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DE SAÚDE?
O Sistema Único de Saúde o SUS, é o maior e mais complexo sistema de saúde pública do mundo,
abrangendo desde um simples atendimento para avaliação de pressão arterial, até o mais delicado
procedimento de transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a
população do país, constituindo-se um direito de todos os brasileiros, desde a gestação, e por toda à vida,
assegurada na Constituição Federal de 88 no seu artigo 196 que dispõe:
“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
(*) Todo brasileiro é usuário do SUS desde o seu nascimento, com o direito a serviços de saúde gratuitos, tais como: vacinação, transplantes,
medicamentos de alto custo, entre outros que visam garantir à saúde por toda a vida.
COMO ERA O ACESSO A SAÚDE ANTES DO
SUS NOS GOVERNOS MILITARES - 1964 a 1985
Os anos a parti de 1970, marca o ápice e o fim do
chamado ‘milagre econômico’.
Nesses sistemas, as pessoas que não possuíam carteira assinada, não dispunham de acesso aos procedimentos de
consultas, exames, cirurgias. À população sem registro de trabalho, só poderia ser atendida na rede particular, caso
pudesse pagar. Do contrário, tinha que recorrer a filantropia como indigentes, ou as unidades públicas que
atendiam a todos na maioria do casos os Hospitais Universitários.
A Constituição de 1969, tinha como lema: "A iniciativa Estatal na área econômica, era de caráter complementar à
iniciativa privada".
Desse modo, esses institutos (o Estado), operava basicamente através de convênios com a rede privada, ao invés
de investir na ampliação e qualidade de sua rede própria de serviços de atendimento a saúde a população.
A POLÍTICA DOMINANTE ERA DE
INCENTIVO À PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
"O Estado não tem que se meter com assistência. Deve se ocupar
com epidemias e problemas que não é de interesse do mercado".
PARA REFLETIR!
Virou um grande negócio mexer com saúde no Brasil nos anos de chumbo. “O Estado liberal que
se apresenta perfeito na teoria, é totalmente irrealizável e inadequado para tratar dos problemas reais
da sociedade. Converte-se no reino de ficção, com cidadãos teoricamente livres e materialmente
escravizados – (MALUF, S. Teoria geral do estado. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.) ”.
A SAÚDE MENTAL NA DITADURA?
Os Hospitais psiquiátricos privados, tinham plena liberdade de internar quem quisesse, e nas condições que
bem entendessem. Bastava internar, para receber. Gerando problemas para a Previdência, porque a população
começou a perceber a facilidade de internação utilizando-se dos manicômios, como forma de justificar à
aposentadoria por invalidez. A doença mental na época virou um dos primeiros itens de pedidos de
aposentadoria do país.
Havia uma sequência de violações de Direitos Humanos, o confinamento, o abandono, o cerceamento da liberdade e o tratamento
cruel típico dos manicômios. Esse cenário sombrio criou um conflito ético para os profissionais da saúde mental. Atrás da pretensa
ideia terapêutica, a internação manicomial escondia dos olhares da sociedade a figura sofrida, diferente e excluída da pessoa com
impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.
OS PRIMEIROS PASSOS PARA A CRIAÇÃO DO
SUS
Diante da omissão perante as Políticas Públicas de Saúde,
os municípios começaram a arregaçar as mangas - os
sanitarista passaram a se dirigir aos Prefeitos, e a oferecer
projetos para trabalhar nas periferias.
Com o crescente aumento no número de atendidos nesses postos, foi quando, a Previdência em 1983, iniciou
os convênios junto as prefeituras, denominados de Ação Integrada de Saúde (AIS).
(*) A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o
atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves
para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços
nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos.
Constatou-se que era muito mais vantajoso para o Estado, por uma razão muito simples. Destinando uma parte do
dinheiro para as Prefeituras, todo o mundo ganhou. - O Governo Federal economizando, as Prefeituras que
detinham um orçamento reduzido, e a população, já que não havia diferenciação no atendimento à saúde, todos
passaram a ter o benefício.
Esses fatos, deram início ao conceito de universalização do atendimento à saúde. De modo a contemplar que o
país, poderia organizar os atendimentos e um sistema único. Desta forma, mesmo que informalmente, foi sendo
concebido antes mesmo da Constituição de 1988, O Sistema Único de Saúde, o SUS.
REFERÊNCIAS:
Centro de Estudos Estratégicos Fiocruz Antes do SUS: Como se (des)organizava a saúde no Brasil sob a ditadura - https://cee.fiocruz.br/?q=antes-do-sus