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Conferência No 4

Tema II: Desenho


Titulo: Superfícies em pavimentos flexíveis
O asfalto e os agregados.
Dosagem dos agregados para misturas asfálticas.
Ensaio Marshall para a obtenção do conteúdo óptimo
de asfalto (COA).
EXIGÊNCIAS E PROPRIEDADES PARA DOSAGEM DE
UMA MISTURA ASFÁLTICA QUENTE

I. Exigências de serviço

II. Características dos agregados pétreos e cimento asfáltico

III. Características da mistura

IV. Procedimento para a dosificação

V. Correcção da mistura:
I. EXIGÊNCIAS DE SERVIÇO
Agentes climaticos (agua)
DURABILIDADE Resistente a
efeito abrasivo do trânsito.
• da utilização de agregado pétreo duro,
com adequado conteúdo de vazios na composição;
Depende • da qualidade do filler no caso de ser aplicado
e do material que passa o peneiro número 40;
• uso da mistura que não tenha plasticidade.

RESISTÊNCIA AO DESLIZAMENTO
necessário percentagem de cimento asfáltico óptimo
com uma percentagem de vazios adequado.

• excesso de CA na camada de rolamento causa mais comum de deslizamento


• baixo conteúdo de agregados se causa falta de fricção entre os pneus
CA (falta de aderencia). desprendem com o e o pavimento durante a acção de
trânsito frenagem
aumento de densidade da mistura pela repetição de
• % de vazios insuficiente
carga, não é motivo de afloramento do cimento
asfáltico.
acompanhar sem pequenas
FLEXIBILIDADE capacidade de deformar-se deflexões que sofre sob carga
elasticamente
certo carácter • permitir relaxar as tensões provocadas por diferenças
plástico da temperatura
• adaptar aos movimentos das estruturas viarias
mantendo uniforme e íntimo o contacto com as
camadas de apoio não asfálticas

•pela rigidez do cimento asfáltico usado (medida pela penetração,


a viscosidade e sua susceptibilidade térmica),
influenciada •por uma adequada percentagem de cimento asfáltico óptimo;
• pela relação filler-betúme e a relação estabilidade-fluencia.

ESTABILIDADE resistência à deformação plástica sobre a acção do trânsito


•da forma, tamanho e textura superficial dos agregados;
•dureza e cubicidade dos mesmos;
Depende •características do cimento asfáltico;
•percentagem óptima do mesmo;
•relação filler- betume
•grau de compactação.
COMPACIDADE

permitir uma fácil distribuição


uma correcta densificação.

•tipo de cimento asfáltico;


•percentagem óptima do mesmo;
Os factores que influem são • granulometría;
•textura e rugosidade do agregado e ou
•a forma das partículas do agregado mineral
•a relação filler-betume.
II. CARACTERISTICAS MAIS IMPORTANTES DOS AGREGADOS A USAR NOS
BETÕES ASFALTICOS CONVENCIONAIS

A) RESISTÊNCIA
1) Acção do clima • Análise do estado de conservação
2) Aquecimento no periodo ensaios • Abrasão "Los Angeles"
quente • Durabilidade
3) Processo de compactação
4) Efeitos do trânsito

B)LIMPEZA Quando as partículas dos agregados cobertas de argila

C) FORMA DA PARTÍCULA E TEXTURA SUPERFICIAL


Preferem-se as partículas angulosas formas cúbicas ou tetraédricas e cuja
textura superficial seja rugosa.

ensaio de cubicidade ou de
lamelação
D) GRANULOMETRIA DO AGREGADO E TAMANHO MÁXIMO
Ensaio de granulometría via seca, para as mostras dos agregados pétreos
via húmida para o cálculo da dosagem de finos
influi Afecta
•sobre os vazios do agregado mineral (V.A.M.), •Trabalhabilidade,
•os vazios de ar, •segregação
•estabilidade e densidade das misturas. •compacidade das mesmas

Quanto maior é o tamanho máximo menor é a percentagem em peso


das partículas do betão asfáltico, de cimento asfáltico a utilizar.

E) DENSIDADE regulado Pela proporção dos agregados em volume


preparação a composição em peso
O uso de densidade Se a diferença de densidade
inadequadas for > 0,200 gr/cm3

origina inconvenientes no terá deficiência ou excesso dos


comportamento das misturas agregados na mistura
F) POROSIDADE DAS PARTÍCULAS DOS AGREGADOS
Deve ser medida, determinando
ensaio o peso específico aparente e o peso
a humidade de absorção
específico dos agregados secos

IMPORTANTE
O conteúdo de asfalto total de uma mistura será igual à soma do asfalto
absorvido mais o asfalto efectivo.

O asfalto absorvido pelos poros comunicados com o exterior das partículas


dos agregados, não actua como ligante, portanto a percentagem efectiva do
cimento asfáltico da mistura varia segundo a porosidade dos agregados,
fazendo mudar as relações volumétricas das características da mistura.

A quantidade de asfalto perdido por absorção dos agregados, determina-se


mediante o Método de saturação ao vazio (Dm) e a densidade máxima
teórica (Do) e a % de agregado pétreo, em relação à mistura total.
CARACTERISTICAS MAIS IMPORTANTE DOS CIMENTOS ASFALTICOS A USAR
NOS BETÕES ASFALTICOS CONVENCIONAIS

Normalmente penetração 40-50,


até 150-200
menor nas zonas de clima quente

maior nos climas frios para dar a


mistura maior flexibilidade

as misturas de baixo conteúdo de tendem a ser quebradiças e a se


asfalto romper
os pavimentos tornam-se instáveis,
as misturas de alto conteúdo de aflora o material bituminoso, tornando-
asfalto se perigoso em época de chuva ou de
alta humidade.

A quantidade de varia entre o 3,5% e 7,0%


cimento asfáltico em peso da mistura
a utilizar
tamanho do agregado
dependendo
a energia de compactação aplicada.
III. CARACTERÍSTICAS DE MISTURA
ESTABILIDADE MARSHALL: É a carga máximo expressa em Kg. ou em libras que pode
resistir sem que se produza falha de um provete preparado e ensaiado em condições
normalizadas.
FLUENCIA MARSHALL: É a redução do diámetro do provete, expressada em cm. ou
em polegadas, no momento que atinge a carga máxima actuando na direcção
desta.
DENSIDADE: É a relação entre o peso da mistura compactada e o volume da mesma
incluindo os vazios.

VAZIOS: Volume dos espaços entre partículas de agregados cubertos por asfalto,
expresso em percentagem do volume total do provete

VAZIOS DO AGREGADO MINERAL: Volume dos espaços entre partículas de


agregados mineral com o cimento asfáltico absorvido (volume igual ao do
material saturado a superfície seca), expresso em percentagem do volume total
da mistura compactada.

RELAÇÃO FILLER-BETUME: É a relação em volume, que passa peneiro número 200


do agregado sobre esse mesmo que passa peneiro número 200, e o volume de
cimento asfáltico
ENSAIO MARSHALL PARA A OBTENÇÃO DO CONTEÚDO OPTIMO DE ASFALTO (COA).

O objectivo fundamental do projecto de misturas asfálticas a quente:


•Um conteúdo de asfalto suficiente para envolver completamente os agregados,
unindo-os e fazendo um conjunto impermeavel e duradouro.
•Produzir uma mistura resistente às deformações plásticas.
•Conteúdo de vazios adequado para que permita a dilatação térmica do asfalto.
•Trabalhabilidade para facilitar a colocação em obra.

DESENHO DA
MISTURA

proporcionar
adequadamente em peso os energia de
agregados e o asfalto compactação aplicada

cumprir com as exigências de


qualidade que se impõem
garantir uma maior DENSIDADE de mistura compactada; isto
é a densidade máxima a obter em serviço, após a
compactação na etapa construtiva e a produzida pelo
trânsito;
CIMENTO ASFÁLTICO
a percentagem que corresponde a uma máxima
ESCOLHIDO
ESTABILIDADE
ter uma percentagem de VAZIOS que representa o valor
médio dos determinados nas especificações para o betão
asfáltico em estudo.

Com a média
verifica-se FLUENCIA
destas três
percentagens

Tipos de misturas • Mistura aberta (conteúdo de vazios entre 7 – 9 %) CAMADAS DE SUPERFÍCIE


• Mistura semi-densa (conteúdo de vazios entre 5 – 9 %) CAMADAS INFERIORES
• Mistura densa (conteúdo de vazios entre 3 e 5 %) ESPESSURAS ELEVADOS.
IV. PROCEDIMENTO PARA A DOSAGEM.
ENSAIO MARSHALL

Consiste provetes cilíndricos conformados pela compactação da mistura


em moldes usando um dispositivo especial para o efeito.

Intensidade da Tráfego ligeiro e médio = 50


tipo de mistura que se
compactação golpes por cada face
deseja preparar
Tráfego pesado =75 golpes por face

Finalidade obter o conteúdo óptimo de asfalto (COA)na mistura


1. Densidade vs % de asfalto
2. Vazios na mistura vs % de asfalto
3. Estabilidade Marshall (valor da carga de rotura)
4. A deformação para a respectiva carga (coeficiente defluencia ou
deformação).

variação de dimensão do provete de BA no


DEFORMAÇÃO Valor de
sentido de aplicação das cargas, quando é rompida
OU FLUENCIA comprobação
no ensaio de estabilidade. Seu valor expressa-se
das normas
em mm e conhece-se a escala de laboratório.
EXPRESSÕES PARA OBTER O VALOR NUMÉRICO DOS RESULTADOS ANTERIORES:

1. ESTABILIDADE
E= (Leitura do anel).(Calibração por altura).(Constante do anel)(kg)

Calibração por altura normalizada em função da espessura do


provete

A estabilidade dos provetes deve referir à altura normal de 63.5 mm; portanto
multiplicar-se-á a carga total encontrada pelo factor de correcção obtido do
quadro que a seguir se apresenta, em função da altura real do provete

H. DO FACTOR H. DO
PROVETE CORRECÇÃO PROVETE FACTOR CORRECÇÃO
(cm) (cm)
6.82 0.89 6.26 1.02
6.79 0.90 6.22 1.03
6.75 0.91 6.17 1.04
6.70 0.92 6.15 1.05
6.66 0.93 6.12 1.06
6.63 0.94 6.10 1.07
6.58 0.95 6.07 1.08
6.53 0.96 6.05 1.09
6.48 0.97 6.01 1.10
6.44 0.98 5.97 1.11
6.39 0.99 5.95 1.12
6.35 1.00 5.91 1.13
6.31 1.01 5.87 1.14
2. DENSIDADE.
relação entre o peso e o volume

A Onde:
GM 
( B  A) GM = densidade aparente. Densidade ou peso unitario do provete compactado.
(B  C)  A = peso do proveto no ar
GP
B = peso do proveta no ar envolvida em parafina
(g/cm3) C = peso da provete na água envolvida em parafina
GP = peso específico da parafina

3. VAZIOS NA MISTURA (% DE VAZIOS)


VM = 100 – R (%)
Onde: R= densidade obtida na mistura (GM) em relação à densidade máxima teórica (GO).
G dos materiais os pesos específicos dos agregados
R  M  100 conhecem-se
GO As percentagens em que intervêm na mistura

WMEZCLA 100
GO  Substituindo pela relação W/γ GO 
Vagrdos  Vbetún  Vvacios Wagrdo Wbetún

 agrdos  betún

100 100
 agregados combinados  n GO 
Wi Pa Pb

i 1  ac

 betún
 Vasf .abs
ai
4. VAZIOS NO AGREGADO ENVOLVIDOS DE ASFALTO (VARA)
HA  VM
VARA   100
HA
Onde:
HA: percentagem do volume total não ocupado pelos agregados

(100  Pb)Gm Pb é a percentagem de betume


HA  100 
 combinado Gm é a densidade do provete

comprovação Vagregados + Vasfalto + VM = 100 %

Pa.Gm ( Pb  % Absorc).Gm
Vagregados  V ASFALTO 
 COMBINADO  BETUN
6. OBTENÇÃO DO CONTEÚDO ÓPTIMO DE ASFALTO (COA)

1. A percentagem de asfalto que oferece a


maior estabilidade. P1  P2  P3
2. A percentagem de asfalto que oferece a COA 
maior densidade. 3
3. A percentagem de asfalto para o valor
médio exigido nos Vazios na mistura.

obtido o COA FLUENC IA

estabilidade,
os parámetros de controle Entra-se nos gráficos já deformação,
da mistura projectada construídos com o COA vazios na mistura
As especificações de qualidade para os diferentes tipos de misturas são:.

Classificação do tráfego
Propriedades que deve satisfazer a mistura de Betão
asfaltico quente Ligero Medio Pesado Muito pesado

Estabilidade Marshall (kg) ≥ 450 ≥ 450 ≥800 ≥ 800

Deformacao ou Fluencia (mm) 3-5 2,5- 4,5 2-4 2 - 3,5

Densidade (g/cm3) não menor de 2.2 2.25 2.3 2.3

% de vazios na mistura. Mistura para base e


7-9 7-9 6-8 6-8
regularização

% de vazios na mistura. Mistura de superfície 3-5 3-5 3-5 3-5

# de golpes por face do provete 50 50 75 75-100


V. CORRECÇÃO DA MISTURA
Estabilidade alta - Baixa percentagem de vazios.
Deve-se calcular novamente as proporções dos agregados tendendo a desviar a graduação da
mistura da curva de máxima densidade (ou de Fuller), incorporando menor percentagem de finos
arredondados naturais (areia silíca).
Estabilidade Requerida - Baixa percentagem de vazios.
Deve-se abrir a mistura, isto é desviar da curva de máxima densidade diminuindo a percentagem
do material fino de trituração.
Baixa Estabilidade - Baixa percentagem de vazios.
Descarta-se a má qualidade dos agregados, deve-se calcular outra proporção de agregados
tendendo a desviar a graduação da mistura da curva de máxima densidade mas aumentando a
proporção dos agregados grossos e finos de trituração.
Estabilidade Requerida - alta percentagem de vazios.
Deve-se fechar a mistura aproximando à curva de máxima densidade variando a proporção dos
agregados.
Baixa Estabilidade - Alta percentagem de vazios.
Calcular novas proporções de agregados cercando à curva de máxima densidade, aumentando a
quantidade de agregados de trituração grossa e fina e incorporando filler à mistura.

Alta Estabilidade - Baixa Fluencia.


Aumentar-se-á a proporção de finos naturais na mistura do agregado total para decrescer a
estabilidade e portanto a relação estabilidade/fluencia
Alta Estabilidade - Alta Fluencia.
Não cria problemas quando a relação Estabilidade/fluencia é correcta, isto é, que para o tipo de
cargas cumpra com as exigências requeridas.
Baixa Estabilidade - Baixa Fluencia.
Deve calcular-se outra combinação de agregados introduzindo na mesma maior percentagem de
agregados grossos e finos de trituração cercando à curva de máxima densidade.

Baixo Índice de compacidade.


Para aumentar este índice é necessário incrementar o conteúdo de finos de origem natural em uma
proporção tal que seja compativel com a estabilidade requerida.
A escassa compacidade dos betões asfálticos deve-se ao uso exclusivo de agregados de trituração.

Falta de aderencia
A aderencia entre o cimento asfáltico e o agregado depende fundamentalmente das características
físicas e químicas deles e das condições em que ambos se encontram quando se produz sua união.
A falta de aderencia entre eles se manifesta marcadamente quando a mistura se encontra em
contacto com a água por um tempo prolongado. Em geral, os asfaltos mostram maior afinidade em
frente aos agregados básicos, tipo calcáreo, cujas características mecânicas são inferiores às dos
materiais ácidos (granitos, quarzitas, gravilhas silícas, gnaises). Esta acção competitiva da água e do
asfalto sobre a superfície dos agregados, pode-se evitar com o uso dos melhoradores de aderencia
adicionados ao material pétreo (hidróxido de calcio, cimento) ou ao material bituminoso (aditivo
amínico). Resultando a segunda solução mais ventajosa, por sua maior facilidade de levar à prática.

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