Frontispício da peça teatral Auto de Inês Pereira, Biblioteca Nacional de Madrid (século XVI) O Auto de Inês Pereira foi representado em 1523 em Tomar, ao rei D. João III, no Convento de Cristo, fundado pelo Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários (1160). Na edição príncipe da obra vicentina, publicada pouco depois da exibição para a corte (1523), estão inscritas as seguintes palavras:
Feyto por Gil Vicente, representado ao
muyto alto, e muy poderoso Rey dom Joam o terceyro no seu convento de Tomar: Era do Senhor de MDxxiii. O seu argumento he, hum exemplo comum que dizem: mais quero asno que me leve, que cavallo que me derrube. As figuras sam as seguintes. Ines pereyra, sua mãy, Lianor vaz, Pero marquez, dous Judeus, hum chamado Latam, e outro Vidal, hum escudeyro, com hum seu Moço, hum Ermitam. (VICENTE, 1970, p. 163). Título da peça teatral
Nomes das personagens
(Escudeiro, Inês Pereira, Lianor Vaz, Mãe) Xilogravura única, representando quatro figuras, entalhadas em perfil • Escudeiro e Inês Pereira • Lianor Vaz e a Mãe Duas duplas viradas de frente em aparente conversa
Escudeiro e Inês Pereira Lianor Vaz e Mãe
Escudeiro e Inês Pereira
Escudeiro Inês Pereira
• pertencente à • jovem nobreza (cf. roupa) • com uma flor • pose de mesura de haste alta • com ramo de flores na mão
Par amoroso • ambos se olham diretamente • atitude de enamoramento Lianor Vaz e Mãe
Lianor Vaz Mãe
• mais jovem do • mais idosa do que a Mãe de Inês que Lianor Vaz • vestida de forma • com as costas cerimoniosa arqueadas (a roupa sugere • vestida de forma bastante contacto simples social) Auto / Farsa Esta obra de Gil Vicente pode ser designada como Auto de Inês Pereira ou Farsa de Inês Pereira.
De facto, a farsa é também um auto, na medida em
que este era o nome dado a qualquer peça de teatro na Idade Média.