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UNIDADE 3:

DISSÍDIOS COLETIVOS

Prof.: Dalton Leal


3.1. Conceito

“Processo destinado à solução


de conflitos coletivos de
trabalho por meio de
pronunciamentos normativos
constitutivos de novas
condições de trabalho,
equivalentes a uma
regulamentação para os grupos
conflitantes”.
(Amauri Mascaro do
Nascimento)
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3.2. Classificação:
1. Dissídio Coletivo de natureza
econômica: (constitutivo): criar, modificar,
ou extinguir condições de trabalho.
“Trata-se de ação constitutiva que visa a
prolatação de sentença normativa que
vigorará no âmbito das relações individuais
de trabalho”.
 Art. 114, § 2º, CF: comum acordo

2. Dissídio Coletivo de natureza jurídica:


(interpretativo; declaratório): “Ação
declaratória que visa a interpretação de norma
jurídica pré-existente”. Prof.: Dalton Leal
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3. Dissídio Coletivo de greve ou misto:
paralisação em atividade essencial com
prejuízo para a população (Art. 8º da Lei nº
7789/89. Art. 114, §3º da CF. Art. 856, CLT: MPT)

4. Dissídio Coletivo Originário: É aquele


suscitado antes, ao se aproximar ou logo após
o término da vigência de uma sent. Normativa,
ACT ou CCT.

5. Dissídio Coletivo de Revisão: visa


modificar condições de trabalho impostas por
sentença normativa ainda no prazo de sua
vigência. (Objetiva reavaliar normas ou cond. de trab.
que hajam se tornado injustas ou Prof.:
ineficazes
Dalton Leal em razão 4
3.3. Pressupostos:
1. Competência para julgamento:
 TRT: Art. 678, I, a da CLT
 TST: Art. 702, I, b da CLT

Base Territorial do Sindicato Órgão competente para apreciar o


dissídio

Limitada a um Estado Federado (ou à TRT


jurisdição de um único TRT)

Extrapola o limite de um Estado TST


Federado (supra-regional)

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2. Legitimidade Ativa: (das entidades
coletivas)
2.1. Legitimidade Ordinária Originária:
Sindicatos (Art. 8º, III da CF)

2.2. Legitimidade Ordinária Residual:


Federações e confederações (quando inexistir
sindicato)

2.3. Legitimidade Extraordinária: MPT (greve


em serviços essenciais com possibilidade de
lesão ao interesse público).

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3. Negociação Coletiva Prévia ou Arbitragem (Art. 114,
§§ 1º e 2º, CF)

4. Inexistência de norma coletiva em vigor (Art 614,


§3º da CLT)

5. Petição Inicial escrita e apta (Art. 858, CLT)

6. Comum acordo entre as partes (Art. 114, §2º, CF)

7. Ata da Assembléia Geral autorizando a propositura


do dissídio (Art. 859, CLT):
-1ª convocação: 2/3 de todos
- 2ª convocação: 2/3 dos presentes

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3.4. Instauração, prazo, legitimação e
procedimento:
(Art. 856 e ss da CLT)
1. Instaurados pelas partes (suscitante e
suscitado: Empresa/Sind./Feder./Confeder.).
Deve ser instaurado durante os 60 dias que
antecedem o final da vigência da SN, ACT ou
CCT.
A PI será endereçada ao Presidente do Tribunal .
2. Audiência de Conciliação: Art. 860, CLT (até 10
dias)

3. Julgamento (Art. 864, CLT)  independe do


comparecimento das partes

4. Sentença Normativa Prof.: Dalton


Ditar Leal
normas de 8
3.5. Sentença normativa: Art. 867,
p ú da CLT
 É o resultado do poder legiferante da JT ao apreciar
um Dissídio Coletivo, em regra, de Natureza
Econômica.
PS: Também pode ocorre quando se tratar de Dissídio
Coletivo de natureza jurídica (ressalva da OJ nº 7, da
SDC)

 Visa criar normas de natureza geral e abstrata.

 Súmula nº 277, TST: CONVENÇÃO COLETIVA DE


TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA.
ULTRATIVIDADE.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções
coletivas integram os contratos individuais de trabalho e
somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante
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3.6. Vigência e Efeitos da Sentença
Normativa:
 Só se aplica aos integrantes da categoria
profissional da base territorial do sindicato
que ocupou um dos polos do dissidio coletivo.
 Entrada em vigor: tem eficácia imediata
 Vigência da Sentença Normativa Prazo
máximo: 04 anos (Art. 868, p.ú. e 867, p.ú. da
CLT)

 Revisão: Art. 873 e ss, da CLT - Após 01 ano


de vigência admite a instauração de dissídio
de revisão.

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3.7. Extensão das decisões e
revisão:
 Extensão das Decisões: Art. 868, e
ss. da CLT

Possibilidade (para os integrantes da


categoria da base territorial do órgão
prolator da decisão): necessidade de
anuência de ¾ dos Empregados e de ¾
dos Empregadores.

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3.8. Recursos nos Dissídios
Coletivos:
 Sentença Normativa do TRT  RO no prazo
de 8 dias para a SDC do TST (Art. 895, b da
CLT e Art. 2º, II, “a” da Lei 7.701/98)

 Sentença Normativa do TST (decisão não


unânime)  Cabimento de Embargos
Infringentes (Art. 894, I, “a” da CLT e Art. 2º,
II, “c” da Lei 7.701/98)

 ATENÇÃO: Não é exigido depósito recursal


para RO em DC (Custas sim!!!). Art. 40, § 3º
da L. 8177/91 c/c IN nº 3, V do TST)
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AÇÃO DE
CUMPRIMENTO:
Conceito de Ação de Cumprimento:

É a ação de conhecimento de rito especial,


de natureza condenatória, que visa o
cumprimento de cláusula constante em
sentença normativa (Art. 872, p.ú/CLT), CCT
ou ACT (S. 286/TST).

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Legitimidade para
propositura da Ação de
cumprimento:
Legitimidade: Sindicato e empregados.
Discussão sobre a natureza jurídica da legitimidade ativa
do sindicato na ação de cumprimento: posição
majoritária sustenta que a natureza jurídica, neste caso,
é de substituição processual (legitimidade
extraordinária).

Obs.: Cancelamento da S. 359 do TST. Desta


forma, a Federação e Confederação também tem
legitimidade para o ajuizamento.

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c) Ajuizamento: Dispensa o trânsito em
julgado da sentença normativa (S. 246/TST),
podendo ser ajuizada depois do 20º dia do
julgamento da sentença normativa; bastando
a juntada da certidão de sua publicação no
diário oficial.

d) Prazo prescricional: da ação de


cumprimento começa a contar do trânsito em
julgado da sentença normativa (S. 350, do
TST).

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e) Reexame de questões de fato ou de
direito: A ação de cumprimento não admite o
reexame de questões de fato ou de direito de
questões já decididas em sentença normativa
(Art. 872, p.ú/CLT).

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f) Competência: A competência funcional ou
hierárquica é da Vara do Trabalho, portanto,
do 1º grau de jurisdição trabalhista.

A competência territorial terá por base o Art.


651 da CLT, ou seja, se aplica como regra o
local da prestação dos serviços.

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 Coisa Julgada:

g) Coisa julgada precária: A coisa julgada


precária, em sede de sentença normativa,
produz reflexos no trâmite da ação de
cumprimento. Precária em razão de poder
ser modificada posteriormente (S.
397/TST; OJ n.º 277, da SDI-01/TST – em ação
de cumprimento a coisa julgada é atípica).

Fala-se somente em Coisa Julgada Formal

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 Recurso???

- Cabimento de Recurso Ordinário (Art. 895,


I/CLT).

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