais
Raça
encarneiramento Parição Assinalação
Primavera 67,20% 59,30%
Corriedale
Outono 106,20% 92,50%
Primavera 88,10% 75,40%
Ideal
Outono 112,00% 96,10%
Hampshire Primavera 78,50% 64,40%
Down Outono 105,00% 86,80%
21
SAZONALIDADE REPRODUTIVA
De acordo com as estações do ano , as ovelhas
apresentam sazonalidade reprodutiva que são
períodos de apresentação de cios e de anestros.
.
23
Encarneiramento com o uso de tinta
Este método visa a
separação em lotes de
parição homogêneas,
facilitando os cuidados
com o rebanho e
aumentando o sucesso
na parição
24
4º - IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E
SUA CAPACIDADE REPRODUTIVA
25
Vejamos, a seguir, o Gráfico que demonstra
esses resultados:
Cabanha Azul – Quaraí-rs
120%
Percentual de parição
100%
80%
60%
40%
20%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Idade das ovelhas em anos
26
IDADE DAS OVELHAS DE CRIA E SUA CAPACIDADE
REPRODUTIVA
27
Estaremos acrescentando ao rebanho de cria
animais de duas idades desaconselháveis
28
Se manter-mos borregas e ovelhas
velhas juntas, fica muito difícil ao produtor
elevar os índices de natalidade acima de
65%, o que representa um resultado muito
baixo e insatisfatório, impossibilitando
desse modo, a eliminação de borregas
deficientes e a substituição total das
ovelhas velhas com de 7 e 8 anos .
29
5º - CONTROLE DO UBRE DAS OVELHAS
DE CRIA ANTES DO ENCARNEIRAMENTO
1. tetos entupidos;
2. tetos excessivamente grossos;
3. ubre com problemas infecciosos;
4. tetos cortados em acidentes de esquila.
100%
Percentual de ovelhas em cio
80%
0%
7 dias 14 dias 17 dias 21 dias
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7º - O PESO CORPORAL DAS OVELHAS
E O ÍNDICE DE FECUNDAÇAO
• Peso corporal - é importante, porque ele representa a
soma do estado sanitário e nutricional, durante a época
de crescimento e acasalamento dessas fêmeas. Devemos
trabalhar com EC acima de 3,0.
• Gordura - Devemos deixar claro que o excesso de gordura
nos ventres destinados à reprodução, não favorece em
nada o percentual de fertilidade desses animais, ao
contrário, prejudica.
1 - Fecundação do óvulo - A gordura se acumula
na trompa dificultando a passagem do óvulo para o útero;
2 - Produção de muco - ovelhas demasiadamente
gordas, geralmente têm pouca produção de muco e,
conseqüentemente, dificultam o trânsito dos
espermatozóides até atingirem o óvulo.
33
O gráfico resume com propriedade
esse trabalho:
70%
Percentual de ovelhas falhadas
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
30 kg 35 kg 40 kg 50 kg 60 kg
35
8º - PREPARO PRÉVIO DE UM REBANHO
DE CRIA ANTES DO ENCARNEIRAMENTO
OU INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
9.1 – VACINAÇÕES;
9.4 - DOSIFICAÇÕES;
36
Principais práticas de manejo para ovinos
8.1 - Vacinações
no Rio Grande do Sul.
Manejo Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Acasalamento • •0 •0
• Devemos ser cuidadosos nesse momento,
Desmame • •0
redobrando
Sinalação
as nossas atenções na parte
• •0
sanitária, principalmente quando
Castração e Descole •0
os• rebanhos
•0
são concentrados
Controle de Verminose •0
para trabalhos
•0 •0 •0 •0 •0
de
•0 •0 •0 •0
inseminação artificial, encarneiramento,
Limpeza Pré-parto • •0 •0
áreas
pequenas
Controle de Casco e densamente•0
povoadas. •0
Esquila (tosquia) •0 •0
• Ase Classificação
Seleção vacinações •0
contra CLOSTRIDIOSES •0
e
Banho: Sarna e Piolho •0 •0
FOOT ROT, devem preceder em 30 dias ou
Vacina: Clostridioses
mais, a época • 0 dessas concentrações
•0
de
Vacina: Ectima Contagioso
rebanhos. •0 •0
Vacina: Manqueira (Pietin) •0 •0
Fonte: Madeira, J.F.D. (1996) 37
8.2 – Apara de cascos
38
8.3 – Limpeza de posteriores
39
9.4 - Dosificações
41
8.6 – Revisão das ovelhas antes das
concentrações para reprodução
42
Problemas infecciosos:
1. Congênito;
2. Adquirido.
Formação de tabiques
44
9º - CUIDADOS COM OS REBANHOS DE
CRIA DEPOIS DO ENCARNEIRAMENTO
45
Alguns cuidados que julgamos de
capital importância:
46
9.1 – Algumas observações importantes
1. Uma vez iniciado o período de monta, há necessidade de
evitar todo tipo de stress ou desgaste físico excessivo dos
ventres em serviço, principalmente daqueles que já
foram fecundados;
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5. O período inicial de gestação representa o mais critico
e delicado e qualquer desequilíbrio térmico, pode
ocasionar perdas por morte embrionária na proporção
de 30 a 40% das ovelhas fecundadas que estejam
nesse período critico.
48
9.2 - O crescimento de um feto
• O crescimento de um feto não é proporcional ao longo do
período de gestação, ou seja, não cresce de modo uniforme
e constante. Nos primeiros dois meses ele cresce pouco e no
último mês chega a dobrar o peso desenvolvido durante os
primeiros quatro meses de gestação.
• Peso do feto:
1 - Nas 8 primeiras semanas: 1,300 kg ou 1,500 kg.
2 – Dos 2 aos 4 meses: 1,600 ou 2,000 kg,
2 – No 5 mês de gestação: 3,500 ou 4,000 kg e mais.
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O gráfico reproduz em grandes números esse
crescimento:
Fonte: Carrol, H.T. Austrália
4,5
4
Peso do Cordeiro
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
0 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5
Meses de gestação 50
9.3 - O estado dos rebanhos de cria e o peso
dos cordeiros ao nascer
• H. T. CARROL, pesquisador australiano,
sub-meteu ovelhas de cria nos últimos três
meses de gestação, a dois tratamentos
diferentes de nutrição.
1º grupo foi submetido a um regime de
excelente alimentação durante esse período;
2º grupo foi condicionado a um regime de
alimentação pobre.
Ao final dos trabalhos de observação, os
resultados foram os seguintes:
51
Regime de Alimentação
Exelente Pobre
1 - Desenvolvimento maior das glândulas 1 – Desenvolvimento menor das
mamárias; glândulas mamárias;
2 - Boa produção de leite para alimentar o 2 - Má produção de leite para
cordeiro; alimentar o cordeiro;
3 - Progresso rápido do cordeiro para 3 - Progresso lento do cordeiro para
atingir o ubre da mãe; atingir o ubre da mãe;
4 - Peso maior do cordeiro ao nascer; 4 - Peso menor do cordeiro ao nascer;
5 - Superfície corporal adequada ao peso 5 - Superfície corporal grande com
do cordeiro, com pouca pele solta e, relação ao peso. Muita pele solta e,
portanto, fácil de ser irrigada portanto, difícil de ser irrigada e
e aquecida; aquecida;
6 - Menor dificuldade para manter a 6 - Maior dificuldade para manter a
temperatura uniforme todo o corpo; temperatura uniforme em todo o corpo;
7 - Maior reserva de energia através do 7 - Menor reserva de energia com
revestimento de gordura na volta dos rins. escasso acúmulo de gordura nos rins.
52
9.4 – A importância do peso dos cordeiros ao
nascer
54
Peso ao nascer - importante porque dele dependo
o maior ou menor índice de mortalidade neonatal
59
10º - CUIDADOS DURANTE O PERÍODO
DA PARIÇÃO
61
10.1 – As recorridas dos campos
62
10.2 – Os rebanhos de inseminação
63
10.3 – Abrigos ou maternidades
64
11º - PRODUÇÃO DE LEITE E IDADE DE
DESMAME
Diversos trabalhos experimentais realizados na
Austrália, Argentina, Uruguai e Rio Grande do
Sul, demonstraram a vantagem de desmamar
os cordeiros com oito semanas de nascidos.
65
As razões dos testes terem determinado
a idade de oito semanas como a mais
adequada para o desmame, se prendem a
duas causas:
66
Observe a seguir o Gráfico
Fonte: Hodge - Moore, R. W.
Produção de leite (kg/dia) 2,5
Redução de 56%
2
1,5
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Idade do cordeiro em semanas
67
Vantagens do desmame mais cedo
70
Taxas reprodutivas
72
CONCLUSÕES FINAIS
73
CONCLUSÕES FINAIS
74
CONCLUSÕES FINAIS
75
CONCLUSÕES FINAIS
76
CONCLUSÕES FINAIS
5 - Devemos tomar maior consciência
da forma adequada de executar
qualquer trabalho com ovinos,
considerando a dificuldade de mão-
de-obra especializada e competente
nessa área, problema que se torna
mais grave quando o dono da
propriedade não sabe ensinar porque
não sabe fazer.
77
CONCLUSÕES FINAIS
78
CONCLUSÕES FINAIS
80
“A OVINOCULTURA
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