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Geomorfologia

Costeira
• Geomorfologia Costeira: tem como
objetivo estudar as formas de relevo
que se encontram na superfície
terrestre dos ambientes costeiros,
bem como seus processos dinâmicos
e suas transformações ao longo do
tempo, além da interação dos
ambientes costeiros com os
ambientes externos (NOVAIS, 2016).

Fig. 1 Estuários. Geo Conceição


• As funções ambientais e sociais da Geomorfologia Costeira
evidenciam a diversidade de componentes morfológicos do litoral
brasileiro e define os principais fluxos de material e energia.
• Hart (1986) afirma que os geomorfólogos, tem participado de forma
ativa em projetos que envolvem o gerenciamento costeiro.
• As duas principais escalas de atuação da Geomorfologia são: a primeira
refere-se ao nível local, ela oferece sua contribuição em temas relacionados
à recuperação costeira, monitoramento de mudanças dinâmicas,
identificação de riscos a deslizamentos, caracterização de impactos
ambientais.
• A segunda escala de atuação é mais regional, sendo a Geomorfologia
aplicada à análise do terreno e ao levantamento e avaliação dos recursos
naturais envolvidos na região em questão.
• O trabalho dos geomorfólogos deve ser empregado e integrado à aplicação de
políticas públicas que não causem impactos ambientais na área a ser ocupada.
• A aplicação de Geomorfologia nessas áreas costeiras pode ser de grande
importância, no sentido de poder prevenir erosões e conservar os recursos
naturais existentes na área.
Nível do Mar
• O nível do mar não é fixo ao longo do tempo geológico, apresentou variações
globais de subida e descida. As mudanças climáticas (glacioeustasia) e os efeitos
geofísicos na borda dos continentes (tectonoeustasia) favoreceram a elaboração
de um elevado número de componentes morfológicos costeiros.
• O avanço e recuo da linha de costa, aliados as ações (arranque-erosão, translado
– transporte – denudação; sedimentação –agradação; decomposição –
desagregação; deformação etc.) dos agentes morfológicos (fluvial, fluviomarinho,
glaciacao-deglaciacao, ondas, mares, correntes marinhas, vento, gravidade) e a
tectônica de placas, vulcanismos, entre outras manifestações da geodinâmica
planetária, quando associadas aos efeitos das mudanças climáticas, deixaram
como registros extensas planícies costeiras ao longo do litoral.
Processos Costeiros

• Entende-se como processos costeiros as ações dos agentes que, provocando


erosão, transporte e deposição de sedimentos, levam a constante
modificação na configuração litorânea.
• O deslocamento de uma linha da costa é proporcional à taxa de transporte
de sedimentos, que depende das características do sedimento, da energia
das ondas e da amplitude da oscilação do nível do mar.
Classificação dos processos costeiros:

PROCESSOS FÍSICOS: ONDAS, PROCESSOS BIOLÓGICOS: PROCESSOS QUÍMICOS:


MARÉS, VENTOS. FORMAÇÃO DE MANGUES, PRECIPITAÇÃO DE SAIS.
RECIFES DE CORAIS.
Fluxos de energia e transporte de matéria
• Fluxo de ondas e marés: associado ao transporte de sedimento na faixa da
praia.
• Hidrodinâmica do canal fluviomarinho: vinculada ao aporte de água doce
proveniente do sistema fluviomarinho e lagunar Lagoa da Velha Ana.
• Fluxo de eólico: – transporte de areia a partir da ação dos ventos.
• Fluxo de água subterrânea: as características topográficas climáticas,
geológicas (permeabilidade e porosidade da Formação Barreiras, dunas e
terraços marinhos holocênicos) e morfológicas definiram as condições
geoambientais para a participação do aquífero na origem das lagoas
interdunares e do sistema fluviomarinho.
Fig 3. Distribuição dos fluxos de matéria e energia distribuídos no complexo estuarino Timonha/Ubatuba - CA (Fonte imagem
Landsat, 2000).
Fig 4: Complexo Cardoso/Camurupim - Piauí. A presença de flechas de areia (spits) enraizadas
na margem direita do estuário. Possivelmente atuou como indutora da origem de bancos de
areia, fases de ambiente lagunar e de setores para expansão do bosque de manguezal e apicum
(Fonte: Imagem Landsat 2009).
Dunas
• Ocorre pelos os complexos fluxos de matéria e
energia, ou seja, causada pelos ventos e
transporte de areia.
• As dunas foram utilizadas como estruturas
morfológicas capazes de representar a síntese
dos processos geoambientais que originaram a
planície costeira.
• Os ventos apresentam-se no litoral como um
componente da dinâmica da paisagem.
• É durante o segundo semestre do ano, com os
valores mais elevados de velocidade dos ventos
e insolação, e com os índices mais baixos de
precipitação, que as dunas migram com maior
intensidade.

Fig 5. Dunas de Natal e Fortaleza. Meio Ambiente - Cultura


Mix
• Quando o homem interfere nesses processos, modificando a
trajetória, a energia envolvida e o volume de areia em transporte,
inicia-se uma nova dinâmica, normalmente regida pelo predomínio de
fenômenos erosivos. Foram intensificados quando grandes volumes
de areia, que antes transitavam pela planície costeira, na forma de
dunas, foram desviados ou fixados pela expansão urbana, pelos
loteamentos mal planejados e pela construção de hotéis, sendo,
assim, impedidos de alcançarem a faixa de praia.
Fig 6. Mapa média de migração para todo o campo de
dunas da área de estudo; Fig 7. Dados de migração dos
intervalos estudados (1988-2004; 2004-2010; 2010-
2013). Fonte: PEDROSA, 2015
Canoa Quebrada- CE
Falésias: 
• Falésia, arriba ou costa alta é um
acidente geográfico constituído
por uma encosta íngreme ou
vertical. Geralmente estes termos
referem-se a formações litorâneas,
mas também podem ser
consideradas aquelas encontradas
em montanhas, falhas e margens
de rios. Quando uma falésia tem
grandes dimensões é chamada de
penhasco.

Fig 8. Canoa Quebrada, Ceará, Brasil/ Fig 9. Moher, Irlanda 


Fig 10. Mapa mostrando vulnerabilidade da falésia em Canoa quebrada - CA .Fonte: Sinageo, 2018.
Fig 11. Localização das áreas
de risco de acordo com os
estágios erosivos nas falésias
de Canoa Quebrada - CA.
Fonte: Sinageo, 2018.
As falésias se formam a partir do choque das ondas no terreno. Esse movimento constante leva à
queda da base do terreno e ao desmoronamento do material que está acima da base. Assim,
esse material é levado pelas correntes litorâneas e a base da falésia fica exposta à atuação das
ondas marinhas, provocando, dessa forma, novos desabamentos. Logo, a falésia é o reflexo dos
processos erosivos provocados pelo mar.

Fig 12. Transformação da falésia.


Fonte: SlideShare.
Fig 13. Estágios erosivos: (a) Ravinamento; b) Voçorocamento; c) solapamento e d) desmoronamento na escarpa
das falésias de Canoa Quebrada. Fonte: Sinageo, 2018.
Componentes Morfológicos
Praias
• As principais causas para a formação de praias
são:
• Disponibilidade de areia;
• Influência do homem;
• Ação das ondas e marés;
• Velocidade dos ventos;
• Configuração Geomorfológica do local.

Fig 14. Praia. Melhores Destinos


Fig 15.

• Para representar os principais componentes humanos associados ao


desencadeamento de processo erosivo acelerado, a figura acima mostra um perfil
praial em área urbanizada. A utilização de morfologias que participam das
oscilações da maré foi a principal intervenção para início e incremento da erosão.
Os impactos cumulativos normalmente proporcionam danos em trechos
contínuos da faixa de praia, desencadeados preferencialmente diante dos setores
em processo de ocupação.
Estuários

• É a transição entre o rio e o


mar;
• Os fluxos de matéria e
energia distribuídos ao longo
da planície costeira,
especificamente nos
complexos estuarinos
atuaram de modo a favorecer
a evolução geoambiental
associada, a distribuição, a
deposição e a erosão dos
sedimentos.
Fig 16. Estuários. Geo Conceição
fig.17 Estuários: processos e impactos. Fonte : youtube
A zona estuarina abrange outros elementos de transição

Fig 18. Mangue ;Fig 19 Lagoa; Fig 20 baia e Fig 21 delta.


Fig 22: Aspectos geomorfológicos da desembocadura do complexo estuarino Timonha/Ubatuba - CA. Fonte (MEIRELES, 2001).
Referências bibliográficas
1.SACRAMENTO, Ana Claudia Ramos; BARROSO, Taísa Nunes de Souza. A Importância do Estudo da Geomorfologia Costeira
nas Aulas de Geografia por Meio do Trabalho em Campo. Universidade Federal do Ceará Disponível em:
https://www.redalyc.org/jatsRepo/5528/552860312002/html/index.html. Acessado em: 01/06/2021
2.Silva, R.R. (UFC) ; Lima, K.S.F. (UFC) ; Câmara, I.F. (UFC) ; Pinheiro, L.S. (UFC). Vulnerabilidade Física das Falésias de Canoa
Quebrada - CE. Sinageo. Disponível em: http://www.sinageo.org.br/2018/trabalhos/2/2-484-2063.html. Acessado em:
01/06/2021.
3.MEIRELES, Antonio; CAMPOS, Alberto. Componentes Geomorfológicos, Funções e Serviços Ambientais de Complexos
Estuarinos no Norte do Brasil. Researchgate. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Complexo-
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4.Pedrosa, A.A; Sales, V.C. ; Cavalcante, I.N. ; Carvalho, A.M. ; Morfogênese e Geodinâmica das Dunas Costeiras de Canoa
Quebrada, Ceará, Brasil. Researchgate. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/336882896_MORFOGENESE_E_GEODINAMICA_DAS_DUNAS_COSTEIRAS_DE_C
ANOA_QUEBRADA_CEARA_BRAZIL. Acessado em: 01/06/2021.
5.MACHADO, Maria Olandina. Dinâmica do Relevo. SlideShare. Disponível em: https://www.slideshare.net/olandina/dinmica-
do-relevo/17. Acessado em: 01/06/2021.

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