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Modelos de Qualidade de

Água
Previsão do Déficit de Oxigênio Dissolvido
Processo de Autodepuração
Desoxigenação
dL
  K1.L
dt
• L = concentração de DBO remanescente (mg/L)
• t = tempo (dia)
• K1 = coeficiente de desoxigenação (dia-1)

 K1 .t
L  Lo .e
• Lo = DBO remanescente inicial (mg/L)
Exemplo
14

12 Desoxigenação

10

8
DBO (mg/L)

0 5 10 15 20

tempo
Desoxigenação

• O coeficiente de desoxigenação, K1, depende:

– Características da matéria orgânica


– Temperatura
– Presença de substâncias inibidoras

• OBS: efluentes tratados possuem valores menores para K1 , pelo


fato da maior parte da M.O. mais facilmente degradável já ter
sido removida.
Valores típicos de K1 (dia-1)
Origem K1 (dia-1)

Água residuária concentrada 0,35 - 0,45

Água residuária de baixa concentração 0,30 - 0,40

Efluente primário 0,30 - 0,40

Efluente secundário 0,12 - 0,24

Rios com água limpa 0,09 - 0,21

Água para abastecimento público <0,12


Consumo de Oxigênio para
diferentes valores de K1
DBOexercida

L  Lo .e  K1 .t
K1=0,25/d
K1=0,10/d

Tempo (dias)
Desoxigenação

• Influência da temperatura

K1(T )  K1( 20) . (T  20 )

O valor típico de θ é 1,047


Reoxigenação
• Cinética

dC
  K 2   CS  C 
dt
Cs = concentração de oxigênio para a saturação
C = concentração de oxigênio existente em um tempo t (mg/L)

C  C s   C0  C S   e  K 2 t
Exemplo
14

12

10
OD/DBO(mg/L)

6
reoxigenação
4

0 5 10 15 20

tempo (d)
Reoxigenação
• Coeficiente de reoxigenação superficial, K2

– A determinação de K2 para os rios e lagos é diferente do


método em laboratório

• Tabelas de valores típicos

• Fórmulas empíricas baseadas nos parâmetros


hidráulicos do escoamento (velocidade e
profundidade)
Influência de características físicas
no coeficiente K2
Fórmulas empíricas para K2

Pesquisador Fórmula Faixa de aplicação

O´Connor e K 2  3,73 V 0,5  H 1,5 0,6m<H<4,0m


Dobbins (1958) 0,05m/s<V<0,8m/s
Churchill et al 0,6m<H<4,0m
K 2  5,0  V 0,97  H 1,67
(1962) 0,8m/s<V<1,5m/s
K 2  5,3  V 0, 67  H 1,85 0,1m<H<0,6m
Owens et al
0,05m/s<V<1,5m/s

K2 (dia-1)
V = Velocidade média do curso d´água (m/s)
H = Altura média da lâmina d´água (m)
Efeito de esgotos em ecossistemas
aquáticos
– Muitas equações e programas de computadores
estão disponíveis para avaliar a qualidade de águas
em rios

– O modelo mais conhecido é o descrito por Streeter e


Phelps

– Adição de esgoto em cursos d´água tipicamente


causa uma diminuição de O2, seguido de um gradual
aumento na quantidade de oxigênio dissolvido por
processo de reaeração
Modelo de Streeter-Phelps

dC
 K1  L  K 2   C S  C 
dt
Cs = concentração de oxigênio para a saturação
C = concentração de oxigênio existente em um tempo t (mg/L)
Co = concentração inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L)

 K1 L 0  K1t
C  CS     e e K 2 t

 CS  C0   e K 2 t

 K 2  K1 
Exemplo
14

12

10
OD/DBO(mg/L)

4
Streeter-Phelps
2

0 5 10 15 20
tempo (d)
Perfil de OD em função do tempo
14

12

10
OD/DBO(mg/L)

6
desoxigenação
4 reoxigenação
OD
2

0 5 10 15 20
tempo (d)
Modelo de Streeter-Phelps

 K1 L 0   K1 VX X
 X
  CS  C0   e V
K 2  K 2 
C  CS      e  e V
K  K  
 2 1  

Cs = concentração de oxigênio para a saturação (mg/L)


Co = concentração inicial de oxigênio, logo após a mistura (mg/L)
C = concentração de oxigênio existente em um tempo t (mg/L)
Lo = DBO inicial em mg/L
X=distância a jusante
V=velocidade do rio
O.D. (mg/L)
Modelo de Streeter-Phelps

Limite

tc

Tempo (d)
Modelo de Streeter-Phelps

1  k 2  Do ( k 2  k1 )  
tc  ln  1   
k 2  k1  k1  k1 Lo  

Lo = DBO remanescente em t=0 (mg/L)


Do = Déficit de oxigênio inicial (mg/L)
Modelo de Streeter-Phelps

OD = ODs – ODapós lançamento

Obtido a partir da temperatura da água e altitude

Obtido a partir
das
características
do rio e efluente
Modelo de Streeter-Phelps
• Concentração de OD no rio após a mistura com
o efluente.

Qr .ODr  Qe .ODe
OD( t 0 ) 
Qr  Qe

Qr = vazão do rio
Qe = vazão do esgoto
ODr = oxigênio dissolvido no rio
ODe = oxigênio dissovido no esgoto
Modelo de Streeter-Phelps
• Concentração da DBO no rio após a mistura
com o efluente.

Qr .DBOr  Qe .DBOe
DBO5(t 0) 
Qr  Qe
Modelo de Streeter-Phelps
• Dados de entrada

– Vazão do rio Qr
– Vazão de esgotos Qe
– OD no rio, a montante do lançamento ODr
– OD no esgoto Ode
– DBO rio, a montante do lançamento DBOr
– DBO do esgoto DBOe
– K1 e K2
– Velocidade média do rio
– OD saturação
– OD mínimo permissível (Conama 20)
Exemplo
• Características do rio
– Q=0,50m3/s
– OD = 2,0 mg/L
– DBOo = 3,0 mg/L

• Características do esgoto
– Q = 0,17m3/s
– OD = 2,0 mg/L
– DBOo = 40 mg/L

• Constantes

– K1 = 0,26/d
– K2 = 0,42/d
Solução

DBO

OD
Perfil de OD em função do tempo
14

12

10
OD/DBO(mg/L)

6
desoxigenação
4 reoxigenação
OD
2

0 5 10 15 20
tempo (d)
Atividade
Exercício de aplicação do modelo de
Streeter-Phelps
Uma cidade e uma indústria lançam em conjunto os seus
efluentes não tratados em um curso de água. Após o
lançamento, o curso de água percorre 70 km até atingir o
rio principal.

Lançamento
Curso d’água Rio Principal
de esgoto
secundário
(tributário)

70 km
Exercício de aplicação do modelo de
Streeter-Phelps

• Calcular o perfil de OD até a confluência com o rio


principal
• Verificar se o lançamento provocará OD menor que o da
classe do rio
• Se necessário, apresentar alternativas para o tratamento
de esgoto
• Calcular e plotar os perfis de OD para as alternativas
apresentadas
Exercício de aplicação do modelo de
Streeter-Phelps
Dados
• Características dos esgotos

– Vazão média: 0,15 m3/s


– DBO5: 300 mg/L

• Características do rio

– Vazão do rio: 0,8 m3/s


– Classe do corpo d’água: classe 2 (5mg/L)
– Temperatura da água: 25oC
– Profundidade média: 1,0m
– Velocidade média: 0,4 m/s
– DBO5: 2 mg/L
– Altitude: 1000m (7,8 mg/L)

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