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MODULO V

A INSERÇÃO DO BRASIL NO MUNDO


GLOBALIZADO: O PANORAMA DOS
ACORDOS INTERNACIONAIS QUE O
BRASIL PARTICIPA: AMEAÇAS,
OPORTUNIDADES E IMPLICAÇÕES
PARA AS EMPRESAS BRASILEIRAS
MULTILATERALISMO
X
BILATERALISMO
MULTILATERALISMO X BILATERALISMO

Multilateralismo como opção estratégica


1995-2002 lógica de autonomia pela
integração

Brasil ajustou-se à dinâmica da ordem mundial


“úteis à legitimação e a concretização dos
próprios objetivos”.
• Segundo Fernando Henrique Cardoso
• “[A] política externa que persegui desde minha curta
passagem pelo Itamaraty (de outubro de 1992 a maio de
1993) buscou ‘a autonomia pela participação’ numa realidade
internacional cambiante, em contraposição à ‘autonomia pela
distância da ordem mundial vigente, que em momentos
anteriores marcou governos autoritários. [...] O Itamaraty,
geralmente entregue a diplomatas de carreira naqueles anos
de tendência tecnocrática, acabou por desenhar uma política
de defesa de nossos interesses que jogava com o terceiro-
mundismo. [...] A política externa do regime militar tinha a
legitimidade do governo que a criara. Após a queda do muro
de Berlim, em1989, e coma aceleração dos processos
econômicos vinculados à globalização, nos anos 1980 e
1990, havia que rever seus objetivos centrais”.
• Segundo Celso Lafer essa política:

“[...] se traduz em obter no eixo assimétrico das


relações internacionais do Brasil um papel na
elaboração e aplicação das normas e das
pautas de conduta que regem os grandes
problemas mundiais, que tradicionalmente as
grandes potências buscam avocar e, na medida
do possível, exercer com exclusividade”.
• Prioridades
• OMC, Mercosul-União Européia e ALCA
• Preferência pela OMC porque:
• “[...] enseja coligações de geometria variável, em função
da variedade dos temas tratados; por isso, no
Multilateralismo comercial não prevalecem‘alinhamentos
automáticos’. Na OMC, na formação destas coligações,
não só os Estados Unidos têm peso. [...] [Todos os
países têm possuem poder de iniciativa pela força da
ação conjunta e finalmente, a regra e a prática do
consenso no processo decisório têm um componente de
democratização que permeia a vida da organização”.
• GATT
• Rodadas de Negociação (7) Uruguay
• OMC 193 países desagravação tarifária, diminuição
das barreiras não tarifárias e

Ktarificação
• Agricultura, medidas fitossanitárias, barreiras
técnicas, TRIMS, TRIPS, dumping, subsídios, regras
de origem, licença de importação, salvaguardas
• BRASIL X EUA (Patents)

• Direito de “overide” a exclusividade de comercialização

• Brasil incluído na 301 (2001 os EUA aceitaram quebra


de patente por PEDs em questão de saúde pública

• Conceito brasileiro de autonomia pela integração e


licença compulsória em caso de emergência
• BRASIL X EUA (ALGODÃO)

• Farm Bill, displacement

• AOA Art. 13

• Bush, mudança política na Farm Bill (Celso Lafer e


Camargo Neto)

• ABRAPA (financiamento) OXFAM

• CEB
• ACORDOS BILATERAIS

• ALADI (12 países membros Argentina, Bolívia, Brasil,


Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai,
Peru, Uruguai e Venezuela)
• Área de Preferência Econômica na região (intenção de
criação mercado comum latino-americano)
– Preferência Tarifária Regional, Acordos de Alcance Regional,
Acordos de Alcance Parcial
– Desagravação Tarifária, Promoção do Comércio,
Complementação Econômica
• Acordos Bilaterais
• Principais Acordos Firmados
- Mercosul – (ACE 18)
- Mercosul – Chile (ACE 35)
- Mercosul – Bolívia (ACE 36)
- Brasil – Cuba (ACE 43)
- Brasil – México (ACE 53)
- Mercosul – México (ACE 54)
- Mercosul – México (Automotriz) (ACE 55)
- Mercosul – Peru (ACE 58)
- Mercosul – Comunidade Andina (CAN) (ACE 59)
Ademais, o Brasil está envolvido em uma série de negociações que visa aumentar o acesso de
seus produtos a mercados de países de fora da região.
Principais Acordos em Negociação
- Mercosul – Índia
- Mercosul – União Aduaneira da África do Sul (Sacu)
- Mercosul – União Européia
- Mercosul – Egito
- Mercosul – Marrocos
- Mercosul – Israel
- Mercosul – Conselho de Cooperação do Golfo (CCG)
- Mercosul - Paquistão
Investimento Estrangeiro
Capital estrangeiro

• Entende-se por capital estrangeiro os bens,


equipamentos e máquinas entrados no Brasil
sem dispêndio inicial de divisas, destinado a
produção de bens ou serviços, assim como os
recursos financeiros ou monetários trazidos ao
Brasil para aplicação em atividades econômicas,
desde que pertencentes a pessoas físicas ou
jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede
no exterior.
Registro de Capital Estrangeiro

• O registro de investimento estrangeiro no


Brasil é efetuado através do módulo RDE
– IED (registro declaratório eletrônico –
investimento externo direto), integrando o
Sistema de Informações do BACEN –
SISBACEN.
Investimento Estrangeiro Direto

• Consideram-se investimentos estrangeiros diretos, para


fins de registro declaratório eletrônico, as participações
permanentes em empresas receptoras no país, ou,
segundo as práticas usuais de mercado, as
participações com ânimo de permanentes, detidas por
investidor não-residente, pessoa física ou jurídica,
residente, domiciliada ou com sede no exterior,
mediante propriedade de ações ou quotas
representativas do capital social de empresas
brasileiras, bem como o capital destacado de empresas
estrangeiras autorizadas a operar no país.
Registro

• O registro RDE – IED pressupõe o


cadastro do responsável no SISBACEN,
sendo caracterizado pela atribuição de um
número ao binômio receptora-investidora,
sob o qual deverão ser registradas tofas
as mudanças e posteriores inclusões
referentes ao investimento registrado.
• Todo investimento estrangeiro deve ser
registrado no Banco Central. Tal registro é
essencial para a remessa de lucros ao
exterior, o repatriamento de capital e o
registro de reinvestimento de lucros.
Investimento em Moeda
• Os investimentos em moeda não dependem de
qualquer autorização preliminar por parte das
autoridades governamentais. Para subscrever capital ou
adquirir uma participação em empresa brasileira já
existente, basta remeter os investimentos através de
estabelecimento bancário autorizado a operar com
câmbio. Entretanto, o fechamento do câmbio está
condicionado à existência do número sob o qual o
investidor estrangeiro e a empresa receptora estão
registrados no sistema RDE – IED.
• O registro do investimento é feito através
do sistema RDE – IED, pela empresa
brasileira beneficiária, dentro de 30 dias a
partir do fechamento do contrato de
câmbio, devendo tal pedido ser
acompanhado dos documentos relativos à
capitalização dos fundos.
Investimento via conversão de créditos

• Os investimentos realizados via conversão de


créditos externos, em hipótese de operações
não registradas no RDE – IED, sujeitam-se à
autorização prévia do FIRCE (Departamento de
Registro e Fiscalização do Capital Estrangeiro
do Bacen). Concedida essa autorização, firma-
se uma operação simbólica de câmbio relativa à
compra e venda de divisas.
• Considera-se como conversão em IED a a
operação pela qual créditos passíveis de
gerar transferências ao exterior, com base
nas normas vigentes, são utilizados pelo
credor não residente para a aquisição ou
integralização de participação no capital
social da empresa no país.
• Para esse registro é necessário que a empresa
receptora nacional receba, do credor e
promitente investidor: I) declaração definindo,
precisamente, os vencimentos das parcelas e
respectivos valores a serem convertidos e, no
caso de juros e outros encargos, também o
período a que se referem e as taxas e cálculos
empregados; e II) declaração irretratável do
credor concordando com a conversão.
Investimento via Importação de Bens
sem Cobertura Cambial

• Os bens tangíveis, e intangíveis, para


registro RDE – IED, devem ser destinados
exclusivamente à integralização de
capital.
• O registro de capitais estrangeiros
ingressados na forma de bens deve ser
feito na moeda do país investidor ou, por
solicitação expressa deste, em outra
moeda, mantida em paridade cambial..
Assim que os bens importados forem
desembaraçados, a empresa brasileira
tem 180 dias para incorporá-los a seu
capital, seguidos de mais 30 dias para
solicitar o registro do investimento no
BACEN.
• As remessas relativas a lucros devem ter
sua destinação registrada no módulo
RDE- IED, tendo em vista a participação
no total de ações ou quotas que compõem
o capital social integralizado da empresa
receptora do investimento.
• O Brasil tem acordos para evitar dupla
tributação.
• Reinvestimento de Lucros

• Entende-se por reinvestimento os lucros


auferidos por empresas sediadas no Brasil
e atribuíveis a pessoas físicas ou jurídicas
residentes ou domiciliadas no exterior,
lucros estes que foram reinvestidos na
empresa e os gerou ou em outro setor
interno da economia.
• Os rendimentos auferidos pelo investidor
estrangeiro que venham a ser reaplicados
em empresas receptoras nacionais,
mesmo que distintas das que originaram o
rendimento, como objetivo de
integralização ou aquisição de ações e/ou
quotas, são passíveis de registro como
investimento no sistema RDE – IED.
• Repatriamento

• O capital estrangeiro registrado no BAcen


poderá ser a qualquer tempo repatriado a
seu país de origem, dispensando-se para
tanto qualquer espécie de autorização
prévia.
• Os valores em moeda estrangeira registrados
no BACEN como investimentos realizados por
não-residentes podem ser repatriados sem
incidência do imposto de renda na fonte. Nesse
caso, os valores em moeda estrangeira que
ultrapassem, proporcionalmente, o investimento
originalmente realizado (ganho de capital)
estarão sujeitos o imposto de renda na fonte.
Transferência de Investimentos no
Exterior

As participações societárias detidas por um investidor


estrangeiro em empresa brasileira podem ser alienadas,
cedidas ou de outras maneiras transferidas no exterior,
sem qualquer tributação no Brasil, independentemente
do preço pago. Deverá ser efetuada a mudança no
número do registro do módulo RDE- IED do BACEN,
para fazer constar o nome do novo investidor, para que
possa remeter, reinvestir lucros e repatriar seu capital.
Restrições para remessas ao Exterior

• Remessas de moeda ao exterior podem


sofrer restrições sempre que não houver o
correspondente registro, uma vez que a
remessa de lucros, o repatriamento de
capital e o registro de reinvestimentos
baseiam-se todos no montante registrado
a título de investimento estrangeiro.

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