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Prof.

Igor Cézar Pereira


“A retificação é atualmente uma arte que se
baseia totalmente na experiência e no
conhecimento de funcionários que estão na
profissão há anos. O problema é que muitas
fábricas não têm o número suficiente desses
trabalhadores experientes, fazendo com que
uma grande parte dos processos de
retificação sejam feitos em condições abaixo
do desejável” Dr. Yung Shin, Pesquisador da
Universidade Purdue – USA
 Usinagem

 Os processos de usinagem podem ser divididos em duas


grandes categorias, de acordo com a ferramenta empregada:

• Ferramenta de geometria definida

• Ferramenta de geometria não definida

 Toda operação de usinagem pode ser subdividida em


operação de desbaste e acabamento.
Introdução
Usinagem – Ferramenta de Geometria Não Definida*

* Ferramentas com geometria


Definida, porém os grãos
não possuem geometria
definida
Fundamentos dos Processos Abrasivos

 Diferentemente das operações executadas com ferramentas

de geometria definida, na usinagem por abrasão, o material

da peça é removido por meio da ação de grãos abrasivos, os

quais são partículas não metálicas, extremamente duras, com

arestas que apresentam forma e orientação irregular

(Machado et al, 2009).


Aplicação dos Processos Abrasivos

 Processos de acabamento utilizados na:

 Melhoria da exatidão dimensional

 Melhoria da exatidão geométrica

 Melhoria da qualidade superficial de peças

 Alteração das características superficiais


Principais Processos Abrasivos

 Retificação
 Brunimento
 Lapidação
 Lixamento
 Tamboreamento
 Jateamento
 Outros
Retificação

 Processo de remoção de material no qual partículas


abrasivas são presas a uma matriz em um rebolo, que
possui alta velocidade superficial.

 A Retificação demanda normalmente rebolos no


formato desejado e balanceamento devido às altas
velocidades de rotação empregadas.
Introdução
Retificação

Tipos de posicionamento do rebolo em relação à peça


Introdução
Retificação

Retífica Plana
Introdução
Retificação

Dois tipos de retífica cilíndrica: (a) externa e (b) interna


Introdução
Retificação

Retífica Centerless
Introdução
Brunimento

(b)

(a) Brunidor e (b) brunimento


(a)
Introdução
Lapidação
Introdução
Lixamento

(a) (b)

Tipos de lixamento: (a) Lixamento com folhas abrasivas e


(b) lixamento com fita abrasiva
Introdução
Jateamento
Introdução
Tamboreamento
USINAGEM COM FERRAMENTA
DE GEOMETRIA NÃO DEFINIDA
Penetração do Grão – Mecanismo de Corte

 Durante a ação de um único grão abrasivo, três


situações podem ocorrer de acordo com o estado de
afiação da ferramenta: corte, riscamento e atrito
(Salmon, 1992).

 Corte: diz respeito à efetiva remoção de cavaco por


cisalhamento pela ação do grão abrasivo;
Penetração do Grão – Mecanismo de Corte

 Riscamento (ou sulcamento): representa a etapa de deformação


plástica sem a produção de cavaco (formação de rebarbas);

 Atrito: provém do contato da área plana (desgastada) do abrasivo


com a peça.Esta última etapa é a mais prejudicial ao processo, visto
que a energia consumida não é revertida na produção de cavaco e o
calor gerado provoca a elevação da temperatura da peça.
Geometria não Definida
Penetração do Grão – Descrição por Regiões
Onde:
I – região de deformação elástica atrito grão/material da peça
II – região de deformação elástica e plástica, atrito grão/material da
peça atrito interno do material
III – deformação elástica e plástica + remoção de cavaco atrito
grão/material da peça, atrito interno do material

hcu = espessura de usinagem

hcu eff = esp. de corte efetiva

Tm = penetra. de início de corte


Penetração do Grão

Altas temperaturas de corte são desenvolvidas

(1000 a 1600°C). Como o tempo de exposição a essa

temperatura é muito curto (da ordem de milésimos de

segundo), é possível que o material atinja e supere sua

temperatura de fusão sem se fundir.


Penetração do Grão

Em números médios, 85% do calor gerado vai para a


peça, 5% para o cavaco e 10% para o rebolo.

O calor que vai para o rebolo não causa dano


considerável, pois o rebolo é de material refratário, na maioria
das vezes é bem grande e tem bastante área para dissipar
calor. O calor que vai para o cavaco também não causa
preocupações.
Rebolos
Rebolos são ferramentas constituídas de grãos abrasivos
ligados por um aglomerante.

Podem ser utilizados em operações de desbaste, corte,


retificação, afiação, polimento, entre outras.

São auto-afiáveis, diferente das demais ferramentas de


corte.
Rebolos
As características básicas dos rebolos são dadas por:

➔ Material abrasivo (material que compõe os grãos do


rebolo);
➔ Granulação (tamanho dos grãos abrasivos);
➔ Aglomerante/Ligante (material que une os grãos
abrasivos);
➔ Grau de dureza (resistência do Rebolo);
➔ Estrutura (porosidade do disco abrasivo);
➔ Dimensões.
Rebolos
Estrutura

Estrutura típica de um rebolo abrasivo


Rebolos
Granulação (Tamanho de Grão)

➔ Relação entre aplicação e granulação:

Desbaste Pesado - 16, 24, 30, 36, 40 e 50


Desbaste Leve - 60, 80 e 100
Semi-acabamento - 120, 150 e 180
Acabamento - 220, 240, 280 e 320
Polimento - 360, 400, 500, 600, 800, 1200, 1500
Ligantes

 Tem a função de manter grãos ligados, e podem


ser orgânicos ou inorgânicos;

 Devem ser suficientemente resistentes;

 Devem formar pontes suficientemente grandes


entre os grãos;

 A energia de ligação com os grãos deve ser grande.


Ligantes

Existem, basicamente, quatro opões principais de


ligantes:

 ➔ Vitrificado

 ➔ Resinóide

 ➔ Elástico

 ➔ Metálico
Grau de Dureza

 Representa o grau de coesão dos grãos com o


aglomerante. Indica a resistência ao
“arrancamento” dos grãos da matriz.
 Rebolos com coesão elevada são chamados duros.
 Uma regra prática aplicada à indústria sugere o uso
de rebolos macios para a retificação de materiais
duros, e vice-versa;
Grau de Dureza

 A capacidade do processo de manter a tolerância dimensional


é reduzida se a correta dureza não for utilizada;
 Classificação ABNT de dureza dos rebolos:
 E - F - G rebolos muito moles
 H - I - J - K rebolos moles
 L - M - N - O rebolos de dureza média
 P - Q - R rebolos duros
 S - T - U - V rebolos muito duros
Rebolos
Especificação

Os fabricantes de rebolos adotam um código internacional


constituído de letras e números para indicar as
especificações do rebolo. Assim, um exemplo de
especificação de um rebolo pode ser:
Rebolos
Especificação
Especificação

 Material a retificar
 Influi na seleção do tipo de abrasivo e demais
características do rebolo;
 Granulometria
 Grãos finos para materiais duros e quebradiços
 Grãos grossos para materiais macios e dúcteis;
Especificação

 Dureza do rebolo
 Rebolos duros para materiais macios quebradiços;
 Rebolos macios para materiais duros;

 Estrutura
 Fechada para materiais duros e quebradiços;
 Aberta para materiais macios e dúcteis;
 Ligante
 Depende até certo ponto do material da peça,
porém mais das condições de trabalho e dos
fatores variáveis.
Fatores de Influência na Seleção do Rebolo

 Material da peça – influi na escolha do tipo de abrasivo,


tamanho de grão e dureza do rebolo.
 Aços devem usar Al2O3 como abrasivo ou CBN (caso
necessário superabrasivo);
 Fofo, não ferrosos e não metálicos devem usar SiC;

 Materiais duros e frágeis (cavacos curtos) devem ser


retificados com rebolos finos, enquanto materiais dúcteis
devem ser retificados com rebolos de grãos grossos;
 Materiais tratados termicamente devem ser retificados
com rebolos de baixa dureza (devido à menor geração de
calor). O contrário é verdadeiro.
Operações nos Rebolos

 Limpeza: desobstrução dos poros do rebolo;


 Perfilamento: tem objetivo dar forma ao rebolo;
 Balanceamento: tem como objetivo evitar vibrações do
rebolo;
 Afiação: operação que tem objetivo remover o ligante
entre os grãos abrasivos, geralmente utilizada após a
dressagem em rebolos com ligantes resinóides;
Rebolos
Operações nos Rebolos

➔ Dressamento: É uma espécie de “reafiação”, que


consiste em remover grãos arredondados (rebolo
espelhado) ou limpar rebolos “carregados” de
cavacos (rebolo “empastado”).
Rebolos
Balanceamento

Movimentamos os três contrapesos a fim de equilibrá-los.


Quando o peso estiver equilibrado, o rebolo ficará parado
em três posições diferentes, a 120°, uma em relação à
outra. Nesse momento, o balanceamento está concluído.
Sistema de Aplicação dos Fluidos de Corte

Salmon (1992) afirma que o aspecto mais importante a


respeito do emprego de fluidos de corte na retificação é
assegurar que estes sejam fornecidos a uma velocidade igual
ou superior à velocidade do rebolo (garantir o preenchimento
dos poros).

O Projeto do bocal de aplicação do fluido de corte


também é relevante não só para garantir a lubri-refrigeração,
mas também a remoção de cavacos incrustrados no rebolo.
Sistema de Aplicação dos Fluidos de Corte

Sistema convencional de aplicação do fluido lubri-refrigerante na


retificação
Sistema de Aplicação dos Fluidos de Corte

Sistema otimizado na aplicação do fluido na retificação


Sistema de Aplicação dos Fluidos de Corte

Detalhe da sapata
Esquema da tubeira tipo sapata.
PROCESSOS DE
RETIFICAÇÃO
Operação de Retificação

É um processo de USINAGEM por ABRASÃO que retifica a


superfície de uma peça.

Retificar: corrigir irregularidades de superfícies de peças

FERRARESI (2006): processo de usinagem por abrasão


destinado à obtenção de superfícies com o auxílio de
ferramenta abrasiva de revolução, conhecida como rebolo. Para
tanto, a ferramenta gira e a peça ou a ferramenta se desloca
segundo uma trajetória determinada, podendo a peça girar ou
não.
Características do Processo

• A retificação requer bastante atenção, pois se a peça for


danificada nesta operação, todo o custo acumulado nas
operações anteriores não poderá ser recuperado.
• Características principais são:
• obtenção de tolerâncias estreitas (entre IT4 e IT6 e
tolerância geométrica compatível) e de baixas rugosidades
(Ra de 0,2 a 0,6 mm);
• baixa capacidade de remoção de cavaco;
• Por isso, em geral é um processo de acabamento.
Características do Processo

• Velocidades periféricas entre 10ms e 45m/s (rebolos


convencionais);

• Velocidades periféricas entre 90ms e 120m/s (rebolos


superabrasivos);

• Velocidade da peça entre 10m/min e 25m/min.


• A penetração de trabalho pode variar de milésimos a
centésimos de milímetro, dependendo da operação.
Classificação

Superfície a ser usinada

➔ Retificação Plana
Horizontal (Tangencial)
Creep Feed
Vertical (Frontal)
➔ Retificação Cilíndrica
Externa
Interna
Cônica (variação)
Perfil (variação)
➔ Retificação Centerless
Mergulho
Passagem
 Retificação Plana Tangencial
Retificação Creep Feed
 Retificação Plana Vertical
 Retificação Cilindrica
Retificação Centerless
Aspectos da interface rebolo/peça/cavaco

SPARK-OUT

Ciclo padrão de retificação (Desbaste, semi-acabamento, acabamento e spark-


out).
Outros Processos Abrasivos

Brunimento

Processo de fabricação com


remoção de cavaco a partir de
ferramenta abrasiva (em contato
com a peça);

As ferramentas são


constituídas de grãos ligados
para a melhoria da forma,
medida e superfície da peça
usinada;

É normalmente empregado
após
um processo de fabricação fino
anterior.
Outros Processos Abrasivos

Lapidação – Generalidades

Processo de fabricação com remoção


de cavaco, utilizando grãos abrasivos

Os grãos são soltos e suspensos em


um líquido ou pasta

A partir de movimentos aleatórios, os


grãos promovem a forma da
ferramenta

Possibilidade de obtenção de
superfícies de excelente qualidade

A superfície usinada contém ranhuras


aleatórias, brilho opaco, e desgaste
extremamente pequeno
Outros Processos Abrasivos

Jateamento – Generalidades

Processo abrasivo de remoção de


cavacos com auxílio de jatos.

A energia cinética realiza o


trabalho, e o jato empregado é
acionado por um meio líquido ou
gasoso.

A taxa de remoção depende da


massa e do meio empregado para
a abrasão.
Outros Processos Abrasivos

Lixamento – Generalidades

Tem grande importância na


indústria, principalmente
madeireira, siderúrgica e de
estampagem (rebarbação).

Fácil manuseio.
Grande adaptabilidade a formas
complicadas.

Pequeno perigo de acidentes por


ruptura.

Competem em algumas
aplicações com a retificação por
rebolos.

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