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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO

GRANDE DO NORTE

RESÍDUOS SÓLIDOS: BORRAS DE


PETRÓLEO

DISCIPLINA: POLUIÇÃO AMBIENTAL


PROF. Dr. MARCUS ANTONIO DE FREITAS
MELO
RESÍDUOS SÓLIDOS

Resíduos sólidos são gerados em muitos processos e


setores do refino do petróleo assim como na etapa do tratamento
de efluentes.

 Catalisadores de processos exaustos;


 Cinzas de incineradores;
 Plásticos, papéis, metais;
 Lamas;
 Borras de filtração;

Outra possível fonte de resíduos sólidos são áreas


contaminadas com petróleo e seus derivados, devido a
vazamentos ou acidentes, gerando solos contaminados.
BORRAS DE PETRÓLEO

O processo de destilação e refino dos diversos produtos do


petróleo nas refinarias, cria resíduos que permanecem em
suspensão durante a fase de movimentação dos produtos,
transporte e bombeamento.

O próprio produto e seu repouso nos tanques permite que


ocorra a decantação da poeira e dos resíduos em suspensão, que
vão sendo depositados no fundo dos tanques, gerando as borras.
BORRAS DE PETRÓLEO

As borras se formam durante as operações de produção,


transporte, estocagem e refino do petróleo. No entanto, de acordo
com sua origem, as composições encontradas podem ser bem
variadas. Observando algumas etapas do processo de refino é
possível localizar suas principais fontes e contribuições
percentuais em termos de geração total de resíduos.

Borras de fundo de tanque


BORRAS DE PETRÓLEO

 Estocagem: sedimentos oriundos de corrosão e impurezas


acumulam-se nos tanques de estocagem de carga e de produtos
e dão origem as “Borras de fundo de tanque”(7.6%)

 Dessalgação de óleo cru: argila, sal e outros sólidos suspensos


são retirados do óleo cru, antes da destilação, “Borra de
dessalgadora”(4,0%).
BORRAS DE PETRÓLEO

 Destilação: após a dessalgação, o óleo é submetido à


destilação atmosférica, onde são fracionados os leves, a nafta,
o destilado médio (gasóleo leve e pesado) e os produtos de
fundo. “Borra e destilação” (% não determinada).

 Isomerização: converte cataliticamente parafinas lineares


presentes na gasolina em isômeros de alta octanagem, gerando
catalisadores gastos e argilas (2,4%).
BORRAS DE PETRÓLEO

 Recuperação de enxofre: os compostos de enxofre são


convertidos em H2S e removidos por absorção de amina. São
geradas “Borras de processo”, além de catalisadores gastos,
produtos e soluções fora de especificações. (28%)

 Extração: é basicamente aplicada para separação de benzeno,


dando origem a argilas como resíduos (% não determinada).

Podemos observar que há formação de diferentes borras


em praticamente todas as operações envolvidas no refino do
petróleo.
DISPOSIÇÃO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

No início da década de 1950 não havia disposições


tecnológicas para o tratamento ou reaproveitamento de borras
oleosas geradas pela indústria do petróleo. Sendo assim o destino
destas eram lagoas ou diques. Em alguns casos, a borra era
simplesmente descartada em trincheiras, valas ou colocadas em
tambores e depois enterrados, sem nenhum preparo da área.
DISPOSIÇÃO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

Dique alto do Morro de Jericó /SE em 2002.


DISPOSIÇÃO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

Com o passar dos anos, estes locais tornaram-se o


principal foco de contaminação do solo e, posteriormente,
devido à liquefação da borra e a infiltração das águas pluviais,
acarretou sua migração e de seus contaminantes para o lençol
freático. As principais contaminações originadas são:

 Hidrocarbonetos alifáticos (TPH),


 Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH)
 BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos)
DISPOSIÇÃO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

Os aterros industriais são áreas impermeabilizadas


destinadas à deposição de resíduos em células ou módulos. Estes
aterros horizontais (terraplanados) são projetados e implantados
especialmente para a disposição de resíduos sólidos industriais
compatíveis entre si.
DISPOSIÇÃO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

Homogeneização da borra oleosa para acondicionamento em


tambores de resíduos para co-processamento.
DISPOSIÇÃO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

Estes aterros consistem em uma forma de disposição no


solo que, fundamentada em critérios de engenharia e normas
operacionais específicas, tem como objetivo garantir um
confinamento seguro em termos de poluição ambiental e
proteção à saúde pública
TRATAMENTO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

REPLAN – Refinaria de Paulínia do estado de São Paulo


(PETROBRAS) –, durante a limpeza das áreas dos aterros,
removeu 20.701 toneladas de borra de petróleo, acondicionou-a
em tambores e levou-a a um pátio temporário de armazenamento
de resíduos onde ficaram estocadas e aos poucos destinadas ao
co-processamento em industrias cimenteiras.
TRATAMENTO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

Remoção da borra oleosa na REPLAN para acondicionamento em


tambores no pátio de resíduos e para posterior co-processamento.
TRATAMENTO DAS BORRAS DE PETRÓLEO

Pátio de resíduos (borra oleosa - REPLAN) em tambores para co-


processamento
RECICLAGEM E REUSO DAS BORRAS

A indústria de cimento é uma grande consumidora de


borras de petróleo.

 Resíduos da produção petrolífera se transformam em material


utilizado como matéria prima ou combustíveis;
 Co-processada em fornos a temperaturas superiores a 1000ºC;
 Uma parte dos contaminantes seja destruída e outra
incorporada ao cimento sem comprometer sua qualidade;
 Promove a sustentabilidade da indústria cimenteira;
RECICLAGEM E REUSO DAS BORRAS

O emprego da borra oleosa na fabricação de materiais


cerâmicos também favorece a redução do custo energético, pois
produtos como tijolos furados, tijolos maciços, lajes, telhas,
manilhas, blocos de vedação e pisos rústicos freqüentemente
requerem grandes quantidades de energia além de resultar em
um produto de melhor qualidade tecnicamente.
RECICLAGEM E REUSO DAS BORRAS

Incorporação da borra oleosa na massa argilosa, como uma forma


de destino e reciclagem do resíduo oleoso.
CONCLUSÃO

Com as inovações tecnológicas, a reutilização e


reciclagem de resíduos industriais como as borras, tem
contribuído para a fabricação de novos materiais, beneficiando
ao próprio setor industrial com a diminuição dos custos
energéticos e contribuindo para redução dos impactos
ambientais.
REFERÊNCIAS

 ftp://ftp.ufrn.br/pub/biblioteca/ext/bdtd/AdrianaKVG.pdf

 http://www.eq.ufrj.br/graduacao/aulas/eew200_denizedias/sgar
s.pdf

 http://lubes.com.br/10041503.pdf
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