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Dimensões da Acção Humana e dos Valores

ÉTICA CONSEQUENCIALISTA DE
STUART MILL
O UTILITARISMO DE STUART MILL

 O utilitarismo é uma ética


consequencialista, isto é,
avalia a moralidade das
acções pelas vantagens ou
desvantagens que os seus
efeitos comportam.

 O que permite definir se


uma acção é boa ou má
são as suas consequências.
O UTILITARISMO DE STUART MILL

 O utilitarismo defende o
princípio hedonista, que
remonta à filosofia moral
epicurista da antiguidade
grega, segundo o qual a
finalidade última das
nossas acções – o
supremo bem – é a
felicidade.
O UTILITARISMO DE STUART MILL

 O princípio utilitarista da maior


felicidade assenta no
pressuposto de que devemos
fazer tudo para maximizar o
prazer e procurar tanta felicidade
quanta nos for possível.

 As acções são correctas na


medida em que tendem a
promover a maior felicidade
global.
O UTILITARISMO DE STUART MILL

 O critério que permite,


segundo Mill, reconhecer a
validade ou correcção moral
das nossas acções é,
portanto, o da utilidade.

 Será legítima a acção útil que


é capaz de trazer a máxima
felicidade possível para um
maior número de indivíduos.
O UTILITARISMO DE STUART MILL

 A felicidade do agente
não conta mais do que a
felicidade de qualquer
outra pessoa (o egoísmo
é imoral).
EGOÍSMO E UTILITARISMO
EGOÍSMO UTILITARISMO
Teoria consequencialista. Teoria consequencialista.

Uma ação é boa ou má consoante Uma ação é boa ou má consoante


satisfaz ou não os nossos próprios satisfaz ou não os interesses do
interesses. agente e também das pessoas a
quem a ação diz respeito.

O egoísta é parcial. O utilitarista é imparcial .

Devemos procurar agir de forma a Devemos procurar agir de forma a


promover unicamente o nosso promover a felicidade de todos os
próprio bem-estar e felicidade. que são afetados pela ação (incluindo
a felicidade do próprio agente).
O UTILITARISMO DE STUART MILL

 Stuart Mill estabelece uma distinção


fundamental entre prazeres superiores e
prazeres inferiores, que assenta não na
quantidade mas na qualidade dos prazeres.
PRAZERES SUPERIORES PRAZERES INFERIORES
São os prazeres do pensamento, São os prazeres ligados às
sentimento e imaginação; tais necessidades físicas, como beber,
prazeres resultam da experiência de comer e sexo.
apreciar a beleza, a verdade, o
amor, a liberdade, o conhecimento,
a criação artística.
OBJEÇÕES AO UTILITARISMO
OBJEÇÃO DA JUSTIÇA

 Um crime horrível ocorreu numa cidade. O chefe


da polícia descobriu que o assassino está morto.
Todavia, ninguém acreditará nele caso apresente
os indícios conclusivos que tem em sua posse.

 O estado de pânico na cidade é incontrolável.


Rapidamente um suspeito terá de ser julgado e
condenado. Se tal não acontecer, revoltas
semearão o caos e a violência. Haverá
certamente mortos e feridos.
 Estava o angustiado chefe da polícia a pensar no
caso e eis que entra no seu gabinete um
desconhecido que lhe diz vaguear pela cidade e
não ter relações ou amizades que o prendam ao
mundo. O chefe da polícia tem de repente a
solução para o caso:

 Por que não prender o vagabundo solitário e


manipular as provas de maneira a que ele seja
julgado, condenado e executado, uma vez que a
lei estabelece a pena de morte para casos do
género?
Resposta à objeção da justiça

 Se for esta a opção, morrerá uma pessoa,


mas a vida e o bem-estar de outras serão
preservados;

 A consequência será claramente mais


felicidade para o maior número;

 Ora, se o utilitarismo for verdadeiro, esta é


a opção certa.
 Mas será esta a opção justa?

 Não haverá aqui um conflito muito sério


entre o padrão utilitarista e o valor da
justiça?

 O que será mais importante: a felicidade do


maior número ou o respeito pelo valor da
Justiça?
 Se para ti o valor da justiça é mais
importante que o Princípio da Maior
Felicidade, verás nesta história uma razão
para rejeitar o utilitarismo de Mill.
Objecção da Integridade

 Os acasos de uma expedição botânica atiram Jim para


o centro de uma aldeia sul-americana;

 De repente, vê à sua frente uma série de homens


atados e alinhados contra uma parede. Estão prestes a
ser fuzilados;

 Mas tudo dependerá de Jim. Por cortesia, o capitão que


comanda as operações concede a Jim o privilégio de
matar um dos índios;

 Se o fizer os outros serão libertados. Se recusar a


proposta, todos os índios morrerão.
Resposta à objeção da integridade

 Segundo a teoria moral de Mill, Jim deve


matar o índio. Não se trata apenas de dizer
que nada há de errado nisso, mas de
afirmar que esta é a opção correcta e óbvia.

 Ela maximiza a Felicidade e/ ou minimiza o


Sofrimento.
 Mas será que é realmente a opção correta?

 Serão as considerações utilitaristas as


únicas relevantes para tratar deste caso?
 Se a tua resposta for não, é porque te
sentes responsável não só pelo que és, mas
também pelo tipo de pessoa que deves ser.
E nesse caso é a tua integridade que está
em jogo.

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