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DIREITO ADMINISTRATIVO:

Prof. Lindson
Alunos:
Charles Rodrigues de Arana
Fernando das Mercês
Guilherme Alexandre Nascimento Souza
Pablo Rummenigge L. Viana
CONCEITO

“é o instrumento processual adequado para


reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico e por
infrações da ordem econômica (art. 1º, Lei
7.347/85), protegendo os direitos difusos da
sociedade” (Hely Lopes Meirelles)
PREVISÃO LEGAL
• art. 129, III, CF;
• Lei 7.347/85;
• Lei 7.853/89 (deficientes físicos)
• Lei 7.913/89 (mercado de capitais);
• Lei 8.069/90;
• Lei 8.078/90;
• Lei 8.884/94 (infrações da ordem econômica);
• arts 26, II e 37, Lei 11.340/2006 (Lei Maria da
Penha)
OBJETO
• Bens patrimoniais ou extrapatrimoniais.
• Bens materiais ou imateriais.
Omissão e controle de políticas Públicas:
• Não é qualquer omissão administrativa que pode ser
objeto da ação civil pública:

“Ao administrador falece a opção de fazer ou não fazer,


quando a conduta é determinada pela lei. Se a lei
determinar o agir, o administrador não pode ser omitir”
(TJRJ 2007.001.51246).

Observação: se a conduta for discricionária, não poderá ser


objeto da ACP (TJRJ 2007.001.27319)
PEDIDO
Art 3° da Lei 7.347/85:
“Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro OU o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.”
Cumulação de pedidos:
• Atualmente, o STJ admite a cumulação de pedido condenatório com o
cumprimento de obrigação (leading case Resp 605.323).
Observação: a jurisprudência admite pedido de obrigação de não fazer
quando a relação jurídica for consumerista (TJRJ 2007.002.15834)
Arguição de Inconstitucionalidade:
• Problema: parte inicial do art. 16, LACP.
• Controvérsia:
– 1ª Corrente: Majoritário: STJ RE 424993: admite, desde que a
arguição de inconstitucionalidade não seja o objeto único, mas
simples questão prejudicial.
– 2ª Corrente: Hely Lopes: não admite, justamente porque a decisão
tem efeitos, na prática, erga omnes, incluíndo todos os
jurisdicionados da área de competência do juiz da ação.
PARTES
• Legitimidade ativa: art. 5°, Lei 7.347/85:

Ministério
• Qualquer MP.
Público
Defensoria • Inserido pela Lei 11.448/2008
Pública
Entes • União, Estados, Municípios e
Federativos Distrito Federal.

• Constituída há + de 1 ano;
Associação • Finalidades institucionais.
PARTES-LEGITIMIDADE ATIVA
• Para Marçal Justen Filho, deve existir uma pertinência temática, ou seja,
um vínculo entre as competências ou objeto de sua atuação e o dano a
ser eliminado.
Legitimidade do MP:
• inicialmente voltada para os direitos difusos e coletivos, a
jurisprudência passou a admitir a tutela do MP nas ações
coletivas que tratem de direitos individuais indisponíveis
(EREsp 466861e REsp 620622 STJ).
Admitida a Legitimidade do MP:
1. Reajustes de mensalidades escolares (Súmula 643/STF);
2. Defesa do Patrimônio Público: (Súmula 329/STJ);
3. Preço de passagem em transp. coletivo: (STF RE 441.318);
4. Interesses individuais homogêneos indisponíveis (STJ Resp 854.557 , Eresp
819.010);
5. Interesses individuais indisponíveis (uma única pessoa): (STJ Resp 830.904).
6. Questões envolvendo preço público (STJ AgRg no Resp 856.378);
PARTES-LEGITIMIDADE ATIVA
Inadmitida a legitimidade do MP:

1. Questões sobre tributos, FGTS e contribuições


previdenciárias (art. 1°, parágrafo único, Lei
7.347/85 e STF RE 559.985-AgR )
2. Questões previdenciárias (STJ Resp 396.081);
3. Taxa de iluminação pública (STJ Resp 914.234)
PARTES-LEGITIMIDADE PASSIVA

• “a legitimação passiva estende-se a todos os


responsáveis pelas situações ou fatos
ensejadores da ação, sejam pessoas físicas ou
jurídicas, inclusive as estatais, autárquicas ou
paraestatais (...)”. (Hely Lopes Meirelles).
PRAZO
• A LACP é silente quanto ao prazo prescricional, e surgiram dois
entendimentos no STJ:
• 1. aplica-se o prazo prescricional comum do de dez anos do art. 205, CC.
(REsp 331.374);
• 2. prevalece a aplicação analógica do prazo prescricional de 5 anos da
ação popular, porque ambas as ações pertencem a um mesmo
microssistema de tutela dos interesses difusos (REsp 727.131-SP).

COMPETÊNCIA
• Regra de competência: art. 2°, caput, LACP:

“Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e
julgar a causa”.

Fundamento: pela facilidade de obtenção de prova testemunhal e realização


de perícia que forem necessárias à comprovação do dano.
COMPETÊNCIA
• Regra de competência: art. 2°, caput, LACP:

“Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e
julgar a causa”.

Fundamento: pela facilidade de obtenção de prova testemunhal e realização


de perícia que forem necessárias à comprovação do dano.
PROCEDIMENTO
• Procedimento: ordinário do CPC.
• Medida liminar: é possível, quando pedida na inicial e desde que presentes o
fumus boni juris e o periculum in mora.
• A liminar não poderá esgotar, no todo ou em parte, o objeto da ação (art. 1º.
§3º, da Lei 8.437/92), e só poderá ser concedida após ter sido ouvido, em 72
hs, o representante judicial da pessoa jurídica de Direito Público (art. 2º, da
Lei 8.437/92).

• É cabível também da liminar o pedido de suspensão perante o Presidente do


Tribunal, que pode ser formulado a qualquer tempo, pela pessoa jurídica de
direito público interessada para “evitar grave lesão à ordem, à saúde, à
segurança e à economia pública (art. 12, §1º, LACP).
•Mesmo com a existência de medida liminar, a jurisprudência admite a tutela
antecipada na ACP (TJRJ 2007.002.31706 ; 2007.002.31954 ; 2007.002.12441).
PROCEDIMENTO
Inquérito Civil:
• “o procedimento administrativo a cargo do MP que se
configura como preparatório da ação civil pública,
ensejando a colheita de elementos para a sua
propositura” (Carvalho Filho).
• é facultativo, e não é requisito obrigatório para a ACP
(STJ REsp 448023).
• As provas colhidas no inquérito têm valor probatório
relativo, porque colhidas sem a observância do
contraditório, mas só devem ser afastadas quando há
contraprova de hierarquia superior, ou seja, produzida
sob a vigilância do contraditório (STJ REsp 476660).
SENTENÇA
Natureza jurídica da sentença na ACP:
1ª Corrente: preponderantemente condenatória (Hely Lopes Meirelles).
2ª Corrente: ,a natureza da sentença vai depender do pedido formulado na
ação. Se for condenatória, o conteúdo é condenatório pecuniário; se for de
obrigação de fazer ou não fazer, mandamental. No caso de improcedência, será
declaratória negativa. Em caso de anulação do ato, será desconstitutiva
(Carvalho Filho).

• Destinatário da indenização: havendo condenação em dinheiro, a indenização


pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal
(Decreto 92.302) ou por Conselhos Estaduais (art. 13).
• Litigância de má-fé: art. 17.
• O autor da ação não está, em princípio, obrigado a adiantar custas, despesas
ou honorários periciais (art. 18 e TJRJ 2008.002.04386).
• O MP não paga custas (art. 18, IV, Lei Estadual RJ 3.350/99), e os entes
federativos são isentos (art. 17, IX).
RECURSOS
• O STJ já entendeu que são aplicáveis à ACP os
prazos recursais do CPC (REsp 128.081).

• O juiz poderá conferir efeito suspensivo a


qualquer recurso, para evitar dano
irreparável ao recorrente (art. 14).

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