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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA


CURSO DE AGRONOMIA
DISCIPLINA: CHF804 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
MARIA GABRIELA
MICHELLE SANTANA DE ALMEIDA
NARJARA DA SILVA
RODRIGO AMORIM
SUÉLEN SANTOS

FICHAMENTO

FEIRA DE SANTANA/BA
2021
MARIA GABRIELA
MICHELLE SANTANA DE ALMEIDA
NARJARA DA SILVA
RODRIGO AMORIM
SUÉLEN SANTOS

FICHAMENTO

Trabalho solicitado pela Prof.ª Sonia Lima de


Carvalho, como avaliação parcial da disciplina
Metodologia da Pesquisa Científica, do curso de
Agronomia da Universidade Estadual de Feira de
Santana - UEFS.

FEIRA DE SANTANA/BA
2021
1.Tipo de obra Artigo
1.1 Ano da 1999
publicação
1.2 Editora Folha de São Paulo
1.2.1 Páginas 7 páginas
1.3 Título Universidade Operacional

1.4
Localização http://cacosdaufpr.blogspot.com/

1.5 Autor(a) Marilena Chauí

2. Tema Educação
2.1 Palavras Universidade; Organização Social;
chaves Autonomia; Economia; Educação;
Capitalismo; Pressuposto
2.2 Objetivo Mostrar as consequências de uma
principal do Universidade Gerida por uma
autor Organização Social

3. Reprodução “A Reforma do Estado brasileiro Essas empresas


dos trechos pretende modernizar e racionalizar as adquirem, uma vez
mais atividades estatais, redefinidas e firmado o contrato de
importantes distribuídas em setores, um dos quais é gestão, o título de
designado Setor dos Serviços Não- Organização Social.
Exclusivos do Estado, isto é, aqueles A educação saúde e
que podem ser realizados por cultura entra nessa
instituições não estatais, na qualidade categoria.
de prestadoras de serviços.” – Página 1

Entrando no setor de
“A posição da universidade no setor de prestação de serviços a
prestação de serviços confere um universidade acaba por
sentido bastante determinado à ideia de adquirir novos termos
autonomia universitária e introduz que evidencia uma
termos como ‘qualidade universitária’, mudança de caráter.
‘avaliação universitária’ e ‘flexibilização Sendo administrada por
da universidade’.” Página 1 uma empresa privada ela
tem que demostrar
qualidade exigida, passar
por avaliação para ver se
tem cumprido os termos
do contrato.

Na verdade a
“A autonomia significa, portanto, universidade não vai ter
gerenciamento empresarial da autonomia. Gerida por
instituição e prevê que, para cumprir as uma empresa privada,
metas e alcançar os indicadores agora organização social,
impostos pelo contrato de gestão, a ela tem que agir dentro
universidade tem ‘autonomia’ para dos termos do contratos,
‘captar recursos’ de outras fontes, afim de alcançar as
fazendo parcerias com as empresas metas e indicadores que
privadas.” Página 1 e 2 determinarão a
renovação ou não do
contrato.
"autonomia" agora,
A ‘flexibilização’ é o corolário da através de parcerias com
‘autonomia’. Página 2 empresas, a universidade
poder capitar recursos
para alcançar os
indicadores determinados
no contrato de gestão.

Para a autora “qualidade”


“A ‘qualidade’ é definida como nesse novo contexto não
competência e excelência, cujo critério está associado natureza
é o ‘atendimento às necessidades de daquilo que se produz,
modernização da economia e mas simplesmente com a
desenvolvimento social’; e é medida quantidade produzida.
pela produtividade, orientada por três Concluindo que por essa
critérios: quanto uma universidade razão os professores
produz, em quanto tempo produz e qual estão fora da equação.
o custo do que produz. Em outras
palavras, os critérios da produtividade
são quantidade, tempo e custo, que
definirão os contratos de gestão.”
Página 2
Isso quer dizer que vindo
“O léxico da Reforma é inseparável da a reforma, junto a ela
definição da universidade como vem a definição de
‘organização social’ e de sua inserção universidade como
no setor de serviços não-exclusivos do "organização social" e a
Estado.” inserção no setor de
serviços não exclusivos
do estado.
“A legitimidade da universidade Desde seu início a
moderna fundou-se na conquista da universidade teve
ideia de autonomia do saber diante da autonomia, sendo guiada
religião e do Estado, portanto na ideia por si, e tento que prestar
de um conhecimento guiado por sua contas apenas a si
própria lógica, por necessidades mesma.
imanentes a ele, tanto do ponto de vista
de sua invenção ou descoberta como
de sua transmissão.” Página 2

“Por isso mesmo, a universidade Isso possibilitou a


europeia tornou-se inseparável das universidade, uma vez
ideias de formação, reflexão, criação e que não estava
crítica. Com as lutas sociais e políticas submetida a lógica
dos últimos séculos, com a conquista da externa, estar ligada as
educação e da cultura como direitos, a transformações que a
universidade tornou-se também uma sociedade passou.
instituição social inseparável da ideia de
democracia e de democratização do
saber: seja para realizar essa ideia, seja
para opor-se a ela, a instituição
universitária não pôde furtar-se à
referência à democracia como ideia
reguladora, nem pôde furtar-se a
responder, afirmativa ou negativamente,
ao ideal socialista.” Página 3

“Que significa, então, passar da


condição de instituição social à de
organização social?” Página 3
“Uma organização difere de uma A Organização está
instituição por definir-se por uma prática limitada aos termos do
social, qual seja, a de sua contrato de gestão, aquilo
instrumentalidade: está referida ao que não conduz ao
conjunto de meios particulares para objetivo é descartado.
obtenção de um objetivo particular.”
Página 3

“A instituição social aspira à Como instituição social a


universalidade. A organização sabe que Universidade trabalha
sua eficácia e seu sucesso dependem para atender as
de sua particularidade. Isso significa necessidades da
que a instituição tem a sociedade como sociedade. Mesmo
seu princípio e sua referência normativa aquelas que a ela não
e valorativa, enquanto a organização saiba que possui.
tem apenas a si como referência, num
processo de competição com outras
que fixaram os mesmos objetivos
particulares. Em outras palavras, a
instituição percebe inserida na divisão
social e política e busca definir uma
universalidade (ou imaginária ou
desejável) que lhe permita responder às
contradições impostas pela divisão. Ao
contrário, a organização pretende gerir
seu espaço e tempo particulares
aceitando como dado bruto sua
inserção num dos polos da divisão
social, e seu alvo não é responder às
contradições, e sim vencer a
competição com seus supostos iguais.”
Página 3

“Como foi possível passar da ideia da O capitalismo levou


universidade como instituição social à paulatinamente a isso
sua definição como organização fazendo com que a
prestadora de serviços. universidade se adapte
A forma atual do capitalismo se as exigências do
caracteriza pela fragmentação de todas mercado.
as esferas da vida social, partindo da
fragmentação da produção, da
dispersão espacial e temporal do
trabalho, da destruição dos referenciais
que balizavam a identidade de classe e
as formas da luta de classes.” Página 4

“Adaptando-se às exigências do Alterando seus currículos


mercado, a universidade alterou seus para adaptar-se ás
currículos, programas e atividades para exigências do mercados
garantir a inserção profissional dos a universidade se
estudantes no mercado de trabalho, distancia da
separando cada vez mais docência e “universidade clássica” e
pesquisa. Enquanto a universidade se aproxima do que se
clássica estava voltada para o entende por
conhecimento e a universidade “universidade
funcional estava voltada diretamente operacional”.
para o mercado de trabalho, a nova
universalidade operacional, por ser uma
organização, está voltada para si
mesma enquanto estrutura de gestão e
de arbitragem de contratos.” Página 4

“A heteronomia da universidade Aqui a autora diz que já é


autônoma é visível a olho nu: o visível, no momento em
aumento insano de horas-aula, a que escreve as palavras,
diminuição do tempo para mestrados e a perca de autonomia por
doutorados, a avaliação pela parte da universidade.
quantidade das publicações, colóquios
e congressos, a multiplicação de
comissões e relatórios etc.” Página 5

“Que se entende por docência e A qualidade dos


pesquisa, na universidade operacional, profissionais e do ensino
produtiva e flexível? é deixada de lado
A docência é entendida como prezando-se pela rápida
transmissão rápida de conhecimentos, preparo de indivíduos
consignados em manuais de fácil leitura para o mercado de
para os estudantes, de preferência, trabalho.
ricos em ilustrações e com duplicatas
em CD’s. ... A docência é pensada
como habilitação rápida para
graduados, que precisam entrar
rapidamente num mercado de trabalho
do qual serão expulsos em poucos
anos, pois tornam-se, em pouco tempo,
jovens obsoletos e descartáveis; ou
como correia de transmissão entre
pesquisadores e treino para novos
pesquisadores. Transmissão e
adestramento. Desapareceu, portanto, a
marca essencial da docência: formação.
“ Página 5

“A desvalorização da docência teria Na organização social


significado a valorização excessiva da “pesquisa” é apenas para
pesquisa? Ora, o que é a pesquisa na resolver problemas
universidade operacional?” Página 6 limitados.
Numa organização, uma “pesquisa” é
uma estratégia de intervenção e de
controle de meios ou instrumentos para
a consecução de um objetivo
delimitado. ...
Pesquisa, ali, não é conhecimento de
alguma coisa, mas posse de
instrumentos para intervir e controlar
alguma coisa.” Página 6

“Em suma, se por pesquisa


entendermos a investigação de algo
que nos alcança na interrogação, que
nos pede reflexão, crítica,
enfrentamento com o instituído,
descoberta, invenção e criação; se por
pesquisa entendermos o trabalho do
pensamento e da linguagem para
pensar e dizer o que ainda não foi
pensado nem dito; se por pesquisa
entendermos uma visão compreensiva
de totalidades e sínteses abertas que
suscitam a interrogação e a busca; se
por pesquisa entendermos uma ação
civilizatória contra a barbárie social e
política, então, é evidente que não há
pesquisa na universidade operacional.”
Página 7

“Essa universidade não forma e não cria Não forma indivíduos


pensamento, despoja a linguagem de autônomos, mas
sentido, densidade e mistério, destrói a dependentes.
curiosidade e a admiração que levam à
descoberta do novo, anula toda
pretensão de transformação histórica
como ação consciente dos seres
humanos em condições materialmente
determinadas.” Página 7
Entendemos a ideia
4.Comentários central que foi a de que
do aluno sobre universidade passando
a leitura ser gerida por uma
organização social,
solapará a autonomia a
sua e mudará a situação
da desta para pior,
sucateando o ensino,
docência e pesquisa, e
colocando formando
indivíduos
desqualificados até para
o mercado de trabalho e
a pesquisa na
universidade seria
reduzida a mera
formação de. Porém
algumas partes da
argumentação usada
para sustentar essa tese
foi muito confusa, mas
deu para pegar o que ela
queria transmitir.

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