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QUANTO AO MODELO
Modelo Livre e Modelo Vinculado
QUANTO À ESTRUTURA
Ordem de Pagamento e Promessa de Pagamento
QUANTO À HIPÓTESE DE EMISSÃO
Causais e Não Causais
QUANTO À CIRCULAÇÃO
Ao portador e Nominativos( à ordem e não à ordem)
QUANTO À NATUREZA DO CRÉDITO
Próprios (caracterizam uma verdadeira operação de crédito Ex: nota
promissória) e Impróprios seu pagamento não se difere no tempo. Ex: o
cheque é uma ordem de pagamento à vista).
TÍTULOS DE CRÉDITO
1- Regulamentação legal
1.1- Histórico
•Primeira regulamentação dos títulos de crédito no Brasil – Código Comercial de 1850
(arts. 354 a 427);
•Decreto 2.044/1908- ainda está em vigor;
•Nome empresarial constituído sob a forma de Firma : o representante legal lançará, como
assinatura, não o seu nome, mas a firma social adotada. Ex:
Beneficiário
Ordem de Pgto
Promessa de
Pagamento
3- ACEITE (Conceito, requisitos e títulos que o admitem )
O aceite é uma declaração cambial específica de determinados títulos de crédito, pela
qual o signatário admite a ordem contra ele dada para pagar uma quantia determinada,
concordando com os termos do saque e assumindo a qualidade de responsável principal
pelo pagamento do título.
Pode ocorrer nas Letras de Câmbio e nas Duplicatas. Na presente unidade, estudaremos o
aceite dado em letras de câmbio.
Sem o aceite na letra de câmbio o sacado não assume obrigação alguma no título, já que
não o assinou. O aceite pelo sacado é um ato facultativo, portanto, não pode o mesmo
ser obrigado a aceitar o título para pagamento.
3.1- Apresentação para aceite - A apresentação para o aceite pode ser facultativa ou
necessária.
•Será facultativa quando for certa a data do vencimento do título. Assim, o beneficiário
pode tanto apresentar o título para aceite antes do vencimento, como deixar para
apresentá-lo apenas no vencimento.
•A letra de câmbio com vencimento a certo termo de vista, terá o prazo para pagamento
contado a partir da data em que foi dado o aceite. Nesse caso, então, a apresentação
para aceite é necessária (nesse caso, a apresentação para aceite deve ser feita até um ano
da data da emissão). O sacador, porém, pode aumentar ou diminuir os prazos de
apresentação para aceite.
Caso o aceite não seja obtido com a apresentação, o portador pode voltar-se contra o
sacador e outros obrigados indiretos (endossantes/ avalistas ), após protesto cambial.
(vencimento antecipado do título)
3.2- Cláusula impeditiva de apresentação
O Sacador pode proibir a apresentação do título para aceite. Nesse caso, a letra de
câmbio é considerada como “não aceitável”.
Só poderá ser apresentada ao sacado no vencimento, para pagamento. Evita o protesto
por falta de aceite e a conseqüente antecipação do vencimento do título em razão do
protesto.
Caso a letra seja apresentada antes do vencimento, e seja aceita, o sacado torna-se o
principal devedor. Se não houver o aceite, o título não pode ser levado a protesto por
falta de aceite.
3.3- Falta de aceite
A falta de aceite deve ser comprovada pelo protesto cambial. Dele decorre o vencimento
antecipado do título. Nesse caso, pode ser imediatamente promovida ação judicial em
face do sacador e possíveis endossantes e avalistas.
3.4- Aceite qualificado
O aceite qualificado (limitado/ modificado) é aquele no qual o aceitante restringe a
ordem, não a aceitando inteiramente, seja no tocante à data do vencimento, à praça de
pagamento ou ao valor.
Em qualquer hipótese, ocorrerá recusa parcial de aceite, ficando o aceitante obrigado
principal apenas pela obrigação aceita.
Ao beneficiário resta promover o protesto por falta ou recusa parcial de aceite e,
posteriormente, acionar judicialmente os demais obrigados no título, no tocante à parte
não aceita.
3.5- Efeitos jurídicos do aceite
O aceite gera para o aceitante/ sacado uma obrigação direta e principal. Caso não pague,
pode ser executado diretamente, ou seja, independente de haver protesto.
3.6- Aceite por intervenção
A intervenção é o ato pelo qual uma pessoa, indicada ou não para aceitar o título, aceita a
letra de câmbio para evitar o seu protesto e honrar o nome de alguém já obrigado no
título. O aceitante por intervenção deve indicar a pessoa cujo nome quer honrar.
O objetivo do aceite por intervenção é o de evitar o protesto.
3.7- Quem pode ser aceitante?
O aceite pode ser dado pelo sacado ou por terceiro interveniente (aceite por intervenção)
TÍTULOS DE CRÉDITO
1- ENDOSSO
1.1- Conceito
O endosso é uma declaração cambial sucessiva e eventual, na qual o beneficiário do
título transfere os direitos dele decorrentes a outra pessoa (endossatário).
• Endossante- quem transfere o título
• Endossatário- quem o recebe, se beneficia do endosso
1.2- Requisitos de validade
O endosso é um ato unilateral, abstrato, formal, autônomo, literal, puro e simples.
Assim, o endosso parcial bem como o condicional são considerados como não escritos de
tal forma. (art. 12 LUG)
•Transferência dos direitos decorrentes do título - Não basta o endosso, é necessário
que se faça a tradição do título ao endossatário (princípio da cartularidade). Pode ocorrer a
transferência do título sem abranger, todavia, todos os direitos consubstanciados, mas
apenas o exercício desses direitos, conforme será visto nos casos de endosso-mandato e
endosso-caução.
1º 2º 3º
Pague-se a Pague-se ao portador
Maria dos Anjos Pedro Alves Secundo
Pedro Alves Secundo
Pedro Alves Secundo
1º 2º 3º
Pague-se a João Alves, Pague-se a João Alves, Pague-se a João Alves, sem
sem garantia
sem garantia da aceitação garantia do pagamento
Pedro Alves Secundo Pedro Alves Secundo Pedro Alves Secundo
2º caso- o endossante não quer correr o risco de, não sendo aceito o título, ser este
protestado e, posteriormente, vir o endossante a ser acionado juridicamente, em razão
do vencimento antecipado.
2.3-Endosso - Mandato
O endossante indica o endossatário como procurador, dando a este todos os poderes
para cobrança e recebimento do título. Porém, não se transmite a propriedade do título,
somente a posse para cobrança e recebimento do valor em nome do mandante.
Caso o endossatário faça novo endosso, este será, da mesma forma, apenas endosso-
mandato, pois ninguém pode outorgar poderes maiores aos que detém.
As defesas pessoais do devedor só podem ser opostas contra o endossante e não contra
o endossatário. Esse endosso não se extingue por morte do mandante (art. 18, al. 3ª da
LUG).
Pague-se a Jose, por procuração Pague-se a João, valor a cobrar
Pedro Alves Secundo Pedro Alves Secundo
2.4-Endosso- caução / endosso pignoratício
O título é transferido ao endossatário apenas como garantia de alguma outra obrigação.
O endossatário recebe a posse, bem como os poderes para cobrança e recebimento do
valor do título.
Assim, no vencimento do título, deve o endossatário promover a cobrança do mesmo,
mas em nome do endossante.
Se a dívida garantida se vencer após o recebimento do título pelo endossatário, este
poderá reter sua parte e entregar o restante, se houver, ao endossante.
Ex; Pague-se a Maria do Carmo, valor em caução/ penhor
Pedro Alves Secundo
2.5- Endosso tardio ou póstumo
Ocorre quando, comprovadamente, o endosso de dá após o vencimento do título.
•Se o endosso se deu após o vencimento do título, mas antes de findar-se o prazo para
protesto – efeito igual ao do endosso anterior ao vencimento.
•Se o endosso se deu após tal período, tem efeito de cessão ordinária de crédito.
2.6- Cadeia de endossos – É a série ininterrupta de endossos lançados no título, e que
tem início com o endosso feito pelo seu beneficiário, ou seja, o tomador da letra de
câmbio e o beneficiário na nota promissória, do cheque... Deve-se levar em conta a
aparência formal, verificando-se a legitimidade do portador, sem, contudo, verificar a
autenticidade das assinaturas dos endossantes.
Assim, não basta o detentor provar seu direito com fundamento no último endosso, se
não houver uma seqüência, sem interrupção, dos endossos anteriores. Exemplos :
NP endosso em preto endosso em preto
a) A ________ B________ C________ D (portador legítimo)
(emitente)
Justifica direito Justifica direito
NP
b) endosso em preto endosso em branco
A ________ B________ C________ D (portador legítimo)
(emitente) beneficiário/ endossante
endossante
c) NP – A cadeia foi rompida
endosso em preto Tradição
A ________ B________ C x D ( D não é portador legítimo)
(emitente) beneficiário/ endossante
endossante
tomador
d)vencimento fixado para: princípio, meio e fim do mês- entende-se : dia 1º, dia 15 e o
último dia do mês, conforme o caso.
1.6- Efeitos do vencimento
O credor deve procurar o devedor (dívida quesível). Não ocorrendo o pagamento, o
portador deve levar o título a protesto para assegurar os direitos contra os devedores de
regresso, ou seja: Na letra de câmbio ( sacador, endossantes e seus respectivos avalistas)
e na NP (endossantes e seus respectivos avalistas)
Bem como: independentemente de protesto, acionar judicialmente o aceitante da Letra
de Câmbio, bem como o emitente da Nota Promissória.
2- Pagamento ou Adimplemento
2.1- Espécies - O pagamento pode ser de duas espécies: extintivo ou recuperatório,
sendo que cada espécie produz efeitos próprios.
•Extintivo – é o pagamento feito pelo obrigado principal, ou seja: o aceitante de uma
letra de câmbio, o sacador da letra de câmbio não aceita, o emitente da nota
promissória.
Quando se dá o pagamento por um destes obrigados, entende-se que este pagamento é
extintivo, uma vez que, a partir do pagamento, a vida do título termina. Esses obrigados
não possuem direito de regresso em face de ninguém.
•Recuperatório- Diz-se que o pagamento é do tipo recuperatório quando quem paga o
título de crédito passa a ter, a partir do pagamento feito, os direitos do credor cambiário, ou
seja, poderá, a partir de então, agir em face dos obrigados anteriores a ele, para
recebimento do valor. Assim, o pagador recupera o que pagou. Ex: sacador da letra cambial
aceita, endossantes e avalistas.
2.2- Pagamento por intervenção- Ocorre quando alguém, honrando o nome de uma pessoa
obrigada no título, faz o pagamento do valor nele constante ao credor. O interveniente pode
ser, nesse caso, um terceiro estranho à relação cambiária, ou alguém já obrigado no título.
Deve abranger a totalidade da importância a ser paga. Desonera os devedores posteriores
àquele que foi honrado pelo interveniente. O pagamento por intervenção é do tipo
recuperatório. Caso o portador recuse o pagamento por intervenção, perde, o direito de
ação em face daqueles que ficariam desobrigados.
2.3- Requisitos
•O pagamento deve ser integral- o devedor deve exigir uma quitação no próprio título e
a entrega do original.
•O credor pode recusar o pagamento parcial. Caso aceite, deve exigir que se faça
menção, no próprio título, de que o pagamento feito é apenas parcial.
•O portador do título não é obrigado a receber qualquer valor antes do vencimento do
título, nem pode exigir qualquer pagamento antes dessa data.
3– PROTESTO CAMBIAL
3.1- Conceito
O protesto cambial é um ato formal pelo qual se prova a apresentação do título, bem
como, se demonstra, de forma relativa, o descumprimento da obrigação.
O protesto não faz prova absoluta do inadimplemento, apenas da apresentação.
•Análise do conceito legal.
3.2- Finalidade
A finalidade do protesto é probatória, ou seja, fazer prova da apresentação do título. Sem a
prova da apresentação do título ao devedor, não adianta querer acionar, por exemplo, o
sacador de uma letra de câmbio não aceitável, ou os endossantes de um título.
3.3- Regulamentação legal
• Lei 9.492/97.Obs: A LUG não regulou o procedimento de protesto cambial.
3.4 – Espécies de protesto e prazos
a) Protesto por falta ou recusa de aceite- Na letra de câmbio, é facultativa a apresentação
para aceite, salvo se o vencimento desta for a certo termo de vista.
Em ocorrendo a apresentação para o aceite, que, salvo nos casos de título com
vencimento a certo termo de vista, deve-se promover o protesto da letra, até o dia
anterior ao vencimento (ver ainda o artigo 28 do Decreto 2.044/1908)
Em todos os casos, caso ocorra a recusa do aceite, ou o aceitante não venha a ser
encontrado, deve-se promover o protesto.
Ainda que a recusa ao aceite seja parcial (aceite modificativo), deve ser feito o protesto.
O protesto por falta ou recusa do aceite, conforme vimos, provoca o vencimento
antecipado do título, podendo o credor acionar os devedores indiretos a partir de então.
b) Protesto por falta ou recusa de pagamento
Para haver o pagamento do título, deve haver, também, a apresentação do mesmo ao
devedor (dívida quesível). Em face do poder de circulação dos títulos de crédito, muitas
vezes o obrigado ao pagamento não sabe quem é o portador/ beneficiário.
Caso não seja possível a apresentação direta do título ao devedor, deve o beneficiário
promover o protesto do título, para se provar a apresentação do mesmo para pagamento.
Nesse caso, o devedor será intimado para, em três dias úteis, pagar o valor do débito,
sendo cientificado de que, se não pagar, o título será protestado.
Obs: Só os devedores diretos respondem pelo pagamento do título independentemente
de protesto (aceitante da Letra de Câmbio, emitente da NP e seus respectivos avalistas).
Os obrigados indiretos só respondem pela dívida havendo protesto em tempo hábil. Se o
protesto for feito fora do prazo, não produzirá efeitos perante os obrigados indiretos.
Os prazos para protesto por falta de pagamento são:
•Nas letras de câmbio e notas promissórias – no primeiro dia útil seguinte ao
vencimento ( A reserva do artigo nono do anexo II da LUG afastou a aplicação do artigo
44, terceira alínea do anexo I da citada lei, sendo aplicado, no caso, o prazo estipulado no
artigo 28 do Decreto 2.044/1908.
• Nas duplicatas: o protesto por falta de pagamento deve ser promovido até 30 dias
contados do vencimento.
c) Protesto por falta de devolução
Só a duplicata deve ser obrigatoriamente entregue ao devedor para aceite/ pagamento.
Caso o título não seja devolvido, deve-se promover o protesto por falta de devolução.
Assim, não pode haver protesto por falta de devolução, se o título sequer tiver sido
enviado para o devedor para aceite. É obrigatória, por lei, a prova do envio do título ao
devedor para a realização desse protesto.
Se o título apresentado para pagamento ao devedor não for devolvido, o juiz poderá
ordenar a apreensão do título de crédito e decretar até a prisão de quem recebeu o título
e não quer devolver. (artigos 885 e 886 do CPC). Admite-se, nesse caso, o protesto por
simples indicações do portador.
3.5- Boletos Bancários e Protesto
Muitas empresas, quando vendem ao consumidor, deixam de emitir as duplicatas,
remetendo aos bancos apenas uma relação de dados referentes às duplicatas que dizem
ter sacado, por meio dos conhecidos “boletos”.
Cabe esclarecer que esses boletos não são considerados duplicatas, e tal ocorrência, é
vista por muitos como abusiva.
Consegue-se, inclusive, protesto de referidos documentos, ao arrepio da lei.
3.6- Dispensa de protesto
-Cheque- (art. 47 da lei 7.357/85)- a declaração do banco sacado, escrita e datada, com
indicação do dia de apresentação, ou a declaração da Câmara de Compensação,
comprovando que o cheque foi apresentado em tempo hábil e houve a recusa do
pagamento, dispensam o protesto e produzem o mesmo efeito deste.
A dispensa não impede que o possuidor promova o protesto
TÍTULOS DE CRÉDITO
LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA
1- Origem e evolução histórica - A nota promissória surgiu antes da Letra de Câmbio,
porém, no início, a Letra de Câmbio foi muito mais utilizada que a Nota Promissória.
Ambos os títulos têm sua origem na Idade Média.
2- Conceito
•Letra de Câmbio – É uma ordem de pagamento que determinada pessoa pague a outra,
perante a qual detém crédito, para que pague, a um terceiro (tomador), ou à sua ordem,
a soma em dinheiro nela indicada.
•Nota Promissória- É uma promessa pura e simples de pagamento pela qual seu
emitente se obriga a pagar ao seu beneficiário, ou à sua ordem. Determinada quantia em
dinheiro.
3- Regulamentação legal- Tanto a Letra de Câmbio quanto a Nota Promissória têm seus
dispositivos estabelecidos pela LUG.
4- Requisitos de Validade- Tanto a letra de Câmbio quanto a Nota Promissória devem
preencher requisitos intrínsecos (capacidade das partes, objeto lícito, ausência de vícios
como fraude, dolo, simulação, erro, coação, bem como os requisitos extrínsecos, quais
sejam:
Letra de Câmbio – os requisitos previstos no artigo 1º do Anexo I da LUG
•Aquele que pagou e tem direito de regresso em face de algum (s) co-obrigado (s), terá
prazo de 6 meses para insurgir em regresso em face deste(s).
Com o fim do prazo, ocorre a prescrição. Caberá ao portador, utilizar-se de ação de
conhecimento para provar seu direito.
9- Modelos
Nota Promissória
Vencimento em: 12 de dezembro de 2011
No dia 12 de dezembro de 2011, pagarei por esta NOTA PROMISSÓRIA, na praça de Ipatinga/
MG, a Maria Joana Cabral, CPF nº 030.876.213-88, ou à sua ordem, a quantia de : Cinqüenta
mil reais, em moeda corrente deste país.