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Parábola do Rico Insensato

A Parábola do Rico Insensato fala sobre o erro de se


colocar a preocupação com os bens materiais acima de
qualquer outra coisa. Essa parábola de Jesus está
registrada no Evangelho de Lucas 12:16-21.

Na Parábola do Rico Insensato Jesus fala sobre um


homem abastado cuja propriedade havia produzido em
abundância. Orgulhoso, o homem rico se perguntava o
que poderia fazer, pois ele não tinha mais espaço em
seus celeiros para guardar tantos frutos.
Então ele resolveu derrubar seus celeiros e construir
outros maiores, os quais seriam capazes de comportar
todos os seus bens. O homem rico até pensava em
dizer à sua própria alma que ela poderia descansar
tranquilamente e desfrutar do melhor desta terra,
pois ele havia guardado muitos bens que durariam
muitos anos.
Diante de tamanha insensatez do homem rico, Deus
lhe disse: “Louco! Esta noite te pedirão a tua alma, e o
que tens preparado para quem será?” (Lucas 12:20).
Então Jesus terminou a parábola com a seguinte
conclusão: “Assim é aquele que para si ajunta tesouros
e não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21).
Contexto da Parábola do Rico Insensato

Jesus contou a Parábola do Rico Insensato quando um


homem lhe pediu que Ele ordenasse a seu irmão que
repartisse com ele uma herança. Esse homem estava
entre uma multidão que ouvia as palavras de Jesus.
Curiosamente Jesus havia acabado de ensinar aos
seus ouvintes a respeito da importância de confiar no
Pai Celestial que satisfaz as necessidades de seus
filhos (Lucas 12:4-12). Mas parece que aquele homem
definitivamente não tinha entendido nada do que
Jesus estava ensinando. Ele estava preocupado
apenas com o fato de que seu irmão estava lhe
defraudando com relação à partilha de sua herança.
Provavelmente ele pediu que Jesus interferisse naquele litígio
familiar por considerar que o Senhor fosse um rabino. Às
vezes os rabinos mediavam situações desse tipo. Mas Jesus
Cristo se recusou a ser juiz de sua causa (Lucas 12:14). Na
verdade Jesus não tinha sido enviado pelo Pai para resolver
esse tipo de assunto, mas para cumprir uma missão muito
mais elevada: buscar e salvar o pecador!
Logo em seguida Jesus introduz uma séria advertência sobre
a cobiça, cuja Parábola do Rico Insensato faz parte. Essa
advertência não foi dirigida apenas ao homem preocupado
com sua herança, mas a todos os seus ouvintes.
Significado da Parábola do Rico Insensato

O significado da parábola do rico insensato fala sobre


a tolice em se preocupar demasiadamente com os
bens do mundo, visto que a própria vida é o mais
importante. O homem da parábola se achou tão
seguro pelos bens que tinha juntado, que esqueceu
que sua vida estava além daquilo.
Ele fez provisões para sua vida terrena, e pensou que
seus bens iriam garantir o bem-estar de sua alma.
Mas a sua alma, perante o juízo de Deus, não tinha
absolutamente nada. Na verdade o significado da
Parábola do Rico Insensato pode ser facilmente
entendido diante das palavras de Jesus que precedem
imediatamente o seu início: “Porque a vida de um
homem não consiste na abundância de suas
possessões” (Lucas 12:15).
Os erros do rico insensato

O rico insensato da parábola de Jesus não apenas


demonstrava avareza, mas também egoísmo. Em
nenhum momento ele pensava em repartir a
abundância de seus bens no auxílio aos necessitados.
Ele preferia derrubar seus celeiros para construir
outros maiores do que compartilhar suas sobras com
quem precisasse. Ele queria tudo para si, e queria
mais e mais! Lembre-se que a Parábola do Rico
Insensato faz parte da advertência de Jesus sobre a
cobiça. A palavra grega empregada no texto e
traduzida como “cobiça” significa literalmente “sede
de ter sempre mais”.
Todo esse comportamento egoísta e soberbo
também se harmonizava com sua falta de gratidão a
Deus. Em nenhum momento aquele homem rico
agradeceu e glorificou ao Senhor por tamanha
abundância que estava recebendo. Ele engrandeceu
a si mesmo! Ele se orgulhou dos bens que, em sua
insensatez, pensou ser o único responsável por ter
juntado.
O rico insensato também caiu no erro de pensar que
era o senhor de si. Ele juntou seus bens contando
que viveria “muitos anos”. Ele pensou ter controle de
seus dias assim como tinha controle dos grãos que
juntava em seu celeiro. Ele pensou ser
completamente independente de Deus, e este foi seu
maior erro.
Mas o Deus que ele pensou não precisar depender,
estava requerendo sua alma. Curiosamente isso não
aconteceu depois de muitos anos, quando suas
provisões talvez já tivessem chegado ao fim. A alma
do rico insensato foi requerida naquela mesma noite.
Lição prática da Parábola do Rico Insensato
Certamente podemos aprender muitas lições práticas com a
Parábola do Rico Insensato nas quais devemos refletir. Mas
sem dúvida a principal delas diz respeito a forma com que
olhamos para a doutrina da providência divina.
Nós devemos aprender com a Parábola do Rico Insensato a
reconhecer a soberania de Deus em todas as coisas. Seja na
continuidade de nossa vida ou mesmo no fim dela, que Deus
seja glorificado em tudo (Romanos 14:8-10). Dessa forma,
precisamos saber identificar quais realmente devem ser as
nossas prioridades.
Algumas pessoas pensam que essa parábola
desencoraja os seguidores de Cristo a lutar pelos
seus direitos. Obviamente essa não é a questão. O
problema acontece quando objetivamos de tal forma
coisas meramente passageiras, como se toda nossa
satisfação e felicidade dependessem delas.
Quando agimos assim, claramente não estamos
colocando em primeiro lugar aquilo que realmente é
prioridade. Mas se entendermos que Deus controla
todas as coisas, não teremos dificuldade em buscar
em primeiro lugar o seu reino e sua justiça,
confiando que Ele acrescenta aquilo que nos é
necessário para sobreviver (Mateus 6:33).
Que não venhamos a ser como o rico insensato, mas
que possamos reconhecer a cada dia a nossa total
dependência de Deus. A bem-aventurança de nossa
alma não é garantida pelo acumulo de tesouros
terrenos, mas pela justiça de Cristo imputada em
nosso favor. O Espírito Santo é o penhor da nossa
verdadeira herança eterna!
Aplicação da parábola:

Em primeiro lugar, ele não meditou sobre a brevidade


da vida e a inevitabilidade da morte (12.19,20). Pensou
que seu futuro estava em suas mãos e que ele era o
capitão de sua alma.
Em segundo lugar, ele só pensou na provisão do seu
corpo, mas não fez nenhuma provisão para a sua alma
(12.16-19). Coisas materiais não atendem os reclamos
da nossa alma.
Em terceiro lugar, ele não pensou na possibilidade de
ser generoso, mas guardou tudo para si (12.16-19).
Diante de todo o mundo, ele se apresenta como um
cidadão sábio, laborioso, eficiente e bem-sucedido em
sua administração, mas não deixa de ser um tolo para
Deus.
Em quarto lugar, ele não pensou na transitoriedade
das posses terrenas. Não trouxemos nada para este
mundo nem nada dele levaremos

Em quinto lugar, ele não pensou sobre a loucura que é


viver apenas para esta vida e não se preparar para
encontrar com Deus (12.16-21). Esta vida é breve, os
bens materiais não são permanentes, e a morte é
certa.
Jesus mostra a tragédia irremediável da avareza, e
isso por quatro razões.

Em primeiro lugar, o homem que põe sua confiança


nas coisas materiais pensando que nelas terá
segurança é louco. O dinheiro pode nos dar conforto
por um tempo, mas não paz permanente.
Em segundo lugar, o homem que pensa que é o
capitão da sua alma é louco. O homem, por mais rico
que seja, não determina os dias de sua vida nem tem
controle sobre a hora de sua morte.
Em terceiro lugar, o homem que pensa que é o dono
dos bens que acumula é louco. O homem plantou,
colheu, derrubou, construiu, armazenou e falou à sua
alma para desfrutar de tudo por longos anos. Mas, de
tudo o que ajuntou, não desfrutou nada e não levou
nada. Tudo foi passado para outras mãos.
Em quarto lugar, o homem que entesoura para si
mesmo e não é rico para com Deus é louco (12.21).
O que significa ser rico para com Deus? Significa
reconhecer com gratidão que tudo o que temos vem
de Deus e nos esforçar para usar o que ele nos dá para
o bem de outros e para a sua glória

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