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Universidade Federal do Ceará

Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica

Disciplina: Análise de Sistemas Térmicos – TE0303


Docente: Maria Alexsandra de S. Rios

Semestre 2019.2
SUMÁRIO

Balanço de exergia para volume de controle


Balancete de exergia
Eficiência exergética (Eficiência de Segunda Lei)
Exercícios

2
BALANÇO DA TAXA DE EXERGIA PARA VC – REGIME PERMANENTE

 A formulação para volume de controle é geralmente a mais útil em


análises de engenharia.
 Para VC leva-se em conta também as transferências de exergia nas
entradas e saídas.
d vc  To   dV 
  1  Q j  W  po vc    m e e fe   m s e fs   d
dt  T 
j   dt  e
j  s

Representam a transferência de exergia, com a massa


entrando e saindo do VC

 Em regime permanente
d vc  To    dVvc 
  1
  
Q j  W  po    m e e fe   m s e fs   d
dt  T 
j   dt  e
j  s 3
BALANÇO DA TAXA DE EXERGIA PARA VC – REGIME PERMANENTE

 Assim
 To 
0   1  Q j  W    m e e fe   m s e fs   d
 T 
j  j  e s

efe = denota a exergia/massa que atravessa a entrada


efs = denota a exergia/massa que atravessa a saída

 Como esses termos são conhecidos como exergia específica de


fluxo, tem-se:
V2
e f  h  ho   To ( s  so )   gz
2
h e s = representam a entalpia e entropia específicas, na entrada ou na saída
consideradas.
ho e so = propriedades avaliadas em To e po. 4
BALANÇO DA TAXA DE EXERGIA PARA VC – REGIME PERMANENTE

 O balanço da taxa de exergia em RP, pode ser expresso de forma mais


compacta:
0    qj  Wvc    fe    fs   d
j e s

 
  1  To Q
qj  T  j
 j 
Taxas de
  m
fe
 e e fe transferência
de exergia
 fs  m
 s e fs

RP = Regime Permanente 5
BALANÇO DA TAXA DE EXERGIA PARA VC – REGIME PERMANENTE

 Para uma única entrada e uma única saída, tem-se:

 To 
0   1  Q j  W  m (e f 1  e f 2 )   d
 T 
j  j 

 O termo (ef1 – ef2) é avaliado por:

V12  V22
ef1  ef 2  h1  h2   To ( s1  s2 )   g z1  z2 
2

6
BALANÇO DA TAXA DE EXERGIA PARA VC – REGIME PERMANENTE

 Comparação entre Energia e Exergia para VC em RP

Embora a transferência de exergia acompanhe a transferência de


energia, os conceitos de energia e exergia são FUNDAMENTALMENTE
DIFERENTES.

 A ENERGIA se conserva. A EXERGIA é destruída pelas


irreversibilidades.

 A exergia expressa a transferência de energia por trabalho, calor e


fluxo de massa em termos de uma medida comum, relacionada com
a DISPONIBILIDADE.

7
L E M B R A R !!!!

No estado morto, o potencial de trabalho útil


(exergia) de um sistema é zero.
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BALANÇO DA TAXA DE EXERGIA PARA VC – REGIME PERMANENTE

 Comparação entre Energia e Exergia para VC em RP: (a) Análise de


energia. (b) Análise de exergia.

Entrada de exergia Saída de exergia

 11,3%
7 MW/62 MW

9
BALANCETE DE EXERGIA

Exercício
Determinando a Destruição de Exergia em uma Válvula

Para o ar considerado como um gás ideal e submetido a um processo de


estrangulamento, determine a destruição de exergia, em Btu por lb de ar,
para as seguintes condições de entrada e saída:
Considere: To = 77 °F, po = 1 atm

500 lbf/in2
80 lbf/in2
500 °F 10
BALANCETE DE EXERGIA

Válvulas de estrangulamento
Quaisquer tipos de dispositivos que restringem o escoamento
Causam queda significativa na pressão do fluido

 Escoamento pode ser considerado adiabático

 Não há trabalho realizado

 Epotencial  0

 Ecinética  0 (muitas vezes ocorre)

h1 = h2
11
EXERCÍCIO

Resolução
Considerações: Para o processo de estrangulamento W = 0, Q = 0
Os efeitos de movimento e gravidade podem ser ignorados.
T(°F) = T(°R) – 459,67
To = 77 + 459,67 = 536,67 °R

Ar modelado como gás ideal, 1) T1 = 500 °F ( 960 °R) e p1 = 500 lbf/in2


Buscar dados de h e so para (1)

T
c p (T )
s o (T )   dT 12
T ' T
EXERCÍCIO

Resolução
O balanço de exergia será:

 T 
0   1  o Q j  W   m (e f 1  e f 2 )   d
 T 
j  j 

0  m (e f 1  e f 2 )   d
 d
 (e f 1  e f 2 )
m

“A entalpia de um gás ideal é função apenas da temperatura, h =


h(T), o que exige que a temperatura permaneça constante quando a
entalpia também permanece constante.”
13
EXERCÍCIO

Resolução
h1 = h2
V12  V22
ef1  ef 2  h1  h2   To ( s1  s2 )   g z1  z2 
2
 d
 To ( s1  s2 )
m

p1
Para gases ideais: s1  s2  s (T1 )  s (T2 )  R ln
o o

p2
T = T2
 d  o 1 p1 

 To  s (T1 )  s (T2 )  R ln
o

m  p2 
 Btu 
 d  p   1,986 2 
 To  R ln 1   536,67R lbmol  R ln 500lbf / in   67,42 Btu
m  p2   28,97 lb 80lbf / in 2  lb
 
 lbmol  14
BALANCETE DE EXERGIA

Exercício
Água a 24 °C e 1 bar é drenada de um reservatório a 1,25 km acima de
um vale e escoa através de um turbogerador hidráulico para um lago
situado na base do vale. Para uma operação em regime permanente,
determine a taxa máxima teórica na qual eletricidade é gerada, em MW,
para uma vazão mássica de 110 kg/s. Considere To = 24 °C, po = 1 bar e
ignore os efeitos de movimento.

Considerações
T = 24 °C e To = 24 °C (Tamb)

15
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução

O balanço de exergia será:


 To 
0   1  Q j  W   m (e f 1  e fo )   d
j 
 T 
j 

turbina
1,25 km W  m (e f 1  e fo )   d
W  m (h1  ho )  To ( s1  so )  gz    d

"A energia potencial de um sistema é uma forma de energia mecânica e pode ser
convertida totalmente em trabalho" 16
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução

W  m gz  

W  m gz   110  9,81 2 (1250m)  1,35MW


 kg m
s s

17
BALANCETE DE EXERGIA

Exercício
Um trocador de calor contracorrente que opera em regime permanente,
admite água entrando como vapor saturado a 1 bar a uma vazão mássica
de 2 kg/s e saindo como líquido saturado a 1 bar. Ar entra em uma
corrente separada a 300 K e 1 bar e sai a 335K, sem variação de pressão
significativa. A transferência de calor entre o trocador e sua
vizinhança pode ser desprezada. Determine:
(a) A variação da taxa de exergia de fluxo de cada corrente, em kW
(b) A taxa de destruição de exergia no trocador de calor, em kW.

Ignore os efeitos de movimento e gravidade.


Adote To = 300 K e po = 1 bar.

18
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução
h1 = 2675,5 kJ/kg
H2O:
s1 = 7,3594 kJ/kgK
x = 1,0; p = 1 bar; m1 = 2 kg/s  x = 0,0; p = 1 bar
h2 = 417,46 kJ/kg

s2 = 1,3026 kJ/kgK

Ar: T3 = 300 K; p3 = 1 bar  T4 = 335 K

1 2

4 3

19
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução

V22  V12
(a) e f 2  e f 1  h2  h1   To ( s2  s1 )   g z2  z1 
2
e f 2  e f 1  h2  h1   To ( s2  s1 ) 
kJ   kJ  kJ
e f 2  e f 1  (417,46  2675,5)  (300 K )1,3026  7,3594   441
kg   kg  K  kg
kg  kJ 
 f 2   f 1  m (e f 2  e f 1 )  2    441   882kW
s  kg 

A variação de exergia para a outra corrente será:

e f 4  e f 3  h4  h3   To ( s4  s3 )
20
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução p4
s4  s3  s o (T4 )  s o (T3 )  R ln
p3
kJ kJ
(a) e f 4  e f 3  (335,38  300,19)  (300 K )(1,81286  1,70203) 
kg kg  K
kJ
e f 4  e f 3  1,941
kg
 f 4   f 3  m ar (e f 4  e f 3 )

Para achar mar, deve-se fazer um balanço de massa/energia:


 V 2
  V 2

0  Qvc  Wvc   m e  he 
  e
 gze    m s  hs  s
 gz s 
e  2  s  2 
0   m e he    m s hs 
e s

 m h    m h 
e
e e
s
s s
21
0   m e he    m s hs 
e s
BALANCETE DE EXERGIA
 m h    m h 
e
e e
s
s s

Resolução

(a) m ag h1  m ar h3  m ag h2  m ar h4
 (h1  h2 )   kg  (2675,5  417,46)kJ / kg
mar  mag 
    2 
 (h4  h3 )   s  (335,38  300,19)kJ / kg
kg
m ar  128,33
s
 f 4   f 3  m ar (e f 4  e f 3 ) 
 kg  kJ 
f4 f3  128,33 1,941  
 s  kg 
f4 f3  249,09kW
22
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução
 To 
(b) 0   1  Q j  W  m ag (e f 1 e f 2 )  m ar (e f 3  e f 4 )   d
 T 
j  j 

 d   f 2   f 1    f 4   f 3   (882kW )  (249,09kW ) 


 d  632,91kW

A exergia é destruída por irreversibilidades


associadas ao atrito do fluido e pela
transferência de calor entre fluxos.

23
BALANCETE DE EXERGIA

Exercício
Um aquecedor de água de alimentação aberto opera em regime
permanente com água líquida entrando em 1 a 10 bar, 50 °C e uma vazão
mássica de 10 kg/s. Uma corrente separada de vapor entra em 2 a 10 bar
e 200 °C. Líquido saturado a 10 bar sai do aquecedor de água de
alimentação. As perdas de calor e os efeitos de movimento e gravidade
podem ser ignorados. Adote To = 20 °C e po = 1 bar. Determine (a) as
vazões mássicas das correntes na entrada 2 e na saída, ambas em
kg/s, (b) a taxa de destruição de exergia, em kW, e (c) o custo da
exergia destruída, em R$/ano, para 8400 horas de operação anuais.
Estime a exergia a 0,085 por kWh. 10 bar, 200 °C
2
1
10 bar, 50 °C
10 kg/s

10 bar, x = 0 3 24
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução P = 10 bar
2 T = 200 °C

RVSA Considerações
1
P = 10 bar
Q vc  0
T = 50 °C
m = 10 kg/s E c  0
H2O
RLC E p  0
To  20C
3 po  1bar
x = 0,0
P = 10 bar R(LV)

25
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução
Tsat = 99,63 °C: RLC

Na condição de To = 20 °C e po = 1 bar:

RLC RVSA R(LV) RLC (ambiente)


h1 = 209,33 kJ/kg h2 = 2827,9 kJ/kg h3 = 762,81 kJ/kg ho = 83,96 kJ/kg

s1 = 0,7038 kJ/kgK s2 = 6,6940 kJ/kgK s3 = 2,1387 kJ/kgK so = 0,2966 kJ/kgK

v1 = 1,012110-3 m3/kg v2 = 0,2060 m3/kg v3 = 1,127310-3 m3/kg vo = 1,001810-3 m3/kg


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BALANCETE DE EXERGIA

Resolução
 V 2
  V 2

(a) 0  Qvc  Wvc   m e  he 
  e
 gze    m s  hs  s
 gz s 
e  2  s  2 
0   m e he   m s hs 
e

 m h   m h 
e
e e s s

m 1h1  m 2 h2  m 3h3
m 1  m 2  m 3
2
1 m 1h1  m 2 h2  m 1  m 2 h3
kJ
(762,81  209,33)
h  h   kg 
m 2  m 1 3 1  10 
kg
 2,68
kg
h2  h3   s  (2827,9  762,81) kJ s
3
kg
27
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução

kg kg kg
 3  m 1  m 2  10
(a) m  2,68  12,68
s s s

 To 
(b) 0   1  Q j  W   m e fe   m e fs   d
 T 
j  j  e s

V2
e f  (h  ho )  To ( s  so )   gz
2

1 2
 d  m
 1e f 1  m
 2e f 2  m
 3e f 3

3 28
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução

(b) e f 1  209,33  83,96


kJ kJ kJ
 (293K )(0,7038  0,2966)  6,0604
kg kg  K kg

e f 2  2827,9  83,96  (293K )(6,6940  0,2966)


kJ kJ kJ
 869,502
kg kg  K kg

e f 3  762,81  83,96   (293K )( 2,1387  0,2966)


kJ kJ kJ
 139,115
kg kg  K kg

 d  10 kg  6,0604 kJ   2,68 kg  869,502 kJ   12,68 kg 139,115 kJ  


s  kg  s  kg  s  kg 
 d  626,89kW

29
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução

 d  To vc
(b) O item também pode ser calculado por: 

Para o cálculo do termo de geração devemos realizar um balanço de


entropia.
Q j
0   m e se  m s ss  vc
j Tj e s

 vc   m s ss   m e se m 3 s3  (m 1 s1  m 2 s2 ) 
s e

 kg  kJ   kg  kJ   kg  kJ 
 vc  12,68  2,1387   10  0,7038    2,68  6,6940  
 s  kg  K   s  kg  K   s  kg  K 
kW
 vc  2,142
K
30
BALANCETE DE EXERGIA

Resolução

  kW 
(b) Assim,  d  (293K ) 2,142   627,61kW
 K 

US $ 8400h R$0,085 R$448.113,53


(c)  627,61kW 
ano ano kWh ano

31

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