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A mudança é a lei da vida.

E aqueles que apenas olham para o


passado ou para o presente irão com
certeza perder o futuro.
John Kennedy
Morro da Favela (atual Providência), em 1927. Após a Lei Áurea, os
negros libertos foram buscar moradia em regiões precárias e
afastadas dos bairros centrais das cidades. Uma grande reforma
urbana no Rio de Janeiro, em 1904, expulsou as populações pobres
para os morros.
Nada do que ouvimos
falar....
oque inviabilizou o escravismo
brasileiro foi o avanço do
capitalismo no País.
Quem eram os donos de Escravos

A escravidão concentrava-se nas


partes mais modernas da economia
e tornara-se menos relevante nos
setores atrasados ou
decadentes,,produtores de café e
cana.
Qual era o número de escravos no
Brasil nessa época?
 Em 1887, o Ministério da Agricultura, em seu
relatório anual, contabilizava a existência de
723.419 escravos no País.
 Desse total, a Região Sudeste (São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo),
produtora de café, abarcava uma população
cativa de 482.571 pessoas. Todas as demais
regiões respondiam por um número total de
240.848.
Quanto ao fugidos dos quilombos?

Não eram grandes populações,


mas não foram contabilizados
nesse número.

Lembra que falei sobre os


Imigrantes que vieram também,?
Entrada de imigrantes

 Ao mesmo tempo, o País passara a


incentivar, desde 1870, a entrada de
trabalhadores imigrantes – principalmente
europeus – para as lavouras do Sudeste. É
um período em que convivem, lado a
lado, escravos e assalariados.
Quanto ao número de imigrantes?

 Os números da entrada de estrangeiros


são eloquentes. Segundo o IBGE, entre
1871 e 1880, chegam ao Brasil 219 mil
imigrantes.
 Na década seguinte, o número salta
para 525 mil.
 E, no último decênio do século XIX, após a
Abolição, o total soma 1,13 milhão.
Então vamos entender os números

 Em 1887, o Ministério da Agricultura, em seu


relatório anual, contabilizava a existência de
723.419 escravos no País.
 Em 1890(dois anos após a Abolição) o total de
imigrantes no Brasil somam 1,13 milhão.
Como a sociedade etsava
funcionando
 A implantação de uma dinâmica capitalista à exportação de café,
como casas bancárias, estradas de ferro, bolsa de valores etc. – vai
se tornando parte dessa base produtiva de mercadorias.
 Isso faz com que parte da cúpula(grupo) agrária se transforme na
classe da burguesia, estabelecendo novas relações sociais e
mudando desde as características do mercado de trabalho até o
funcionamento do Estado.
 Para essa economia, o negro cativo era uma peça obsoleta. Além
de seu preço ter aumentado após o fim do tráfico, em 1850, o
trabalho forçado mostrava-se mais caro que o assalariado.
Citação de historiador

 “O escravo corresponde a um capital fixo cujo ciclo


tem a duração da vida de um indivíduo; assim sendo,
(...) forma um adiantamento a longo prazo do
sobretrabalho eventual a ser produzido. O assalariado,
pelo contrário, fornece este sobretrabalho sem
adiantamento ou risco algum. Nestas condições, o
capitalismo é incompatível com a escravidão”.
Um artigo publicado no semanário abolicionista Revista
Illustrada, em 30 de abril de 1887, argumenta que a
economia brasileira àquela altura já não dependia
majoritariamente do trabalho servil:

 “Pelos dados do Ministério da Agricultura, calcula-se que a


cifra dos escravizados não chegue a 500 mil. Tirem-se as
mulheres (50%), tirem-se os escravos das cidades, que nada
produzem, e ver-se-á que o que fica para auxiliar a
produção nacional é uma cifra tão irrisória, que podemos,
com orgulho, afirmar, que a produção do nosso país já é
devida aos livres”.

 Os números não são exatamente iguais aos do Relatório do


Ministério da Agricultura, já mencionado. Mas o comentário é
digno de nota.
A LIBERTAÇÃO

 Em maio de 1888 veio a Lei Áurea e, 16 meses depois, como


consequência direta das contradições que vivia o País, a
República.

Com a abundância de mão de obra imigrante, os ex-cativos


acabaram por se constituir em um imenso exército industrial de
reserva, descartável e sem força política alguma na jovem
República.
Em resultado...

 Os fazendeiros – em especial os cafeicultores –


ganharam uma compensação: a importação de força
de trabalho europeia, de baixíssimo custo, bancada
pelo poder público. Parte da arrecadação fiscal de
todo o País foi desviada para o financiamento da
imigração, destinada especialmente ao Sul e Sudeste.
RAÍZES DO RACISMO

 O preconceito racial abolicionista tinha raízes dentro e fora do País.


A propalada superioridade da raça branca era parte constitutiva
da ideia de “progresso”(a força do progresso era branca
imigrante)

 No século XIX, os maiores países europeus passam a ser, com


hierarquias variadas, centros de poder imperial, conquistando
colônias na África e na Ásia.
 É nesse ponto que surgem as primeiras teorias racialistas para
justificar a superioridade intelectual, física e moral do europeu
branco.
E foi se espalhando...

 Diplomata, poeta, romancista e escultor, Gobineau tornou-se


conhecido após a publicação de seu Ensaio sobre a desigualdade
das raças humanas (1855). Se os outros povos(negros,indígenas)
eram inferiores, como poderiam ter os mesmos direitos dos
europeus?
 Os ex-escravos, além de serem discriminados pela cor, somaram- -
se à população pobre e formaram os indesejados dos novos
tempos, os deserdados da República. O aumento do número de
desocupados, trabalhadores temporários, lumpens(indivíduo sem
compromissos; que não trabalha; aventureiro, desempregado,
improdutivo.), mendigos e crianças abandonadas nas ruas
redunda também em aumento da violência
A descrição do historiador Luiz Edmundo (1878-1961), em seu
livro O Rio de Janeiro do meu tempo, sobre morro de Santo
Antônio e suas moradias e vielas miseráveis, poucos anos
depois, mostra um pouco da cartografia humana da então
capital:
 “

 Por elas vivem mendigos, os autênticos, quando não se vão instalar


pelas hospedarias da rua da Misericórdia, capoeiras, malandros,
vagabundos de toda sorte: mulheres sem arrimo de parentes,
velhos que já não podem mais trabalhar, crianças, enjeitados em
meio a gente válida, porém o que é pior, sem ajuda de trabalho,
verdadeiros desprezados da sorte, esquecidos de Deus...(...) No
morro, os sem- -trabalho surgem a cada canto”.
Depois disso...

 O interesse da libertação dos negros por parte da elite, era em


relação ao uso da força braçal...
 A preocupação pelo destino do escravo se mantivera em foco
enquanto se ligou a ele o futuro da lavoura. Ela aparece nos vários
projetos que visaram regular, legalmente, a transição do trabalho
escravo para o trabalho livre, desde 1823 até a assinatura da Lei
Áurea. (...) Com a Abolição pura e simples, porém, a atenção dos
senhores se volta especialmente para seus próprios interesses. (...) A
posição do negro no sistema de trabalho e sua integração à
ordem social deixam de ser matéria política. Era fatal que isso
sucedesse”.
Vamos aos números

 Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE), o 1% mais rico é formado por 79% de brancos e 17,4% de
negros (classificação usada pelo órgão para os que se
autodeclaram pretos e pardos. Os percentuais restantes se referem
a amarelos e indígenas).

 Podemos entender que após a aboliçao e sem trabalho, com


apenas um século depois, é necessário tempo para
reajuste...porém o número de ricos aumenta...
Passados 128 anos ainda estamos
em evoluçao
 O que você pensaria se dissessem a você que alguns
dos maiores escritores da Literatura Brasileira eram
negros?

 Machado de Assis, Lima Barreto e Castro Alves são


apenas alguns dos nomes que podem ser lembrados
para mostrar a grande importância que os negros e
afro-descendentes têm em nossa literatura.
Em contra ponto...

 Participação dos negros entre os mais pobres aumenta Por outro lado,
na população que forma o grupo 10% mais pobre, com renda média
de R$ 130 por pessoa na família, os negros continuam majoritária

 Mas... Negros representam 54% da população do país

 População que se declara preta cresce 14,9% no Brasil em 4 anos,


aponta IBGE
 Dois fatores podem explicar o crescimento da população preta,
conforme a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira. “O primeiro é o
aumento da fecundidade entre pessoas negras. O segundo é o
aumento de pessoas que passaram a se reconhecer na cor preta”,
apontou.
Vamos olhar de fora...

 Para o professor Marcelo Paixão, coordenador do Laboratório de


Análises Econômicas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais
(Laeser) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, avaliar o
tamanho do fosso entre brancos e negros depende de qual
aspecto se analisa.
 Se vamos analisar mercado de trabalho, renda e emprego, tivemos
redução das disparidades. Se falamos em mortalidade materna e
taxa de homicídios, o índice ainda assusta", comenta ele. O
especialista alerta também para a Previdência Social, que não
cobre nem metade da população negra feminina no país.
O acesso à Educação é outro bom
parâmetro para entender a questão do negro
no Brasil.
 Quando analisamos os dados de quase 100 anos após a abolição,
tínhamos 40% da população negra de analfabetos. Hoje, 20 anos
depois desse estudo, não conseguimos superar o quadro. A
população de negros analfabetos, em números absolutos, ainda é
quase o dobro da de brancos“

 O problema se reflete no Ensino Superior. Apesar dos investimentos


feitos nos últimos dez anos, com a adoção de políticas afirmativas
para a área, os números indicam que ainda há muito por fazer.
Cardoso acredita que é preciso uma combinação entre as
políticas afirmativas e uma discussão na sociedade.
Contrapondo....

 O Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa


Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública nesta segunda-feira 5, revela que homens, jovens, negros e
de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas
no País. (assassinatos, independente da investigaçao)

 Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são


negras. De acordo com informações do Atlas, os negros possuem
chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a
brasileiros de outras raças, já descontado o efeito da idade,
escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência.
A proporção de negros nas prisões é 14 pontos
percentuais maior do que na população:
A proporção de presos com ensino fundamental
incompleto é 25 pontos percentuais maior do que
na população:
Vamos entender...

 Vimos que a populaçao negra aumentou...


 Número de negros analfabetos(ou com pouco estudo) continuam
altos
 Que apesar dos esforços de açoes afirmativas o número de negros
não aumentou nas faculdades...
 Número de mortos negros aumentaram...
 Números de negros presos é superior...
 Presos negros são em grande maioria sem estudos...
 O que podemos concluir?
Pra encerrar...

 Branquitude e negritude

 Em que situações do cotidiano se vê essa branquitude?


 Quando as pessoas falam que o cabelo liso é superior, mais bonito
do que outros, ou quando elas elogiam “traços finos”, elas usam
este conceito de raça para falar que há uma superioridade
estética de um grupo sobre outro. Já vi criança de três anos de
idade dizendo que acha o olho azul “o mais bonito”. De onde ela
tira isso? Da mídia, das propagandas, da escola, onde professores
falam para as crianças com esse fenótipo que os olhos azuis são
lindos. A gente acha uma coisa pequena, mas essa pessoa com
olho azul cresce com uma auto-estima muito maior do que outras
que crescem ouvindo que o seu cabelo “é difícil de pentear”.
O “medo branco” é um conceito proposto pela historiadora Celia Maria
de Azevedo em sua tese de doutorado “Onda negra, medo branco“. Ela
escreveu sobre o período pós-abolição, quando havia muito mais negros
do que brancos na sociedade brasileira.

 Outro exemplo é quando alguém pergunta a uma pessoa negra


brasileira o que ela acha do Barack Obama. Se alguém pergunta a
um branco brasileiro o que ele acha do Donald Trump, associando
que aquele branco (Trump) tem alguma representatividade das
pessoas brancas, a pessoa vai falar que é uma generalização e vai
perguntar o que ela tem a ver com o Trump.
 Um negro sempre está carregando a raça, é sempre representante
dos negros, enquanto um branco é representante dele mesmo.
Mas isso se aplica também a um
Nordestino?
 Os nordestinos construiram São Paulo e sofrem com o
racismo...taxados como inferiores.
 Desenho da cabeça,pés chatos, fala carregada...
Resumindo...

 O nosso problema é desigualdade social geral, alguns grupos de


pessoas por maior número vai ser evidente em qualquer
estatísticas...
 Número de nordestinos na construçao civil gerou o apelido de
candango...emprego pra nordestino...
 Precisamos identificar o que gera essa passagem de preconceitos
por geração, e evitar que passemos mais meio século com isso.

 Enquanto nos preocupamos com coisas toscas, os politicos estao


livres pra fazerem o que querem sem a nossa atençao.
Bibliografia

 http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&i
d=2673%3Acatid%3D28&Itemid=23
 http://www.clickideia.com.br/portal/conteudos/c/40/16584

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