Johnny.silva@ifpa.edu.br Produção e consumo • Antes de tudo, o trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a Natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes a sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar- Se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. • Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a Natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças a seu próprio domínio. (MARX, 1999) Escola e mercado de trabalho • No campo educacional, as escolas e instituições de ensino, por intermédio de seus docentes, educadores e especialistas em educação, buscam, em alguns casos, atender às demandas do mercado de trabalho e voltam seus ensinamentos pedagógicos e seus programas curriculares, para esta prática (...). Ora, tal tarefa realmente é de responsabilidade da escola? É função das instituições de ensino basear seus conteúdos pedagógicos visando atender às demandas do mercado de trabalho? Consumismo • difusão do consumismo, numa sociedade dominada pelas aparências. O consumo interpela as qualidades alienadas da vida social moderna e se apresenta como a solução: promete as coisas mesmas que o narcisista deseja —charme, beleza e popularidade —através do consumo dos tipos "certos" de bens e serviços. Daí que todos nós, nas condições sociais modernas, vivemos como que cercados de espelhos; neles procuramos a aparência de um eu socialmente valorizado, imaculado (GIDDENS, 2002, p. 160). • as pessoas se esforçam para acompanhar esse desenvolvimento, porque o homem dito moderno é aquele que busca sê-lo, e o é consumindo o que tem de melhor, e o que é melhor é o mais caro, e o mais caro requer um melhor salário, e o melhor salário requer o melhor emprego, e o melhor emprego requer a melhor formação, e a melhor formação requer a melhor escola... • dentre as prerrogativas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vigente, a 9.394/96, está o disposto no item XI de seu 3º artigo, em que um dos princípios enaltecidos na ministração do ensino é a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. • o disposto no artigo 205 da Constituição Federal, de que a educação é dever do Estado e da família, devido às próprias características atuais da sociedade, o que se tem visto é uma autonomia cada vez maior dessas duas instituições, sem interlocução entre elas. • Weber (1999) disse que “o capitalismo [atual], que veio para dominar a vida econômica, educa e seleciona os sujeitos de quem precisa, mediante o processo de sobrevivência econômica do mais apto”. O prazer das compras – o consumismo no mundo contemporâneo (Ed. Moderna), Maria Helena Pires Martins • CE: Também podemos dizer que, hoje, os pais – mais ausentes – tentam recompensar essa falta de tempo compartilhado com itens de consumo? • MHM: Sim, a família deveria ser o primeiro lugar de aprendizado do consumo consciente. É evidente que crianças e mesmo os adolescentes mais jovens não têm o autocontrole suficiente para frustrar seus desejos de consumo. Caberia aos adultos responsáveis da família discutir o que são as necessidades de sobrevivência e o que é supérfluo; propor o reaproveitamento de vários itens e a reciclagem de outros; apontar as consequências do consumismo para a sobrevivência humana no planeta; conversar sobre outros modos de se ter satisfação que não seja o consumo desenfreado. Mas os pais teriam, também, de ser educados dentro dessa perspectiva. • CE: Em contrapartida, temos uma série de serviços que já apostam em um consumo colaborativo, desde aluguel de roupas até serviços de caronas. Estamos começando a repensar nossa relação com o consumo e o desperdício? • MHM: Sim, estamos começando a pensar nossa relação com o consumo e desperdício, por isso a educação é tão importante: antes de satisfazer todas as nossas vontades, precisamos pensar nas consequências de nossas ações para o futuro do planeta e para as gerações futuras. Hoje, já temos o uso compartilhado de bicicletas. Não tardará a chegar o uso compartilhado de carros, principalmente os elétricos. Precisamos de políticas públicas que enfatizem a necessidade do consumo consciente, do reuso, da transformação de objetos em matéria-prima para outros objetos, do descarte apropriado de pilhas, baterias, aparelhos eletrônicos, lâmpadas fluorescentes, tintas, pneus, óleo, além de políticas que incentivassem o uso de energia solar e eólica não só em indústrias, mas também nas residências, com um desconto do IPTU, por exemplo. http://www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/o-jovem-e- especialmente-suscetivel-aos-apelos-do-consumismo/ • (…) necessária e urgente se fazem a união e a rebelião das gentes contra a ameaça que nos atinge, a da negação de nós mesmos como seres humanos submetidos à ‘fereza’ da ética do mercado (Freire. 1966) • Todo ser humano é capaz de travar relações com o mundo em que vive, transformar-se e transformar a realidade, fazer cultura, fazer história e responsabilizar-se por ela. É preciso, portanto, fazer da conscientização o primeiro objetivo de toda a educação: antes de tudo provocar uma atitude crítica, de reflexão, que comprometa a ação. • Segundo Freire, a natureza da consciência compreende diferentes níveis que correspondem à ação humana no mundo: • A. Consciência intransitiva. Corresponde ao indivíduo imerso em sua realidade, mas sem objetivá-la, compreendendo os problemas pessoais e sociais de forma superficial, biológica e não histórica. Dados • com um período de análise mais longo, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) utilizados na pesquisa mostram que a estimativa pontual da taxa de desemprego geral (jovens e adultos) apresenta forte redução na segunda metade da década de 2000, até 2012, quando atinge 6,2%. O que você quer ser quando crescer? • Corseuil, Santos e Foguel (2001) relataram diversos fatores relevantes para a alocação do tempo entre os jovens de quatro países da América Latina incluindo o Brasil, e entre os principais determinantes, a educação dos pais, a presença de crianças e/ou idosos no domicílio e fatores institucionais e/ou culturais são decisivos sobre a escolha do jovem.