Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Batuqueiros do Silêncio: uso da Tecnologia Assistiva no
ensino de música ao surdo
Gilmar de Souza Araújo
Pós graduação Libras Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI INTRODUÇÃO • O presente artigo é fruto de uma inquietação minha enquanto professor de música, acerca do uso de estratégias tecnológicas para o ensino de música ao surdo. Licenciado em música pela Universidade estadual de Feira de Santana (UEFS) e atualmente cursando Letras/Libras pela Uniasselvi, o desejo surgiu quando tive a oportunidade de participar como bolsista do Subprojeto musicando a escola, pertencente ao Programa institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) percebi em sala de aula que existiam muitos surdos que demonstravam interesse pela música, as aulas eram ministradas por um grupo de quatro bolsistas, e pelo fato de já conhecer a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), fiquei responsável pelo coral de surdos, realizamos algumas atividades, e nesse mesmo ano apresentei o resultado desse trabalho na universidade. Entretanto, no ano seguinte fui transferido de escola, e ao final da graduação resolvi pesquisar sobre as duas áreas com as quais me identifico: Música e Surdez. A elaboração do meu trabalho de conclusão de curso abordou o seguinte tema: O ensino de música para alunos surdos; desafios e perspectivas na escola, o objetivo principal dessa pesquisa foi verificar os desafios e as estratégias pedagógicas adotadas pelos bolsistas ao se depararem com turmas mistas com alunos surdos e ouvintes, em aulas de música na escola. Sendo assim, resolvi aprofundar as minhas pesquisas sobre estratégias de ensino de música ao surdo. Baseado nessa perspectiva, este trabalho se propõe a investigar como se deu o processo de ensino de música às pessoas surdas através do projeto Batuqueiros do silêncio, a partir do uso de Tecnologia Assistiva (TA), bem como trazer também um questionamento para área da surdez e da Música, qual metodologia a ser adotada, para inclusão social e transmissão dos conteúdos de música, bem como os benefícios proporcionados por essa experiência sonora. • O trabalho está dividido em três capítulos, que apresentarão a partir primeiro capítulo, o conceito do termo tecnologia Assistiva, e o seu significado, e as suas diversas categorias, bem como a revisão bibliográfica, trazendo para discussão desse trabalho, autores que dialogam com o uso de TA, como BERSCH, (2013) e GALVÃO FILHO (2009) e uso dessas tecnologias na área de surdez, no segundo capítulo será apresentada a metodologia, descrevendo o processo de coleta de dados, e no terceiro capítulo traremos as considerações finais acerca do trabalho, bem como os resultados alcançados. • No Brasil, segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística), temos aproximadamente 45.606.048 de indivíduos com algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora, mental ou intelectual. Estes correspondem a 23,9% da população total, sendo 26,5% mulheres e 21,2% homens. Dentre as deficiências, 18,6% são visuais; 5,10% auditivas, 7% motoras e 1,4% mentais ou intelectuais. Para a Organização Mundial de Saúde 2011, a deficiência faz parte da condição humana, sendo que em algum momento da vida todos terão algum tipo. Por tanto, a maioria das familiais, possuem um membro que tenha alguma deficiência, implicando em cuidados, entre eles: o educacional. Portanto, existe uma parcela considerável de pessoas com demandas especiais. • Portanto, em algum momento da vida, qualquer cidadão que possua algum tipo de necessidade especial poderá fazer uso de alguma tecnologia assistiva, sendo assim, o educador precisa ter um olhar sensível às diferenças dentro do espaço escolar, e a partir dessa perspectiva inclusiva, possibilitar a ampliação dos conhecimentos de cada grupo de indivíduos, mas que sejam respeitados as suas especificidades. A Tecnologia Assistiva e Suas Classificações
• Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de
característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidades reduzidas visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão. (GALVÃO FILHO, et al., 2009, p. 26) • O termo Tecnologia Assistiva surgiu segundo Brescht 2005, em 1988, sendo uma tradução do termo em inglês Assistive Technology, que, consiste num conjunto de ações com o objetivo de tornar a vida do deficiente mais acessível, permitindo-lhe realizar desde atividades simples do cotidiano, bem como proporcionar qualidade de vida e inclusão social.
• (BERSCH, 2005) apud (GALVÃO 2009)
Tecnologias Assistiva e as políticas públicas
Em relação ao que tange as políticas públicas podemos citar
como significativo avanço, ao que concerne o uso da tecnologia assistiva, a promulgação do decreto, Nº 3.298 de 1999 e que discorre sobre o direito de qualquer cidadão que possua algum tipo de deficiência, ao auxílio de ajudas técnicas. Os Surdos e a Tecnologia Assistiva • Em primeiro lugar, para falar sobre Tecnologia assistiva e a sua relação com a surdez, é preciso antes de tudo, voltarmos ao passado e relatar todo processo histórico pelo qual o povo surdo enfrentou e enfrenta até os dias atuais no que tange a sua inclusão de fato na sociedade. Definir o surdo vai além apenas da visão estereotipada do sujeito que não escuta e nem fala “Povo surdo: Conjunto de sujeitos surdos que não habitam o mesmo local, mas que estão ligados por uma origem, tais como a cultura surda, usa a língua de sinais, têm costumes e interesses semelhantes, histórias e tradições comuns e qualquer outro laço compartilhado” (Strobel, 2006, p.06) Análise dos dados • 1- Qual o seu primeiro contato com o Surdo e a Libras? • 2 -Qual a sua formação acadêmica? • 3 - Como surgiu a ideia de criar um projeto de música voltado para comunidade surda? • 4 - Quais desafios encontrados para ministrar as aulas de musica? • 5- Que tipo de Tecnologia Assistiva você usou para auxiliar nas aulas de música? • 6 - Quais resultados alcançados para o objetivo do projeto? • 7 - Qual metodologia adotada para inclusão social e transmissão dos conteúdos de música? • 8 - Como você avalia os resultados desse projeto, com o uso da Tecnologia Assistiva para inclusão do surdo? • 9 - O que mudou na sua prática como educador Musical, a partir da pedagogia inclusiva ? • 10- Quais benefícios sociais a atividade musical proporcionou aos participantes do projeto? Considerações • Por tanto, podemos perceber o quanto a educação musical, aliada a inclusão pode gerar frutos, percebemos que a prática musical pode ir além apenas da percepção sonora, mas do que sentir a partir de outras experiências, e assim, alcançar sujeitos de diferentes características, como o surdo, e para além disso, desfazermos paradigmas quanto ao se pensar música e surdez.
• O projeto Sons da pele, tem uma importância fundamental no cenário musical
aliado a inclusão, pois a partir de metodologias e uso de tecnologias assistivas proporcionou o surdo fazer música. Referências • Almeida Danice Betania de Acessibilidade e tecnologias assistivas. / Danice Betania de Almeida; Greiser Moser Badalotti.- Indaial: UNIASSELVI, 2018 • Barbosa, Josilene Souza Lima A Tecnologia assistiva digital na alfabetização de crianças surdas/ Josilene Souza Lima Barbosa- São Cristovão, 2011. • • BRASIL, 1999. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298.htm Acesso em: 24 jul. 2018. • • Brasil. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas. Tecnologia Assistiva – Brasília: CORDE, 2009. 138 p. • • BERSCH, R., 2005. Introdução à Tecnologia Assistiva. Disponível em Acesso em 10 jul 2018. BERSCH, R. Tecnologia assistiva e educação inclusiva. In: Ensaios Pedagógicos, Brasília: SEESP/MEC, p. 89-94, 2006. • • BERSCH, R. Design de um serviço de tecnologia assistiva em escolas públicas. 231 f. Dissertação (Mestrado em Design). Programa de Pós Graduação em Design da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre: 2009b