Você está na página 1de 27

FERIDAS:CONCEITOS

FERIDA
 Qualquer ruptura da integridade de um tecido
ou órgão, podendo atingir desde a epiderme, até
estruturas mais profundas como fáscias,
músculos, aponeuroses e órgãos cavitários.
(Meneghin, 2003)
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
 Quanto ao tempo de reparação tissular: Feridas agudas e
crônicas
 Quanto à causa: cirúrgica ou não-cirúrgica (traumáticas,
patológicas ou iatrogênicas)
 Quanto as estruturas comprometidas: úlceras de pressão
(estágios), diabéticas (graus);
 Quanto à profundidade: superficial ( atinge apenas epiderme)
com perda parcial (limitada à epiderme e porção superior da
derme)ou profunda/total ((existe destruição da epiderme, derme,
tecido subcutâneo, podendo invadir músculos, tendões e ossos)
CLASSIFICAÇÕES DAS FERIDAS
 Quanto ao conteúdo microbiano:
- Limpa: lesões realizadas por meio de técnica asséptica e
fechadas por sutura
- Limpa-contaminada: tempo inferior a 6 horas entre o trauma
e o atendimento
- Contaminada: todas as lesões abertas (tempo superior a 6
horas entre o trauma e atendimento, presença de
contaminantes)
- Infectada: invasão microbiana dos tecidos, sinais flogísticos,
pode haver pus
CLASSIFICAÇÕES DAS FERIDAS
 Quanto ao tipo de cicatrização: 1ª, 2ª ou 3ª
intenção
 Quanto à coloração (RYB)- red,yellow, black.
 Feridas
agudas: são originadas de cirurgias ou
traumas e a reparação ocorre em tempo
adequado, sem complicações;

 Feridas
crônicas: são aquelas que não são
reparadas em tempo esperado e apresentam
complicações;
CAUSA: FERIDA CIRÚRGICA
São feridas agudas intencionais. Podem cicatrizar
por primeira intenção, caso em que as bordas da
pele são mantidas próximas, por suturas,
grampos ou fitas.

Algumas feridas cirúrgicas são deixadas abertas


para cicatrizarem por segunda intenção,
geralmente a fim de permitir a drenagem de
material infectado.”(DEALEY, 2001).
AVALIAÇÃO DA PESSOA
PORTADORA DE FERIDA

 Correlacionardados obtidos da anamnese, exame


físico, exames laboratoriais e avaliação local da
ferida Terapêutica segura.
AVALIAÇÃO DA PESSOA
PORTADORA DE FERIDA
 Localizaçãoda lesão: Pode ser um dos primeiros
indicadores de sua causa;

 Extensãoda perda tecidual: Classificar por


estagiamento: Grau p/ úlceras diabéticas e
queimaduras, e estágios para úlceras por pressão;
 Dor: A dor é uma experiência subjetiva, complexa e
pessoal. Pode ser mensurada através de escalas
numérica/verbal e analógicas visuais e avaliada
quanto suas características. Deve ser mensurada,
antes, durante e após a técnica de curativo;
 Edema: Avaliar pressionando a região a ser
examinada, observando a formação de uma depressão
(cacifo) e graduá-lo em cruzes;
 Pulso: Investigar presença e qualidade dos pulsos:
pedioso, tibial posterior, poplíteo e femoral.
 Área: A evolução da área lesada deve ser acompanhada
pela sua mensuração;
 Realizar a cada 15 dias ou sempre que o profissional
observar mudanças;
 A dimensão deve ser avaliada através:
 mensuração do comprimento x largura (desenho da
ferida em acetato esterilizado, mensuração direta, uso de
régua);
 Profundidade: Devem ser avaliadas na presença de
perdas teciduais;
 Pode ser avaliada através de um “Swab”,
espátula, dedo enluvado ou uma seringa de insulina
a ser introduzida no ponto mais profundo da lesão;
 Avaliar presença de tunelizações;

 Pode ser avaliada preenchendo a lesão com


SF0,9% e quantificar o volume gasto neste processo;
PROFUNDIDADE
 Exsudato:
 Fluidos extravasados dos vasos sanguíneos
 Material de secreção proveniente de células de
dentro ou redor da ferida  fatores de
crescimento
 Resíduo proveniente de células mortas e a divisão
da matriz extracelular
 Produtos derivados de microorganismos
Aspecto do exsudato:

Seroso Sanguinolento

• Baixo conteúdo proteíco.


• Caracteriza-se pela cor
• Origina-se do soro sanguíneo e
vermelho-vivo
secreções serosas das células
mesoteliais. • Indica sangue ativo decorrente
• Aparece precocemente nas de lesões com rupturas de
fases de desenvolvimento das vasos.
reações inflamatórias agudas
• Aparência é seroso, de cor
clara, de plasma aguado.
Purulento
Sero sanguinolento • Pode variar de cor amarela
esverdeada, queimada ou
• Tem como aspecto uma cor marron.
pálida avermelhada, aguada. • Composto por leucócitos e
• Mistura de seroso com proteínas produzido por um
processo asséptico ou séptico.
sanguinolento.
• Pode estar presente em foco
• Pode ser descrito como de infecção ou sobre
padrões mistos que ocorrem em superfície de orgãos ou
muitas inflamações. estruturas.
O tipo de exsudato deve ser identificado baseado
na aparência específica do fluído;
 Identificar as seguintes características:

Tipo: seroso, serosanguinolento, purulento,


sanguínolento;
Quantidade: Ausente, mínimo, moderado, grande;
Cor: Vermelho, amarelo, esverdeado;
Odor: Ausente, leve, moderado, mau cheiro;
Consistência: aquosa, espessa.
 Identificação do tecido no leito da ferida:
 Necrose: É a morte celular. Tecido avascular,
insensível, podendo apresentar odor. Também
denominada tecido desvitalizado, morto, inviável.
Pode apresentar cor e aspecto variável;
Podem ser descrito nos termos:

Escara: necrose seca, dura, de coloração escura e


firmemente aderida ao leito da lesão;

Esfacelo: Necrose delgada, mucóide, macia e de


coloração amarela, bronzeada ou cinza, podem estar
firmes ou frouxamente aderidos ao leito da lesão.
 Granulação: Tecido conjuntivo intensamente
vascularizado, apresenta-se vermelho vivo,
brilhante;

 Epitelização: O tecido epitelial tem cor branca-


rosada;
 Margem/Bordas da lesão:
Avaliar quanto:
 aderência: plana (nivelada com leito);
 Não aderida: descolamento;
 Enrolada p/ baixo: espessa/grossa; macia;
 Pele peri-ferida:
Avaliar quanto:
 cor (eritema, azulada);
 Textura (macerada, endurecida, desidratada,
úmida, descamações);
 Temperatura (quente, fria);
 Integridade (intacta /dermatites)
Infecção em feridas
 Presença de bactérias ou outros microorganismos em
quantidade suficiente para ativar as defesas orgânicas
contra o agente infeccioso e produzirem manifestações
clínicas, danificando o tecido e retardando a
cicatrização.
 Quantidade de bactérias maior que
105microorganismos por grama de tecido
(MARTINS, 2000)
Colonização
 Presença de bactérias nas superfície ou nos
tecidos sem sinais ou sintomas de infecção.
 Não retarda a cicatrização
 Presente em todas as feridas
Diagnóstico de Infecção
 Exame Físico
 Sinaisclássicos de inflamação
 Características da drenagem
 Alterações na quantidade, odor da drenagem
 Pobre qualidade na granulação
 Dor ou hipersensibilidade não existente previamente
 Aumento súbito na glicose sérica em diabéticos
Diagnóstico de Infecção
 Laboratório
 Cultura
 Hemograma completo (leucócitos)
 Glicemia
Indicações de cultura
 Sinais locais de infecção
 Sinais sistêmicos de infecção
 Aumento súbito de glicose (em diabéticos)
 Dor ou hipersensibilidade
 Atraso na cicatrização maior que 02 semanas
em feridas limpas
Método de coleta de Cultura
 Pontos fundamentais
 Utilizar técnica asséptica
 Realizar limpeza prévia da ferida
 Biópsia
 Mais confiável, porém invasivo, requer laboratório e
equipamentos especiais
 Aspiração
 Recomendável para feridas, volume de 0,5mL já é suficiente
 Swab
 Menos confiável, coletar em tecido de granulação em forma de
“zig-zag”

Você também pode gostar