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Direito dos Seguros

Curso de Técnicas Actuariais e Operações

de

Mediação nos Seguros

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros

Definição Apriorística do Contrato de Seguro:

É um contrato pelo qual uma pessoa


transfere para outra o risco da verificação
de um dano, na esfera própria ou alheia,
mediante o pagamento de uma
remuneração.

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Direito dos Seguros
Sendo um contrato comercial, o Estado intervêm por
três diferentes vias:

 Através da supervisão aos seguradores;


 Mediante a tutela que dispensa aos segurados;
 Impondo seguros obrigatórios

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Direito dos Seguros

Direito Material dos Seguros


1.As Fontes
As fontes relativas ao Contrato de Seguro encontram-se
dispersas em legislação extravagante; sublinhem-se as mais
importantes:

 Código Comercial – 425º a 462


 Art.º 176 a 196 do RGES de 1998
 Decreto-Lei 176/95 de 26 de Julho sobre o regime jurídico do
contrato de seguros
 Decreto-Lei 142/2000 de 15 de Julho sobre o pagamento dos
prémios

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Direito dos Seguros
1.As Fontes
Refiram-se ainda a existência de fontes específicas relativas a
regimes especiais:

 Decreto-Lei 522/86 de 31 de Dezembro, sobre o seguro obrigatório


de responsabilidade civil automóvel;
 Decreto-Lei 289/88 de 24 de Agosto, relativo À caução global de
desalfandegamento;
 Lei 100/97 de 13 de Setembro sobre acidentes de trabalho;
 Decreto-Lei 214/99 de 15 de Junho, relativo ao seguro de crédito;

Ainda no que concerne a fontes importa identificar o contrato de


seguro como um contrato de adesão submetido ao regime das
CCG.

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Direito dos Seguros
2. As Modalidades de Seguros

Não obstante o contrato de seguros ser um contrato de


Direito Civil e, como tal, subordinado ao princípio da
autonomia privada e liberdade contratual, encontram-se
tipificados os contratos de Seguro.

Da sua análise, resulta a magna distinção entre: Ramos


Vida e Não Vida.

No ramo vida encontramos os riscos relacionados com a


vida, a incapacidade e outras eventualidades ligadas à
pessoa singular; o ramo não vida define-se por exclusão
de partes.

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Direito dos Seguros
Artigo 123º Ramos «Não vida»

Os seguros «Não vida» incluem os seguintes ramos:


1) «Acidentes», que compreende as seguintes modalidades:
a) Acidentes de trabalho;
b) Acidentes pessoais, nas seguintes sub-modalidades:
i) Prestações convencionadas;
ii) Prestações indemnizatórias;
iii) Combinações de ambas;
c) Pessoas transportadas;
2) «Doença», que compreende as seguintes modalidades:
a) Prestações convencionadas;
b) Prestações indemnizatórias;
c) Combinações de ambas;

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Direito dos Seguros
Artigo 123º Ramos «Não vida»

3) «Veículos terrestres», com exclusão dos veículos ferroviários, que


abrange os danos sofridos por veículos terrestres propulsionados a motor e
por veículos terrestres sem motor;

4) «Veículos ferroviários», que abrange os danos sofridos por veículos


ferroviários;

5) «Aeronaves», que abrange os danos sofridos por aeronaves;

6) «Embarcações marítimas, lacustres e fluviais», que abrange os danos


sofridos por toda e qualquer espécie de embarcação marítima, lacustre ou
fluvial;

7) «Mercadorias transportadas», que abrange os danos sofridos por


mercadorias, bagagens ou outros bens, qualquer que seja o meio de
transporte utilizado;

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Artigo 123º Ramos «Não vida»

8) «Incêndio e elementos da natureza», que abrange os danos sofridos por


outros bens, que não os referidos nos ramos a que se referem o Nº 3 a Nº 7,
causados pela verificação de qualquer dos seguintes riscos:
a) Incêndio, raio ou explosão;
b) Tempestades;
c) Outros elementos da natureza;
d) Energia nuclear;
e) Aluimento de terras;

9) «Outros danos em coisas», que abrange os danos sofridos por outros bens,
que não os referidos nos ramos a que se referem o Nº 3 a Nº 7, e compreende
as seguintes modalidades:
a) Riscos agrícolas;
b) Riscos pecuários;
c) Outros riscos, como o roubo, desde que não incluídos no ramo referido
no Nº 8;

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Artigo 123º Ramos «Não vida»

10) «Responsabilidade civil de veículos terrestres a motor», que abrange a


responsabilidade resultante da utilização de veículos terrestres propulsionados a
motor, incluindo a responsabilidade do transportador, e compreende as
seguintes modalidades:
a) Seguro obrigatório;
b) Seguro facultativo;
11) «Responsabilidade civil de aeronaves», que abrange a responsabilidade
resultante da utilização de aeronaves, incluindo a responsabilidade do
transportador;

12) «Responsabilidade civil de embarcações marítimas, lacustres e fluviais, que


abrange a responsabilidade resultante da utilização de embarcações marítimas,
lacustres e fluviais», incluindo a responsabilidade do transportador;

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Artigo 123º Ramos «Não vida»

13) «Responsabilidade civil geral», que abrange qualquer tipo de


responsabilidade, que não as referidas nos ramos a que se referem o Nº 10 a
Nº 12, e compreende as seguintes modalidades:
a) Energia nuclear;
b) Outras;

14) «Crédito», que abrange os seguintes riscos:


a) Insolvência geral, declarada ou presumida;
b) Crédito à exportação;
c) Vendas a prestações;
d) Crédito hipotecário;
e) Crédito agrícola;
15) «Caução», que abrange os seguintes riscos:
a) Caução directa;
b) Caução indirecta;

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Artigo 123º Ramos «Não vida»

16) «Perdas pecuniárias diversas», que abrange os seguintes riscos:


a) Emprego;
b) Insuficiência de receitas;
c) Perda de lucros;
d) Persistência de despesas gerais;
e) Despesas comerciais imprevisíveis;
f) Perda de valor venal;
g) Perda de rendas ou de rendimentos;
h) Outras perdas comerciais indirectas;
i) Perdas pecuniárias não comerciais;
j) Outras perdas pecuniárias;

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Direito dos Seguros
Artigo 123º Ramos «Não vida»

17) «Protecção jurídica», que abrange a cobertura de despesas decorrentes de


um processo judicial, bem como formas de cobertura de defesa e representação
jurídica dos interesses do segurado;

18) «Assistência», que compreende as seguintes modalidades:


a) Assistência a pessoas em dificuldades no decurso de deslocações ou
ausências do domicilio ou do local de residência permanente;
b) Assistência a pessoas em dificuldades noutras circunstâncias que não
as referidas na alínea anterior.

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Direito dos Seguros
Artigo 124º Ramo «Vida»

O ramo «Vida» inclui os seguintes seguros e operações:

1) Seguro de vida:
a) Em caso de morte, em caso de vida, misto e em caso de vida
com contra-seguro;
b) Renda;
c) Seguros complementares dos seguros de vida, isto é, os
relativos a danos corporais, incluindo-se nestes a incapacidade
para o trabalho profissional, a morte por acidente ou a invalidez
em consequência de acidente ou doença;

2) Seguro de nupcialidade e seguro de natalidade;

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Artigo 124º Ramo «Vida»

3) Seguros ligados a fundos de investimento, que abrangem todos os


seguros previstos nas alíneas a) e b) do Nº 1 e ligados a um fundo de
investimento;

4) Operações de capitalização, que abrangem toda a operação de


poupança, baseada numa técnica actuarial, que se traduza na assunção
de compromissos determinados quanto à sua duração e ao seu
montante, como contrapartida de uma prestação única ou de
prestações periódicas previamente fixadas;

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Artigo 124º Ramo «Vida»

5) Operações de gestão de fundos colectivos de reforma, que abrangem


toda a operação que consiste na gestão, por uma empresa de seguros,
de investimentos e, nomeadamente, dos activos representativos das
reservas ou provisões de organismos que liquidam prestações em caso
de morte, em caso de vida, ou em caso de cessação ou redução de
actividade;

6) Operações de gestão de fundos colectivos de reforma, quando


conjugadas com uma garantia de seguro respeitante quer à
manutenção do capital, quer à obtenção de um juro mínimo.

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Direito dos Seguros
Definição de Menezes Cordeiro:
“negócio pelo qual uma entidade – segurador assume,
perante outra – o tomador – mediante uma contrapartida –
o prémio – o risco de um determinado evento futuro e
incerto – o sinistro – efectuando, caso ele ocorra, a favor de
determinada pessoa – o beneficiário ou segurado – a
prestação ou prestações acordadas.”

O contrato de seguro é um contrato


oneroso, sinalagmático e aleatório.

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Intervenientes:

 Segurador: a entidade que a troco de uma retribuição,


assume os riscos de determinado evento futuro e incerto

 Tomador: a pessoa que celebra, com o segurador, o


contrato de seguro, tornando-se devedora do prémio;

 Beneficiário ou segurado: é a pessoa a quem vai ser


feita a prestação na eventualidade de se verificar o
sinistro

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Direito dos Seguros
Elementos essenciais do contrato de seguro:

 O prémio: retribuição, normalmente periódica, devida


pelo tomador;

 O sinistro: evento futuro e incerto, que corresponde ao


risco assumido pelo segurador e que o obriga a efectuar
a prestação acordada.

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Direito dos Seguros
A formação do contrato:

- Contrato de adesão
 - Liberdade contratual
 - Direito de resolução: trinta dias após a
recepção da apólice.

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Deveres do Segurador:

Dever de informação

a) Quantificação dos encargos, sua forma de incidência e


momento em que são cobrados (relativamente aos contratos
com componentes de capitalização significativa, nomeadamente
operações de capitalização, seguros mistos, seguros de rendas
vitalícias, seguros de capitais diferidos, contratos do tipo
«universal life» e seguros ligados a fundos de investimento);

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Deveres do Segurador:

Dever de informação

b) Penalização em caso de resgate, redução ou transferência do


contrato;

c) Rendimento mínimo garantido, incluindo informação relativa à


taxa de juro mínima garantida e duração desta garantia.

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Deveres do Tomador:
Deveres de Informação, sob pena de
anulabilidade

Toda a declaração inexacta, assim como toda a reticência de factos


ou circunstâncias conhecidas pelo segurado ou por quem fez o
seguro, e que teriam podido influir a existência ou condições do
contrato tornam o seguro nulo.

Parágrafo único - Se da parte de quem fez as declarações tiver


havido má fé o segurador terá direito ao prémio.

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Direito dos Seguros
Apólice: Forma e Conteúdo

O contrato de seguro deve ser reduzido a escrito num


instrumento, que constituirá a apólice de seguro.

Parágrafo único - A apólice de seguro deve ser datada,


assinada pelo segurador, e enunciar (426 do C.Com).

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Direito dos Seguros
Conteúdo da Apólice: (C.Com.)

1º O nome ou firma, residência ou domicílio do segurador;


2º O nome ou firma, qualidade, residência ou domicílio do que
faz segurar;
3º O objecto do seguro e a sua natureza e valor;
4º Os riscos contra que se faz o seguro;
5º O tempo em que começam e acabam os riscos;
6º A quantia segurada;
7º O prémio do seguro;
8º E, em geral todas as circunstâncias cujo conhecimento possa
interessar o segurador, bem como todas as condições
estipuladas pelas partes.

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Direito dos Seguros
Conteúdo Actual:

1 - Das condições gerais e os especiais dos contratos de seguro do


ramo «Vida» devem constar os seguintes elementos, se aplicáveis:

a) Definição dos conceitos necessários ao conveniente


esclarecimento das condições contratuais;
b) Âmbito do contrato;
c) Obrigações e direitos do tomador do seguro, do segurado, do
beneficiário e da empresa de seguros;
d) Início da produção de efeitos e períodos de duração do contrato;
e) Condições de prorrogação, renovação, suspensão, caducidade,
resolução e nulidade do contrato;

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f) Condições, prazo e periodicidade do pagamento dos prémios;
g) Obrigações e direitos das partes em caso de sinistro;
h) Definição das opções;
i) Cláusula de incontestabilidade;
j) Direitos e obrigações do tomador do seguro em caso de
agravamento do risco;
l) Condições em que o beneficiário adquire o direito a ocupar o
lugar do tomador do seguro;
m) Condições de revalidação, resgate, redução, adiantamento e
transformação da apólice;
n) Condições de liquidação das importâncias seguras;
o) Cláusula que indique se o contrato dá ou não lugar a participação
nos resultados e, no primeiro caso, qual a forma de cálculo e de
distribuição desses resultados;

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Direito dos Seguros
p) Cláusula que indique se o tipo de seguro em que se insere o
contrato dá ou não lugar a investimento autónomo dos activos
representativos das provisões matemáticas e, no primeiro caso,
indicação da natureza e regras para a formação da carteira de
investimento desses activos;
q) Cláusula relativa ao direito de renúncia;
r) Lei aplicável ao contrato, eventuais condições de arbitragem e
foro competente;
s) Os elementos referidos no Nº 1 do artigo 2º.

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Direito dos Seguros

 Momento da celebração do contrato:

- De acordo com o Decreto-Lei 176/95, o contrato,


salvo disposição em contrário, considera-se
celebrado decorridos 15 dias após a recepção da
proposta de seguro, sem que exista qualquer
reacção do segurador.

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
O Prémio do Seguro

 O prémio é calculado em função do risco coberto, de


acordo com as regras da “arte seguradora”.

 O prémio pode ser único ou implicar o pagamento em


prestações periódicas.

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O pagamento do prémio; regime do Decreto-Lei 142/2000

Artigo 1º Objecto e âmbito de aplicação

1 - O presente diploma estabelece o regime jurídico do pagamento


dos prémios de seguro.

2 - O presente diploma é aplicável a todos os contratos de seguro,


com excepção dos respeitantes aos seguros dos ramos colheitas, ao
ramo «Vida», bem como aos seguros temporários celebrados por
períodos inferiores a 90 dias.

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Direito dos Seguros
Artigo 6º Cobertura dos riscos

1 - A cobertura dos riscos apenas se verifica a partir do momento do


pagamento do prémio ou fracção inicial, salvo se, por acordo entre as
partes, for estabelecida outra data, que não pode, todavia, ser anterior a da
recepção da proposta de seguro pela empresa de seguros.
2 - O momento do início da cobertura dos riscos deve constar
expressamente das condições particulares da apólice e, quando estiver
dependente do pagamento do prémio ou fracção inicial, comprova-se pelo
respectivo recibo ou, na falta deste, pelo recibo provisório referido no Nº 3
do artigo 4º
3 - A empresa de seguros deve esclarecer devidamente o tomador acerca
do teor do presente artigo, quer antes do pagamento do prémio ou fracção
inicial, quer nas condições gerais ou especiais das apólices

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Direito dos Seguros
Artigo 7º Aviso para pagamento de prémios
ou fracções subsequentes

1 - A empresa de seguros encontra-se obrigada, até 30 dias antes da


data em que os prémios ou fracções subsequentes sejam devidos, a
avisar, por escrito, o tomador de seguro, indicando a data do
pagamento, o valor a pagar e a forma de pagamento.

2 - Do aviso a que se refere o número anterior devem


obrigatoriamente constar as consequências da falta de pagamento do
prémio ou fracção, nomeadamente a data a partir da qual o contrato é
automaticamente resolvido, nos termos do artigo seguinte .

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
Artigo 7º Aviso para pagamento de prémios
ou fracções subsequentes

3 - Recai sobre a empresa de seguros o ónus da prova relativo


ao envio do aviso a que se refere o presente artigo.
4 - Nos seguros de crédito, quando o risco coberto seja o
previsto na alínea b ) do Nº 3 do artigo 2º do
Decreto-Lei Nº 94-B/1998, de 17 de Abril, e estejam
identificados em documento contratual as datas de vencimento e
os valores a pagar, bem como as consequências da falta de
pagamento do prémio ou fracção, a empresa de seguros pode
optar por não proceder ao envio do aviso previsto no Nº 1,
recaindo sobre ela o ónus da prova da emissão e aceitação, pelo
tomador de seguro, daquele documento contratual. (*)
Hugo Daniel Lança Silva
Direito dos Seguros
Artigo 8º Falta de pagamento de prémio ou fracções
subsequentes

1 - Na falta de pagamento do prémio ou fracção na data indicada


no aviso referido no artigo anterior, o tomador de seguro
constitui-se em mora e, decorridos que sejam 30 dias após aquela
data, o contrato é automaticamente resolvido, sem possibilidade
de ser reposto em vigor.
2 - Durante o prazo referido no número anterior o contrato
produz todos os seus efeitos.
3 - Nos casos em que a cobrança seja efectuada através de
mediadores, estes ficam obrigados a devolver às empresas de
seguros os recibos não cobrados dentro do prazo de oito dias
subsequentes ao prazo estabelecido no Nº 1, sob pena de
incorrerem nas sanções legalmente estabelecidas.

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
Artigo 8º Falta de pagamento do prémio ou fracção
1 - A falta de pagamento do prémio de anuidades subsequentes, ou da
primeira fracção deste, impede a renovação do contrato, que por esse facto
se não opera, e o não pagamento de uma qualquer fracção do prémio no
decurso de uma anuidade determina a resolução automática e imediata do
contrato, na data em que o pagamento dessa fracção era devido. (*)
2 - Na falta de pagamento dos prémios ou fracções referidos no Nº 2 e Nº
3 do artigo 5º na data indicada no respectivo aviso, o tomador de seguro
constitui-se em mora e, decorridos 30 dias após aquela data, o contrato é
automaticamente resolvido, sem possibilidade de ser reposto em vigor. (*)
3 - Durante o prazo referido no número anterior o contrato produz todos os
seus efeitos, nomeadamente a cobertura dos riscos. (*)
4 - Nos casos em que a cobrança seja efectuada através de mediadores,
estes ficam obrigados a devolver às empresas de seguros os recibos não
cobrados dentro do prazo de oito dias subsequentes ao prazo estabelecido
nos avisos referidos no Nº 1 e Nº 2 do artigo anterior , sob pena de
incorrerem nas sanções legalmente estabelecidas .

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
O Sinistro e a Participação

 O sinistro equivale à verificação, total ou parcial, dos factos


compreendidos no risco assumido pelo segurador.
 O lesado tem a obrigação de comunicar à seguradora, o mais
cedo possível, a verificação do sinistro.
 Se a comunicação não for no prazo de oito dias, o segurado
responde pelos danos causados ao segurador. Esta norma é
imperativa, pelo que as partes não podem estabelecer uma
sanção mais gravosa.

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
Indemnização
Verificado o sinistro, o segurador deve pagar ao segurado o capital seguro.

São a cargo do segurador todas as perdas e danos que sofra o objecto


segurado devidos a caso fortuito ou de força maior de que tiver assumido
os riscos.
Parágrafo 1º - A indemnização devida pelo segurador é regulada em razão
do valor do objecto ao tempo do sinistro, salva a disposição do artigo 448º
e nos termos seguintes:
1º Se o valor foi fixado por arbitradores nomeadas pelas partes, o
segurador não o pode contestar;
2º Se o não foi, pode ser verificado por todos os meios de prova admitidos
em direito.
Parágrafo 2º - O segurado não tem direito de abandonar ao segurador os
objectos salvos do sinistro, e o valor destes não será incluído na
indemnização devida pelo segurador.
Hugo Daniel Lança Silva
Direito dos Seguros
Indemnização

Franquia: é uma margem não coberta pela


indemnização e que é da responsabilidade do
segurado.

Tem a dupla função de ser um estímulo à prudência


do segurado e impedir procedimentos burocráticos
complexos e dispendiosos com pequenos sinistros.

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
As vicissitudes do Seguro:
O Co-seguro e o resseguro

Co-seguro: “participação de várias seguradoras na garantia


de um mesmo risco, através de um acordo prévio de vontade
entre todos os intervenientes, assumindo cada seguradora
uma quota-parte do risco coberto ou do capital garantido”
(Decreto-Lei 301/85)

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
As vicissitudes do Seguro:

Resseguro: “é o contrato de seguro pelo qual o segurador


transfere para outro segurador – o ressegurador – total ou
parcialmente, o risco de ter de ressarcir um sinistro.

Hugo Daniel Lança Silva


Direito dos Seguros
Seguros Obrigatórios:

 Seguro de responsabilidade civil fundada em acidentes


de viação

 Seguro de incêndio na propriedade horizontal

 Seguro de acidentes de trabalho

Hugo Daniel Lança Silva

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