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CENTRAL

TERMOELÉTRICA

M.H.Hirata

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CENTRAL TERMOELÉTRICA

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CENTRAL TERMOELÉTRICA
Ciclos

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CENTRAL TERMOELÉTRICA
Ciclo da mistura água+vapor
• A água, a baixa temperatura, que sai do
condensador entra na BOMBA onde tem sua
pressão é elevada.
• A água, a alta pressão e baixa temperatura, entra
no ECONOMIZADOR (um trocador de calor
líquido-gás) onde é aquecida aproveitando os
gases quentes da combustão.
• A água, a alta pressão e alta temperatura, entra no
GERADOR DE VAPOR (um trocador de calor com
mudança de fase) onde é transformada em vapor.
• O vapor gerado no gerador de vapor é lançado no
SUPERAQUECEDOR (um trocador de calor gás-
gás) onde tem sua temperatura e pressão elevados
até os valores adequados para se aproveitado pela
turbina.
• O vapor superaquecido entra na TURBINA A
VAPOR (uma máquina térmica) onde se expande
gerando trabalho que é utilizado para acionar o
gerador elétrico.
• O vapor que sai da turbina está a baixa pressão e
entra no CONDENSADOR (um trocador de calor
com mudança de fase) onde é condensado.

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CENTRAL TERMOELÉTRICA
Ciclo da água de resfriamento

TORRE
BOMBA
CONDENSADOR

CONDENSADOR: No lado do casco entra vapor que é condensado


No lado dos tubos entra água fria que é aquecida no processo
de condensação do vapor.
BOMBA: Tem como função circular a água que foi resfriada na torre e é aquecida no
condensador.
TORRE (de arrefecimento): Tem como função resfriar a água quente que sai do
condensador.
Este resfriamento é feito com a utilização de ar frio que
é insuflado na parte inferior da torre.
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CENTRAL TERMOELÉTRICA
Ciclo da mistura ar+gases combustão
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5

2
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1 10

1 - CINZEIRO 7- ECONOMIZADOR
2- FORNALHA 8- AQUECEDOR DE AR
3 - CÂMARA DE COMBUSTÃO 9- BOMBA DE ÁGUA
4 - GERADOR DE VAPOR 10- VENTILADOR
5 - SUPER AQUECEDOR 11- CHAMINÉ
6 - TUBULÃO

6
7
FUNDAMENTOS (6)

Energia interna (U) e entalpia (H)


H=U+p ou por unidade de massa h=u+p
GRANDEZA SÍMBOLO DIMENSÃO SI INGLES

Entalpia H [ML2T-2] kJ Btu


Entalpia h [L2T-2] kJ/kg Btu/lb
Específica

u  (1  x ) u f  xu g  u f  x (u g  u f )
m vapor
x  título
m h  (1  x )h f  xh g  h f  x (h g  h f )

T (oC) P (bar) hf hfg=hf - hg hg


25 0.0317 104.90 2442.3 2547.2
50 0.1235 209.33 2382.7 2592.1
100 1.014 419.04 2257.0 2676.1 8
FUNDAMENTOS
Princípios de Conservação
HIPÓTESES
- o regime é permanente
- o volume de controle possui apenas uma entrada e uma saída

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA MASSA EQ. CONTINUIDADE


  
m1  m 2  m
PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA EQ. ENERGIA

1 1
(p e  Ve  gz e )  (p s  Vs2  gz s )  (p f )  (p s )  w t  w b
2
2 2

 p e 1 Ve2   p s 1 Vs2 
   
 g  2 g  z e    g  2 g  z s   h f  h s  h t  h b
   
9
FUNDAMENTOS
Entropia
A entropia é uma grandeza extensiva e muito útil para quantificar a eficiência
de um processo.

2
Q
S 2  S1   s  (1  x )s f  xs g  s f  x (s g  s f )
1
T

GRANDEZA SÍMBOLO DIMENSÃO SI INGLES

Entropia S [ML2T-2-1] kJj/K Btu/oR


Entropia s [L2T-2-1] kJ/(kg.K) Btu/(lboR)
específica

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FUNDAMENTOS
Diagrama T-S
-região 1: delimitada pelas linhas de líquido
saturado e de vapor saturado; nesta região
tem-se uma mistura bifásica composta de
líquido e de vapor. A quantidade de vapor
contida na mistura aumenta à medida que se
aproxima da linha de vapor saturado
A quantidade de líquido contida na mistura
aumenta à medida que se aproxima da linha
de líquido saturado.

-região 2: localizada a esquerda da linha de


líquido saturado; nesta região tem-se apenas
líquido (subresfriado).

- região 3: localizada a direita da linha de


vapor saturado; nesta região tem-se apenas
vapor (superaquecido).
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EQUIPAMENTOS
Turbina a Vapor

T4
T1
T1 p3
p1
p1

ALTA BAIXA PRESSÃO

T2 T3

P2 p3 T2

p2

UM ESTÁGIO DOIS ESTÁGIOS

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EQUIPAMENTOS
Turbina a Vapor

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EQUIPAMENTOS
Turbina a Vapor
  
m1  m 2  m

     V22  V12   
Q W t  m  h 2  h 1     W t  m( h 1  h 2 )
  2 
 
W s  m ( h 1  h 2S )

 Wt
 t  
t m
 turbina  
s  Ws

s  
m 15
EQUIPAMENTOS
Exemplo: Turbina
Pretende-se avaliar o desempenho de uma turbina a vapor que opera com
as condições fornecidas na tabela abaixo. Pede-se calcular o calor perdido
para o meio e, também, a eficiência isoentrópica do equipamento. A
potência da turbina é de 1000kW.
GRANDEZ PRESSÃO TEMP. VEL. VAZÃO TÍTULO ENTALPIA ENTROPI
A A
(bar) (oC) (m/s) (kg/h) (kJ/kg)
kJ/(kg.K)
ENTRADA 60 400 10 4600 3177.2 6.5408
SAIDA 0.1 50 0.9 2345.4

O primeiro termo a ser avaliado é a variação de entalpia específica


: com p1 = 60 bar e T1= 400oC entra-se na tabela de propriedades do vapor superaquecido
e se obtém o valor da entalpia h1= 3177.2 kJ/kg e da entropia s1 = 6.5408 kJ/kg.K, na
entrada da da turbina.
: na saída tem-se uma mistura bifásica, logo
h 2  h f 2  x 2 (h g 2  h f 2 )

mas com p2 = 0.1 bar a tabela de propriedades da água saturada (pressão) fornece
hf2 = 191.83 kJ/kg e hfg = 2392.8 kJ/kg
o que permite calcular
h2 = 191.83 + (0.9)(2392.8) = 2345.4 kJ/kg
(h2 – h1) = - 831.8 kJ/kg 16
EQUIPAMENTOS
Exemplo: continuação
O segundo termo a ser avaliado é a variação da energia cinética

 V22  V12   50 2  10 2  N kJ 
     2 3   1.2kJ / kg
 2   2  kg.m / s 10 N.m 

O calor perdido para o meio é calculado a seguir com a utilização da equação da energia
   V 2  V12  4600
  831.8  1.2  kW   61.3kW
 
Q  W  m  h 2  h 1    2   1000 
  2  3600  kJ.s 

e o sinal negativo confirma que há uma perda de calor para o meio.

A análise dos valores referentes aos diferentes termos na equação da energia confirma as
observações anteriores de que numericamente o maior termo é aquele associado à variação
da entalpia.

para se avaliar a eficiência isentrópica é necessário calcular .


: num processo isentrópico tem-se que s 1 = s2 = 6.5408 kJ/kg.K
: o estado (2s) é definido pela pressão p 2 = 0.1 bar. A tabela de propriedades da água

saturada fornece:
hf (2s) = 191.83 kJ/kg hg (2s) = 2584.7 kJ/kg hfg (2s) = 2392.8 kJ/kg
sf (2s) = 0.6493 kJ/(kg.K) sg (2s) = 8.1502 kJ/(kg.K)
17
o que permite calcular o valor do título x(2s) utilizando a relação
s = sf + x(sg – sf)
EQUIPAMENTOS
Exemplo continuação
Substituindo os valores
6.5408 = 0.6493 + x(2s)(8.1502 – 0.6493)
x(2s) = 0.78

 Tendo calculado o título, a entalpia do estado (2s) é calculada imediatamente


h(2s) = hf (2s) +x(2s)[hg(2s) – hf(2s) = 191.83 + 0.78(2392.8 = 2058.2 kJ/kg

 A potência no processo isentrópico é fornecida pela relação:


  4600
W s  m h 1  h (2s)    3177.2  2058.2  1429.8 kW
3600

Logo a eficiência isentrópica é estimada como sendo



Wt 1000
 turbina  
  0.7
Ws 1429.8

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EQUIPAMENTOS
Bombas
DESLOCAMENTO POSITIVO

Bomba Alternativa Bomba de Engrenagens Bomba de Lóbulos

AXIAIS E CENTRÍFUGAS

Bomba de Fluxo Axial Bomba de Fluxo Radial


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EQUIPAMENTOS
Bombas e Compressores

  
  Wc 
  h 2  h 1

  WC
 m 

 compressor  m
W CS
   
  W CS 
    h 2S  h 1 m
 m 

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CICLO DE POTÊNCIA
Unidade Motora Simples

Processo (1’’2’’) compressão adiabática (s =cte)


Processo (2’’3’’) evaporação isobárica (p =cte.)
com mudança de fase.
Processo (3’’4’’) expansão adiabática (s = cte)
Processo (2’’3’’) condensação isobárica (p =cte.)

com mudança de fase.

p
2’’1 evaporação 3’’ T

2’’ 3’’
compressão expansão

condensação

1’’ 4’’ 1’’ 4’’

V
S
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CICLO DE POTÊNCIA
Unidade Motora Simples
TURBINA
 
W turbina  m(h 3  h 4 )

CONDENSADOR
 
Q condensador  m(h 4  h 1 )  
W turbina  W bomba ( h 3  h 4 )  (h 2  h 1 )
 

BOMBA Q caldeira (h 3  h 2 )

 
W bomba  m(h 2  h 1 )

CALDEIRA
 
Q caldeira  m(h 3  h 2 )
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CICLO DE POTÊNCIA
Ciclo Ideal de Rankine

Processo (12) processo de


bombeamento adiabático, na bomba.
Processo (23) processo de
evaporação a pressão constante, na
caldeira.
Processo (34) processo de
expansão adiabática, na turbina.
Processo (23) processo de
condensação a pressão constante, no
condensador.

área (1  2  2'3  4  1)
t 
área (a  2  2'3  b  a )

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CICLO DE POTÊNCIA
Exemplo: Ciclo de Rankine
Pretende-se avaliar o desempenho de um ciclo de Rankine que opera com as
condições fornecidas na tabela abaixo. Pede-se calcular o rendimento
térmico do ciclo e a vazão mássica do vapor requerido.
PONTO LOCAL PRESSÃO TÍTULO ENTALPIA ENTALPIA ENTROPIA ENTROPIA
(estado) (MPa) hf hg sf sg
(kJ/kg) (kJ/kg) kJ/(kg.K) kJ/(kg.K)
(1) Entrada da 0.008 174 ---
bomba
(2) Entrada da 8 182
caldeira
(3) Entrada da 8 --- 2758 --- 5.743
turbina
(4) Saída da 0.008 0.675 174 2577 0.593 8.229
turbina

na entrada da turbina - ponto (3) – a pressão é de 8 MPa e o vapor é saturado.


Da tabela de propriedade da água saturada – tabela de pressão - tem-se que:
h3 = 2758 kJ/kg
s3=5.743kJ/(kg.K).

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CICLO DE POTÊNCIA
Exemplo: Ciclo de Rankine (continuação)
na entrada da turbina - ponto (3) – a pressão é de 8 MPa e o vapor é saturado.
Da tabela de propriedade da água saturada – tabela de pressão - tem-se que:
h3 = 2758 kJ/kg
s3=5.743kJ/(kg.K).

na saída da turbina – ponto (4) – a pressão é de 0.008 MPa e a entropia é a mesma do ponto
(3)
{processo isentrópico}.
Com o valor da pressão a tabela de propriedades da água saturada – tabela de pressão
fornece
sg = 8.229 kJ/(kg.K).
sf = 0.593 kJ/(kg.K)
estes valores são utilizados para se estimar o título
OBS: o vapor na saída da turbina contém uma grande quantidade de gotículas de água
h 4  h f  x 4 (h g  h f )  174  0.675(2577  174)  1795kJ / kg
 a entalpia pode ser calculada como

na entrada da bomba – ponto (1) – a pressão é 0.008 MPa e o líquido é saturado.
Logo a tabela de propriedades da água saturada – tabela de pressão fornece
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h1 = 174 kJ/kg
CICLO DE POTÊNCIA
Exemplo: Ciclo de Rankine (continuação)
 na entrada da caldeira – ponto (2) – a pressão é de 8 MPa e a entropia é conhecida uma vez
que a bomba opera segundo um processo isentrópico.
Utilizando a expressão que fornece a potência da bomba tem-se:

W bomba
h 2  h1  
m
Levando-se em conta que

W bomba

  dp  1 (p 2  p1 )
m
tem-se imediatamente que
10 6 kJ
h 2  h 1  1 (p 2  p1 )  174  1.0084 * 10  8  0.008 * 3  182
3

10 kg
 a eficiência térmica pode agora ser estimada como:
 
W turbina  W bomba (h 3  h 4 )  (h 2  h 1 )  2758  1795  182  174
    0.37

Q caldeira (h 3  h 2 )  2758  182

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CICLO DE POTÊNCIA
Exemplo: Ciclo de Rankine (continuação)
 a vazão mássica de vapor pode ser calculada utilizando a expressão da potência da turbina

 
W turbina  m (h 3  h 4 )  (h 2  h 1 )

Logo
 (100)
m (10 3 * 3600)  3.77 * 10 5 kg / h
963.2  8.1

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CICLO DE POTÊNCIA
Influência da Temperatura e da Pressão

- A diminuição da pressão na saída da turbina é acompanhada por uma diminuição


da temperatura com que o calor é rejeitado.
- O aumento do trabalho líquido, representado pela área (1-4-4’-1’-2’-2-1) é
praticamente igual ao calor transferido ao fluido, representado pela área (a’-2’-2-a-a’)
e, como conseqüência, tem-se um aumento do rendimento. Aliás, este fato é
evidente ao se observar que a temperatura média do calor rejeitado é menor e,
portanto, menos energia é perdida (rejeitada).

- O superaquecimento do vapor é conseguido com a utilização de superaquecedores,


um equipamento geralmente presente nas caldeiras a vapor.
- A razão entre o ganho do trabalho liquido [área (3-3’-4’-4-3)] pelo gasto adicional de
calor [área (b-3-3’-b’-b)] é maior do que a razão entre o trabalho liquido e o calor gasto
no resto do ciclo; o rendimento, portanto aumenta. Aliás, este fato é evidente ao se
observar que a temperatura média com que o calor é transferido ao vapor é maior. 29
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Ciclo De Potência
Ciclo de Rankine com Melhoramentos
: SUPERAQUECEDOR
: ECONOMIZADOR

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CICLO DE POTÊNCIA
Re-aquecimento
Para se conseguir um aumento do rendimento através da utilização de
pressão mais alta, sem o inconveniente de se ter muita umidade nos estágios
de baixa pressão da turbina, lança-se mão do ciclo com reaquecimento.

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CICLO DE POTÊNCIA
EXEMPLO: Melhorias

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CICLO DE POTÊNCIA
Regeneração
No ciclo regenerativo ideal a água de alimentação da caldeira é pré-aquecida
fazendo-a passar ao redor da turbina, no sentido inverso ao do vapor. .

No ciclo regenerativo real, o vapor que sai da caldeira, entra na turbina onde sofre uma
primeira expansão. Num certo estágio da turbina, uma parte do vapor é extraída e enviada
para o trocador de calor – regenerador - e o restante do vapor continua expandindo nos
estágios seguintes da turbina para ser lançado no condensador. A água que sai do
condensador é bombeada para o trocador de calor – regenerador - onde é aquecida antes
de ser bombeada de volta para a caldeira.A conseqüência básica deste processo de
regeneração reside em se aumentar a temperatura na qual o calor é fornecido . 34
CICLO DE POTÊNCIA
Ciclo Regenerativo (real)

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CICLO DE POTÊNCIA
Co-geração
A co-geração é utilizada quando se tem a necessidade de utilização de vapor
para fins industriais além da alimentação da turbina para geração de
eletricidade

QA

Turbina WT
Alta
Baixa
pressão
pressão
Caldeira

QB
Processo Térmico Condensador

líquido
WB2 WB1
Misturador

Bomba Bomba

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