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Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”

Disciplina de Espectrometria Atômica

ESPECIAÇÃO DE ARSÊNIO EM AMOSTRAS


AMBIENTAIS

Doutorando: Marcos Henrique Pereira Wondracek


Docentes: Prof. Dr. Jose Anchieta Gomes Neto
Profa. Dra. Edilene Cristina Ferreira
Dr. Kelber Dos Anjos Miranda
Índice
REVESÃO BIBLIOGRAFICA
Fontes de arsênio
Formas químicas de arsênio
Análise de especiação
A toxicidade do arsênio
Resolução CONAMA
Análise de especiação
Porquê da especiação
Importância do monitoramento ambiental
Preparo de amostras
Técnicas empregadas em especiação
ARTIGOS
CONCLUSÕES
1
Fontes de Arsênio
• O Arsênio é o 20º elemento em abundância na crosta
terrestre.1

• Fontes Naturais: atividade vulcânica e intemperismo de


minerais

• É encontrado na forma inorgânica, sob forma de sulfeto.2

Arsenopirita FeAsS Trisulfeto de arsênio


As2S3 Realgar AsS

1. GONG, Z., et al. Talanta, 2002. 58(1): p. 77-96.


2. MORETTO, L. A. Microchimica Acta, 2004. 146(3): p. 239-244.
2

Fontes de Arsênio
• Fontes Antropogênicas:

Combustíveis Fósseis Uso de Fertilizantes

Fabricação de Detergentes Fabricação e uso de


Herbicidas e Inseticidas

3. MANDAL, B.K.; SUZUKI, K.T. Talanta, 2002. 58(1): p. 201-235.


3

• O Arsênio liberado pela homem já é


aproximadamente o triplo da quantidade liberada
naturalmente; 3

3 : 1

3. MANDAL, B.K.; SUZUKI, K.T. Talanta, 2002. 58(1): p. 201-235.


4

• Podemos estar expostos a diferentes


formas de arsênio, orgânicos e
inorgânicos, provenientes dos:

Alimentos Água Meio Ambiente


5
Formas Químicas de Arsênio
6

Toxicidade do Arsênio

O As (III) é sessenta vezes


mais Tóxico que o As (V); 6

Os compostos inorgânicos são cem vezes mais


tóxicos que as formas metiladas de As (MMA e
DMA). 6

6. CHATTERJEE, A., et al. Analyst, 1995. 120(3): p. 643-650.


7

• Espécies como arsenobetaína (AsB) e arsenocolina


(AsC) são relativamente pouco tóxicas.7

7. WEI, X.Y., et al. Analyst, 2000. 125(6): p. 1215-1220.


8

Malefícios do Arsênio
• A exposição prolongada aos compostos inorgânicos
de arsênio, pode gerar:
• Conjuntivite;
• Hiperqueratose;
• Hiperpigmentação;
• doenças cardiovasculares;
• distúrbios no sistema nervoso central e vascular
periférico; 6
• câncer de pulmão, fígado, pele e bexiga. 8
6. CHATTERJEE, A., et al. Analyst, 1995. 120(3): p. 643-650.
8. FILLOL, C., et al. Science of the Total Environment, 2010. 408(23): p. 6011-6016.
9

Resolução CONAMA 357/2005


• classe 1: águas que podem ser destinadas ao abastecimento
para consumo humano, após tratamento simplificado;
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Análise de especiação

• Especiação é a determinação da concentração das


diferentes formas e estados de oxidação de um
elemento. Somando-se as concentrações obtêm-se
a concentração total do elemento;

• Atualmente vem sendo constatado que apenas a


determinação total de um contaminante não é mais
suficiente; 4

4. TIAN, Y., et al. Journal of Analytical Atomic Spectrometry, 2010. 25(1): p. 48-54.
11

O porquê da especiação

• Porque a sua toxicidade é dependente das espécies


químicas e dos estados de oxidação.5

• Exemplo: arsênio lagosta

• Porque o metabolismo dos elementos podem sofrer


mudanças de estado de oxidação e forma química
durante o contato com o meio ambiente ou
organismo;

5. MIR, K.A., et al. Talanta, 2007. 72(4): p. 1507-1518.


12
Importância do
Monitoramento Ambiental
• O monitoramento de contaminantes e de elementos
essenciais, são de grande importância;

• Metais traço possuem um papel importante no


funcionamento da vida.9

• Os micronutrientes essenciais: Fe, Mn, Cu, Co, Zn e


Se;

• Os que não têm função biológica conhecida: As, Cd,


Pb, Hg;

9. WOOD, J.M. Science, 1974. 183(4129): p. 1049-1052.


13

Preparo de Amostra

• Etapa crítica na especiação química;

• Inverso da análise total; destruição X conservação

• Deve-se manter das formas químicas do


elemento nas amostras;
• As amostras devem ser analisadas rapidamente,
preferencialmente sem uso de soluções preservativas;
para não modificar o equilíbrio das espécies.
14
Principais técnicas de preparo
de amostra

• A Extração com solventes ou soluções;


• Fluídos supercrítico;
• Hidrólise enzimática;
• Extração em fase Sólida-SPE;
• Micro extração em fase sólida-SPME;
• Resinas de trocas iônicas e catiônicas
• outros
15
Técnicas empregadas na
especiação

• Para a análise de especiação, geralmente, é


necessário o emprego de duas técnicas:

• Uma para a separação das espécies de interesse;

• E outra para a detecção e determinação.


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Técnicas de Separação

• As técnicas de separação mais comumente utilizadas são:


• Cromatografia Gasosa;

• Cromatografia líquida de alta eficiência:

I. Com fase reversa;


II. Com troca Iônica;
III.Por exclusão;
• Eletroforese capilar;
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Técnicas de Detecção
• As técnicas analíticas de detecção devem ser
sensíveis e seletivas.
• As técnicas de detecção mais comumente utilizadas
são:

ICP-MS
18

HG-AAS

AAS
19

Técnicas de Detecção

• Espectrometria de Fluorescência Atômica; (AFS)

• Espectrometria de emissão ótica com plasma


indutivamente acoplado; (ICP OES)

• Espectrofotometria; (UV-Vis)

• Métodos eletroanalíticos.
20

Técnicas Hifenadas
• Estas técnicas consistem no acoplamento de
dois equipamentos diferentes. Unindo
requisitos essenciais: alta sensibilidade,
seletividade, rapidez.

• Exemplos:
• HPLC-HG-AAS
• CG-ICP-MS
• CG-MS/HPLC-MS
Sistema 21

HPLC-UV-HG-AAS

S 2 O 8 -2

As III
DMA

AsB As (V)
22
23

Preparo de Amostra
• Coleta aleatória;

• O tecido foi transferido diretamente em


sacos de polietileno seladas e rotuladas;

• Congelado a -20 ° C; 

• Armazenados até a análise.


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Materiais e métodos
• Alíquota de 0,1 g de peso seco da amostra;
• Extração metanol / água (1:1, v / v);
• As amostras foram agitadas em ultrassom
• Aquecida a 50 ° C rotaevaporador;
• HPLC-UV-HG-AFS;
• As amostras extraídas foram analisadas em
um dia para prevenir alteração das espécies
25

Resultados
26

Conclusões do Artigo

• Nota-se que forma predominante de


arsênio é a Arsenobetaína;
• Portanto uma determinação total poderia
trazer informações incompletas quanto
aos malefícios da ingestão desse
alimento.
• A espécie As(III) não aparece em
nenhuma amostra.
27
28

Materiais e Métodos
• 0,1000 g de amostras liofilizadas;
• solução extratora metanol / água (1:1, v/v)
• Foram utilizados três métodos diferentes:
• (I)Banho ultra-sônico;
• (II)Sonda ultra-sônica;
• (III)Micro-ondas focalizado: A extração foi
realizada a 50 °C durante 5 min, com
agitação magnética.
29

Instrumentação

• A detecção foi realizada com ICP-MS; 

• As separações cromatográficas foram


realizadas utilizando uma bomba de
HPLC;

• Técnica hifenada HPLC-ICP-MS


30

Gráfico de resposta
31

Resultados
• No banho de ultrassom uma eficiente
extração ocorre em 30 minutos.
• A temperatura no forno de microondas
aumenta a extração, mas a uma
temperatura superior a 50 ° C não aumentar
o rendimento, e pode afetar a estabilidade
das espécies. 
• Não foi observado mudanças na resposta
dos analitos com a sonda ultrassonica.
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Limites de detecção
• Os limites de detecção utilizando HPLC-ICP-MS.

• Espécie Conc. ng.g-1


• AsB 5,9
• DMA 4,6
• MMA 4,1
• As (V) 4,1
• As (III) 5,2
33

Resultados
34

Conclusões do Artigo
• O microondas tem várias vantagens:
segurança, facilidade de operação e
automação;

• O ICP-MS constitui uma poderosa técnica


para a especiação de arsênio, uma vez
que fornece os limites de detecção muito
baixos. 
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Conclusões
• A especiação é uma necessidade atual;

• Alguns desafios devem ser superados:


• Cuidados com a amostra; risco de extração
incompleta, ou conversão das espécie de
interesse.
• Falta de materiais de referencia e seu alto custo;
• Complexidade na hifenação das técnicas
Obrigado

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