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Espaços Urbanos Degradados

Agricultura Urbana
“O Homem do futuro terá tanto de rural
como de urbano sem que nele se
confundam ou diluam as duas ancestrais
culturas.” (Abreu, 1994)
Contexto – Suporte Teórico

• Agricultura / Sedentarismo
• Sistemas agro – urbanos
• Primeiras necessidades de planeamento
urbano
• Êxodo Rural
• Crescimento acelerado das cidades
• Distanciamento rural / urbano
Contexto – Suporte Teórico

• Segundo Magalhães (2001), a morfologia da paisagem,


à qual se pretende recorrer como instrumento do seu
ordenamento é constituída por duas componentes:
– A estrutura global da paisagem constituída pela
Estrutura Ecológica e pela estrutura edificada,
através da qual se estabelece a ligação entre os
espaços rurais e os aglomerados urbanos.
– Os vazios ou interstícios desta estrutura, que, tanto
podem concorrer para a mesma, como serem
determinados por ela, são preenchidos por espaços
homogéneos relativamente à forma, por sua vez,
também estruturados, tanto ao nível do espaço
exterior como do espaço edificado.
Contexto – Suporte Teórico

• Origem espaços urbanos degradados:

– A massificação dos subúrbios e a desertificação do


centro da cidade que, à falta de acções de
reabilitação, é naturalmente envelhecido, originando
parcelas degradadas, muitas delas com solos
favoráveis à agricultura
– A expansão urbana desregrada, que origina espaços
vazios, áreas indefinidas nos subúrbios,
essencialmente devido à falta de planeamento
Contexto – Suporte Teórico

• Vazios Urbanos:

“Considerados fenómenos de rarefacção, indefinição ou


ruptura urbana, são inúmeras vezes associados a novas
realidades de colonização territorial ou a processos de
marginalização, degradação e decadência física.”
(Trienal de Lisboa, 2007)
Contexto – Suporte Teórico

• Planeamento Urbano e Ordenamento do


Território
• Estrutura verde
• continuum naturale " (...) o sistema contínuo de
ocorrências naturais que constituem o suporte
de vida silvestre e da manutenção do potencial
genético e que contribui para o equilíbrio e
estabilidade do território". (Magalhães, 2001)
• Paisagem Global
Contexto – Suporte Teórico

• Aproveitamento de vazios urbanos para


agricultura numa perspectiva de
sustentabilidade, de acordo com as
vertentes económica, social e ecológica,
tendo como suporte fundamental o
planeamento urbano e ordenamento do
território
Agricultura Urbana
• É «uma actividade que responde à procura de certos
consumidores, usando solo e água dispersos na zona urbana e
peri-urbana, aplicando métodos intensivos de produção, usando e
reutilizando recursos naturais e lixos orgânicos para produzir uma
grande diversidade de colheitas e seres-vivos.» ( UNDP, 1996)

• «Agricultura Urbana é uma actividade localizada dentro (intra-


urbano) ou na franja (peri-urbano) de uma cidade, um centro
urbano ou metrópole, que produz ou cultiva, processa e distribui
uma diversidade de comida e produtos não alimentares, utilizando
para isso recursos humanos, recursos materiais, produtos e
serviços que se encontram no interior e em redor daquela área
urbana.» (Mougeot, 1999)
O Parque Agrícola é definido como um
território planeado e organizado de
actividades agrícolas, cujo
estabelecimento visa a prossecução da
sustentabilidade do território urbano, com
objectivo principal da produção agrícola,
do recreio e do lazer.
• As hortas aparecem nas cidades de forma normalmente
desorganizada ocupando espontaneamente os solos
produtivos que sobram da edificação, o que demonstra a
actual falta de planeamento das cidades.
• Segundo a UNDP as tipologias mais comuns são:
- junto à casa (pátios, quintais, logradouros)
- espaços públicos e privados (zonas verdes,
aeroportos, hospitais, prisões, bases militares, portos,
universidades, escolas, zonas industriais)
- margens de estradas e outros tipos de espaço
canal (faixas de protecção a vias rápidas, caminhos de
ferro, linhas de alta tensão)
- margens de rios e leitos de cheia
- zonas húmidas (Wetlands )
- zonas declivosas.
Benefícios
• Sociais
- Produção de alimentos mais saudáveis e baratos
- Convívio e Educação Ambiental
- Colectivismo
- Sentido comunitário
- Saúde e Qualidade Alimentar
- Recuperação valores sociais
- Recreio e Lazer
- Melhoria do aspecto estético
- Absorção de mão – de – obra
“To grow your own food gives you a sort of power
and it gives you dignity. You know exactly what
you’re eating because you grew it. It’s good, it’s
nourishing and you did this for yourself, your family
and your community.” (Washington, 2000)
Benefícios
• Ecológicos
- Infiltração águas pluviais
- Protecção de bons solos
- Biodiversidade
- Agricultura biológica
- Aproveitamento de lixos orgânicos
- Redução de gastos energéticos
- Reabilitação de terrenos degradados
- Melhoria do ambiente urbano
- Diminuição de emissão de gases de estufa
• “I have always been into gardening. I love the work. I also
believe that he who controls his breadbasket controls his
destiny...I think one of the things we overlook is that if we
have a garden, or we have a farm, or we’re raising food,
we need to go a little further and express that we’re not
just raising food, we’re raising people. Everything starts
with food...Life...Everything” (Abu Tabib)

• “Whether a community is faced with the challenge of


cleaning up an abandoned lot in their neighborhood,
fighting a local polluter or creating economic
opportunities in their downtown area, community
organizing is a means by which those affected by an
issue are able to participate in the creation of solutions.”
(Abi Nader, 2001)
Benefícios
• Económicos
- Criação de empregos
- Menos custos de transporte
- Menos custos de manutenção
- Geração de renda
- Fortalecimento dos mercados urbanos
- Menor importação de alimentos
- Produtividade em terrenos originalmente não produtivos
Dificuldades e Desafios
• Muitos dos agricultores urbanos cultivam terrenos baldios que
não lhes pertencem. Assim, correm o risco de verem o
investimento feito desaparecer quando a terra lhes for tirada
para outros propósitos

• O investimento inicial necessário para começar a actividade


agrícola pode ser um obstáculo para os cidadãos com
dificuldades financeiras. Os custos incluem: mão – de – obra,
água, ferramentas e equipamento, renda ou seguro, gestão
do terreno, processamento e comercialização dos produtos
agrícolas

• No caso do agricultor querer comercializar os seus produtos,


pode encontrar dificuldades nesse sentido, devido ao
monopólio comercial dos distribuidores industriais

• Conhecimento técnico limitado dos agricultores urbanos

• Vandalismo
Medidas Estratégicas
• Preservar as quintas na franja das cidades e incentivar iniciativas
de reconversão de terrenos baldios e sob explorados em áreas de
produção agrícola

• Estender aos agricultores urbanos o fácil acesso a serviços e


oportunidades relativos à prática agrícola, que até à data estão
apenas disponíveis para os agricultores rurais

• Promover e desenvolver a formação agrícola nas cidades,


nomeadamente nas escolas

• Patrocinar e preservar a pesquisa, integrando os conceitos de


saúde, nutrição, produção alimentar, economia, na perspectiva de
contribuir para a solução dos problemas urbanísticos das cidades

• Educar a classe profissional para que a agricultura urbana seja


considerada parte do planeamento urbano e regional

• Criar e apoiar infra-estruturas para a produção, processamento e


comercialização de produtos agrícolas urbanos
Casos Práticos

Alemanha, Espanha, Holanda,


França, Portugal
Alemanha - Berlim
Espanha - Barcelona
Holanda - Wageningen
França - Nantes
Portugal - Seixal
FIM
"There is a quiet revolution stirring in our food system. It is not
happening so much on the distant farms that still provide us with the
majority of our food; it is happening in cities, neighbourhoods, and
towns. It is a revolution that is providing poor people with an important
safety net where they can grow some nourishment and income for
themselves and their families. The revolution is taking place in small
gardens, under railroad tracks and power lines, on rooftops, at farms,
markets, and in the most unlikely of places. It is a movement that has
the potential to address a multitude of issues: economic,
environmental, personal health, and cultural.”

(Michael Ableman, "the Quiet Revolution," Fatal Harvest)

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