Você está na página 1de 25

A observação e identificação geral da obra

‐ identificar as cores, a composição, a organização da cena ou da


personagem, os objetos ou outros elementos representados.

A análise e interpretação da obra (análise apoiada


em pesquisa bibliográfica)
‐ pesquisar informações sobre o autor;
‐ pesquisar informações sobre o tema, as personagens e os
elementos presentes na representação;
‐ pesquisar sobre o contexto histórico, cultural e artístico em que a
obra foi produzida, influências da época;
‐ conhecer os elementos formais presentes na obra: a técnica, o uso
da cor, os recursos técnicos usados (perspetiva, profundidade,
elementos clássicos, arquitetónicos, naturalistas…).
Identificação da obra Análise e interpretação da obra
‐ Título ‐ Enquadramento da obra: quando
‐ Autor foi realizada, quem encomendou,
‐ Data a que se destinou/a sua função;
‐ Técnica usada ‐ Contexto histórico, cultural e
‐ Dimensões artístico da produção da obra;
‐ Local ‐ Caraterísticas formais: técnica,
composição, representação,
recursos técnicos usados,
influências.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano
Título: Escola de Atenas
Autor/data: Rafael (1508-1511)
Técnica/dimensões: Fresco, 4,40 x 7,70 m
Local: Câmara da Signatura, Vaticano

Autor: Rafael (1483–1520). Em 1509, Rafael Buonnaroti, ao


serviço da corte do Papa Júlio II em Roma, que era então um
dos principais focos do Renascimento, recebe a encomenda
e assina o contrato de realização da obra. O fresco integra-se
num conjunto pictural sobre as quatro paredes da Sala da
Signatura (sala de trabalho e biblioteca do papa).
Título: Escola de Atenas
Autor/data: Rafael (1508-1511)
Técnica/dimensões: Fresco, 4,40 x 7,70 m
Local: Câmara da Signatura, Vaticano

Enquadramento da obra: A Sala ou Câmara da Signatura, no Palácio do Vaticano,


apresenta os mais famosos frescos de Rafael. Foi o primeiro grande trabalho
executado pelo artista no Vaticano. Originalmente, a sala era usada pelo papa Júlio
II (papa entre 1503 e 1513) como biblioteca e escritório privado.

Os frescos foram pintados entre 1508 e 1511 e enquadram-se num programa


iconográfico, representando as três grandes categorias do espírito humano: a
Verdade, o Bem e a Beleza. A “Verdade sobrenatural” é ilustrada pelos frescos que
representam a Disputa do Sacramento mais sagrado (teologia), enquanto a
“Verdade racional” é ilustrada pela Escola de Atenas (filosofia).
A Sala ou Câmara da Signatura, no
Palácio do Vaticano, apresenta um outro
famoso fresco de Rafael - fresco
Parnassos.

Este fresco representa a poesia, Antiga e


do Renascimento, cujos poetas estão em
redor de Apolo.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano
Escola de Atenas, Título e tema da obra:
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, Escola de Atenas foi o título atribuído,
Câmara da Signatura, Vaticano
posteriormente, no século XVIII e representa a
visão idealizada do que seria, em síntese, o
ambiente do conhecimento e da sabedoria em
Atenas, transmitindo a importância da herança
cultural da Antiguidade Clássica grega.
Escola de Atenas, A Escola de Atenas pode
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, ser entendida como obra de arte e como
Câmara da Signatura, Vaticano
documento histórico. Nela estão contidas não só
a conceção estética e o tratamento pictórico que
marca a arte do Renascimento, mas é também um
testemunho histórico que transmite uma
mensagem sobre o humanismo e a herança da
cultura clássica em ligação com a modernidade.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, Composição da obra e personagens
Câmara da Signatura, Vaticano 1. Leonardo da Vinci sob os traços do
filósofo grego Platão;
2. Aristóteles;
3. Heraclito, filósofo grego, representado
5
sob os traços de Miguel Ângelo;
4. Estátua de Minerva, deusa das artes e
4
das ciências na mitologia romana;

1 2 11
9

10
7
3 8
6
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, Composição da obra e personagens
Câmara da Signatura, Vaticano 5. Estátua de Apolo, deus das ciências e
da música na mitologia grega;
6. Pitágoras, filósofo e matemático grego;
7. Diógenes;
8. Euclides;
5 9. Zoroasto;
10. Ptolomeu; 4
11. Autorretrato do pintor Rafael.

1 2 11
9

10
7
3 8
6
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, Composição da obra e personagens
Câmara da Signatura, Vaticano Ao centro Platão (1) aponta para cima com o dedo e segura
o seu livro Timeu na sua mão.
Ao seu lado está Aristóteles (2) com a sua obra Ética .
Diógenes (7) está deitado nas escadas, enquanto o filósofo
Heraclito (3) retratado como Miguel Ângelo está encostado
a um bloco de mármore escrevendo numa folha.
Pitágoras (6) é apresentado no canto esquerdo do primeiro
plano pretendendo explicar o diatesseron.

1 2

3 7
6
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, Composição da obra e personagens
Câmara da Signatura, Vaticano À direita podemos ver Euclides (8) que inclinado para o chão
está a ensinar geometria.
Zoroasto (9) segura a esfera celeste.
Ptolomeu (10) segura a esfera terrestre.
A personagem na direita com o barrete preto é o
autorretrato de Rafael (11) .

11

10

8
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano Análise formal da pintura
O conjunto das personagens está
inserido num espaço arquitetural:
a colocação das personagens
distribui-se harmoniosamente na
cena, organizada por linhas
verticais, horizontais e oblíquas
que podemos assinalar e que
organizam os planos e a simetria
da pintura.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano Análise formal da pintura
A organização das personagens e
o seu movimento estão pensados
de modo a que os olhos do
observador se dirijam para o
centro da cena representada.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano Análise formal da pintura
Podemos ainda destacar a
profundidade e o efeito de
“trompe-l’oeil” (ilusão ótica) como
se tratasse de uma cena teatral.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano
Análise de conteúdo
temático e histórico
Características do humanismo e do
Renascimento presentes na obra
‐ O lugar central do Homem e do
Conhecimento.
‐ O movimentos das mãos dos dois
filósofos ao centro colocam-nos
perante a discussão filosófica sobre
as duas vias para o acesso à
sabedoria/conhecimento, também
presente na organização simétrica
da cena. O antropocentrismo não
se limita apenas ao conhecimento
das ideias do Homem mas também
à representação do corpo através
de estudos anatómicos e
científicos desenvolvidos na época.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano
Análise de conteúdo
temático e histórico
Características do humanismo e do
Renascimento presentes na obra
‐ A importância da herança
greco-romana:
nas ideias, nas artes e na
arquitetura, não apenas como
cópia ou imitação mas
reinterpretação e renovação.
Pilastras Presença de elementos
arquitetónicos utilizados pelos
Tetos com caixotões arquitetos do Renascimento
incluindo Rafael, Miguel Ângelo e
Abóboda de berço Bramante.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano Análise de conteúdo temático e
histórico
Características do humanismo e do
Renascimento presentes na obra
‐ Utilização de diferentes perspetivas:
• ponto de fuga através do uso das cores;
• sucessão de círculos dos tetos e do céu.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, Análise de conteúdo temático e histórico
Câmara da Signatura, Vaticano
Características do humanismo e do Renascimento
presentes na obra
‐ As relações entre os artistas e o poder
Rafael está representado no fresco com barrete preto,
bem como outros artistas seus contemporâneos o que
revela o novo lugar do artista que assina as suas obras e
o apoio do mecenato.
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m, PLATÃO (1): filósofo
Câmara da Signatura, Vaticano
ateniense (427-347 a.C.),
com uma das suas obras
na mão O Timeu.

ARISTÓTELES (2): filósofo


ateniense (387-327 a.C.),
com uma das suas obras
na mão A Ética.

1 2
Escola de Atenas,
Rafael (1508-1511),
Fresco, 4,40 x 7,70 m,
Câmara da Signatura, Vaticano

Você também pode gostar