Você está na página 1de 40

UniRuy

CURSO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA: HOMEOPATIA

Bioterápicos e Isoterápicos
O que são Bioterápicos?

• São preparações medicamentosas obtidas a


partir de produtos biológicos, quimicamente
indefinidos: secreções, excreções, tecidos,
órgãos, produtos de origem microbiana e
alérgenos elaboradas conforme a
farmacotécnica homeopática.
• (ANVISA , 2011)

As substâncias que dão origem aos


bioterápicos são identificadas como
“fontes para bioterápicos”
O que são Bioterápicos?

g ica
a t oló
m p ios)
ri g osód
e
o (n

nã (sarc
o p ód
ato ios
lóg )
ica
Bioterápicos apresentam patogenesias?

A individualidade nunca deve ser colocada em


segundo plano, pois vai além da ação do
microrganismo na causa real e profunda das
doenças.
Em quais situações os
bioterápicos são utilizados?
Os bioterápicos são divididos
em duas grandes categorias
q ue
s to
dee
s
áp ico
te r
bio

iso
ert
áp
ico
s
Bioterápicos de estoque
• São produtos cujo insumo ativo é
constituído por amostras preparadas e
fornecidas por laboratórios industriais
especializados.
• São classificados em codex, simples,
complexos, ingleses e vivos (Roberto
Costa)
Bioterápicos de estoque
Faça você mesmo no caderno
• Complete os espaços vazios na tabela abaixo
Bioterápico Obtenção Classificação
Anthracinum Lisado de fígado de coelho Complexo
infectado por carbúnculo
(Bacillus anthracis)

Bacilo de Morgan Bacilo Gram-negativo (Proteus Ingleses


morgani) isolado de fezes de
crianças com diarreia sazonal
Eberthinum Cultura de Salmonella typhi
Gonotoxinum Vacina antigonocócica
Psorinum Lisado de serosidade de lesões
de sarna, colhido sem
tratamento prévio
Bioterápicos – Roberto Costa
• Recebem o nome do microrganismo
correspondente
• Eles são preparados na escala
decimal.
“O que produz a doença é que deve ser
dinamizado para, por meio da
manipulação, desenvolver propriedade
medicamentosa antagônica, ação
secundária que se opõe à ação primária
do agente causal.”
Técnica – Roberto Santos
• 1. Acrescentar à cultura 10 mL de cloreto de
sódio a 0,9% (soro fisiológico).
• 2. Após 48 horas, decantar a suspensão.
• 3. Proceder à contagem dos microrganismos,
conforme a tabela de Mac-Farland.
• 4. Diluir a solução de maneira a obter um
milhão de bactérias para cada 1 mL.
• 5. Dinamizar na escala decimal até a 12DH,
usando como veículo o soro fisiológico.
• 6. De 13DH em diante, utilizar etanol a 77%
(v/v).
Técnica Bioterápicos
• As técnicas de preparação dos
bioterápicos de estoque deverão ser
as descritas nas monografias
específicas.
Os bioterápicos são divididos
em duas grandes categorias
q ue
s to
dee
s
áp ico
te r
bio

iso
ert
áp
ico
s
O que são isoterápicos?

• São preparações medicamentosas obtidas a


partir de insumos relacionados com a
patologia/enfermidade do paciente,
elaboradas conforme a farmacotécnica
homeopática. (ANVISA,2011)
Os isoterápicos são divididos
em duas grandes categorias
ic os
t e ráp
o iso
a ut

he
te
ro
is o
te

p
ico
s
AUTOISOTERÁPICOS

• São isoterápicos cujos insumos ativos


são obtidos do próprio paciente
(origem endógena) como fragmentos
de órgãos e tecidos, sangue,
secreções, excreções, cálculos, fezes,
urina, culturas microbianas e outros e
destinados somente a este paciente.
HETEROISOTERÁPICOS

• São isoterápicos cujos insumos ativos


são externos ao paciente (alergenos,
alimentos, cosméticos, medicamentos,
toxinas, poeira, pólen, solventes e
outros), que de alguma forma o
sensibiliza/intoxica.
Coleta para o Preparo de
Isoterápicos
• Local de coleta (deve ser realizada sob a
orientação de profissional habilitado)
– Consultório médico
– Laboratório de análises clínicas
– Farmácia (se houver sala específica para coleta)
– A coleta poderá ser realizada pelo próprio
paciente, quando aplicável.
• O material deverá ser coletado preferencialmente em
material descartável e antes de qualquer tratamento
Coleta para o Preparo de
Isoterápicos
• Recebimento
– A amostra deve estar acompanhada da
prescrição médica e descrição do material
– As partes externas do recipiente da coleta
devem ser descontaminadas.
– O material deve ser encaminhado à
farmácia no prazo máximo de até 4
horas; ou conservar o material coletado
sob refrigeração.
qualquer amostra de origem biológica deve
ser tratada como se fosse patogênica
Coleta para o Preparo de
Isoterápicos
• Descarte
– Para o descarte do material deve-se
aplicar o Plano de Gerenciamento de
Resíduo de Serviços de Saúde (PGRSS).
Exemplo: Autoisoterápico
• Saliva
– Dentro do possível, não fazer uso de
medicamentos nas últimas 96 horas.
– Colher, no mínimo, 5 mL de saliva, de manhã,
em jejum de 1 hora e antes da higiene bucal.
– Anotar a data e o horário da coleta na
embalagem.
– Enviar à farmácia o material colhido no
menor tempo possível.
– Na impossibilidade do envio imediato,
conservar a amostra sob refrigeração.
Exemplo: Heteroisoterápico
• Poeira ambiental
– Não usar no local da coleta produtos de
limpeza e assepsia nas 48 horas anteriores à
realização da coleta.
– Colher o suficiente para preparar medicamentos
nas escalas decimal e centesimal.
– Enviar à farmácia o material colhido no menor
tempo possível.
– Na impossibilidade do envio imediato,
conservar a amostra sob refrigeração.
Técnica de preparo dos
isoterápicos
• Sala específica para a coleta e
manipulação dessas preparações
homeopáticas até 12CH ou 24DH
• A farmácia homeopática poderá
manipular os autoisoterápicos na sala
de manipulação destinada aos
medicamentos homeopáticos, desde
que a amostra receba tratamento
prévio de inativação microbiana.
Técnica de preparo dos
isoterápicos
Ponto de partida Veículo ou excipiente Processo
utilizado nas dinamizações
Material insolúvel: cálculos, Lactose, água purificada, 1. Triturar até 3CH ou 6DH
escamas, fragmentos de etanol a 77 e 96% (v/v) em lactose.
órgãos e tecidos, pelos, pós 2. Diluir essas potências de
etc acordo com a técnica de
solubilização dos
triturados e sucussionar
para obter a 4CH ou 7DH.
3. Dinamizar as potências
intermediárias em etanol
a 77% (v/v).
4. O teor alcoólico da última
potência vai depender da
forma farmacêutica a ser
dispensada.
Técnica de preparo dos
isoterápicos
Ponto de partida Veículo ou excipiente Processo
utilizado nas dinamizações
Material solúvel: alérgenos, Etanol a 77% (v/v) 1. Dinamizar até 3CH ou 6DH
excreções, secreções etc em insumo inerte
adequado à solubilidade
do material.
2. Dinamizar as potências
intermediárias em etanol
a 77% (v/v).
3. O teor alcoólico da última
potência vai depender da
forma farmacêutica a ser
dispensada
Técnica de preparo dos
isoterápicos
Ponto de partida Veículo ou excipiente Processo
utilizado nas dinamizações
Cultura microbiana: placa Glicerina diluída (1 parte de 1. Dinamizar com glicerina
microbiana ou suspensão de água e 1 parte de glicerina) e diluída até 3CH ou 6DH.
cepas bacterianas etanol a 77% (v/v) 2. Dinamizar as potências
intermediárias em etanol
a 77% (v/v).
3. O teor alcoólico da última
potência vai depender da
forma farmacêutica a ser
dispensada.
ARMAZENAMENTO DAS
MATRIZES DE BIOTERÁPICOS
• Os bioterápicos de estoque são mantidos
armazenados da mesma maneira que os
demais medicamentos homeopáticos.
• Os heteroisoterápicos integram o estoque
da farmácia, podendo, na maioria das
vezes, ser utilizados por vários pacientes,
uma vez que sua prescrição depende da
sensibilidade individual a essas
substâncias.
Para pensar...

AUTOISOTERÁPICOS PODEM
SER ARMAZENADOS?
Estoque de autoisoterápicos
• Repetição do receituário;
• Quebra do frasco que contém o
medicamento;
• o prescritor desejar aumentar a potência
a partir da última prescrição.
• De acordo com a edição em vigor da
Farmacopeia homeopática brasileira, os
autoisoterápicos somente poderão ser
estocados em etanol a 77% (v/v) ou
superior e dispensados a partir da 12CH
ou da 24DH.
Estoque de autoisoterápicos
• A farmácia deve manter arquivo com
os dados do paciente, do prescritor,
nome do isoterápico, potência, escala
e método, forma farmacêutica, data
da manipulação e data da exclusão do
estoque.
• A matriz desse medicamento deve
ficar estocada de 6 meses a 1 ano
Rotulagem
• Bioterápico
Rotulagem
• Autoisoterápico
Rotulagem
• Heteroisoterápico
LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO SOBRE BIOTERÁPICOS
Na RDC n. 67/2007, na RDC n. 87/2008 e na edição em vigor da Farmacopeia
homeopática brasileira

• A farmácia que manipular autoisoterápico deverá ter área


específica para coleta e manipulação até 12CH ou 24DH.
• A inativação microbiana do material deverá ser realizada
antes de sua entrada na área de manipulação.
• Com a finalidade de garantir a validação da inativação
microbiana, a farmácia deverá realizar monitoramento
periódico do processo de inativação e manter os registros.
• O local de coleta não deve servir para outros fins nem
funcionar como área de circulação.
• Para o controle do processo de manipulação da preparação
isoterápica, esta deverá estar acompanhada da respectiva
receita.
• A preparação de heteroisoterápicos utilizando especialidades
farmacêuticas que contenham substâncias sujeitas a controle
especial deve ser realizada a partir do estoque da farmácia ou
proveniente do próprio paciente, obedecidas às exigências da
legislação em vigor.
LEGISLAÇÃO SOBRE
BIOTERÁPICOS
• A preparação de heteroisoterápicos utilizando
substâncias sujeitas a controle especial deve ser
realizada obedecendo às exigências da legislação
específica em vigor, necessitando, neste caso, da
Autorização Especial (AE) emitida pela Anvisa.
• A preparação e dispensação de heteroisoterápicos de
potência igual ou acima de 6CH ou 12DH com matrizes
obtidas de laboratórios industriais homeopáticos não
necessitam da Autorização Especial emitida pela Anvisa.
• A manipulação de material biológico proveniente de
patologia de notificação compulsória deve cumprir a
legislação em vigor.
• A farmácia deve manter um Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)
PONTOS DE PARTIDA

• Os principais pontos de partida para a


preparação de bioterápicos e isoterápicos
são: alergenos, cálculos (biliar, dental, renal,
salivar e vesical), culturas microbianas,
escarro, fezes, fragmentos de órgãos ou de
tecidos, pelos, poeira ambiental, pus,
raspado de pele ou de unha, saliva, sangue,
secreções, excreções, fluidos, soro
sanguíneo e urina.
INSUMOS INERTES

• Lactose;
• Soluções alcoólicas em diversas
graduações,
• Água purificada
• Solução glicerinada
• Solução de cloreto de sódio 0,9% (p/v).
QUESTIONÁRIO - ARTIGO
• Introdução, Casos (1, 2 e 4), Discussão e conclusão
• Qual a classificação do(s) bioterápico(s) utilizados no artigo?
• O que justifica o uso de placebo em homeopatia?
• O bioterápico conseguiu modular a doença?
• Críticas à condução do trabalho

• https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/ar
ticles/PMC6693058/

Você também pode gostar