Você está na página 1de 5

Chuva de maio

Antologia Poética de Mokiti Okada


p.91 a 95
1931-07-06
Transcorre a noite. Murmúrio ligeiro
Das folhagens. Ao abrir a janela,
A chuva de maio no jardim!

Com a suave chuva de maio,


A rajada flor dos lírios
Umedece-se junto ao tanque.
Entre os verdes arrozais lavados
Pela chuva, o canto incessante
Das rãs, ao cair da tarde.

Ao fundo, o monte foi borrado pela chuva;


Só o murmúrio d’água, que escorre
Pela torrente, é claro para o ouvido.
Entre a branca opacidade
Da chuva de maio, um navegante vem
Distante, impulsionando sua balsa.

Ainda que apareceu o arco-íris matutino


Debaixo do céu oriental, ainda parece chover
Aí, na montanha próxima.
Vagando pela margem do rio,
Os pescadores vão de um lado a outro;
E a chuva continua caindo incessante.

Pintando e fazendo versos,


Até que entardeceu,
Passei aquele dia chuvoso e tranqüilo.

Você também pode gostar