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Abordagem analítica dos modelos de

transformação social na agricultura


• A agricultura é a base de desenvolvimento de
qualquer sociedade. existem vários modelos
de transformação social na agricultura, mas
por razões de metodológicas neste capítulo
iremos abordar acerca do modelo de
conservação, modelo de fronteira, modelo de
difusão, modelo de insumos de altos
rendimentos e modelos de inovações
induzidas
• A questão central travada entre os diversos
modelos é como produzir e quanto produzir?
Trata-se da procura de métodos e meios de
produção que garantem uma maior
produtividade
• Assim cada modelo tenta dar resposta a estas
questões, mas como é obvio as respostas são
diferentes para um mesmo problema
• Reconhece-se, no entanto que a maioria das
actividades económicas e sociais se
desenvolvem em torno da agricultura e esta
cria condições para o crescimento económico
nas zonas rurais, transformações da estrutura
social, garante a capitalização da força de
trabalho e permite a acumulação da riqueza e
reduz a pobreza e cria o bem estar e a
segurança alimentar
Modelo de conservação
Pressupostos:
• O sistema de agricultura deve desenvolver-se
junto com o crescimento da população no
mundo.
• A natureza está a ser degradada devido ao uso
abusivo ou mal uso da terra
• Os solos estão a tornar-se improdutivos
devido a degradação de solos férteis
• Assim, à luz deste modelo a escassez da terra está
aumentar e está a usar-se cada vez mais a terra menos
fértil que causa a queda da produtividade marginal do
trabalho e da terra, urgindo a necessidade de manter
a produtividade alta ou equilibrada.
• Ainda neste modelo advoga-se o uso de adubos
orgânicos, uso de terra e trabalho intensivos e
formação de capital humano intensivo em matéria de
drenagem, irrigação e facilidade fisicas concorrentes à
utilização efectiva e água.
• Aponta-se o fomento de método de cultivo que
aumentem a produção ao mesmo tempo protegendo os
solos da degradação tais como: rotação de cultura,
lavoura mínima, uso de, uso de estrumes verdes e
forragens na criação animal.
• Este modelo vigorou durante muitos anos e vigora em
muitos países como é o caso de Moçambique. Embora o
modelo tenha permitido o aumento de produtividade
em 1% por ano não conseguiu acompanhar o ritmo de
crescimento da população à nível mundial.
Crítica ao modelo
• As experiencias em países em desenvolvimento
demonstraram que a mudança na produtividade da
terra estava acima das expectativas dos economistas
clássicos e muitos dos aumentos na produtividade
agrícola eram resultantes do aumento das áreas de
cultivo
• Mesmo em algumas sociedades tradicionais a
produtividade do solo em algumas áreas pareciam
ser uma variável dependente do aumento das áreas
de cultivo
• O modelo falha por não reconhecer o uso de insumos
industriais no aumento da produção agrícola, bem como no
impacto das mudanças tecnológicas nos tipos da procura
da terra na agricultura.
• A medição da terra e produtividade é apenas feita em
termos de unidades físicas, onde não há comparação dos
retornos de investimentos, usos alternativos nem
importância social, isto é os valores económicos e sociais
de investimento são ignorados privilegiando apenas
aspectos financeiros.
• O papel do sector não agrário é posto de lado.
Modelo de Fronteira
• O modelo de fronteira surgiu como resultado de que a conservação da terra e uso

de adubos orgânicos não eram suficientes para garantir o aumento da produtividade

agrícola e da segurança alimentar, pelo que o alargamento das áreas de cultivo seria

uma alternativa viável.

• Von Thuenen nos anos 50 foi um dos expoentes máximos deste modelo. Para os

defensores deste modelo a terra é fisicamente infinita e a determinação das áreas

de cultivo depende de custos de transporte e acessibilidade, a terra é homogénea e

difere apenas na localização medida a partir do centro, há contudo escassez da terra

arável junto ao centro, dai a necessidade de expansão, foi nesta perspectiva que

desencadeou a expansão colonial efectuada por portugueses, espanhóis, ingleses,

japoneses entre os seculos XV e XIX.


Críticas ao modelo
• É apenas adequado para os agricultores comerciais

• Requer grandes investimentos muitas vezes inacessíveis aos agricultores de

pequena escala

• Pressupõe a existência de grandes extensões de terras desocupadas, que é

praticamente falacioso

• Concorre para a expropriação de terra e marginalização de agricultores de

pequenas escala

• Inapropriado para a transformação da estrutura social


• No caso de Moçambique pode ser fonte de
conflito de expropriação da terra
• Pode ser fonte de desflorestação de
degradação e erosão dos solos, pois não
contempla medidas de conservação de
recursos naturais.

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