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Andressa Azevedo

Beatriz Campos
PSORÍASE Isabela Arcipretti
Thiago Fernandes
Wilton Adriano
INTRODUÇÃO
• Dermatose inflamatória crônica caracterizada eletivamente por
lesões eritêmato-escamosas.
• Imunomediada, de base genética.
• Polimorfismo de expressão clínica.
• Igualmente em ambos os sexos.
• Aparece em qualquer idade (mais frequente 2ª e 5ª décadas de
vida).
• Brasil: incidência de 1%.
(Sampaio, 2003; Consenso Brasileiro de Psoríase, 2009)
IMUNOPATOGENIA
• Desconhecida.
• Predisposição genética (30% possuem HF +).
• Não ocorrência de 100% entre gêmeos monozigóticos – influência de
fatores ambientais.

• Tipo I: < 40 anos, incidência familiar, associação com HLA.


• Tipo II: > 40 anos, menor incidência familiar, menor correlação com
HLA.
(Sampaio, 2003)
HISTOPATOLOGIA
• Encurtamento do ciclo germinativo epidérmico.
• Aumento das células em proliferação.
• Marcado encurtamento do tempo da renovação celular na
epiderme da lesão psoriática.

• As características primordiais da lesão por psoríase:


• Hiperproliferação epidérmica com perda da diferenciação
de células epiteliais.
• Dilatação e proliferação dos vasos sanguíneos nas papilas
dérmicas.
• Acúmulo de células inflamatórias (neutrófilos e linfócitos T
ativados).
UNIFESP
FATORES DESENCADEANTES
• Trauma cutâneo de naturezas física, química, elétrica,
cirúrgica, inflamatória
o Pode determinar aparecimento da lesão em área não comprometida
– fenômeno isomórfico ou reação de Koebner (38-76%)

• Estresse, distúrbios endócrino-metabólicos, etilismo,


variações climáticas
• Drogas
o Lítio, betabloqueadores, antimaláricos, AINEs, corticoide sistêmico

• Infecções
o Estreptococo beta-hemolítico – psoríase aguda
o HIV – exacerbação
(Sampaio, 2003)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Placas eritemato-escamosas.
• Bem delimitadas.
• Ocasionalmente pruriginosas.
• Áreas de traumas constantes (cotovelos, joelhos,
região pré-tibial, couro cabeludo, região sacra).
• Tamanho e número das placas é variável.
• 50-80% alterações ungueais (onicólise e
depressões cupuliformes).

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2009)


PSORÍASE EM PLACAS/VULGAR
• Forma mais comum (90%).
• Placas eritêmato-escamosas (escamas secas, branco-
prateadas, aderentes, estratificadas), bem delimitadas,
tamanhos variados.
• Afeta simetricamente a face de extensão dos membros
(joelhos e cotovelos), couro cabeludo e região sacra.
• Número variável de lesões.
• Comprometimento das unhas (estrias ou pequenas
depressões), onicólise, hiperqueratose subungueal.
• Evolução crônica com períodos de exacerbação e
acalmia.

(Sampaio, 2003)
PSORÍASE EM PLACAS/VULGAR

(Sampaio, 2003)
PSORÍASE EM PLACAS/VULGAR

(Sampaio, 2003)
PSORÍASE INVERTIDA
• Lesões em áreas intertriginosas (umidade presa em dobras
cutâneas submetidas à fricção onde ar tem circulação
limitada)
• Descamação menos evidente devido à sudorese e
maceração locais

(Sampaio, 2003; Consenso Brasileiro de Psoríase, 2009)


PSORÍASE EM GOTAS
•Crianças e jovens
•Aparecimento súbito de pápulas eritêmato-
descamativas de 0,5 a 1cm de diâmetro,
em tronco
•Precedida por infecção estreptocócica de
VAS
•Resolução espontânea em 2-3 meses ou
persistência e transformação em psoríase
em placas

(Sampaio, 2003)
PSORÍASE ERITRODÉRMICA
•90% SC
•Subagudo/crônico
•Queda do EG
•Por piora da psoríase em placas ou
pustulosa generalizada e como
manifestação inicial da doença.

(Sampaio, 2003; Consenso Brasileiro de Psoríase, 2005)


PSORÍASE PUSTULOSA
Generalizada:
• Lesões eritêmato-escamosas e pustulosas
generalizadas (psoríase de Von Zumbusch)
• Desencadeada em doentes com psoríase
vulgar por interrupção de corticoide sistêmico,
hipocalcemia, infecções.
• Comprometimento do EG, febre, leucocitose
• Persiste por poucas semanas, retorna ao
quadro anterior ou torna-se eritrodérmica

(Sampaio, 2003)
PSORÍASE PUSTULOSA
Localizada:
- Lesão única/algumas lesões + pústulas, que
não evolui para forma generalizada
- Lesões nas extremidades dos dedos das mãos
(acrodermatite contínua de Hallopeau)
- Pustulose palmoplantar
- Areas bem definidas de eritema,
descamação, pústulas, bilaterais, simétricas.

(Sampaio, 2003)
PSORÍASE NA CRIANÇA
• Áreas cutâneas de trauma são diferentes das dos adultos
• Lesões em áreas de fraldas, região periorbitária, semimucosa labial

(Sampaio, 2003)
PSORÍASE ARTROPÁTICA
• 10-15%
• Mono/oligoartrite assimétrica de fácil
controle e bom prognóstico
• Afeta articulações interfalangeanas
distais ou proximais
• VHS aumentado, FR e FAN ausentes

(Sampaio, 2003)
DIAGNÓSTICO
• É eminentemente clínico em face do tipo e distribuição das lesões.
• Nos quadros menos típicos pode ser necessário biópsia e exame histopatológico.

Curetagem metódica de Brocq:


a) Sinal da vela.
b) Sinal do orvalho sangrento
ou de Auspitz.

(TAKAHASHI, 2016; Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Lesões ou quadros menos típicos devem ser diferenciados de muitas dermatoses de acordo
com a apresentação clínica da doença.
• São elas:
- Dermatite seborreica.
- Eczemas.
- Micoses superficiais.
- Sífilis secundária.
- Líquen plano.
- Lúpus eritematoso.
(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2009)
TRATAMENTO
• Esclarecimento ao paciente sobre a doença:
- Caráter recidivante, não contagioso, crônico e benigno.
- Sem medicamentos que proporcionem cura definitiva, apenas o controle.
- Benefício da exposição solar e da hidratação constante da pele.
- Prejuízo da manipulação e a escoriação das lesões.
- Piora do quadro quando submetidos à atividades estressantes.
- Fenômeno de Koebner para evitar os traumatismos.

(TAKAHASHI, 2016; Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)
CORTICOSTEROIDES
• Sistêmicos:
- São formalmente contraindicados pelo seu efeito rebote e possível desenvolvimento
de formas graves da doença.
- Em ocasiões excepcionais, são empregados por curtos períodos e, em geral,
associados a outros tratamentos.
• Tópicos:
- Possuem ações anti-inflamatória, antiproliferativa (antimitótica), imunossupressora,
vasoconstritora e antipruriginosa.
- Os de eficácia comprovada são o propionato de clobetasol a 0,05% e o
dipropionato de betametasona a 0,05%.
(TAKAHASHI, 2016; Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)
CORTICOSTEROIDES
• Tópicos:
- Os efeitos colaterais dependem de muitos fatores, com a potência do produto
utilizado, localização anatômica em que vai ser aplicado, a idade do paciente e as
variações individuais na susceptibilidade.
- Podem ocorrer: transformação de psoríase em placas para psoríase pustulosa,
taquifilaxia, atrofia cutânea, erupções acneiformes, infecções bacterianas, virais e
fúngicas, dermatite de contato, etc.
- Podem ser usados na gestação e em crianças, porém, com mais restrições, evitando-
se aplicar em grandes extensões da pele e por tempo prolongado.

(TAKAHASHI, 2016; Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


CORTICOSTEROIDES

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


ANÁLOGOS DA VITAMINA D (CALCIPOTRIOL)
• Possuem propriedades de estímulo à diferenciação dos queratinócitos, inibição da
proliferação epidérmica e a modificação da resposta imune.
• É seguro e, em monoterapia, tem eficácia média para o tratamento de ataque das formas
leves e moderadas de psoríase.
• Quando usado em esquema combinado ou sequencial, com corticoterapia tópica, permite
períodos de remissão mais prolongados, sem o efeito “rebote” que a monoterapia com
corticosteroide induz.
• O efeito secundário principal é a irritação cutânea local, chegando a 20%. Além de
prurido, eritema e ardor, foliculite e alterações da pigmentação nos locais de aplicação.
• Deve ser evitado na gravidez e na lactação.

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


ALCATRÕES (COALTAR)
• Usado isoladamente, o coaltar tem eficácia moderada na psoríase em placa,
todavia, quando associado aos raios UVB.
• Foliculite é o efeito colateral mais encontrado.
• Há relatos de carcinoma em áreas tratadas com coaltar, contudo, estudos
experimentais ainda não estabeleceram com precisão o risco de carcinogenicidade.
• É contraindicado na gravidez e lactação.

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


ANTRALINA
• Embora seu mecanismo de ação na psoríase seja especulativo, acredita-se que a
antralina tenha efeito citostático, pois reduz a atividade mitótica das células
epidérmicas psoriásicas.
• Os efeitos colaterais mais habituais são: o eritema e a sensação de queimação, nas
lesões e na pele circundante.
• Praticamente, não há risco de toxicidade sistêmica e, comparativamente ao
calcipotriol e ao corticoide tópico, é considerada altamente eficaz na psoríase,
levando a períodos de remissão prolongados.
• Pode ser usada na infância e deve ser evitada na gravidez e na lactação.

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


IMUNOMODULADORES
• A indicação em psoríase considerada como “off-label”.
• Não devem ser usados em presença de infecções.
• Deve-se ter cautela no uso na gravidez (categoria C) e na lactação (encontrado no leite
humano), apesar de absorção ser mínima após aplicação tópica.

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


FOTOTERAPIA
• É classificada de acordo com o tipo de
irradiação utilizada: UVA ou UVB.
•A psoríase é uma das principais
indicações da fototerapia e todos os
tipos podem ser tratados com essa
metodologia.
• O mecanismo de ação se faz através
da atividade antiproliferativa, anti-
inflamatória e imunossupressora.

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


QUIMIOTERAPIA

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


IMUNOBIOLÓGICOS
• O uso é reservado, na maioria dos
casos, para pacientes com psoríase
moderada a grave que tenham
apresentado falha terapêutica,
contraindicação ou intolerância às
terapias tradicionais.

(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)


(Consenso Brasileiro de Psoríase, 2012)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Sociedade Brasileira de Dermatologia. Consenso Brasileiro de Psoríase 2009: Guias de
avaliação e tratamento. 1 ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Dermatologia,
2009.
• Sociedade Brasileira de Dermatologia. Consenso Brasileiro de Psoríase 2012: Guias de
avaliação e tratamento. 2 ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Dermatologia,
2012.
• TAKAHASHI, M. D. F. Erupções eritêmato-escamosas. In: MARTINS, M. A. et al. Clínica
Médica. 2 ed. São Paulo: Manole, 2016. v. 7. p. 200-207.
• SAMPAIO? UNIFESP?

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