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Os Sistemas de Movimento:

Fluxos Rodoviários

Ana Paula C. Oliveira


Andressa A. Albuquerque
Maria Emília G. V. Reis
Índice
 1- Crescimento das Frotas de Automóveis
 2- Mobilidade
 3- Transporte de cargas
 4- Ampliação dos circuitos espaciais de produção
 5- Fragmentação das cadeias produtivas
 6- Estratégia Brasileira de Exportação
 7- Tipologias da Viscosidade
 8- Problemas referentes aos Fluxos Reais
 9- Problemas referentes aos Fluxos Nominais (Financeiro)
 10- Conclusões

 11- Bibliografia
Crescimento das Frotas de Automóveis

Brasil Rio de Janeiro São Paulo Rio Grade do Acre


Sul

1950 259,5 91,6 129,5 165,2 28.688,8


1970 37,6 22,2 18,8 - 175,4

1996 8,12 - - - -

Quadro 1: Aumento da frota de automóveis no Brasil. Fonte: Santos, 2001.


Crescimento das Frotas de Automóveis
BRASIL 8,12
Sudeste 5,52
Sul 4,85
Centro-Oeste 6,22
Nordeste 17,67
Norte 17,61
Estado Automóvel por pessoa
Maranhão 40,89
Piau 34,11
Distrito-Federal 3,47
São Paulo 4,47
Quadro 2: proporção de automóveis por pessoa em 1996. Fonte: Santos, 2001.

 O peso das relações preexistentes e os níveis de rendas


inferiores, entre outras razões contribuem para uma
motorização menor no nordeste;
Mobilidade

Intramunicipais Intermunicipais
São Paulo 2.893 1000
Rio de Janeiro 1.000+ -
Minas Gerais 1.000+ -
Rio Grande do Sul 1.000+ -
Bahia 700 952
Santa Cataria 700 -

Quadro 3: Evolução das linhas de ônibus Intramunicipais e intermunicipais


(1994). Fonte: Santos, 2001.
Mobilidade

 A evolução geral das linhas interestaduais mostra uma


queda tanto na quantidade de linhas como nas distancias
percorridas;
 Presença do poder público no sistema de transportes é
insuficiente, os fixos e fluxos passam a pertencer ao
domínio mercantil tanto na quantidade quanto na
frequência;
 A oferta decorre da existência de um consumo básico
mínimo, que por sua vez depende da renda das pessoas e
de suas possibilidades de acesso;
Transporte de cargas
1970-1990 1990-1994 1970-1994
(carga nacional
transportada)
Evolução das +15,6 vezes -3,7 vezes -
empresas
São Paulo - 31,6% -
SC,RG,PR,MG e RJ 57% 91,5%
Centro-Oeste 3%
Quadro 4: Evolução das empresas de transportes rodoviários. Fonte: Santos, 2001.

 Escoamento das produções agropecuárias modernas


 Crescimento explosivo entre 1970 – 1990
 Diminuição entre 1990-1994
 Resposta a processos de fusão entre empresas
 Quantidade transportada
Ampliação dos circuitos espaciais de
produção

 A predileção do Governo Brasileiro pelo modal rodoviário


para realização da integração do mercado nacional não
teve nada de acidental, pois este modal se apresentava
enquanto o modo mais viável para promover a
consolidação de um espaço mais fluido e coeso e os
melhoramentos das estradas poderiam ser realizados de
forma gradual, não exigindo grandes investimentos de
capital para possibilitar o início de sua operação (Rangel,
2005);
Ampliação dos circuitos espaciais de
produção
4

3,5

3
INVESTIMENTOS NO SETOR PÚBLICO FEDERAL
BRASIL
2,5
Participação Percentual em Relação ao PIB
2
TRANSPORTES
%

1,5

0,5

0
74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 000 001
2 2

ANO

Grafico 1. Fonte: SILVEIRA, 2008.


Fragmentação das cadeias produtivas

 Terceirizações de serviços de transporte e logística como


modelo para alcançar eficiência na distribuição de
mercadorias, pessoas e informações;
 Diminuição de custos e tempo de circulação de
mercadorias;
 Impasse entre a logística do “Estado” enquanto
planejador, viabilizador e gestor das infraestruturas de
transporte versus a logística das “empresas” enquanto
implementadoras de medidas estratégicas para reduzir os
custos que a circulação das mercadorias ocasiona;
Fragmentação das cadeias produtivas

 A fragmentação das cadeias produtivas modificou a matriz de


desenvolvimento, designando maiores incentivos às commodities;
 Esses produtos de baixo valor agregado possuem volume e peso
elevados e, por isso, a maior intensidade de caminhões e o aumento
de peso das cargas contribuem para o esgotamento do modal
rodoviário (SILVEIRA, 2009);
 A reestruturação produtiva do país acarretam numa precarização das
relações de trabalho através de uma retaylorização: redução da
capacidade de se compreender o que está sendo realizado, devido
ao desgaste que a realização de diversas tarefas ocasionam ao
trabalhador. (PROSCURCIN, 2001);
Estratégia Brasileira de Exportação

 Expansão global dos circuitos produtivos;


 A redução das barreiras alfandegárias pertence ao novo
sistema de normas das a serviço das grandes demandas
corporativas, enquanto a mobilidade populacional é
dificultada.
 Criação/participação de blocos econômicos enquanto
estratégia de desenvolvimento político e econômico.
 Para tal, será necessário realizar modificações de caráter
normativo e infra estrutural para facilitar a circulação de
mercadorias entre os países.
Estratégia Brasileira de Exportação
Tabela 1: Principais destino das exportações brasileiras no ano 2008 ( em US$
milhões)
Mercados Valor 2008/2007 (%) Participação (%)
América Latina e 51.196 22,5 25,9
Caribe
MERCOSUL 21.737 25,3 11,0
Demais da Al e 29.459 20,5 14,9
Caribe
União Européia 46.395 14,8 23,4
Ásia 37.442 49,3 18,9
Estados Unidos 27.648 9,2 14,0
África 10.170 18,6 5,1
Oriente Médio 8.055 25,9 4,1
Europa Oriental 5580 29,5 2,8
Fonte: SECEX/MDIC, 2009.
Estratégia Brasileira de Exportação

 Vale ressaltar que a integração do mercado domestico


brasileiro ocorreu através de elevados investimentos no
modal rodoviário e o mesmo foi responsável pela
incorporação de áreas que até o momento fugiam à logica
do capital, possibilitando o desenvolvimento das mesmas
(SILVEIRA, 2007).
 O Estado possui uma frente passiva quanto a estagnação
dos investimentos do setor de transporte nas ultimas
décadas e ativa devido ao alto grau de concessões de
serviços públicos à iniciativa privada.
Figura 1: Vetores Logísticos conforme PNLT, 2009.
Tipologias da Viscosidade

 A fluidez da circulação devera variar conforme conforme


as viscosidades que o espaço apresentar, sendo que
essas podem ser físicas ou normativas.
 É necessário realizar uma “reorganização dos “sistemas
de objetos” no espaço, assim como dos “sistemas de
ações” em escala regional, a fim de romper barreiras e de
consolidar um espaço acional mais poroso e coeso, visto
que, melhorar a infra estrutura conduz a uma maior
produtividade dos fatores de produção” RIETVELD apud
ARAUJO, 2006, P.17);
Problemas referentes aos Fluxos Reais

 As rodovias foram eleitas pelo governo


brasileiro como modal ideal da integração
territorial do país representando 65/5 do total
de transportes do país;
 As estimativas do Plano Nacional de Logística
é de que a participação do modal rodoviário
caia para 33% até 2025 através da distribuição
mais equitativa do transporte de cargas para
outros modais.
Problemas referentes aos Fluxos Reais

Tabela 2: Malha Rodoviária brasileira em extensão em 2007.


Tipo Pavimentada Não Pavimentada Total
Federal 61304 13.636 74.940
Estadual 17.056 6.365 23.421
Coincidente
Estadual 106.548 113.451 219.999
Municipal 26.770 1.288.941 1.315.711
Total 211.678 1.422.393 1.634.071
Fonte: CNT, 2009.
1.748.267 km DE RODOVIAS sendo
172.879 km PAVIMENTADAS

Transporte de:
60,49% CARGAS
96,18% PASSAGEIROS

1.010,1 hab/km ou 1m de RODOVIA PAVIMENTADA


para CADA habitante (EUA=14m/hab)

ESTADO DE CONSERVAÇÃO: ÓTIMO-BOM = 40,9%


DEFICIENTE-PÉSSIMO = 59,1%

Fontes: CNT – DENATRAN - DNIT - GEIPOT


Problemas referentes aos Fluxos Reais

 A baixa qualidade da infraestrutura rodoviária influi


nos custos de combustível e nos custos de
conservação do automóvel;
 Segundo dados do DNIT, em 2009 27% das rodovias
estavam em mau estado de conservação, 39% em
estado regular e 35% em bom estado;
 O caso dos caminhoneiros;
Frota (1996) %
São Paulo 699.873 37,5%
Região Concentrada 150.000 por Estado -
(RJ,PR,MG,RS)
Quadro 5: Crescimento da frota de caminhões (carga) no Brasil. Fonte: Santos, 2001.
Problemas referentes aos Fluxos Reais

Tabela 3: Distribuição anual de cargas na matriz de transporte brasileira em 2005

MODAL Milhões (TKU)


Rodoviário 485.625
Ferroviário 164.809
Aquaviário 108.000
Dutoviário 33.300
Aéreo 3.169
Total 794.903
Fonte: ANTT,2006.
Problemas referentes aos Fluxos
Nominais (Financeiro)

 A circulação dos fluxos reais ocorre sobre um


espaço normatizado;
 IPVA, ICMS;
 Taxas influenciam nas localizações das empresas
e nas rotas realizadas pelos produtos;
 O ICMS é utilizado também para incentivar as
interações espaciais entre determinados estados
da União, ou seja, uma interações são ditadas por
um sistema de normas com base tributária;
Problemas referentes aos Fluxos
Nominais (Financeiro)

 As diferentes alíquotas cobradas pelos Estados


acarretam maiores custos logísticos em
detrimento da redução da redução dos custos
logísticos em detrimento da redução dos custos
fiscais, propiciando assim, o “o turismo” de
produtos, que realizam percursos de rotas
desnecessárias a fim de adquirir vantagens
fiscais.
Conclusões
 Para superara a crise, a necessidade de se estreitar os laços com
outros países se torna uma estratégia de desenvolvimento,
beneficiando empresas e aumentando o número de empregos
formais;
 As sucessivas revoluções logísticas intensificam a fluidez das
informações e mercadorias;
 No entanto, a fluidez não é igualitária em todos os espaços, pois nem
todos possuem demanda suficiente para a manutenção de sua
funcionalidade de modo otimizado;
Conclusões
 Há no país unidades federativas com diferentes densidades e
qualidades de malha rodoviária, de modo que ha maior coesão
interna em alguns Estados ou regiões do que no âmbito da nação;
 Há fatores estruturais e tributários que contribuem enquanto entrave
para esta maior integração;
 As logísticas de “Estado” e das empresas estão em constante
embate entretanto deve-se colocar em foco questões intrínsecas à
produção de um espaço mais fluido, coeso com a consequente
busca por equidade regional;
Bibliografia
 PROSCURCIN, Pedro. O trabalho na reestruturação produtiva: análise da industria e da
concorrencia, Rio de Janeiro: Campus, 1996.

 RANGEL, I. Obras Reunidas de Ignácio Rangel. Contraponto: Rio de Janeiro, v. 1 e 2, 2005

 SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. Por uma geografia do movimento: fluxos rodoviários.
In: ________. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.
p. 176-180.

 SILVEIRA, Márcio Rogério. As cinco revoluções e evoluções logísticas: impactos sobre o


território brasileiro. São Paulo: Expressão Popular, 2008, p. 13-42.

 SOUZA, Vitor Hélio Pereira de; SILVEIRA, Márcio Rogério. O transporte rodoviário no Brasil:
algumas tipologias da viscosidade. In: SILVEIRA, Márcio Rogério (Org.). Circulação, transportes e
logística: diferentes perspectivas. São Paulo: Outras Expressões, 2011. p. 277-297.

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