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Minicurso:
Resumo
Uma “nova primavera feminista” está em curso no mundo impulsionado
pela quantidade significativa de ativismos e ativistas que já não se deixam
silenciar. Novos sujeitos, novas linguagens e estratégias de ação são
acionados, recuperando antigas lutas como as reinvindicações por
reconhecimento e igualdade. Assumir-se feminista, negro, gay, queer,
lésbica tem sido um desafio diante dos avanços de uma onda
neoconservadora que persiste em classificar as pessoas em “caixas de
identidade”. No entanto, os novos sujeitos se insurgem utilizando seus
próprios corpos, gêneros e sexualidades como campo de disputa. É
pensando nos deslocamentos que ocorreram desde o surgimento do
feminismo e nas abordagens contemporâneas nas quais os próprios sujeitos
falam a partir de suas opressões e questionam os pilares do movimento, que
propomos nesse minicurso debater sobre algumas perspectivas que
transitam entre questões polêmicas como, os binarismos de gênero, a
prostituição e os múltiplos processos identificatórios das mulheres nos
movimentos feministas.
Metodologia
Metodologicamente, o curso pretende discutir algumas ideias
de autoras importantes dos feminismos contemporâneos.
Entre as propostas teóricas a serem abordadas, destacamos: o
feminismo negro, o feminismo lésbico, os feminismos
descoloniais e queer. Essas temáticas estarão pautadas nas
interseccionalidades dos marcadores das diferenças.
Exposição dialogada do conteúdo;
Proposição de dinâmicas de grupo e/ou individuais;
Reflexão coletiva sobre a problemática exposta;
Exibição de vídeos curtos sobre a temática trabalhada
Dinâmica 1
Dividir os participantes em grupos de 3 ou 4 pessoas;
Cada grupo deverá refletir em 15 min sobre as seguintes
questões:
1º: O que vocês entendem por “feminismo contemporâneo”?
2º: O que significa ser feminista no contexto atual?
3º: Quais as maiores conquistas promovidas pelo movimento
feminista?
O grupo/porta voz do grupo expõe para a turma o que fora
discutido em grupo
Objetivo: promover o diálogo, o intercâmbio de
conhecimento e a participação.
Linha do tempo do feminismo: ondas,
articuladoras e conceitos
De acordo com alguns(as) teóricos(as), o feminismo, um movimento
político, filosófico e social que teve início no século XIX, pode ser
dividido em três ondas: a primeira teria se desenvolvido entre o século
XIX e início do século XX, momento no qual as articuladoras estavam
preocupadas com a instalação da igualdade de direitos entre homens e
mulheres e em contestar de forma mais significativa a questão do poder
político; a segunda que se estende de 1960 até 1980, além de uma
continuidade da primeira onda agrega a preocupação não só com a
questão política mas especialmente com o fim da discriminação e a
completa igualdade entre os sexos; a terceira, por sua vez, é identificada
como o período a partir da década de 1990, representando um
redirecionamento das estratégias da fase anterior. No entanto, antes do
inicio oficial do movimento feminista, houve algumas mulheres que são
consideradas como precursoras dos movimentos de mulheres pela
emancipação/autonomia feminina, tais como Hildegarda de Bingen e
Olympes de Gouge.
Algumas precursoras
1160: HildegardVon Bingen:
Ela foi monja, mística, pintora, teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica
informal, poetisa, dramaturga, escritora e mestra de um mosteiro na Alemanha. Ela
falava sem medo de sexo e é considerada uma pioneira ao descrever orgasmo do ponto
de vista de uma mulher. Dentre vários feitos, ela relacionou-se com as autoridades
eclesiásticas e políticas de sua época e se converteu em sua
“Artigo 6º
...Todas as cidadãs e cidadãos, sendo iguais aos olhos
da lei devem ser igualmente admitidos a todas as
dignidades, postos e empregos públicos, segundo
as suas capacidades e sem outra distinção a não ser
suas virtudes e seus talentos”.
1ª onda feminista
1848: Lucretia Coffin Mott e Elizabeth Cady Stanton
Professora abolicionista e religiosa feminista estadunidense nascida em uma
comunidade Quaquer em Massachusetts, Lucretia Coffin Mott foi atuante na
defesa dos direitos da mulher e da abolição da escravatura nos Estados Unidos.
Organizou sociedades femininas abolicionistas. Ela e Elizabeth Cady Stanton
escreveram o documento Declaration of Sentiments também conhecido como
Declaração dos Direitos e Sentimentos, documento assinado, em 1848, por 68
mulheres e 32 homens — 100 das 300 pessoas que atenderam a convenção hoje
conhecida como Convenção de Seneca Falls (em Nova York) de apoio aos direitos
das mulheres, cuja principal afirmação era de que homens e mulheres eram
criaturas iguais. Após o final da Guerra Civil, dedicou-se a luta pelo voto feminino
e dos negros. Elizabeth Cady Stanton, por sua vez, foi uma feminista e ativista
social, figura líder do movimento pelos direitos das mulheres e articuladora do
movimento pelo sufrágio feminino nos Estados Unidos. Seu foco era mais amplo
do que a questão do voto, tanto é que militou pelas questões acerca da custódia
para as mulheres, direitos de propriedade, direitos ao emprego e renda, divórcio, a
saúde econômica da família, e controle de natalidade.
1851: Sojourner Truth