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LABORATÓRIO DE

CRIATIVIDADE EM
CONTAÇÃO DE HISTÓRIA
Prof. Ms. Juliana Montenegro Seron
Contar Histórias...

"Os contadores de história, só podem contar enquanto


a neve cai. A tradição manda que seja assim. Os índios
do norte da América têm muito cuidado com essa
questão dos contos. Dizem que quando os contos
soam, as plantas não se preocupam em crescer e os
pássaros esquecem a comida de seus filhotes".
(Eduardo Galeano).
Contar e inventar histórias exerce sempre grande fascínio e alegria nas
crianças.
Quando ouvem, reproduzem ou inventam histórias, elas estão
enriquecendo as suas experiências, desenvolvendo a imaginação, a sua
linguagem oral e escrita.
Após uma história, podemos levar os alunos a:

 Reproduzir as histórias lidas ou contadas;

 Reproduzir a história e dramatizar à luz da experiência da criança;

 Executar desenhos;

 Inventar outras historias.


Contando uma boa História
Para o professor levar os alunos a se interessarem pelas histórias, ele
próprio deverá ser alguém interessado nelas. Observe esses cuidados e boa
história.
 Conhecer bem a história;
 Fazer um planejamento antes de contá-la;
 Não enfatizar detalhes simples;

 Mostrar entusiasmo e alegria ao contá-la;


 Evitar o uso de muitos “então”;
 Utilizar linguagem clara e correta;

 Pronunciar bem as palavras;


 Olhar para os seus ouvintes;
 falar em tom audível e com voz modulada
10 mandamentos da contação de histórias
• Escolha uma história da qual você goste muito e deseje contar.
• Leia essa história muitas vezes.
• Feche os olhos e imagine o cenário, os personagens, o tempo e outros elementos
constituintes do enredo.
• Escolha a voz para o narrador e para as personagens da história.
• Exercite seu poder de concentração.
• Aprenda como criar o gosto pela leitura conforme a idade do aluno.
• Tenha cuidado com sua postura e os vícios de linguagem.
• Conte para alguém antes de contar para todo mundo.
• Na hora de contar, olhe para todo: olhar diz muita coisa.
• Seja natural, deixe falar seu coração e seduza o ouvinte para que ele deseje ouvir
novamente.
O contador de histórias poderá fazer uso de diversos recursos para atrair a atenção das crianças. Um fantoche,
uma dobradura, uma simples pedrinha, enfim, qualquer coisa que lembre o personagem ou o local onde a
história se passa, encanta a criança. Seguem algumas sugestões de recursos para contar histórias:

Os livros infantis são os escritos especialmente para crianças, embora muitas vezes os adultos também os leiam.
Afinal, todo adulto tem uma criança guardada dentro dele. Existem livros de todos os tipos e para todos os
gostos: com textos e gravuras, só com gravuras, livros de tecido, de plástico, livro virtual, etc. 

As histórias infantis surgiram há muito tempo, quando ainda não tinham livros. E como já foi falado essas
histórias eram contadas de pai para filho, de geração a geração. O importante é que hoje existe uma porção de
livros e histórias que fazem a gente querer ler sempre mais e mais. 

Os livros sem texto também são um ótimo recurso para explorar a oralidade, pois constituem um exemplo de
comunicação sem o uso de palavras, utilizando-se apenas de imagens para transmitir mensagens. Constituem
um excelente meio para levar o aluno a construir a ideia de sequência de ações, preparando-o para escrever
narrações.

Escolha um livro que contenha apenas ilustrações. Disponha os alunos sentados a sua frente, em forma de meia
lua, para que todos possam ver sem dificuldades as ilustrações do livro que você escolheu.
• Diga aos alunos: “Hoje vamos ler juntos um livro que não tem palavras escritas, tem apenas os
desenhos das cenas.” Mostre a primeira cena do livro e fale: “Vejam todos como começa a nossa
história.” “Paulo me diga o que aconteceu nesta cena?” Vire a página e mostre a próxima cena,
explorando-a com perguntas dirigidas aos alunos. Se for o caso, crie suspense antes de virar a
próxima página, perguntando a um dos alunos: “Ei Ana, o que você acha que vai acontecer
agora?” 

A cada nova cena explore a interpretação oral dos alunos, motivando-os sempre com perguntas
sobre o que eles observam. Ao final pergunte se algum aluno gostaria de contar a história que
acabaram de ver para os demais colegas. 

• Sugestões de livros de história sem texto: 

- Briga de uma nota só – Editora Moderna; 


- Coração Partido – Editora Quinteto; 
- Do outro lado da janela – Editora Moderna; 
- História de amor – Editora Lê.
Que história contar? Sugestões por faixa etária
Pré-escolares: até 3 anos
• Histórias de bichos.
• Contos rítmicos que sejam leves, lúdicos, bem humorados e curtos.
• Cantigas de ninar.
• Veja dicas de livros para faixa etária de 3 anos.
Fase pré-mágica: de 3 a 6 anos
• Histórias de bichos.
• Pequenos contos de fadas com enredo simples e poucas personagens.
• Poemas simples.
• Trava-línguas.
• Parlendas.
• Cantigas de rodas.
• Veja dicas de livros para a faixa etária de 5 anos.
Fase escolar: 7 anos
• Histórias de crianças, animais e encantamentos.
• Contos de fadas mais elaborados.
• Aventuras no ambiente próximo: família e comunidade.
Fase escolar: 8 anos
• Histórias humorísticas.
• Contos de fadas mais elaborados.
• Lendas folclóricas.
Fase escolar: 9 anos
Fase escolar: 11 anos
• Mitos.
• Mitos (hindus, persas, árabes,
• Contos de fadas mais elaborados. egípcios).
• Antigo testamento como mito. • Narrativas de viagens.
• Histórias verídicas. • Histórias verídicas.
• Histórias de humor. • Mitos de heróis.
Fase escolar: 10 anos Fase escolar: 12 anos em diante
• Mitos. • Narrativas de viagens
• Mitologia nórdica. • Histórias verídicas
• Narrativas de viagens. • Biografias e romances
• Histórias verídicas.
Técnicas para contação de histórias

• Contação: adaptação do contador ou história decorada na íntegra.


• Com o livro: leitura dinâmica, dramatizada, com as ilustrações do livro.
• Com gravuras: varal, livro ampliado.
• Com fanelógrafo: gravuras coloridas, dobraduras, sombras – usar o
velcro atrás.
• Com desenhos: desenhar as personagens enquanto vai contando a
história.
• Fantoches: de varetas, dedoches, de caixinhas, de papel machê, de
meias, de EVA, de espuma, de feltro ou qualquer outro material que
sua criatividade permitir.
Cesto de contar histórias

• Fazer um cesto com


bonecos 
para que eles virem
os personagens para
a contação de
histórias.
Com música
• Contar histórias através da música e
aproveitou para ensinar as
diferentes canções que tornam a
história da Chapeuzinho Vermelho
memorável. Ou vai dizer que você
não se lembra do “Pela estrada
afora, eu vou bem sozinha, levar
estes doces para a vovozinha…”
Roda de Histórias

• Outra sugestão que é bem bacana


porque envolve as crianças é esta do
Kiwicrate.com, de criar 
uma roda de histórias. Com as crianças
vocês fazem a roda e colocam em cada
divisão uma situação ou personagem que
vai servir como ponto de partida para a
história. O que eu amo nisto é ver o
desenho que as próprias crianças fizeram
como inspiração.  No post original, em
inglês, tem um passo a passo detalhado.
Teatro de Sombras
• Que tal fazer um teatro de sombras? A Carol aproveitou um dia sem
telas para inventar uma história tão incrível que eu acabei sugerindo
para a gente fazer o nosso teatro oficial, com a tela de projeção e os
personagens. O vídeo tutorial mostra como fazer. Assim a gente
continua contando histórias mesmo quando as crianças crescem.
Com as fotos da família

• Eu encontrei um post mega legal no Scholastic.com


falando sobre como pode ser divertido 
usar as fotos da família para iniciar uma história.
Parece um pouco o que falei no post 
“Quando as fotos da família viram brincadeira para
bebês”
. Só que estas ideias não são para bebês. Um
exemplo é pegar uma foto sua, de antes das
crianças nascerem, e contar a história daquela foto.
Outra é pegar diferentes fotos de uma ocasião e
pedir para as crianças colocarem em ordem.
Com massinha

• Olha que ideia ótima do


Nurturestore.co.uk: você brinca
de massinha e ainda 
cria elementos que servem para
contar histórias
.
Com desenhos

• Outra ideia maravilhosa: usar


imagens de revistas, caixas, ou
mesmo impressas no
computador para que as
crianças soltem a imaginação
e criem sua história. 
Com fantoches

• Taí um jeito maravilhoso de contar


histórias: com fantoches. Você tanto
pode comprar 
kits como os do Alegria sem Bateria
 para fazer fantoches mais bem
acabados (lembra da 
Gabi brincando com os fantoches?),
como pode fazer uma oficina de
fantoches, 
como esses de palito de picolé, e
depois usar como personagens.
Com cartões
• Aí vai outra sugestão que envolve as crianças em todos os
processo. Elas ajudam na elaboração de cartões com objetos,
locais e personagens e depois é só selecionar os cartões para
contar as histórias. Muito legal, né?
Com uma folha de história em quadrinhos

• Para terminar a lista, um


post como tudo o que você
precisa para 
criar a sua própria história
em quadrinhos
!
Métodos para contar histórias
• Narração: quando a história tem um enredo simples e elementos familiares.

Participação ou cantos: quando você tem partes que se repetem frequentemente e/ou
frases engraçadas.

Material visual: quando a história for complicada ou contiver elementos desconhecidos.

Histórias caracterizadas: teatro, fantasias ou um único boneco. Quando o envolvimento ou


o teatro ajudam a enfatizar a mensagem da história ou para facilitar a expressão de
sentimentos e pensamentos interiores.

Dramatização: quando se quer ilustrar uma aplicação da mensagem ou se tem muitos


personagens de igual importância.
• # Ler a história diretamente para as crianças. Ao se preparar leia a
história diversas vezes e pelo menos uma vez em voz alta. Ao ler para
as crianças seja tão animado como se estivesse contando-a; leia
devagar e olhe nos olhos das crianças.

# "Vamos fazer de conta" muito bom para explorar atos e suas


consequências.

# Contar uma experiência; algo que aconteceu a você, e de


preferência que não te coloque como um "bom" exemplo.

# Discussão / perguntas e repostas (melhor com crianças mais velhas);


lembre-se que uma história não é uma palestra.
Métodos Envolventes
• # História participativa. Como quando um mágico usa alguém da plateia.

Em geral nós guardamos 60% do que fazemos, 30% do que apenas vemos e apenas 10% do que apenas
escutamos.

# Coros, cantos e histórias com eco. O professor combina com as crianças uma frase ou atitude à qual elas
devem responder com uma palavra ou gesto específico. Ou faça com que as crianças criem os efeitos sonoros
de acordo com a história sempre que você indicar. É impressionante a quantidade de coisas que eles
memorizam assim.

# Pantomima: É especialmente eficaz com grupos pequenos de crianças menores, em que eles "participam" na
história ao representar.

# Teatralizando: apos contar rápida e resumidamente a história deixe as crianças se tornarem os personagens.

# Jogo de personificação: cada criança assume um personagem e deve reagir às situações que você apresenta.
Métodos visuais
# Histórias em sequência: a medida que a história evolui, use uma série de figuras para ilustrá-la. Livros de colorir são boas fontes de
material; Cuidado com: temporização (para que as figuras não sejam apresentadas antes do fato), controle o interesse do grupo e
não distraia a atenção deles dos pontos importantes.

# Quadros de Figuras ou palavras: A chave aqui é o elemento surpresa (o que será acrescentado depois?)

# Figuras misteriosas: a medida que a história é contada vá desenhando uma série de linhas e formas sem sentido até que as linhas
se formem objetos reconhecidos que dão ênfase a partes da história. (Simplifique o trabalho fazendo os traços a lápis, bem claro,
antes. Certifique-se que o quadro e o desenho são grandes o suficiente para ser vistos por todos. Falar e desenhar ao mesmo tempo
é mais complicado que parece; conheça bem a história e pratique antes).

# Acrósticos: podem ser usados durante a lição preenchendo com as palavras no correr da história.

# Flanelógrafo: Muito útil se a sequencia, movimento e relacionamentos são importantes para a história.

Métodos visuais são especialmente importantes se objetos desconhecidos são parte da história. As vezes é melhor apresentar os
objetos antes da história para evitar confusão durante a narrativa.

Outros métodos visuais incluem modelagem, dobraduras, quadros de giz, mapas...


Métodos dramáticos
Ao contar uma história, lembre-se que suas expressões faciais e gestos são tão importantes como o tom e o som da sua voz. Aprenda a
exagerar emoções, desenvolva diferentes vozes e personalidades, conte histórias em "bumerangue", isto é você dialoga com você mesmo.

# História narrativa. O professor assume a postura de observador / testemunha, até as vezes usando uma fantasia. Ajude as crianças a "estar
lá" com você, ver através dos seus olhos.

# Esquetes ou quadros vivos. A história toda ou partes são encenadas.

# Entrevista: onde o professor entrevista um personagem convidado (requer 2 pessoas ou você e 1 boneco)

Bonecos e fantoches. Existem diversos tipos de fantoches. Os mais simples podem ser feitos a partir de uma meia ou saco de papel ou
simplesmente recortando silhuetas e colando-as a palitos de picolé.

Cada fantoche deve ter uma personalidade clara (ex. nervoso, tímido, orgulhoso.. ) e também uma voz que não devem mudar durante a
história.

Não use fantoches apenas para narrar a história; converse com o boneco ou faça com que atuem.

Tome cuidado ao usar fantoches em um teatro, para que eles não caiam da cena, a medida que seus braços cansem e para que sua voz
alcance a plateia. Cuidado com movimentos fora de sincronia, diálogos muito complexos e excesso de objetos e cenários. Mantenha contato
visual (olhar) entre os fantoches e entre fantoches e crianças.
Referências

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