Hoje você é quem manda Apesar de você Quando chegar o momento
Falou, tá falado Amanhã há de ser Esse meu sofrimento
Não tem discussão Outro dia Vou cobrar com juros, juro A minha gente hoje anda Eu pergunto a você Todo esse amor reprimido Falando de lado Onde vai se esconder Esse grito contido E olhando pro chão, viu Da enorme euforia Este samba no escuro Você que inventou esse Como vai proibir Você que inventou a tristeza estado Quando o galo insistir Ora, tenha a fineza E inventou de inventar Em cantar De desinventar Toda a escuridão Água nova brotando Você vai pagar e é dobrado Você que inventou o E a gente se amando Cada lágrima rolada pecado Sem parar Nesse meu penar Esqueceu-se de inventar O perdão Oh, pedaço de mim Oh, pedaço de mim Oh, pedaço de mim Oh, metade afastada de mim Oh, metade arrancada de Oh, metade adorada de mim Leva o teu olhar mim Lava os olhos meus Que a saudade é o pior Leva o vulto teu Que a saudade é o pior tormento Que a saudade é o revés de castigo É pior do que o esquecimento um parto E eu não quero levar comigo É pior do que se entrevar A saudade é arrumar o quarto A mortalha do amor Do filho que já morreu Adeus Oh, pedaço de mim Oh, metade exilada de mim Oh, pedaço de mim Leva os teus sinais Oh, metade amputada de Que a saudade dói como um mim barco Leva o que há de ti Que aos poucos descreve um Que a saudade dói latejada arco É assim como uma fisgada E evita atracar no cais No membro que já perdi Quero ficar no teu corpo feito tatuagem Quero pesar feito cruz nas tuas costas Que é pra te dar coragem Que te retalha em postas Pra seguir viagem Mas no fundo gostas Quando a noite vem Quando a noite vem E também pra me perpetuar em tua Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva escrava Marcada a frio, a ferro e fogo Que você pega, esfrega, nega Em carne viva Mas não lava Corações de mãe Quero brincar no teu corpo feito bailarina Arpões, sereias e serpentes Que logo se alucina Que te rabiscam o corpo todo Salta e te ilumina Mas não sentes Quando a noite vem E nos músculos exaustos do teu braço Repousar frouxa, murcha, farta Morta de cansaço Que briga é aquela que tem acolá Perguntei:"por que que brigam vocês dois É a mulher do Anibal com Zé do Angá agora?" Numa brincadeira lá no brejo do véio Ela diz: "este cabra quis me conquistar A mulher do Anibal foi lá dançar Então fui obrigada a quebrar-lhe a cara Vocês não sabem o que aconteceu Para mulher de homem saber respeitar" O Zé, inxirido, quis lhe conquistar O dotô Xumara, subdelegado De madeugada o terminar da festa Veio ver o ocorrido Era gente à beça a se retirar Quando chegou no local da luta No meio da estrada o pau tava O Zé do Angá havia morrido comendo Que briga é aquela que tem acolá Era a mulher do Aníbal e Zé do Angá Que briga é aquela que tem acolá...