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SAÚDE E NUTRIÇÃO NO GRUPO MATERNO

INFANTIL

Profª Msc Ethel cristina souza santos


Perfil de saúde das gestantes brasileiras
(PNDS,2009; OMS,2014)
• Em 2006, a primeira causa de óbito materno eram as hemorragias;

• Causas de óbito materno no Brasil (OMS,2014) :


HAS;Hemorragias;infecções no pós parto e aborto

• Taxa de mortalidade materna: em 2014, foram registrados 1.552 óbitos


maternos, por 100 mil nascidos vivos, com destaque para as regiões
Sudeste, com 540 óbitos maternos, por 100 mil nascidos vivos.
Situação da saúde materna

• Hipertensão e hemorragia estão entre as principais causas da mortalidade materna no Brasil e no mundo, e
ocorrem principalmente pela má qualidade da assistência no pré-natal e no parto.

• Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade materna no Brasil caiu 58% entre 1990 e 2015, de 143 para
60 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos.

• Levando em consideração os dados de 2010 e 2015, sendo o último ano ainda com dados preliminares, a
proporção da mortalidade materna diminuiu de 12%, saindo de 67,9 para 60 óbitos por 100 mil nascidos.

• No Brasil, os números são bastante heterogêneos e podem variar conforme a região do país, de 44 até 110
óbitos por 100 mil nascidos vivos.
OMS,2017
Situação da saúde materna

• Quanto mais precária a assistência, a hemorragia acaba sendo a primeira causa de morte
materna. Já no grandes centros, a hipertensão acaba se destacando, por causa de uma qualidade
de pré-natal não adequado.
• A hipertensão é a elevação da pressão arterial que leva a um comprometimento da saúde da
mulher, e aí a pré-eclâmpsia é um fator fundamental.
• No estado de São Paulo, é a causa mais comum para a morte materna. Já as hemorragias
acontecem, principalmente, por partos mal acompanhados, por ruptura uterina e problemas com
a placenta. O parto cesariano eleva o risco da placenta ficar aderida, por exemplo, e a mulher ter
hemorragias.
OMS,2017
Situação da saúde materna

• Todos os anos, quase 76 mil mães e 500 mil bebês no mundo morrem por causa
da pré-eclâmpsia. A doença afeta de 8% a 10% das gestações no mundo e
responde por 20% de todas as hospitalizações para tratamento intensivo
neonatal.
OMS,2017
Fatores de risco associados ao risco
habitual
Todas as gestantes sem fator de risco encontrado em estratificação devem ter
seu pré-natal realizado na Atenção Básica:
Fatores relacionados às características individuais e às condições sociodemográficas desfavoráveis:
• Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos;
• Fatores relacionados à ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a
agentes físicos, químicos e biológicos, estresse;
• Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente;
• Situação conjugal insegura; -Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular);
• Condições ambientais desfavoráveis;
• Altura menor do que 1,45m;
• IMC (Índice de Massa Corporal) que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade

(BRASIL,2012)
Mais de 80% das gestações evoluem sem complicações -gestação de baixo risco
Já as de alto risco são aquelas em que a vida ou saúde da mãe e/ou do feto e/ou
do recém nascido têm maiores chances de serem atingidas que as média da
população, sendo associadas a altas taxas de mortalidade fetal
Características sociodemográficas das
gestantes brasileiras (PNDS,2009)
Condições ao nascer(PNDS,2009)
Fatores que interferem no resultado da
gestação
• Estatura, peso materno, IMC pré-gestacional;
• Ganho de peso gestacional;
• Idade materna;
• Intervalo interpartal;
• Infecções e anemia;
• Trabalho físico excessivo durante a gestação;
• Diabetes gestacional ou prévia à gestação;
• Síndromes hipertensivas da gravidez;
• Condições socioeconômicas e de vida;
• Cigarro, álcool, cafeína, edulcorantes artificiais
PANORAMA DA SAÚDE INFANTIL

Compromissos internacionais: metas do milênio pela ONU (2000)


• 8 objetivos dentre eles, reduzir a mortalidade infantil (em 66% entre 1990 e 2015 em menores
de 5 anos); melhorar as condições de saúde materna (reduzir em 75% , entre 1990 e 2015, a taxa
de mortalidade materna);
Situação da saúde infantil no brasil

• Segundo dados da UNICEF (2008) o Brasil é o país que possui a maior


população infantil de até 6 anos de idade das Américas.
• A taxa de mortalidade infantil é um dos indicadores mais eficazes na
avaliação da qualidade de vida de uma determinada população.
• Segundo o IBGE: a mortalidade infantil caiu de 82,8 por mil nascidos
vivos em 1980 para 24,9 por mil nv em 2006 – queda de 45%
• A OMS classificou o Brasil no grupo de países com taxa de mortalidade
infantil média (entre 20 e 49 por mil nv)
FATORES RESPONSÁVEIS PELA QUEDA NA
MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL
Melhorias na condições de vida e na atenção a saúde da criança :
SAN;
Saneamento básico;
vacinação;
modelo de atenção à saúde
Óbitos de menores de 1 ano, por neonatal precoce, neonatal tardia e pós-neonatal
(UNICEF,2006)

Região (UF) Neonatal precoce(0 Neonatal tardia Pós-neonatal


a 6 dias) (7 a 27 dias) (28 a 364 dias)
Brasil 51% 15% 33%

Norte 50% 13% 37%

Nordeste 52% 13% 35%

Sudeste 51% 18% 31%

Sul 51% 17% 32%

Centro-oeste 50% 17% 33%

Dados da PNDS-2006 reforçam a mesma tendência


Proporção de óbitos por grupo de causas em menores de 1 ano de
idade (brasil,2004)

CAUSA ÓBITOS(%)
Afecções perinatais 61,25
Causas mal definidas 8
Doenças infecciosas e parasitárias 7,46
Doenças do aparelho respiratório 6,67
Causas externas 2,22
Doenças do aparelho circulatório 0,89
neoplasias 0,30
Outras causas 21,21
Em menores de 5 anos: mortalidade no brasil

• Em 1990 a taxa de mortalidade na infância era de 57,6 óbitos para


cada mil nv; em 2006 caiu para 29,9.

• Em 2015 chegamos próximo a 17,9 de taxa de mortalidade na


infância.
Estado nutricional e saúde na infância

• Segundo Dados da PNDS (2006):


• Queda de 12,7 % em 2000 para 3,5% em 2006 no baixo peso para idade

No nordeste a prevalência de desnutrição em menores de 2 anos é 4


vezes maior que no sul.

• Em 2006, o déficit de estatura para idade em menores de 5 anos foi de


7% e atingiu seu pico no segundo ano de vida, 12,3%. Já o baixo peso
para idade nesta faixa etária foi de 1,7% e o déficit de peso-para-altura
foi de 1,9%.
CONDIÇÕES DO ALEITAMENTO MATERNO

A PNDS de 2006 mostrou aumento : duração mediana de de 2,2 meses para


aleitamento exclusivo e para o aleitamento para 9,4 meses.

A II Pesquisa de prevalência de Aleitamento materno nas crianças brasileiras e


DF realizada com 34.366 menores de 1 ano: o AME passou de 23,4 dias para 54,1
dias; entre os menores de 4 meses passou de 35,5% para 51,2. E o alietamento
materno aumentou um mês e meio.
Estado nutricional e saúde na infância

Obesidade-epidemia de sobrepeso/obesidade no Brasil, diferenças entre gêneros e


regiões; a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009 revela que entre crianças
de 5 a 9 anos de idade, no período entre 1980-2009, o sobrepeso passou de 15%
para 34,8% entre meninos, e de 11,9% para 32% entre as meninas; já obesidade
nesta mesma faixa etária, cresceu de 4,1% para 16,6% entre meninos, e de 2,4%
para 11,8 % entre meninas.

Transição nutricional: redução da


desnutrição infantil e aumento do excesso
de peso
Programas de assistência à saúde da criança

PAISC: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, aleitamento


materno e alimentação complementar, assistência e controle das infecções
respiratórias agudas (IRA), controle das doenças diarréicas e Imunização.
AIDPI: estratégia com finalidade de promover rápida e significativa redução da
mortalidade infantil(OMS e UNICEF)
ESF: fundamental para a implantação e implementação da estratégia AIDPI.
PNAN: tem como principais grupos –alvo o segmento materno-infantil.
PBF: programa de transferência de renda, que apresenta condicionalidades e
representa , através da dimensão saúde e educação, uma das garantias para a
SAN para crianças e mulheres
Assistência nutricional no pré-natal

APN: estratégia para redução da morbi-mortalidade materna e perinatal


Sucesso da APN: equipe multiprofissional, cuidado precoce e garantia da assistência de qualidade
ao longo da gestação
Captação precoce e início imediato da APN: avaliação de riscos e encaminhamento ao PN de Alto
Risco.
O Caderno de Atenção Básica tem
por objetivo orientar o
atendimento de acordo com as
evidências mais atuais,
objetivando a realização de uma
prática humanizada, integral, em
rede, garantindo um padrão de
acesso E qualidade (MS,2013).
AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPÇÃO

•Objetivo: identificar fatores de risco ou doenças que interfiram no resultado da


gestação
•Planejamento familiar (lei no. 9.263/96, Brasil) – redução da morbimortalidade
materna e infantil
•Avaliação pré-concepção:
• anamnese, exames físico,ginecológico e laboratoriais;
• orientações: nutricional; sob hábitos de vida e uso de medicamentos;
• avaliação da condição do trabalho;
• suplementação com ácido fólico (5mg VO/dia, 60 a 90 d antes da concepção);
• medidas educativas (data da menstruação, intervalo intergestacional/partal > 2anos, prevenção
de infecções);
• avaliação de doenças crônicas
(MS, 2012, 2013)
ATENÇÃO PRÉ-NATAL E PUERPERAL

OBJETIVO do PN: assegurar o desenvolvimento da gestação,


permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto
para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e
as atividades educativas e preventivas.
ATENÇÃO PRÉ-NATAL E PUERPERAL QUALIFICADA E
HUMANIZADAS: incorporação de condutas acolhedoras e sem
intervenções desnecessárias, do fácil acesso a serviços de saúde de
qualidade, com ações que integrem todos os níveis de atenção.
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS): deve ser a porta de entrada
preferencial da gestante no sistema de saúde. E a partir da
avaliação da necessidade de cada usuária e seguindo orientações
do protocolo local, o acesso a outras redes assistenciais deve ser
garantido às gestantes.

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