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FERNANDO PESSOA(S)

O GÊNIO DE MIL FACES


VIDA E OBRA
 Nasceu em Lisboa –
Portugal
 Foi educado na África
do Sul
 AUTODIDATA: Filosofia,
Mística, Poesia Moderna
 Os seus amigos o
consideravam um gênio
 Principal escritor do
Modernismo Português
 Ao lado de Camões, é
um dos maiores poetas
portugueses de todos os
tempos
A FRAGMENTAÇÃO EM PESSOA
A fragmentação em Fernando Pessoa
envolve um ato de fingimento que se
completa na utilização de várias
linguagens, reveladoras do sujeito
como um ser múltiplo.
 Parece que Pessoa levou ao extremo a
fragmentação, chegando mesmo à
despersonalização.
A HETERONÍMIA DE PESSOA
A HETERONÍMIA DE PESSOA
 Quando o autor faz uso de
“heterônimos”, não se esconde sob um
nome falso. Ocorre bem o contrário,
“ele se coloca em posição de diálogo
com o sujeito lírico que ele mesmo
criou, além de assinar a sua própria
obra.”
A HETERONÍMIA DE PESSOA

O heterônimo é um personagem criado


pelo poeta, que escreve a sua própria
obra. Tem nome, obra, biografia e,
sobretudo, um estilo próprios. O autor, o
criador do heterônimo, passa a ser
chamado de “ortônimo” e a sua criação
passa a ser chamada de “heterônimo”,
não havendo possibilidade de existência
de um sem o outro. Fernando Pessoa foi
quem criou essa designação e é o único
caso de heteronímia na literatura
universal.
ALBERTO CAEIRO
 Seu mestre
 Poeta filósofo

 Extrai seu
pensamento do
contato com a
natureza
 Defende a
simplicidade da vida e
as sensações
 Destaque para o
sentido da visão
O essencial é saber ver
Saber ver sem estar a pensar
Saber ver quando se vê
E nem pensar quando se vê
Nem se ver quando se pensa

Mas isso (triste de nós que trazemos a alma


vestida)

Isso exige um estudo profundo


Uma aprendizagem de desaprender

(O GUARDADOR DE REBANHOS – XXIV)


O mistério das coisas – onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei
disso?

Sempre que olho para as coisas e penso no que


[os homens pensam delas,
Rio como o regato que soa fresco numa pedra

Porque o único sentido oculto das coisas


É elas não terem sentido oculto nenhum...

(O GUARDADOR DE REBANHOS – XXXIX)


RICARDO REIS
 Poeta neoclássico
 TEMAS:
 Valoriza a vida campestre e a
simplicidade das coisas
 Sente-se fruto de uma civilização cristã
decadente
 O relacionamento amoroso é trabalhado
com frieza e distanciamento
 Consciência da passagem do tempo e a
inevitabilidade da morte
 FORMA:
 Perfeição e equilíbrio
 Carpem Diem – sem excessos
TUDO O QUE CESSA

Tudo que cessa é morte, e a morte é nossa

Se é para nós que cessa. Aquele arbusto


Fenece, e vai com ele
Parte da minha vida
Em tudo quanto olhei fiquei em parte
Com tudo quanto vi, se passa, passo
Nem distingue a memória
Do que vi, do que fui

(Odes de Ricardo Reis)


A CADA QUAL
A cada qual, como a estatura é dada
A justiça: uns faz altos
O fado, outros felizes
Nada é prêmio: sucede o que acontece
Nada, Lídia, devemos
Ao fado, senão tê-lo.

(Odes de Ricardo Reis)


USO DO CARPEM DIEM -
EXEMPLO
Amemo-nos tranquilamente,
pensando que podíamos
Se quiséssemos, trocar beijos e
abraços e carícias
Mas que mais vale estarmos sentados
ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o

(Odes de Ricardo Reis)


ÁLVARO DE CAMPOS

 Mais afinado com a


tendência
modernista
 Poeta Futurista

 Verso livre

 Sensacionista: vida
urbana e industrial
 Procura transmitir o
mundo moderno:
máquinas, multidões
e velocidade
ODE TRIUNFAL - TRECHO
Eia comboios, eia pontes, eia hotéis à hora do
jantar
Eia aparelhos de todas as espécies, férreos,
brutos, mínimos
Instrumentos de precisão, aparelho de tritura,
de cavar
Engenhos, brocas, máquinas rotativas!
Eia! eia! eia!

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FERNANDO PESSOA -
ORTÔNIMO
 O próprio Fernando
ou mais um
heterônimo?
 Isso é investigado
até hoje.
 Nacionalista/
 Saudosista
 Visionário
 Poeta fingidor
 Interesse pelo
processo de criação
 Revista Orpheu
ISTO
Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação
Não use o coração

Tudo o que sonho ou passo


O que me falha ou finda
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda
Essa coisa é que é linda
...
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
MENSAGEM

 Iniciada em 1913 e publicada em 1934


 Versão moderna da epopeia
 Mistura entre o épico e o lírico
 ÉPICO: conta os mitos e os heróis coletivos
de Portugal
 LÍRICO: expõe os sentimentos de melancolia,
saudosismo e euforia de um eu lírico que ora
é uma personagem histórica, ora pode ser o
próprio poeta.
 OBRA NACIONALISTA: A obra não canta o
Portugal do sec. XX, parado num marasmo
sem fim, mas o Portugal sonhado por seus
heróis, loucos e alucinados.
TRECHO DE MENSAGEM
Mas a chama, que a vida em nós criou
Se ainda há vida, ainda não é finda
O frio morto em cinzas a ocultou
A mão do vento pode erguê-la ainda

Dá o sopro, a coragem, - ou desgraça ou ânsia-


Com que a chama do esforço se remoça
E outra vez conquistemos a distância
Do mar, ou outras, mas que seja nossa.

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