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Plano de ensino

I – EMENTA
Abordagem dos processos tratamento de água de
abastecimento público, de corrosão e proteção da corrosão
no âmbito da Química.

II. OBJETIVOS GERAIS


Dar condições ao futuro engenheiro de interagir com os
principais processos envolvidos nas suas atribuições no
exercício da engenharia como o Tratamento de Água
para Abastecimento Público, a Corrosão e a Proteção
Contra a Corrosão.

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Conteúdo programático

Principais características e usos da água. Objetivos do


tratamento de água, suas etapas, formas de controle da
qualidade da água tratada. Legislação principal sobre
o uso do recurso água. Metodologia de ensaio para
escolha dos produtos químicos a serem usados visando
otimizar o tratamento Taxa de corrosão. Noções gerais
sobre corrosão eletroquímica, sobre a proteção contra
a corrosão e sua prevenção.

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Ensaios práticos
Os ensaios práticos que serão realizados no curso são:
1 – Determinação do pH ótimo de coagulação e floculação
de uma amostra de água.
2 – Determinação das quantidades econômicas de reagentes
químicos a serem usados no tratamento de água para
abastecimento público.
3 – Constatação da diferença de potencial em uma pilha
galvânica;
4 – Inversão da polaridade de uma pilha galvânica por
mudança do meio;
5 –Heterogeneidades que determinam o surgimento da
diferença de potencial (temperaturas, concentrações, meios
diferentes, aeração diferencial, ativo-passivo);
6 – Constatação da ação de inibidores da corrosão, de
revestimentos anódicos e de revestimentos catódicos;
7 – Proteção por anodo de sacrifício;
8 – Proteção por corrente imposta.

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CORROSÃO EM ESTRUTURAS

METÁLICAS

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Metais ferrosos como o aço e o ferro fundido são
de largo uso na fabricação de estruturas e outros
componentes.

 Os metais apresentam a
tendência natural de
atingirem um estágio mais
estável por meio da formação
de um composto metálico.

 O processo espontâneo é a
corrosão que é a reação do
metal com componentes do
meio considerado. 5
 Os principais minérios de ferro são Fe2O3 (hematita),
Fe3O4 (magnetita), e 2 Fe2O3.3 H2O(limonita) .

 Por redução destes se obtém o ferro elementar (puro)

 O ferro elementar é instável, como os demais metais,


e tende a voltar ao seu estado mais estável oxidando-
se; causa básica da corrosão.

 Nesse processo tem-se a formação do óxido de ferro,


mais estável, conhecido como ferrugem.

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consequências
 a) reposições de matéria prima, energia e mão-de-obra;

 b) custos e manutenção de processos de proteção;

 c) uso de materiais mais caros (aço inoxidável, etc) no lugar


dos mais baratos (aço ao carbono, etc);

 d) superdimenisionamentos;

 e) interrupções na produção;

 f) perdas de produtos;

 g) contaminações de produtos;

 h) menor eficiência do equipamento;


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 i) eventuais riscos em potencial de acidentes
e poluição em ambientes de trabalho;

 j) eventuais riscos em potencial de explosões


e incêndios, etc;

 k) queda de rendimento.

 l) perda de propriedades das estruturas como


a resistência mecânica, comprometendo a
estabilidade da estrutura.

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 O aço das estruturas sofre
oxidação, pois normalmente
estão expostas ao tempo ou
em ambientes úmidos e
muitas vezes agressivos.

 Cuidados com manutenção,


tanto corretiva como
preventiva, devem ser
tomados para prolongar a
vida útil das mesmas

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Como acontece a corrosão?
 A maioria dos metais é encontrada
combinada com um ou mais
elementos, na forma de minérios, que
são as formas oxidadas na natureza.

 A purificação dos metais exige


aplicação de energia em grandes
quantidades. Assim como a
conformação final.

A tendência de decréscimo energético é a principal


força motriz da corrosão.
Tipos de corrosão
Corrosão Atmosférica
 A corrosão atmosférica do aço carbono é um processo
eletroquímico (reações químicas + fluxo de elétrons). Metais
sujeitos às condições climáticas sofrem este tipo de corrosão

É descontínuo, o efeito acumulado é função do tempo de


contato com eletrólitos e da velocidade média de corrosão
durante estes períodos.

 A extensão do ataque depende das condições climáticas, da


umidade relativa, da chuva, neblina, orvalho, temperatura do
ar, ventos, poluentes e superfície metálica,

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principais fatores
 tempo de contato
 tempo que a superfície fica
recoberta por uma película de
água (como a chuva e o
orvalho).

 poluição atmosférica
 os cloretos dos ambientes
marinhos se depositam como
pequenas gotas ou cristais
formados.
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 ação de sulfatos
 mais presente em ambientes
industriais, onde há presença de
sulfurados SOx como SO2, SO3 e o
SO42– .

 O SO2 é gerado pela queima de


fósseis pela atividade vulcânica,
solubilizado na água (chuva e
orvalho) forma o ácido sulfuroso.
Oxidado forma ácido sulfúrico.
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A previsão do desempenho do aço carbono em um
ambiente é complexa, depende de muitos fatores:

condição inicial de exposição;


massa da amostra;
orientação e velocidade do vento;
condição de abrigo;
natureza dos produtos de corrosão e poluentes não
medidos.

 O ambiente ao qual o aço está exposto determina a


sua velocidade de corrosão.
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Corrosão Uniforme
 Se desenvolve de forma
homogênea sobre a
superfície metálica, a
perda de massa e
espessura igual em todos
os pontos. Ocorre em
ambiente homogêneo.

 Aços ao carbono e as
ligas de cobre sofrem este
tipo de ataque.

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 O mecanismo dessa corrosão envolve a existência
reações eletroquímicas uniformemente.

 É comum e de fácil controle, consiste em uma


camada visível de óxido de ferro pouco aderente que
se forma em toda a extensão do perfil.

 A velocidade de corrosão uniforme é em geral


expressa em termos de perda de massa por unidade
de superfície e unidade de tempo ou pela perda de
espessura de metal corroído em função do tempo
 Ocorre pela exposição direta do aço carbono a um
ambiente agressivo sem um sistema protetor ou
quando o mesmo é rompido e não reparado.

 Rapidamente ocorre a formação de pilhas do tipo


ativo-passivo ou outras do tipo ação local ou
aeração diferencial.

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Prevenção e Controle
 Limpeza superficial com jato de areia e renovar a
pintura antiga.

 Reforço ou substituição dos elementos danificados.

 Pode ser evitada com a inspeção regular da


estrutura e com o uso de ligas especiais como o aço
inoxidável.

 Sua localização é uma das mais simples e permite


evitar problemas com manutenção preventiva.
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Corrosão por Placas
 Os produtos formam-se em placas que se desprendem
progressivamente.

 Ocorre em metais que formam películas inicialmente


protetoras que ao se tornarem espessas, fraturam e
perdem aderência, expondo o metal ao novo ataque.

 Podem ser formadas crostas espessas de ferrugem em


forma de lâminas.

 Ocorrem também quando a corrosão se dá por depósito,


como em casos de aeração diferencial.
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corrosão por pites ou alveolar
 É localizada , formam-se
pequenas cavidades de
profundidade considerável
e significativa em relação
a espessura do material.

 Ocorre de forma
localizada, sendo também
chamada de puntiforme.
Não apresenta material
circundante (produto do
ataque). 20
 Ataca materiais metálicos que formam películas
protetoras passivantes.

 Ocorre nos pontos frágeis da película passivante.


 Onde há quebra da película formam-se pilhas do tipo
ativo-passivo em locais de pequena área (pontos)

 Não há redução homogênea da espessura, ocorre


dentro do equipamento, é de difícil acompanhamento.

 O meio torna-se ácido dificultando a restituição da


camada passiva inicial.
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prevenção e controle
 As peças não devem acumular substâncias na
superfície e os depósitos devem ser removidos.

 Deve ser realizada levando em conta o estado em


que o processo corrosivo se encontra.

Efetuar a limpeza no local e cobrir o furo aplicando


sobre ele um selante especial.

 Pode requerer intervenção mais complexa, reforço da


estrutura ou substituição de peças.
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Corrosão por Lixiviação
(lâminas de material corroído)
 Forma laminas de material oxidado e se espalha
pelo seu interior até camadas mais profundas.

 O combate a essa corrosão no metal, é feito


normalmente com tratamento térmico

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Corrosão Erosão
 Ocorre em locais turbulentos onde o meio corrosivo
se encontra em alta velocidade e aumenta o grau de
oxidação das peças.

 Encontra-se esse problema em locais que contenham


esgotos em movimento, despejo de produtos
químicos (indústrias) ou ação direta de água do mar
ou de rios (portos, pontes e embarcações).

 Ela pode ser diminuída por revestimentos resistentes,


proteção catódica, redução do meio agressivo e
materiais resistentes à corrosão.
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 Destrói, pontualmente a
princípio, as camadas protetoras
(passivas) formadas pelos
produtos de corrosão, formando
pilhas ativo-passivo.

 Quando associado com o


processo erosivo, mais intenso
se torna o processo corrosivo,
ocorrendo um desgaste maior do
que se apenas agisse um dos
processos
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Corrosão sob Tensão
 É resultante da soma das
ações da tensão de tração e
do meio corrosivo.

 Normalmente, regiões
tensionadas funcionam como
anodos.

 Com o tempo surgem micro


fissuras que podem acarretar
um rompimento brusco da
peça antes da percepção do
problema. 26
Corrosão por Frestas
 A ação da aeração diferencial e/ou
da concentração iônica diferencial
causa a formação de pilhas em
frestas nos materiais metálicos.

 Aparecem em juntas soldadas,


juntas por rebites, em ligações com
flanges, em uniões por roscas de
parafusos, e em inúmeras
configurações de que permitam
formação de frestas.

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 No projeto, as frestas devem ser
minimizadas com o objetivo de
reduzir a corrosão.

 As ligações parafusadas são


largamente utilizadas na montagem
final, quando a estrutura está
próxima de sua consolidação final.

 Por se tratar de uma ligação com


maior grau de flexibilidade, requer
cuidados especiais na sua execução
para que a situação final da
estrutura seja a do projeto.

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Corrosão em Ranhuras
 Defeitos com cantos vivos,
locais para depósito de solução
aquosa, depósito e acúmulo de
sujeira ou exposição do material
não protegido, podem
apresentar essa forma de
corrosão.
Muitas vezes passam
desapercebidas em
manutenções e se tornam
visíveis somente quando o
material oxidado aflora na
superfície após ataque mais
intenso. 29
Corrosão em Canto Vivo
 Há diversos modos de
evitar a corrosão mas,
para cada tipo existe um
método que melhor se
aplica.
 Processos de prevenção
exigem investimento e são
realizados com as peças
ainda em ambiente
industrial.
 Revestimentos são feitos
na própria obra e dão
qualidade à peça. 30
Corrosão Galvânica
 Forma bastante comum de corrosão em meio
aquoso e pode ocorrer quando dois metais
diferentes são conectados eletricamente em um
mesmo líquido formando uma pilha.

 Enquanto um dos metais cede elétrons ao outro e se


corrói (anodo), o outro metal fica protegido, e não
sofre ataque (catodo).

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 Para que a corrosão galvânica ocorra é necessário que
existam três condições concomitantes:

1. Metais diferentes ou heterogeneidade num mesmo metal


 2. Presença de eletrólito;
3. Contato elétrico entre os dois metais.

 Se uma das três condições não ocorrer, não haverá corrosão


galvânica.

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Cuidados em Projetos
 É difícil proteger uma estrutura metálica se ela foi mal
projetada sob o ponto de vista da corrosão.

 A proteção da corrosão mais barata e eficiente é o


projeto correto, desfavorecendo o ataque corrosivo.

 Uma construção econômica é a que apresenta os


menores custos totais ao longo de sua vida.

 Custos de manutenção, como a pintura, constituem parte


importante do custo total.

 A construção mais barata pode não ser a mais


econômica.
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CORROSÃO EM ESTRUTURAS

DE CONCRETO

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 É o principal material de
engenharia usado em
construções.

 É usado nos mais variados


tipos de construções como:
pontes, edifícios, barragens,
muros de arrimo, em pisos
de tipos variados, pavimentos
de estradas etc
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Vantagens do Uso
 Flexibilidade na escolha das formas, economia,
durabilidade, resistência ao fogo, possibilidade de ser
fabricado no próprio canteiro de obras e aparência
estética.

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Desvantagens do Uso
 baixa resistência à tração, baixa ductilidade e
alguma contração

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composição
 As composições são variadas, mas contém (em
volume) entre 7 e 15% de cimento portland, 14 a
21% de água, 0,5 a 8% de ar, 24 a 30% de
agregados finos e 31 a 51% de agregados grossos.

 A pasta de cimento atua como uma “cola” que liga


entre si as partículas do agregado

 O cimento portland endurece devido a reações com


a água, denominadas reações de hidratação.

 Estas reações são complexas e não estão


totalmente esclarecidas. 38
Concreto Armado
 A resistência à tração do concreto é dez a quinze
vezes menor que à compressão.

 Assim , o concreto é usado em compressão, nos


projetos de engenharia.

 Se uma peça em concreto será submetida a forças de


tração (vigas), o concreto é moldado contendo no seu
interior barras de aço como reforço.

 Desta forma, os esforços de tração são transferidos


para o aço por aderência entre o aço e o concreto. 39
 O concreto reforçado por aço, na forma de barras,
redes ou outras armaduras criteriosamente colocadas,
recebe a designação de concreto armado.

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 Uma variável do concreto armado é o concreto
protendido que pode ser pré ou pós tensionado

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 Na hidratação são produzidos álcalis, principalmente
o hidróxido de cálcio que se dissolve na água e
preenche os poros e capilares do concreto
conferindo-lhe um caráter alcalino.

 Isto proporciona uma passivação do aço que consiste


numa capa ou película protetora composta de óxidos
compactos e contínuos, que mantém a armadura
protegida, mesmo em concretos com elevada
umidade.

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 O cimento recobre as armaduras, o concreto deve
ter alta compactação, sem falhas e com teor de
argamassa adequado e homogêneo, para garantir,
por impermeabilização, a proteção do aço ao
ataque de agentes agressivos externos.

 A exposição das estruturas de concreto armado às


condições ambientes, chuva ácida, poluentes como
o SO2, e CO2 e especialmente a ambientes
contaminados com cloretos, pode provocar a
corrosão de armaduras.

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 O CO2 ao penetrar no concreto e reage com o
Ca(OH)2, provocando a diluição do passivante da
armadura, com possibilidade de corrosão na
presença de umidade.

 A carbonatação é outra reação que provoca a


diluição do passivante, permitindo o início do
processo de corrosão, quando em presença de água
(eletrólito), oxigênio e diferença de potencial da
armadura.

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 A corrosão das armaduras destrói o aço imerso no
concreto, causa expansão volumétrica, gerando
tensões significativas.

 A manifestação da corrosão das armaduras ocorre


sob a forma de fissuras, destacamento do
cobrimento, manchas, redução da seção da
armadura e perda de aderência

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 A aplicação do concreto
e a adequada cura são
fundamentais para a
sua vida útil.

 Muitas falhas podem


ocorrer nesta fase.

 As mais comuns na
aplicação do concreto
são: elevado fator
água/cimento que traz
elevada porosidade do
concreto e fissuras de
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retração.
 Segregação do
concreto com
formação de espaços
vazios ou “ninhos” de
concretagem,
lançamento e vibração
incorretos, formas
inadequadas, etc.

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deterioração do concreto
 Além do ataque nas armaduras,
o concreto pode sofrer diversos
tipos de deterioração.

 A ação química pode ocorrer na


pasta de cimento e no agregado.

 Causas: gases contidos na atmosfera


(CO2, SO2 etc.); águas puras, turvas,
ácidas, e marinhas;

 compostos: óleos, gorduras,


combustíveis, líquidos alimentares, 48
entre outros.
 Os íons cloreto (corrosão química) destroem a
película passivadora, mas não atacam o concreto
 Forma-se sílica gel pela reação de ataque ao silicato
tricálcico do concreto
 É grande o poder de destruição e requer maior
cuidado nas execução de obras litorâneas.

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 Sulfatos podem estar presentes na água e reagem
com os compostos da pasta de cimento hidratada.
Tais reações causam expansão do volume.

 É comum em ambientes industriais e onde há


sulfurados ( SO2, SO3, SO42–).

 A expansão causa grande aumento de volume da


fase sólida.

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Lixiviação
 No concreto, consiste na dissolução e arraste do
hidróxido de cálcio da massa de cimento endurecido.

 Vem do ataque de águas puras ou com poucas


impurezas, e ainda de águas de chuva ou infiltração
de umidade, águas pantanosas, subterrâneas,
profundas ou ácidas.

 Causam a corrosão, quando podem circular e


renovar-se. Quanto mais poroso o concreto, maior a
intensidade da corrosão.
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 Outras ações químicas são as reações de álcalis
com agregados. Podem ocorrer com a sílica, silicato
e carbonato.

Com a sílica ocorre quando a


solução alcalina da pasta de
cimento ou de uma fonte
externa reage com alguns
minerais do grupo do quartzo
(opala, calcedônia, cristobalita
e tridimita) encontrados no
agregado.
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 Com silicato se dá com determinados tipos de
silicatos presentes em rochas sedimentares, rochas
metamórficas e ígneas (basalto). É uma reação lenta
e complexa que causa deterioração do concreto.

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 Com o carbonato se dá com
agregados carbonáceos, como
o calcário dolomítico argiloso.

 Forma um produto na forma


gel nos poros e na e superfície
do agregado.

 Destrói a aderência
pasta/agregado. A reação
consome água aumentando o
volume acarretando a
desagregação do concreto. 54
agentes biológicos

 Os agentes biológicos
de deterioração no
concreto são
basicamente fungos e
bactérias como os
bacilos que são
encontrados em
esgotos.

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vegetais de grande porte
 Podem desagregar o concreto, quando as raízes
impregnam e crescem no mesmo.
 A deterioração do concreto pode ser causada por
esforços excessivos que causam fissuras, havendo
entrada de agentes agressivos, ocasionando a
despassivação das armaduras.

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