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Universidade Federal de Roraima

Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação


Programa de Pós-graduação em Letras

Estrutura musical dos Erenkons do circum Roraima:


discussões

AUTORES:
Emílio Gomes Martins
Devair Antônio Fiorotti
Introdução

 Experiências como músico

 Prática na composição musical

 Interesse pelo tema


Introdução
Desde que passei a compor e a transcrever música, a
mais de vinte e três anos na profissão de músico,
compreendo que a música é uma realidade dinâmica,
sujeita a várias interpretações, variações e
transformações. Essas interpretações, variações e
transformações podem constituir uma expressão
distinta da obra musical de acordo com o grau de
modificação envolvido. No entanto, decidir esse grau
de modificação não é, de todo, indiscutível.
Introdução
A música não existe em uma partitura, nem mesmo
em um CD ou em outros equipamentos eletrônicos e
tecnológicos, é uma arte que não tem existência
palpável, porém sua existência real é definida quando
executada. Contudo as partituras musicais não passam
de sinais de instruções para a sua execução, logo, um
instrumento de reprodução para a sua execução
através da leitura.
Questões de pesquisa
 De qual forma os elementos musicais se relacionam
com as demais formas de linguagem utilizadas nos
cantos tradicionais indígenas?
 Pode haver uma divergência em música e cantos
indígenas?
 A composição musical em ambiente indígena
elegeria novas formas composicionais?
 Até que medida as técnicas composicionais auxiliam
a composição dos povos indígenas?
Objetivo da pesquisa

 Ainda em caráter provisório tem por objetivo refletir


sobre a estrutura musical da composição dos cantos
tradicionais dos povos Taurepang e Macuxi do
circum-Roraima.
Reflexões

 Escuta dos áudios


 Planejamento
 Transcrições dos cantos
 Dificuldades
 Sucessos
 Problemas
Fundamentação teórica
 Pesquisadores como Valente (1999) e Tavares (2005)
relatam que a estrutura musical de uma composição se
organiza pelos seus elementos básicos como: melodia,
harmonia, ritmo, pequenos ciclos, sonoridades estranhas
ou já aceitas, notas musicais, intervalos musicais, e temas.
Esta organização reflete uma atividade formalizada, pois
na música ocidental são utilizados os códigos musicais
tradicionais, que requerem um conhecimento prévio a
respeito das regras e normas estabelecidas em séculos
passados.
 TAVARES, Braulio. Contando Histórias em Versos: poesia e romanceiro popular no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2005.
 VALENTE, Heloisa de Araújo Duarte. Os Cantos da Voz: entre o ruído e o silêncio. São Paulo: Annablume, 1999.
 Ao refletir sobre organização da estrutura musical de uma
composição, Schoenberg (1991) delineia que a estrutura
musical seria composta de diferentes subestruturas
conectadas por certos procedimentos formais. O conteúdo
de partes, seções e segmentos seriam interligados,
relacionados, e a estrutura musical da composição
relaciona o individual ao todo de forma orgânica.

 SCHOENBERG, Arnold. Fundamentos Da Composição Musical. Traduzido por Eduardo Seicman. São Paulo: EDUSP,
1991.
 Ao ouvirmos uma música, nossa imaginação acústica se
desperta. Deste modo, dela, muitas vezes, subtraímos
aquilo que é irrelevante com relação ao que entendemos
ser indigesto de sons que atingem nossos ouvidos. Ouvir a
música, assim como entender sua linguagem, é constituir
um ato cotidiano da imaginação criadora para que seu
mecanismo possa ser aceito sem reservas (ROSEN, 2000).

 ROSEN, C. A Geração Romântica. São Paulo, Edusp, 2000, p.25.


Reflexões
 Diante do que foi exposto, foi possível perceber
que estas composições não tiveram um
investimento de amplitudes melódicas, tal como
ocorre em geral na música ocidental europeia ao
longo de seu desenvolvimento histórico. Isso é
muito percepetivo nos os cantos, objeto de
estudo deste trabalho, em que a grande maioria
das melodias utiliza-se de recursos relativamente
simples.
 Embora o motivo temático deste canto utilize-se
repetições escalares simplificados, não se pense
que esta composição musical é necessariamente
pobre ou simplória.
 Os padrões da música indígena não demonstram
uma incapacidade, mas uma riqueza. Devemos
ser flexíveis quanto aos aspectos de hesitação
sonora com relação à afinação, de modo que
possa ser percebido como um resplendor de
riquezas timbrísticas da voz entrelaçada em torno
de um foco sonoro.
 As riquezas dos timbres vocais e aquilo que pode ser
entendido como ruídos não devem ser depreciados em nome
da nota precisa (afinada). Para isso, há necessidade de se
examinar a estrutura musical das composições produzidas
pelos índios brasileiros levando sempre em consideração,
tanto quanto possível, os próprios parâmetros da sociedade
indígena examinada, conforme os aspectos refletidos neste
trabalho como: a estrutura musical da composição indígena e
sua relevância, e o processo de construção dos cantos
específicos inseridos numa estrutura social específica.
 Restituir à música indígena nesse contexto é
contribuir para a sua compreensão efetiva e,
consequentemente, para a sua preservação.
Obrigado!

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