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As casas do açúcar

Um estudo histórico dos assentamentos agroindustriais das usinas de


Campos dos Goytacazes
Contemplamento:
CODEMCA: Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos –
Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes
Início:
• 8 textos de bibliografia inicial da autora Gabriela Campagnol;
• 41 (teses, artigos, dissertações) de levantamento de bibliografia em
repositórios (14 universidades);
• Ida à CIDAC;
• Sem trabalho de campo;
Objetivos:
• Aprender o que foram os núcleos fabris;
• Entender a estrutura dos núcleos;
• Compreender as relações que se davam no ambiente dos núcleos
fabris;
• Compreender as ligações entre habitação e trabalho;
• Descobrir qual foi o impacto desses núcleos nos habitantes;
• Entender a visão dos trabalhadores quanto a usina e o núcleo;
• Compreender a vida no núcleo para o trabalhador (entretenimento,
religião, educação, saúde, entre outros);
• Foco no trabalhador e habitantes dos núcleos;
Áreas de discussão e discussões:
• História (patrimônio; memória; hierarquia social; habitação;)
• Antropologia (habitação; relações sociais; instituições; religião;)
• Arquitetura (estrutura; construção; edificações;)
• Sociologia (força de trabalho; relações sociais;)
• Geografia (urbanidade; espaço; lugar;)
Descobertas iniciais:
• O interesse em estudar e preservar restos industriais começou por meio
de estudos em 1976 pela publicação acadêmica de Warren Dean na
Fábrica São Luiz em Itu;
• Em alguns lugares, a expressão "arqueologia industrial" prevalece, em
outros, "patrimônio industrial". O termo património industrial
compreende os restos de uma cultura industrial, enquanto a
arqueologia industrial é um método interdisciplinar de estudar o
passado industrial (material ou não);
• A arqueologia industrial tornou-se uma maneira completa de olhar para
um período da história humana usando todas as evidências disponíveis;
Descobertas iniciais:
• O Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) foi
fundado na década de 1930 com a única intenção de salvaguardar o
patrimônio histórico e artístico nacional do Brasil;
• O tombamento (registro) impede que a propriedade/herança seja
destruída ou diminua sua integridade;
• O objetivo dessas intervenções não é simplesmente manter os
edifícios antigos, mas reutilizar a energia e os materiais já investidos
neles;
• A construção de núcleos fabris é observada tanto nos engenhos
quanto nas usinas instaladas no fim do século XIX;
Descobertas iniciais:
• Fim do século XIX (com auge século XX, entre 1920-1950), após, a
urbanização decorreu transformações no espaço e na organização do
trabalho que reduziu até extinguir completamente esta forma de
habitação;
• A habitação em usinas de açúcar é pouco conhecida pelo escasso
número de publicações e estudos sobre;
• Objetivo dos núcleos: a garantia de mão de obra próxima e
disciplinada;
Descobertas iniciais:
• Núcleo fabril: habitação oferecida pelo patrão á alguns trabalhadores
sem ônus (comunidade criada, administrada e de propriedade de uma
única empresa ou grupo de empresas);
• Termo: adaptado de “company town”;
• Também chamada de vila operária e complexo agroindustrias;
• Contavam com escolas, igrejas, comércios, cinemas, ambulatórios,
equipamentos de lazer e esporte que lhes proporcionava um caracter
autônomo;
• Forma de hierarquização do espaço habitacional (submetidos á
economia industrial e ás ordens do patrão);
Descobertas com levantamento
bibliográfico:
• Núcleos foram utilizadas como uma forma de dominação da força de
trabalho afim de que o operário renda melhor durante sua produtividade
e aumente a extração da mais-valia (intensificação do lucro capitalista);
• Apresentada como uma “bondade” ou “caridade” do usineiro;
• Tinham diversos objetivos: controle do funcionário, barganha, diminuição
de gastos com transporte, diminuição de atrasos ou concessão em forma
de “benefícios sociais”;
• As fábricas com vila operária tornaram-se um complexo socioeconômico,
cultural e político;
• Pelo isolamento das fábricas, a política adotada pela cidade não tem tanta
influencia na vila;
Descobertas com levantamento
bibliográfico:
• A casa tem uma conotação diferente do simples habitat da força de
trabalho, pois quando a casa é ofertada ao trabalhador ela passa a interferir
nas relações, ou seja, além do seu valor de uso ela tem um valor de troca;
• No aluguel, está contido parte do salário do trabalhador, mantendo assim,
boa parte do salário que seria dedicado ao trabalhador, nas mãos do
empresário;
• Dá autoridade para a intensificação da jornada de trabalho;
• Dava “status” aos trabalhadores, pois eram diferentes dos trabalhadores
urbanos que eram vistos como sujos, mal cuidados e desprovidos do
mínimo de assistência;
Descobertas com levantamento
bibliográfico:
• Haviam apitos por toda a fábrica que determinavam a hora de
acordar, de preparar a comida, de sair de casa e de sair do trabalho;
• Muitos trabalhadores passavam por extrema pobreza;
• Algumas fábricas não possuíam saneamento básico ou água
encanada;
• As festas e as casas são como compensação pela exploração e
miséria;
Eduardo
Crespo,
ASFLUCAN
(Associação
Norte
Fluminense
dos
Plantadores
de Cana),
Dez-2014.
Bibliografia:
• CARVALHO, Maicon S. Mota. “Bayer e Belford Roxo uma experiência industrial na Baixada Fluminense
(1958-2008)”. 2011. 77 páginas. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Nova Iguaçu, 2011. (Capítulo
2 – 2.3 “Vila Operária da Bayer”)
• KELLER, Paulo Fernandes. “Cotidiano Operário e Complexo fabril: fábrica com vila operária em Paracambi –
RJ”. Enfoques – Revista eletrônica dos alunos do PPGSA/IFCS/UFRJ.
• FARIAS, Ivo dos Santos. “Dominação e resistência operária no núcleo fabril de Fernão Velho (1953-1962)”.
2012. 110 páginas. Universidade Federal de Alagoas. Maceió, 2012. (Capítulo 3 – 3.1 “O núcleo fabril e a
lógica capitalista; Capítulo 4 – 4.1 “Relato sobre as condições de vida operária no núcleo fabril de Fernão
Velho”)
• SCIFONI, Simone. “Lugares de memória operária na metrópole Paulista”. GEOUSP – Espaço e Tempo, São
Paulo, n°33, pp.98-110, 2013.
• Campagnol, Gabriela. “O espaço das usinas...”: “Morar na usina, morada na usina”. In: Campagnol,
Gabriela. “Usinas de açúcar: habitação e patrimônio industrial”. 2008. 503 páginas. Universidade de São
Paulo, São Carlos, 2008.
• Campagnol, Gabriela. “Usinas de açúcar: formação e transformação de seu espaço”. In: Cordeiro, José M. L.
“Arqueologia industrial”. Quarta série, volume IV, número 1-2. 2008, 73-96.
• Campagnol, Gabriela. “Industrial Archaeology and Brazilian Industrial Heritage”. Preservation Education e
Research, volume four, p.1-18, 2011.

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