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Dourados – MS
2023
SUMÁRIO
I - INSTRUÇÕES GERAIS ............................................................................................................ 3
Introdução
As atividades propostas para a disciplina Química Geral Experimental I visam
proporcionar ao aluno a oportunidade para trabalhar com autonomia e segurança em um
laboratório de química. Procurar-se-á, para isto, não apenas desenvolver a habilidade no
manuseio de reagentes e aparelhagens, mas também criar condições para uma avaliação
crítica dos experimentos realizados.
As práticas encontram-se diretamente ligadas aos tópicos discutidos nas aulas
teóricas, estimulando-se assim a sedimentação do conhecimento em Química.
Durante a realização dos experimentos devem-se efetuar anotações sobre os
fenômenos observados, das massas e volumes utilizados, tempo decorridos, condições
iniciais e finais do sistema. Um caderno é necessário para essa finalidade, pois
possibilitará uma descrição precisa das atividades de laboratório. Não confie em sua
memória, tudo deve ser anotado.
Após o experimento vem o trabalho de compilação das etapas anteriores através de
um relatório. O relatório é um modo de comunicação escrita de cunho científico sobre o
trabalho laboratorial realizado.
3
Caderno de Laboratório
4
II - SEGURANÇA DE LABORATÓRIO: NORMAS BÁSICAS
Riscos Químicos
Atualmente, os riscos químicos são classificados em quatro grupos, conforme
visualizado na Figura 1, denominada diamante dos riscos. Nesta figura observam-se os
quatro grupos em cores diferentes e numeração de 1 a 4. Quanto maior for o número, mais
prejudicial é a substância.
Rótulos
Os rótulos dos produtos químicos devem conter informações resumidas sobre os
principais perigos associados ao composto, formuladas em linguagem não-técnica,
conforme Figura 2.
5
Figura 2 – Rótulo do solvente acetonitrila.
Símbolos
Na Figura 3, é apresentada a relação de alguns símbolos indicativos utilizados na
prevenção de acidentes em laboratório de química:
6
Figura 4 – Normas para armazenagem de substâncias químicas.
7
A segurança no laboratório é uma responsabilidade que deve ser assumida por
professores, monitores, técnicos e alunos, não sendo permitidas brincadeiras ou atitudes
que possam provocar danos para si ou outras pessoas. Se observados as restrições e
cuidados a serem tomados, os laboratórios de química não são lugares perigosos embora
sejam utilizados muitos equipamentos e reagentes considerados perigosos. Acidentes são,
na maioria das vezes, causados por falta de cuidado, ignorância e desinteresse pelo
assunto.
Neste contexto, cabe mencionar que informações mais detalhadas sobre a
toxicidade, periculosidade e ações recomendadas em caso de acidente referentes a cada
reagente podem ser encontradas em fichas chamadas FISQP (Ficha de Informações de
Segurança de Produtos Químicos) ou MSDS (do inglês Material Safety Data Sheet),
usualmente disponíveis para consulta na internet nas páginas de revendedores de
produtos químicos, entre outras fontes.
Visando a maior segurança de todos os envolvidos, é altamente recomendado que
estas informações sejam consultadas antes da realização de todo e qualquer experimento.
Embora não seja possível enumerar todas as causas de possíveis acidentes em
um laboratório, existem alguns cuidados que são considerados básicos e que se
observados ajudam a evitá-los.
1. É PROIBIDO comer, beber ou fumar no laboratório;
2. Deve-se evitar trabalhar sozinho no laboratório, a presença de outras pessoas será
sempre uma valiosa ajuda em caso de acidentes;
3. Prepare-se antes de tentar realizar os experimentos, lendo os roteiros experimentais,
consultando a literatura especializada, resolvendo os pré-exercícios de laboratório e
caso a dúvida persista, discuta o assunto com o professor, monitor ou técnico antes
de tentar fazer o experimento;
4. Além do equipamento básico obrigatório (jaleco e óculos de segurança), utilize,
sempre que necessário, materiais que possam garantir maior segurança no trabalho,
tais como: luva, pinça, etc.
5. Se você usa lentes de contato não trabalhe no laboratório utilizando as lentes.
Durante o experimento use óculos de grau. Se você usa óculos de graus não precisa
(necessariamente) de óculos de segurança.
6. Conserve sempre limpos os equipamentos, vidraria e sua bancada de trabalho. Evite
derramar líquidos, mas se o fizer, limpe o local imediatamente;
8
7. Gavetas e portas dos armários devem ser mantidas sempre fechadas quando não
estiverem sendo utilizadas;
8. Ao término do período de laboratório, lave o material utilizado, limpe sua bancada de
trabalho e verifique se os equipamentos estão limpos e desligados;
9. Lave suas mãos frequentemente durante o trabalho prático, especialmente se algum
reagente químico for respingado.
10. Leia com atenção os rótulos dos frascos de reagentes químicos para evitar pegar o
frasco errado. Certifique-se de que o reagente contido no frasco é exatamente o
citado no roteiro experimental;
11. Nunca coloque de volta no frasco os reagentes não utilizados. Não coloque objeto
algum nos frascos de reagentes, exceto o conta-gotas de que alguns são providos ou
pipetas colocadas especificamente ao lado dos frascos;
12. Evite contato físico com qualquer reagente químico. Seja cuidadoso ao manusear
substâncias corrosivas tais como ácidos e bases;
13. A diluição de ácidos concentrados deve ser realizada adicionando-se o ácido
lentamente, com agitação constante, sobre a água e NUNCA ao contrário (água
sobre o ácido). O ácido adicionado lentamente sobre a água e sob constante
agitação permite que o calor liberado no processo de mistura seja absorvido e/ou
dissipado no meio.
14. Nunca deixe frascos contendo reagentes químicos inflamáveis próximos a chama;
15. Não deixe nenhuma substância sendo aquecida por longo tempo sem supervisão;
16. Não jogue nenhum material sólido dentro das pias ou ralos. Jogue-os no lixo ou no
local indicado pelo professor e/ou técnico de laboratório.
17. Use a capela para experiências que envolvam o uso ou liberação de gases ou
vapores tóxicos ou corrosivos;
18. Não aqueça tubos de ensaios com a extremidade aberta voltada para si mesmo ou
para alguém próximo. Sempre que possível o aquecimento deve ser feito na capela.
19. Não deixe recipientes quentes em lugares em que possam ser pegos
inadvertidamente. Lembre-se de que o vidro quente tem a mesma aparência do vidro
frio;
20. Não pipete de maneira alguma nenhum tipo de liquido com a boca. Use sempre a
"pêra de borracha" para pipetar;
21. O bico de Bunsen deve permanecer aceso somente enquanto estiver sendo utilizado;
22. Não trabalhe com material imperfeito ou quebrado;
9
23. Em caso de ACIDENTE comunique ao professor imediatamente. Ele deverá decidir
sobre a gravidade e tomará as atitudes necessárias.
24. Procure conhecer o mapa do laboratório para localizar equipamentos de segurança,
tais como, chuveiro, lava olhos, extintores e caixa de primeiros socorros. Procure
conhecer como funcionam os equipamentos antes de usá-los;
25. Em caso de possuir alguma alergia, estar grávida ou qualquer outro problema médico
que possa ser afetado quando exposto a determinados reagentes químicos
comunique imediatamente ao professor;
26. Comunique ao professor, monitor ou técnico sempre que notar algo anormal no
laboratório.
27. Faça apenas as experiências indicadas pelo professor. Caso deseje tentar qualquer
modificação do roteiro experimental discuta com o professor antes de fazê-lo;
28. Lembre-se: "PERGUNTAR NÃO OFENDE!";
29. NO LABORATÓRIO É OBRIGATÓRIO O USO DE JALECO E ÓCULOS DE
SEGURANÇA, ALÉM DE CALÇA COMPRIDA, SAPATO FECHADO E CABELO
PRESO (PARA QUEM TEM CABELO LONGO).
30. Nunca coloque o nariz próximo do frasco determinar o odor de substâncias químicas.
Caso necessite cheirar alguma substância, deixe-a longe e abane suavemente,
conforme mostrado na Figura 5.
10
Acidentes e primeiros socorros
As substâncias citadas abaixo podem ser encontradas na Caixa de Primeiros
Socorros. As medidas sugeridas são emergenciais e a vítima deve ser encaminhada a
um médico o mais rápido possível.
QUEIMADURA
a. Causadas por CALOR - quando LEVES aplicar pomada de Picrato de Butesin ou
similar e quando GRAVES devem ser cobertas com gaze esterilizada previamente
umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio 5%.
b. Causadas por ÁCIDOS - deve-se lavar imediatamente a região atingida com
bastante água durante pelo menos 5 minutos. Em seguida tratar com solução de
bicarbonato de sódio a 5% e lavar novamente com água. Secar o local e aplicar
mertiolate.
c. Causadas por ÁLCALIS (base) - deve-se lavar imediatamente a região atingida
com bastante água durante pelo menos 5 minutos. Em seguida tratar com solução
de ácido acético 1% e novamente lavar com água. Secar o local e aplicar
mertiolate.
ÁCIDOS NOS OLHOS - deve-se lavar com bastante água durante aproximadamente 15
minutos e aplicar solução de bicarbonato de sódio 1%.
ÁLCALIS (BASE) NOS OLHOS - deve-se lavar com bastante água durante
aproximadamente 15 minutos e aplicar uma solução de ácido bórico 1%.
INTOXICAÇÃO POR GASES - remover a vítima para um ambiente arejado e deixar
descansar.
INGESTÃO DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS - recomenda-se beber muita água e em seguida
beber:
um copo de solução de bicarbonato de sódio 1% ou leite de magnésia em caso de
envenenamento por ácidos; ou
um copo de solução de ácido cítrico ou acético 2% em caso de envenenamento
por álcali (base).
11
III – GERENCIAMENTO E DESCARTE DE RESÍDUOS
Introdução
O controle da poluição tem sido um dos maiores desafios ambientais do mundo
atual. O reconhecimento deque a ação do homem contribui para deterioração do meio
ambiente natural e dos recursos naturais tem sido comum, fazendo com que os países,
tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, busquem alternativa sem relação à
restauração do meio ambiente natural.
A adoção de estratégias relacionadas à preservação ambiental, observadas
atualmente nas mais elementares atividades humanas, é resultante de uma evolução da
conscientização dos cidadãos e empresas sobre os danos causados por diversas
atividades domésticas. Esse avanço se fez notório, sobretudo, nas últimas duas décadas,
sendo uma das preocupações principais a questão da geração de resíduos sólidos,
líquidos ou gasosos que, de uma maneira ou de outra, têm seu destino final na atmosfera,
nos solos e nos corpos d’água.
Em relação aos resíduos químicos de um modo geral, as indústrias são as maiores
geradoras em termos de volume e periculosidade. Entretanto, é inegável que a geração de
resíduos não é exclusividade das indústrias, uma vez que em laboratórios de
universidades, escolas e institutos de pesquisa também são gerados resíduos de elevada
diversidade e volume reduzido, mas que podem representar 1% do total dos resíduos
perigosos.
Recentemente vem crescendo o interesse pela Química Limpa, através da qual as
indústrias estão gradualmente trocando processos tradicionais por tecnologias
ambientalmente corretas, sendo que as instituições de ensino e pesquisa estão montando
programas de gerenciamento de resíduos. Essas atitudes são essenciais para que os
danos ambientais e os riscos à saúde sejam minimizados. A implementação destes
programas possibilita que os resíduos recuperados possam ser reutilizados na mesma
prática na qual foram gerados ou como insumos para experimentos distintos.
Em vista disso, torna-se necessário um “gerenciamento dos resíduos” gerados nos
laboratórios durante as aulas práticas. Neste sentido têm-se como objetivos: fazer o
registro dos resíduos provenientes nas aulas; elaborar rótulos para padronizar os frascos
adequadamente para recolhimento e classificação dos diferentes tipos de resíduos;
diminuir o consumo de regentes perigosos; substituir reagentes tóxicos por outros de
menor toxidez; substituir experimentos que geram grande volume de resíduos (sem
prejuízo didático) e conscientizar e sensibilizar os alunos para a questão ambiental.
12
Gestão de resíduos no laboratório
Vários critérios norteiam o gerenciamento de resíduos, aqui apresentados como:
responsabilidade (ética) ambiental; mudança de mentalidade na formação de novos
cidadãos; encorajamento da segurança nos laboratórios; economia de recursos;
conformidade com a legislação; coerência de postura da academia diante dos problemas
ambientais.
Para minimizar os resíduos nas aulas de Química Geral Experimental buscaram-se
as seguintes práticas:
Reavaliação das atividades experimentais, toxicidade e quantidades;
Adoção de microescala para as atividades imprescindíveis, mais atividades em
grupos em detrimento das individuais;
Adoção do reuso: utilizar um resíduo de atividade experimental como insumo para
outras, sem que haja necessidade de qualquer tratamento;
Buscar reagentes e procedimentos menos tóxicos e mais “verdes”, eliminando ou
abolindo os mais problemáticos.
13
IV – ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS
Em geral, um relatório deve apresentar: título, introdução, objetivos, procedimentos
experimentais, resultados e discussão, conclusões e referências. Cada uma dessas partes
deve ser destacada em separado, através de um subtítulo.
TÍTULO - deve identificar o problema a ser resolvido no experimento.
INTRODUÇÃO - deve definir a importância e contextualização do tema da aula
prática e quais foram os princípios teóricos fundamentais em que o(s) método(s)
utilizado(s)se baseia(m).
OBJETIVOS – Deve explicitar de maneira clara e breve o objetivo da prática.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL - deve conter relatos exatos e claros de como
foi feita a experiência, de modo que outra pessoa possa repeti-la. Deve-se descrever,
passo a passo, como a experiência foi realizada, utilizando de preferência as formas
verbais impessoais e no passado. Além disso, é necessário especificar (descrever)
claramente os equipamentos utilizados e o grau de precisão.
A seção PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL deve conter somente a descrição de
como o experimento foi realizado, sem os resultados obtidos e/ou cálculos realizados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO - deve conter os dados coletados durante a
experiência, tais como medidas, observações e cálculos realizados. Deve-se também
discutir os resultados finais obtidos, comentando-se a sua validade ou não, apontando
possíveis explicações e fontes de erros. Procure sempre que possível apresentar os
resultados utilizando tabelas e/ou gráficos.
14
GRÁFICOS – um gráfico é uma apresentação visual do comportamento das variáveis.
Para que um gráfico possa ser útil é importante que os seguintes pontos sejam observados
(Figura 6):
a. Deve-se utilizar na ordenada (eixo x) e na abscissa (eixo y), escalas suficientemente
expandidas de modo que o gráfico ocupe a maior parte da escala utilizada;
b. A origem da escala (ponto ZERO) não precisa necessariamente aparecer no gráfico;
c. A escala deve ser iniciada tomando-se um valor ligeiramente abaixo do valor mínimo
medido e terminando com valor um pouco acima do valor máximo;
d. Deve-se indicar, junto aos eixos, os símbolos das grandezas correspondentes
divididos por suas respectivas unidades;
e. Deve-se indicar o que será representado no gráfico através do título e da legenda.
f. Deve-se marcar os valores de cada escala nos eixos de forma clara;
g. Deve-se indicar cada ponto, de cada curva lançada no gráfico, por meio de pequenas
figuras geométricas (círculos, quadrados, triângulos, etc.) e com um único tipo de
representação para os pontos. Cada curva deve ser traçada com distintas
convenções (linhas contínuas, tracejadas, etc.);
h. A curva deve ser traçada de modo que represente a tendência média dos pontos
(interpolação). Os pontos não devem ser unidos com segmentos de reta;
i. É possível calcular-se o coeficiente linear (b) e angular da reta (a) (ver Figura 6).
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CONCLUSÕES – Síntese pessoal (do grupo) sobre as conclusões alcançadas com
o trabalho. Enumere os resultados mais significativos do trabalho. Não apresente nenhuma
conclusão que não seja fruto de discussão do seu grupo. Constitui uma análise critica e
resumida do trabalho todo tendo relação estreita com os objetivos propostos. Neste item
deve ser expresso se os objetivos específicos foram atingidos, podendo-se ainda fazer
proposições que levem a melhores resultados.
REFERÊNCIAS - Finalmente, deve-se mencionar no relatório as fontes
bibliográficas consultadas, as quais devem ser citadas de acordo com as normas
recomendadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
16
V - TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS
Em qualquer experimento, existem inúmeros fatores que contribuem com a
incerteza das medidas realizadas; desta forma, se uma medida for realizada mais de
uma vez, dificilmente encontraremos valores idênticos em todas elas.
Existem dois conceitos diferentes relacionados ao erro ou incerteza de uma
medida: EXATIDÃO e PRECISÃO (Figura 7).
A PRECISÃO exprime a reprodutibilidade da medida, isto é, a possibilidade
de se repetir o valor encontrado com repetições do experimento. A PRECISÃO de
uma medida demonstra o nível de concordância interna dos valores obtidos em
experimentos repetidos.
A EXATIDÃO indica até que ponto o valor medido para uma grandeza se
aproxima do seu valor real ou, pelo menos, do mais provável. Uma medida ou
resultado experimental é considerado EXATO quando a quantidade obtida
aproxima-se da quantidade "verdadeira", "correta" ou "aceitável".
17
A obtenção de resultados inexatos está usualmente relacionada ao que
chamamos de erro sistemático, ou seja, um erro que faz com que obtenhamos um
resultado que é sempre maior ou sempre menor do que o valor real da grandeza que
queremos medir. Uma fonte de erros sistemáticos é a utilização de instrumentos não
ou mal calibrados.
Já a obtenção de resultados imprecisos está usualmente relacionada a erros
aleatórios, ou seja, erros que levam à obtenção de medidas maiores ou menores
que o valor real com a mesma probabilidade. Quando realizamos um experimento
múltiplas vezes, a média dos valores obtidos tende a ser um valor mais próximo do
valor real, uma vez que os erros aleatórios de cada medida acabam por se anular.
Por esta razão, usualmente reportamos como resultado de uma medida a
média aritmética (MA) do valor obtido para diversas replicatas do mesmo
experimento. A média é obtida dividindo-se o somatório () dos resultados obtidos
pelo número total de medidas (n).
(1)
Exemplo: Para a padronização por titulação de uma solução 0,02 mol/L de KMnO4,
foram obtidas, em cada replicata, as concentrações descritas na Tabela 3. Qual é o
valor que deve ser descrito como a molaridade medida desta solução?
MA = ̅
MA =
18
o valor de σ, maior é a precisão do conjunto. A expressão (3) permite calcular o
desvio padrão.
(x x)2
V( x ) i
(2)
n 1
( x ) (x i x)2
(3)
n 1
√ √
19
PRÁTICA 1: APRESENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE
LABORATÓRIO
Material de vidro
1 2 3 4 5
20
6
7 8 9a 9b 10 11
12 13a 13 14 15
21
16 17 18 19
19. Vidro de relógio: usado, geralmente, para cobrir béqueres contendo soluções e
finalidades diversas.
Material de porcelana
20. Funil de Büchner: utilizado em filtração por sucção (pressão reduzida), devendo
ser acoplado a um kitassato.
20 21 22 23
Material metálico
24. Suporte (a) e garra (b): peças metálicas usadas para montar aparelhagens em
geral.
25. Bico de gás (Bunsen): fonte de calor destinada ao aquecimento de materiais não
inflamáveis.
22
26. Plataforma elevatória: usado para ajustar altura de aparelhagens em geral.
24a 24b 25 26
27 28 29
Material elétrico
23
30 31 32 33 34
Materiais diversos:
35. Pinça de madeira: utilizada para manusear tubos de ensaio na chama do bico de
Bunsen.
37. Pisseta: frasco geralmente contendo água destilada, álcool ou outros solventes,
usado para efetuar a lavagem de recipientes ou materiais com jato do líquido nele
contido.
35 36 37
Referências
A.J.L.O. Pombeiro, Técnicas e operações unitárias em química laboratorial (1ª ed., Fund.
Calouste Gulbenkian) 1983.
L.M. Harwood e C.J. Moody, Experimental Organic Chemistry: Principles and practice (1ª
ed., Blackwell Science), 1989.
J.L. Roberts, Jr.; J.L. Hollenberg e J.M. Postma, General Chemistry in the Laboratory (3ª ed.,
W.H.Freeman Company) 1991.
M. Hein; L.R, Best e R.L. Miner, Foundations of chemistry the laboratory (9ª ed., Brooks/Cole
Publishing Company) 1996.
24
PRÁTICA 2: MEDIDAS DE MASSA E VOLUME
Objetivos
Determinar corretamente medidas através do uso de balanças, provetas e
pipetas;
Utilizar algarismos significativos de forma correta;
Compreender a diferença entre os conceitos de “precisão” e “exatidão”.
Introdução
Quantificar e mensurar diferentes grandezas são ações essenciais em todas as
ciências. Nas ciências físicas, as propriedades fundamentais da matéria mais
utilizadas e medidas diretamente são comprimento, massa, tempo e temperatura.
Outras propriedades da matéria, como volume, densidade e velocidade são
quocientes ou produtos destas propriedades fundamentais. Por exemplo:
Volume = (comprimento)3
Densidade = massa/volume
25
Tabela 1 – Unidades básicas do sistema SI.
Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma Kg
Tempo segundo s
Temperatura kelvin K
Algarismos Significativos
Um número de pessoas em uma sala de aula e uma dúzia de ovos são números
exatos. Não há dúvidas quanto ao número de pessoas numa sala de aula. E uma
dúzia de ovos são exatamente doze ovos. Por outro lado, os números obtidos em
uma medida experimental, na maioria das vezes, não são exatos.
De acordo com a medida de temperatura indicada no termômetro da Figura 1(a),
você poderia escrever 25,6 ou 25,7 oC. Na tentativa de mediar a temperatura com
precisão de até uma casa depois da vírgula, é necessário fazer-se uma estimativa
do último algarismo. Existe a certeza de que a temperatura é maior que 25 oC e
menor que 26 oC, mas o último algarismo é chamado de algarismo duvidoso. O valor
da temperatura medida com esse termômetro tem 3 algarismos significativos. É
26
incorreto acrescentar um quarto algarismo, como em 25,63 oC, pois uma medida
pode e deve ter somente um algarismo duvidoso.
Com um termômetro mais preciso, uma medida com maior número de algarismos
significativos é obtida. O termômetro da Figura1(b) possui divisões de 0,1 oC. Assim,
você poderá obter o valor da medida com 4 algarismos significativos, 25,78 oC ou
25,79oC, sendo o último algarismo duvidoso.
(a) (b)
Figura 1 – Termômetros de diferentes precisões.
27
Conforme mencionado anteriormente, o melhor valor para expressar uma
medida é a média aritmética dos valores de várias medidas realizadas em replicata.
Além do valor medido, também deve ser indicado o desvio padrão observado
(consultar seção V da apostila).
Materiais
proveta de 25 mL termômetro
pipeta volumétrica de 20 mL bastão de vidro
balança rolha de borracha
sal de cozinha rolha de vidro
gelo béquer de 100 mL
conta gotas cadinho de porcelana
Procedimento
28
Parte B: Medidas de volume e comparação da precisão de instrumentos
volumétricos
Para as medidas de volume, observe as descrições e técnicas de uso de cada
instrumento:
DESCRIÇÃO:
BÉQUER – recipiente com ou sem graduação, de forma alta ou baixa. Sua graduação
fornece uma medida grosseira de volume. Usado no preparo de soluções, na pesagem
de sólidos e no aquecimento de líquidos, bem como em reações de precipitação e
recristalização.
TÉCNICAS DE USO:
PIPETA:
- Leve a pipeta até próximo do fundo do frasco, tomando cuidado para não bater a parte
inferior da pipeta no fundo;
- Faça sucção com pipetador até notar que o líquido subiu um pouco acima do traço de
aferição (faça lentamente para evitar a entrada de líquido para o interior do pipetador);
- Eleve a pipeta até que o traço de aferição coincida com a altura dos olhos;
- Leve a pipeta até o recipiente de destino e deixe o líquido escoar;
- Após o escoamento total do líquido, toque com a ponta na parede lateral do recipiente para
que escoe o máximo de líquido.
PROVETA/BÉQUER:
- Trabalhe com a proveta/béquer na posição vertical;
- Para ler, eleve o menisco até a altura dos olhos;
- Para esvaziar o líquido, incline vagarosamente a proveta e permaneça na mesma posição
até o seu completo escoamento.
29
1. Pese um béquer seco de 100 mL até duas casas decimais (use a balança semi-
analítica). Meça 20 mL de água com uma proveta, coloque a água no béquer e
pese-o novamente. Repita este procedimento mais duas vezes e anote as massas
obtidas.
2. Pese um béquer seco de 100 mL até duas casas decimais (use a balança semi-
analítica). Meça 20 mL de água com uma pipeta volumétrica, coloque a água no
béquer e pese-o novamente. Repita este procedimento mais duas vezes e anote as
massas obtidas.
2. Pese um béquer seco de 100 mL até duas casas decimais (use a balança semi-
analítica). Meça 20 mL de água com um béquer, coloque a água no béquer e pese-o
novamente. Repita este procedimento mais duas vezes e anote as massas obtidas.
Final do experimento
- Lave o material utilizado.
- Deixe sua bancada limpa e organizada.
Referências
- BRADY, J. & HUMISTON, G.E., Química Geral Vol. 1, Capítulo 1, Rio de Janeiro,
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1986.
- BACCAN, N. ANDRADE, J.C., GODINHO, O.E.S. & BARONE, J.S., Química
Analítica Quantitativa Elementar, Capítulo 1, Campinas, Editora Edgard Blücher
Ltda., 1985, 2a edição.
- VOGEL, A.I, et al., Química Analítica Quantitativa, Editora Kapelusz, 1960.
30
PRÁTICA 3 : FENÔMENOS FÍSICOS E QUÍMICOS
Objetivos
Reconhecer a diferença entre fenômenos físicos e fenômenos químicos
através das observações experimentais.
Introdução
Qualquer transformação sofrida pela matéria é considerada um fenômeno. Os
fenômenos podem ser físicos ou químicos.
Fenômenos Físicos: são transformações que não alteram a identidade
(composição química) da substância. São exemplos de transformações físicas: a
mudança de estado físico de um corpo, como por exemplo: a água, que entra em
ebulição aos 100 ºC; um soluto dissolvendo em um solvente.
Fenômenos Químicos: são transformações que alteram a identidade
química da substância, ou seja, alteram a sua composição química. Em uma
transformação química, uma ou mais substâncias reagem para formar novas
substâncias.
Este processo é chamado de REAÇÃO QUÍMICA. Uma reação química é
representada por uma EQUAÇÃO QUÍMICA. São exemplos de transformações
químicas: a respiração celular que ocorre nos seres vivos, a fotossíntese realizada
pelas plantas, o cozimento dos alimentos, a queima dos fogos de artifício e a
formação da ferrugem. Em todas estas reações químicas, os componentes iniciais
(REAGENTES) são diferentes dos finais (PRODUTOS). Para identificar a ocorrência
e uma reação química, pode-se checar por algumas evidências, como:
- Mudança de cor; - Liberação de gás (efervescência);
- Percepção de odor; - Aparecimento de chama ou
- Formação de um sólido; luminosidade
31
Materiais
Béquer 50 mL
Vidro de relógio
Tubos de ensaio
Proveta (5 ou 10 mL)
Pera ou pipetador
Chapa de aquecimento
Bico de Bunsen
Pinça
Espátula metálica
Iodo
Gelo
Água destilada
Carbonato de cálcio
Solução de HCl 1 mol L-1
Solução de NaOH 1 mol L-1
Solução de FeCl3 ou Fe(NO3)30,1
mol L-1
Magnésio metálico
32
Procedimento
Parte A
1. Colocar alguns cristais de iodo (~ 0,3 g) em um béquer (50 mL, preferencialmente
de forma alta) limpo e seco, fazendo uso de uma espátula metálica;
2. Cobrir o béquer com um vidro de relógio contendo um pouco de água destilada
gelada e gelo sobre o vidro de relógio;
3. Aquecer este conjunto por alguns minutos, fazendo uso de uma chapa de
aquecimento;
4. Desligar a chapa de aquecimento, colocando o béquer para esfriar sobre a
bancada, com cuidado.
5. Observar e anotar o tipo de fenômeno ocorrido.
Parte B
1. Colocar uma pequena porção de carbonato de cálcio (~ 0,5 g) em um béquer (50
mL) limpo e seco, fazendo uso de uma espátula metálica;
2. Adicionar, lentamente, ao béquer (50 mL) 5,0 mL de solução de ácido clorídrico (1
mol.L-1), fazendo uso de uma proveta;
3. Observar e anotar o tipo de fenômeno ocorrido.
Parte C
1. Cortar uma tira de magnésio metálico (~ 3 cm), fazendo uso de uma tesoura;
2. Posicionar a tira de magnésio metálico por alguns segundos na parte oxidante da
chama de um bico de Bunsen (veja Figura 1), fazendo uso de uma pinça metálica;
3. Observar e anotar o tipo de fenômeno ocorrido.
Parte D:
33
1. Em um tubo de ensaio adicione 10 gotas de solução aquosa de FeCl 3 ou
Fe(NO3)31,0 mol/L.
2. No mesmo tubo de ensaio adicione 10 gotas de solução de NaOH 0,1 mol/L
3. Observar e anotar o tipo de fenômeno ocorrido.
Parte E:
1. Ao tubo de ensaio da parte D, adicione 10 gotas de solução de HCl 1,0 mol/L e
proporcione leves batidas na lateral do tubo, até misturar completamente as duas
soluções.
2. Observar e anotar o tipo de fenômeno ocorrido.
Parte F:
1. Em um béquer de 50 mL, adicione uma ponta de espátula de sulfato de cobre
hidratado e adicione água com o auxílio de uma pisseta até atingir um volume de
aproximadamente 20 mL.
2. Dê uma leve agitada no conjunto (água + sal) até observar o fenômeno.
3. Observar e anotar o tipo de fenômeno ocorrido.
Referências
34
1. Quais são os parâmetros envolvidos no cálculo de densidade de uma
substância?
2. Como você espera que a densidade de uma substância varie com a
temperatura? Explique.
Objetivos
- Determinar a densidade de um sólido maciço e insolúvel em água;
- Determinar a densidade de um líquido utilizando um picnômetro.
Introdução
Densidade, ou densidade absoluta, é a razão da massa de uma substância ou
corpo, pelo volume que o mesmo ocupa numa determinada pressão atmosférica e
temperatura. Dito isto, a densidade pode ser calculada seguindo a seguinte relação:
Materiais
Cilindro metálico
Proveta de tamanho apropriado
35
Água destilada
Régua
Picnômetro
Amostra de líquido para determinação de densidade
Procedimento
3. Calcule o volume de água deslocado e utilize este dado para calcular a densidade
do material.
36
Parte C: Determinação da densidade de um líquido utilizando um picnômetro
C1 - Calibração do picnômetro:
1. Em um béquer de 100 mL limpo, coloque aproximadamente 80 mL de água
destilada; aguarde alguns minutos e meça e temperatura da água.
2. Pese o picnômetro (vazio e seco) com a sua tampa, na balança analítica, e anote
a sua massa no caderno de laboratório. Utilize um papel toalha para manusear o
picnômetro, com o intuito de não transferir gorduras da sua mão para ele.
3.Preencha o picnômetro com a água destilada do béquer e tampe-o. Caso bolhas
de ar fiquem aprisionadas no interior do picnômetro, tente removê-las com leves
batidas e preencha-o novamente.
4. Seque cuidadosamente o líquido da parte externa do picnômetro, pese o conjunto
(picnômetro + água) e anote a massa obtida no seu caderno de laboratório.
5) Consulte uma tabela de densidade da água em função da temperatura e utilize a
massa de água obtida para determinar o volume do picnômetro.
REFERÊNCIAS
LENZI, E.; et. al; Química geral experimental. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Freitas
Bastos, 2013. 360p.
BACCAN, N.; ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S. Química Analítica
Quantitativa Elementar. 3ª ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2007. p.292.
37
PRÁTICA 5: SEPARAÇÃO DE COMPONENTES DE UMA MISTURA
Objetivos
- Demonstrar a separação de uma mistura.
- Examinar algumas técnicas de separação usando as propriedades físicas.
Introdução
As misturas são comuns em nosso dia a dia como as bebidas, os
combustíveis e a própria terra em que pisamos. Poucos materiais são encontrados
puros. Qualquer material feito de duas ou mais substâncias que não são
combinadas quimicamente é uma mistura.
O isolamento dos componentes puros a partir de uma mistura requer a
separação de um componente do outro e vários métodos têm sido desenvolvidos
com essa finalidade. Alguns de baseiam nas diferenças de propriedades físicas dos
componentes da mistura, outros, nas diferenças de propriedades químicas ou de
características químicas. Exemplos de algumas técnicas mais simples são:
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SUBLIMAÇÃO – Processo que envolve o aquecimento de um sólido até que
ele passe diretamente da fase sólida para fase gasosa. O processo inverso, o vapor
passando para a fase sólida, sem passar pela fase líquida, é chamado de
deposição. Exemplos de alguns sólidos que sublimam: iodo, cafeína, naftaleno
(naftalina), p-diclorobenzeno, etc
Materiais
39
Procedimento
As etapas de separação da mistura estão descritas no Esquema 1.
Exemplo de mistura: medir a massa de cada um dos componentes
separadamente e misturar bem (areia: 1 g; NaCl: 0,8 g; naftaleno: 0,2 g).
Naftaleno
Mistura: Cloreto de sódio
Aquecer a 250°C
(NaCl) Sublimação do Naftaleno
Areia (SiO2)
Evaporar a água
Solução de NaCl
Filtrar
40
2. Aquecer vagarosamente a cápsula, com bico de Bunsen, aumentando a
intensidade da chama até que apareçam vapores que serão condensados no vidro
de relógio, devidamente resfriado pelo gelo (colocar os cubos de gelo em um saco
plástico). Após aproximadamente 10 minutos, apagar a chama e remover
cuidadosamente o vidro de relógio. Utilizar uma espátula para coletar o sólido
(sublimado) depositado no vidro de relógio. Repetir o novamente o procedimento
(por 5 minutos) após revolver a mistura com o auxílio de um bastão de vidro. Se
necessário, seque o vidro de relógio e adicione mais gelo. Sistema demonstrado na
Figura 2.
6. Filtrar o conteúdo da cápsula utilizando funil comum com papel de filtro dobrado
como mostra a Figura 3. O filtrado será coletado neste béquer.
41
Figura 3 – Sequência de preparação do papel de filtro para filtração por gravidade.
7. Lavar a cápsula com pequenos jatos de água de uma pisseta para que todo o
sólido seja removido e coletado no funil.
8. Aquecer suavemente o béquer contendo o filtrado conforme a Figura 4, com bico
de Bunsen. Controlar a chama para evitar ebulição violenta. Conforme o volume
diminuir, aparecerá NaCl (cloreto de sódio) sólido. Depois de evaporar todo o
líquido, esfriar o béquer à temperatura ambiente. Pesar o béquer com o sólido
residual (7). Calcular o peso de NaCl recuperado (8) pela subtração de (7)-(6).
9. Colocar, sobre algumas folhas de papel toalha, o papel filtro com a areia, para
absorver maior parte da água. Depois colocar sobre uma chapa de aquecimento
aquecida a 50 ºC, com cuidado. Aos poucos a água irá evaporar. Quando a areia
estiver seca, desligar o aquecimento da chapa de aquecimento e remover o papel
(com cuidado!) e colocar sobre a bancada limpa e esperar esfriar. Pesar um
42
segundo béquer (9) de 150 mL, que esteja limpo e seco, transferir a areia seca do
papel de filtro e pesar novamente.
Outra alternativa: Pesar um segundo béquer (9) de 150 mL, que esteja limpo e seco,
transferir a areia do papel de filtro para este béquer e aquecer com bico de Bunsen,
cuidadosamente, para a areia secar. Esperar esfriar à temperatura ambiente, pesar
o béquer + areia (10) e calcular o peso da areia (11) pela subtração de (10)-(9).
Referências
43
PRÁTICA 6: MISCIBILIDADE E SOLUBILIDADE
Objetivos
- Propiciar a discussão sobre quais interações e fatores estruturais
influenciam a miscibilidade de líquidos e a solubilidade de sólidos em diferentes
solventes.
- Relacionar conceitos de polaridade das moléculas e forças intermoleculares
com processos de dissolução.
Introdução
Quando, em um béquer contendo 10 mL de água for adicionado 1,0 g de
NaCl, o sólido dissolve-se e forma-se uma solução. Mais NaCl pode ir sendo
adicionado e, com a agitação, dissolvendo-se para formar uma solução cada vez
mais concentrada. No entanto, chegará um momento em que não haverá mais
dissolução, resultando no acúmulo de NaCl no fundo do béquer. Neste ponto tem-se
uma solução saturada.
Alguns compostos apresentam solubilidade muito pequena em água. Ou seja,
o ponto de saturação é rapidamente alcançado.
“Para que um sólido se dissolva, as forças de atração que mantém a estrutura
cristalina devem ser vencidas pelas interações entre o solvente e o soluto”. Estas
interações são denominadas de forças intermoleculares. Solvatação é o processo
pelo qual moléculas ou íons do soluto ficam envoltos por moléculas do solvente
(exemplo: íons Na+ e íons Cl− envoltos por moléculas de água).
Além da natureza do soluto e do solvente, outros fatores também influenciam
na solubilidade, como a temperatura. A solubilidade de quase todos os compostos
orgânicos aumenta com o aumento da temperatura (este princípio é utilizado na
técnica de purificação por recristalização). Os efeitos na solubilidade de compostos
inorgânicos variam muito: muitos têm solubilidade aumentada com o aumento da
temperatura, alguns têm a solubilidade diminuída, e outros (como NaCl) não tem a
solubilidade afetada.
44
Materiais
Pipeta de Pasteur Etanol
Papel toalha Hexano
16 tubos de ensaio Acetona
7 vidros com gotejadores Sacarose
Água Butanol
Solução de iodo (0,03% em massa) t-butanol
CuSO4 etilenoglicol
Bastão de vidro NaCl
Procedimento
45
2- Colocar uma pequena ponta de espátula de sacarose em quatro tubos de ensaio.
Registrar, em uma tabela, se há solubilidade nos solventes relacionados na Tabela 2
(solúvel, insolúvel, parcialmente solúvel).
Referêcias
F. Bettelheim; J. Landsberg; J. Lee.Laboratory Experiments for General, Organic and
Biochemistry (2ª ed. New York, 1995).
46
PRÁTICA 7: SEPARAÇÃO DE MISTURAS POR CROMATOGRAFIA
Objetivos
Introdução
47
A separação dos componentes sobre papel ocorre por partição dos solutos
entre a fase móvel e a fase estacionária. Os solutos mais solúveis na fase
móvel migram mais e aqueles mais solúveis na água (fase estacionária) ficam
mais tempo retidos no papel e, portanto, migram menos.
48
Figura 3 – Ilustração esquemática da separação dos componentes por migração diferencial.
Em A todos os três componentes da mistura estão juntos no ponto de aplicação; de B a D os
componentes são gradualmente separados.
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Se todas as condições são mantidas constantes, os valores de R f
permanecem constantes. Se ocorrer variações na temperatura, ou na composição
do solvente ou na fase estacionária, os valores de Rf se alterarão. Os valores de Rf,
quando comparados com aqueles de substância padrão, auxiliam na identificação
dos componentes presentes em uma mistura.
Materiais
Canetas hidrocores
3 béqueres de 150 mL
Giz branco
Papel de filtro
3 placas de Petri
Água destilada
Acetona
Procedimento
50
Figura 5 – Representação do sistema cromatográfico.
Referências
51
PRÁTICA 8: RECRISTALIZAÇÃO
Pré-Laboratório (Para ser respondido no caderno de laboratório)
1. Desenhe no seu caderno de laboratório um fluxograma que represente o
procedimento deste experimento (veja item Procedimento).
2. Pesquise e desenhe no seu caderno de laboratório as vidrarias e
instrumentos de laboratório que serão utilizados neste experimento,
indicando brevemente suas funções.
3. Escreva a definição dos seguintes termos químicos: solução, solvente,
soluto, saturado, supersaturado.
4. Sublinhe os compostos que você acredita que sejam solúveis em água.
Justifique sua resposta.
(a) NaCl (b) etanol (CH3CH2OH) (c) etano (CH3CH3)(d) CuSO4
5. Sabendo que a solubilidade da acetanilida em água a 100 oC é de 5,5 g / 100
mL, calcule a quantidade de água fervente necessária para preparar uma
solução saturada contendo 0,5 g de acetanilida.
6. Sabendo que a solubilidade da acetanilida em água a 25 oC é de 0,56 g / 100
mL, quanto de acetanilida permanece em solução quando a solução
preparada de acordo com o item anterior é resfriada a 25 oC? Quanto de
acetanilida precipita?
7. Qual o rendimento teórico da purificação de 0,5 g de acetanilida por
recristalização a quente utilizando a quantidade de solvente calculada no
item 5?
Objetivos
- Identificar e compreender algumas variáveis que afetam a solubilidade;
- Utilizar as técnicas de recristalização a quente e com uso de contra-
solvente.
Introdução
Separação e Purificação
Os produtos químicos são extraídos de fontes naturais ou são sintetizados em
laboratório por meio de reações químicas. Qualquer que seja a origem, raramente é
possível obter o produto puro e algum tipo de purificação é necessário. Até mesmo
os produtos comerciais apresentam diferentes graus de pureza, normalmente entre
52
90-95%. Para certas aplicações, 95% de pureza é satisfatório, enquanto que para
outras, pode ser necessária uma purificação.
As técnicas de purificação mais comuns são: extração, recristalização,
destilação e cromatografia. Para a purificação de sólidos, usualmente utiliza-se a
recristalização como método de escolha.
Recristalização
Técnica que se baseia no fato de que a solubilidade de um dado composto
varia com a temperatura ou natureza do solvente utilizado. Tem duas variantes mais
comuns: a quente ou utilizando um contra-solvente.
Na recristalização à quente, prepara-se uma solução com o soluto impuro e o
mínimo de solvente fervente para dissolver o soluto, obtendo-se uma solução
saturada. Em seguida, a solução é resfriada, e a diminuição da solubilidade leva à
precipitação do soluto. Quando o processo é realizado de maneira lenta, usualmente
as impurezas permanecem solúveis, levando a um precipitado de pureza maior que
o material inicial. O precipitado é isolado através de filtração.
Caso haja impurezas insolúveis no solvente a quente, estas podem ser
removidas por filtração a quente da solução saturada.
A outra técnica envolve o uso de dois solventes, um no qual o soluto é
bastante solúvel e um segundo no qual a sua solubilidade é reduzida (que é
denominado contra ou anti-solvente).
Neste caso, prepara-se uma solução com o soluto impuro e o mínimo
necessário do primeiro solvente para dissolver o soluto. Em seguida, adiciona-se o
contra-solvente, o que faz com que a solubilidade do composto no meio diminua e a
precipitação ocorra. O sólido é então coletado por filtração.
Materiais
1 suporte universal 1 funil cônico
1 argola de metal 2 béqueres de 50 mL
Papel filtro 1 béquer de 250 mL
1 bacia plástica com gelo 1 erlenmeyer de 25 mL
1 placa de aquecimento com
agitação magnética
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Reagentes
-acetanilida ou ácido acetilsalicílico
- etanol
- água
Procedimentos
54
4) Resfrie o conteúdo do béquer com o auxílio de um banho de gelo (preparado
na bacia plástica).
O que aconteceu ao resfriar a solução em banho de gelo? Explique.
5) Colete o material obtido por filtração.
O que você pode dizer sobre a qualidade do sólido em relação ao obtido no
experimento anterior? Há diferença na qualidade dos cristais? Explique.
Final do experimento
- Descarte de resíduos: o filtrado obtido nas Partes A e B deve ser descartado
em recipiente apropriado;
- Não jogue nas pias materiais sólidos ou líquidos que possam contaminar o
meio ambiente. Lembre-se que os resíduos químicos são responsabilidade de
quem os gera.
- Lave o material utilizado;
- Toda vidraria deve ser lavada com detergente e uma escova;
- Deixe a vidraria invertida para que a água escorra.
- Deixe sua bancada limpa e organizada.
55
PRÁTICA 9: ESTEQUIOMETRIA − DETERMINAÇÃO DA FÓRMULA DE UM
HIDRATO
Objetivos
Determinar a porcentagem de água e a fórmula empírica de sais inorgânicos.
Introdução
Muitos compostos sofrem decomposição quando são aquecidos, mesmo
antes de atingirem o seu ponto de fusão. A decomposição de um composto resulta
na formação de duas ou mais substâncias distintas. Uma das classes de compostos
passíveis de decomposição são os sais inorgânicos, que contém águas de
hidratação na estrutura. Nestes compostos, chamados de hidratos, a água é
fracamente ligada ao sal e normalmente pode ser removida com aquecimento
moderado.
Para se escrever a fórmula de um hidrato, escreve-se primeiro a fórmula do sal
anidro, depois um ponto, um coeficiente que denota o número de águas de
hidratação e finalmente a fórmula H2O. Desse modo, por exemplo, a fórmula do
sulfato ferroso heptahidratado é escrita como: FeSO4·7H2O.
Neste experimento você irá explorar algumas das propriedades dos hidratos,
determinar a porcentagem de água e fórmula empírica de tais compostos.
Compostos que absorvem água do ar e que, por isso, podem, em alguns casos, ser
usados como agentes dessecantes, são chamados de higroscópicos ou
deliqüescentes. Em alguns hidratos, a água de hidratação é ligada tão fracamente,
que tende a escapar para a atmosfera, mesmo à temperatura ambiente. Estes
compostos são chamados de eflorescentes. Neste experimento, será estudado o
comportamento dos hidratos com relação às águas de hidratação.
Materiais e reagentes
Cadinho de porcelana; Balança analítica;
Triângulo de porcelana ou Espátula.
tela de amianto; Sulfato de cobre hidratado.
Tripé; Pinça metálica
Bico de Bunsen; Vidro relógio
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Mufla
Dessecador
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Procedimento
Obs: Para ter certeza que toda água foi removida, aquecer novamente o cadinho até o
mesmo ficar vermelho nas laterais. Deixar esfriar e determinar novamente sua massa.
Referências
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PRÁTICA 10: INDICADORES DE pH
Objetivos
Realizar a medição de pH de várias amostras através do uso de papel
tornassol azul e vermelho e papel indicador de pH (papel universal).
Introdução
Os ácidos e bases estão presentes na vida diária na forma de frutas,
sucos, agentes domésticos de limpeza, etc. Ácidos são compostos que podem
doar prótons (H+), e bases são compostos que podem aceitar prótons. Essa
classificação foi proposta simultaneamente por Johannes Brönsted e Thomas
Lowry em 1923 e é conhecida como a Teoria de Brönsted-Lowry. Assim,
quando HCl reage com água, o HCl é um ácido (doa H+) e a H2O é uma base
(aceita H+) tornando-se H3O+.
60
A escala de pH mostra que:
Escala de pH
61
Figura 1 – pH de algumas soluções comuns.
Indicadores Ácido-Base
62
ácido-base de laboratório, sendo incolor em solução ácida (pH < 8) e rosa em
solução básica (pH > 8).
Materiais e Reagentes
Procedimento
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Figura 5 – Papel indicador
Figura 6 – Papel indicador de pH de
universal de pH com escala de
quatro faixas.
comparação.
64
Questões
Referências
65
PRÁTICA 11: PREPARO DE SOLUÇÕES
Objetivo
- Desenvolver a habilidade de preparo de soluções em laboratório de
química.
Introdução
Suponha que seja necessário preparar 500,0 mL de uma solução
aquosa de sulfato de magnésio (MgSO4), cuja concentração em quantidade de
66
matéria seja 0,120 mol/L. Como proceder para calcular a massa de MgSO 4 que
deve ser tomada?
Inicialmente, deve-se calcular a quantidade de matéria de MgSO4 que
deverá estar em 500,0 mL (0,5000 L) de solução, pois sabemos que em 1 litro
da solução deve haver 0,120 mol de MgSO4. Assim:
( )
( )
Solutos Líquidos
Suponha, agora, que se necessite preparar 250,0 mL de uma solução
aquosa de ácido sulfúrico cuja concentração em quantidade de matéria seja
0,230 mol/L a partir de solução em estoque de título 95% e densidade 1,8337
g/mL. Como proceder pare calcular o volume de solução em estoque de H2SO4
que deve ser tornado?
Os dois primeiros passos do cálculo são os mesmos do cálculo
anteriormente descrito para solutos sólidos. Inicialmente, calcula-se a
quantidade de matéria de H2SO4 que deverá estar em 250,0 mL de solução de
concentração 0,230 mol/L, ou seja:
( )
( )
67
solução em estoque. O título permite que se calcule qual a massa de solução
em estoque que contém essa massa de H2SO4 (o resto da massa é água), isto
é:
( )
( )
Materiais
Balança analítica 2 Balões volumétricos de 50 mL
1 funil cônico 2 pipetas graduadas de 10 mL
2 béqueres de 100 mL 1 béquer de 50 mL
1 pisseta 1 bastão de vidro
1 pera
Reagentes
HCl NaOH
CuSO4·5H2O
Procedimento
A - Preparo de 50,0 mL de uma solução de NaOH à 0,1 mol/L
a) verifique o rótulo do frasco de NaOH e obtenha as informações necessárias
para fazer os cálculos para a realização da atividade (pré relatório)
68
b) com auxílio de um béquer de 50 mL limpo e seco, pese a massa de NaOH
(determinada nos cálculos anteriores) na balança analítica. Anote a massa
obtida na pesagem.
c) adicione uma pequena quantidade de água destilada no béquer e agite com
auxílio de um bastão de vidro até que o sólido se solubilize na água.
d) Em seguida, transfira a solução para um balão volumétrico de 50,0 mL.
Adicione água destilada no béquer, agite, e transfira novamente para o balão
volumétrico. Repita mais duas vezes esta ação. Tome cuidado para não
ultrapassar o menisco do balão.
e) adicione água destilada até acertar o menisco do balão volumétrico. Qual a
importância de se “acertar o menisco” no preparo de uma solução?
f) homogeneíze e identifique a solução preparada.
69
b) Com o auxílio de um béquer limpo e seco, pese a massa obtida na balança
analítica. Anote a massa obtida na pesagem.
c) Adicione uma pequena quantidade de água destilada no béquer e agite com
o auxílio de um bastão de vidro até que o sólido se solubilize na água.
d) Em seguida, transfira a solução para um balão volumétrico de 50,0 mL.
Adicione água destilada no béquer, agite transfira novamente para o balão
volumétrico. Repita mais duas vezes esta ação. Tome cuidado para não
ultrapassar o menisco do balão.
e) Adicione água destilada até acertar o menisco do balão volumétrico.
f) Homogeneíze a solução e identifique a solução preparada.
D - Preparo de uma solução de permanganato de potássio a 0,1% em um
balão volumétrico de 50 mL.
a) Na balança semi-analítica, em um béquer pese a quantidade necessária de
KMnO4 para preparar a solução 0,1%.
b) Dissolva com uma quantidade de água inferior ao volume do balão
volumétrico.
c) Transfira para o balão. Vá lavando o béquer com água e transferindo para o
balão. Depois complete o volume do balão volumétrico, ajustando corretamente
o menisco.
d) Homogeneize a solução.
Final do experimento
- Lavar as vidrarias utilizadas no experimento
- Desprezar o conteúdo dos Erlenmeyers na pia após diluição.
- Toda vidraria deve ser lavada com detergente e uma escova.
- Deixe a vidraria invertida para que a água escorra.
- Deixe sua bancada limpa e organizada.
Referências
70
ATKINS, P., JONES, L., Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna
e o Meio Ambiente, São Paulo, Editora Bookman, 2006.
71