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3ª Edição

Resistência dos Materiais I

Francisco Borges
Resistência dos Materiais I

francisco.borges@docente.un
icv.edu.cv
tel: 3226562
3ª Edição
Introdução ao Conceito Tensão
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE “R M”

1. Estruturas reais em equilíbrio: Análise do comportamento?

Forças
Esforços
Tensões
Deformações
Deslocamentos
Resistência dos Materiais

Que TEORIA?
Elasticidade
Resistência Materiais
Foto: Edifício com estrutura linear.
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE “R M”
Resistência dos Materiais

Vigas de cobertura com Viga de apoio das longarinas de


secção variável (forma secção variável (relação
contínua). pequena da secção vs. vão).
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE “R M”

2. Teoria da peças lineares ou barras


Resistência dos Materiais

Noção de Peça linear;


 Sólido gerado por uma área plana “S” que se desloca ao longo de
uma linha GG´;

 O eixo médio da barra (linha GG´) é uma linha contínua, não


apresenta pontos singulares e a secção transversal é sempre
perpendicular a esta;
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2. Teoria da peças lineares ou barras


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 A forma e a dimensão da secção transversal podem variar de


modo lento e contínuo;

 As dimensões da secção transversal são consideravelmente


menores que o comprimento do eixo da barra e que o raio de
curvatura em qualquer ponto;
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2. Teoria da peças lineares ou barras

Exemplos:
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3. Hipóteses fundamentais de “rm”

 Hip. Continuidade: os sólidos reais são constituídos


por meios contínuos.

 Hip. Homogeneidade: as propriedades mecânicas


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Material
são as mesmas em qualquer ponto do sólido
(hipótese de 1 só material).

 Hip. Isotropia: as propriedades mecânicas são


iguais em todas as direcções em torno de um plano
qualquer
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3. Hipóteses fundamentais de “rm”

 Hip. Proporcionalidade: num sólido contínuo as


deformações relacionam-se em todos os seus
pontos com as tensões, em termos lineares e
homogéneos.
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Deformação

 Hip. das Pequenas Deformações: os materiais


apresentam deformações pequenas quando
comparadas com as dimensões das estruturas
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4. Princípio geral do equilíbrio


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Equações gerais da estática aplicada

 6 equações ⇒ Estruturas no espaço

 2 Equações ⇒ Estruturas planas


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4. Princípio geral do equilíbrio

Estruturas Hipo-estáticas ⇒ Estruturas sem equilíbrio

Isoestáticas
⇒ Estruturas com equilíbrio
Hiper-estáticas
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Exemplo:
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5. Esforços e tensões
 Princípio de Saint-Vennant–Quando uma secção de uma peça está
suficientemente afastada dos pontos de aplicação das forças
exteriores, o estado de tensão nessa secção não depende da forma
como essas forças estão aplicadas, mas unicamente da resultante.
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5. Esforços e tensões

 Hipótese de Navier-
Bernouilli – Uma
secção plana de uma
peça linear não
deformada mantem-
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se plana após a
deformada.
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 Princípio do Corte – princípio da igualdade da acção e da reacção.


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 Identificação dos esforços internos nas Peças Lineares .


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 Identificação dos esforços internos nas Peças Lineares .


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 Identificação dos esforços internos nas Peças Lineares .


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 Esforços reduzidos nos E.P.C.I. (x, y)


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Resistência dos Materiais

 A Resistência dos Materiais se preocupa fundamentalmente com


o comportamento das diversas partes de um corpo quando sob a
acção de solicitações.
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Resistência dos Materiais


 Ao estudar-se o equilíbrio interno de um corpo, as solicitações
internas fundamentais (M, V, N e Mt) são determinadas. Se está
penetrando no interior da estrutura, para analisar-se, em suas
diversas secções, a existência e a grandeza dos esforços que a
solicitam.
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 Consideram-se corpos reais, isótropos e contínuos constituídos


de pequenas partículas ligadas entre si por forças de atracão.
Com a aplicação de esforços externos supõe-se que as
partículas destes corpos se desloquem e que isto prossiga até
que se atinja uma situação de equilíbrio entre os esforços
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externos aplicados e os esforços internos resistentes. Este


equilíbrio se verifica nos diversos pontos do corpo citado e se
manifesta sob a forma de deformações (pequenas
deformações - mudança da forma original), dando origem à
tensões internas.
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Corpo que suporta cargas ocorre:

 Um fenómeno geométrico que é a mudança da sua forma


original: Deformação.
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 Um fenómeno mecânico que é a difusão dos esforços para as


diversas partes do corpo: Tensão.
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 Fluxograma
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Estudo das tensões
 Um conceito da grandeza tensão pode ser encarado como uma
extensão do conceito da grandeza pressão.

Sua unidade de medida será:


unidade de força dividido por
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F1 F2
P   1 unidade de área. No Sistema
A A Internacional de Unidades (SI):
Pa (Pascal) = N/m2.
Normalmente se utiliza prefixos
do tipo kilo (103) ou mega (106).
Exemplos: 10 MPa, 45 kPa, etc.
Figura 1.1: Sistema de êmbolos
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 Um raciocínio análogo pode ser aplicado aos sólidos. Supondo que
se exerçam as forças F1 e F2 sobre um sólido qualquer conforme
figura 2.2, surgem o que nos sólidos se denominam tensões.
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Figura 2.2: Sólido sujeito a carregamento


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Tensões em um sólido pode ocorrer de duas formas:

 Tensões normais: Estas tensões são resultado de um


carregamento que provoca a aproximação ou o afastamento de
moléculas que constituem o sólido. (Carregamento F1).
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 Tensões cisalhantes ou tangenciais: Estas tensões são


resultado de um carregamento que provoca um deslizamento
relativo de moléculas que constituem o sólido. (Carregamento
F2).
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Tensor de Tensões

Existem forças tentando


aproximar ou afastar moléculas
no entorno de M, nas três
direcções ortogonais, gerando
tensões normais nestas três
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direcções

Existem forças tentando


deslizar moléculas no entorno
de M, nas três direcções
ortogonais, gerando tensões
tangenciais ou cisalhantes
nestas três direcções. Figura 2.3: Duto parede fina
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Tensor de Tensões

 dF
 N  lim
A0 A
 2


 N  Tensão no ponto M

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dF  Força de interação
A  Área

 N  Tensão nomal

 N  Tensão Tangencial

Figura 2.4: Tensões no ponto M num plano


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Figura 2.5: Tensões nos três planos ortogonais
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  
 x   xx , xy , xz   y   yx , yy , yz   z   zx , zy , zz 
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A nomenclatura usada:
 As tensões normais são indicadas pela letra σ e as tangenciais
pela letra τ;

 O primeiro índice identifica o plano considerado, pois indica a


direcção de sua normal. Exemplo: τxy primeiro índice x →
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plano: yz;

 O segundo identifica a direcção da componente do vector


tensão. Exemplo: τxy segundo índice y → direcção da tensão:
y;
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  
 
Representação dos vectores  x ,  y ,  z ,é o tensor de tensões
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
  x    xy  xz 
   xx

    y     yx  yy  yz 
   
  z   zx  zy  zz 
Figura 2.6: Sólido Tensões Gerais
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Aplicando-se o equilíbrio na figura 2.6 (tomando-se o limite
quando dx → 0, dy → 0, dz → 0)

 yx   yx'   yx
 x   x'   x
 xz   xz'   xz
 y   y'   y
 3
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 zx   zx'   zx
z  z'

 yz   xy'   yz
z

 xy   xy'   xy
 zy   xy'   zy
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Aplicando a condição de equilíbrio do momento com relação ao
eixo z, (tensões são constantes em cada face)

dx dx dz dz
 M   xz 2 dydz   xz 2 dydz  zxdxdy 2  zxdxdy 2  0
o
z  4
  xz   zx  5
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Logo de forma análogo em relação a x e y:  xy   yx  6 e


 yz   zy  7
 x  xy  xz 
 
Tensor de tensões é simétrico:   yx  y  yz 
 zx  zy  z 
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 Tensões normais: São positivas quando estão associadas à
tracção e negativas quando estão associadas à compressão.

 Tensões tangenciais: Quando a normal externa do sólido de


tensões apontar na mesma direcção do eixo coordenado, as
tensões tangenciais são positivas quando apontarem para o
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mesmo sentido do seu respectivo eixo coordenado. Quando a


normal externa do sólido de tensões apontar na direcção
contrária do eixo coordenado, as tensões tangenciais são
positivas quando apontarem para o sentido contrário do seu
respectivo eixo coordenado.
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Exemplo: Pretende-se efectuar a análise estática e determinar os
esforços interiores em cada elemento da estrutura ou em
elementos especificos das estrutura, bem como as forças.
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 Poderá a barra 1 suportar com segurança a carga que vai estar
sujeito?
Analise estática
F1 = 1 KN (C); F2 = 26,87 KN (C); F3 = 20,1 KN (Tr)
 Em qualquer secção transversal da barra 3 a força interna é de
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20,1 kN e a tensão que surge neste elemento é:


F3 20,1  103 N
F3

F3 3   6
 134MPa
A A 150  10 m 2

• Admita-se que se pretende utilizar alumínio cuja


tensão admissível é: σ all = 165 Mpa

• Conclusão: a resistência da barra 1 é adequada.


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 O dimensionamento (projecto) de novas estruturas e máquinas
requer a selecção de componentes e materiais apropriados.
 Por razões relacionadas com custo, peso, disponibilidade, etc.,
optou-se pela utilização do alumínio para construir o tirante
(σall= 100 MPa). Qual será o diâmetro apropriado para a barra 3
F3 F3 20,1  103 N
 all  ; A    201  10 6
m 2
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A  all 100  106 Pa

d 2 4  201  10 6 m2 
A  ; d   0,01599m  15,99mm
4 
 Conclui-se que será adequado uma barra de alumínio com,
pelo menos 15,99 mm de diâmetro.
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 Uma distribuição uniforme
da tensão numa secção apenas
é possível se a linha de acção
da resultante das cargas
concentradas passar através
do centroide da secção
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considerada. Carregamento
centrado.
Figura 2.6: Viga parede fina
 Se uma barra é solicitada axialmente, mas excentricamente, A
distribuição de tensões em barras solicitadas excentricamente
não pode ser uniforme nem simétrica.
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Figura 2.7: Barra sujeita a forças de corte P e P’
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 Forças internas equivalentes surgem no plano da secção C e são


denominadas tensões tangenciais. (Força de corte)

Tensão média Varia de zero nas superfícies da peça até ao valor


máximo, sobre uma determinada linha situada no
P
 interior da secção transversal, podendo ser
A significativamente superior ao valor médio.
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Figura 2.8: Exemplos Ligações: parafusos, rebites, solda, prego, …
etc.
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Figura 2.9: Exemplos Ligações: parafusos, rebites, solda, prego, …
etc.
Fsdc
 2
 dn
4
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Fsdc

 dn2
2
4
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Condição de esmagamento lateral → Tensão tangencial

Fsdc Fsdc
 
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A e  dn

Figura 2.10: Exemplos Ligações: parafusos, rebites, solda, prego,


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Condição de esmagamento lateral

 Parafusos, cavilhas, e rebites originam tensões nos elementos


que conectam, ao longo da superfície de contacto → superfície
de esmagamento.
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 A resultante F das forças distribuídas ao longo da superfície é


igual e de sentido contrário à força F aplicada pela placa sobre
o parafuso.

 O valor médio para a tensão correspondente é denominado


tensão de esmagamento.
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 As forças axiais aplicadas numa barra originam apenas tensões
normais em planos perpendiculares ao eixo da barra ou da
conexão.
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 Forças transversais exercidas sobre parafusos e pinos provocam


tensões tangenciais em planos perpendiculares ao eixo dos
parafusos e pinos.
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Tensão no Plano Inclinado Sujeito a Esforço Axial

 F  P cos e V  P sin

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Os valores médios das correspondentes tensões normais e


tangenciais são

F P cos P V P sin P
   cos  ;  
2
  sin cos
A A0 /cos A0 A A0 /cos A0
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 Sendo a tensão normal e a tensão tangencial num plano
inclinado,
P P
  cos  ,   sin cos
2

A0 A0
 A máxima tensão normal ocorre quando o plano da secção
transversal é perpendicular ao eixo da peça,
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P
m  ,  ´  0
A0
 A máxima tensão tangencial ocorre quando o plano da secção
transversal faz ±45o com o eixo da peça,
P P
 m  sin45 cos45 
0 0
 ´
A0 2 A0
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Introdução ao Conceito Tensão


Considerações a ter na escolha do  ultimate stress
FS  u 
 all allowable stress
Factor de Segurança:
 1. Incertezas quanto as propriedades do material;
 2. Incertezas quanto o número de aplicações da carga;
 3. Incertezas devidas aos métodos de análise;
 4. O tipo de ruptura que pode ocorrer;
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 5. Deterioração que pode ocorrer devido a falta de manutenção;


 6. Importância de um dado elemento para a Integridade da
totalidade da estrutura;
 7. Risco de vida e danos materiais;
 8. Não utilização da estrutura ou máquina na função para qual
foi concebida.

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