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3.

Dunas costeiras
3.1. Interações praia-duna
3.2. Formação e tipos de dunas costeiras
3.3. Sistemas dunares transgressivos
3.4. Estabilização e fases evolutivas dos sistemas dunares costeiros

Bibliografia
CARTER, R.W.G. (1991). Coastal environments. Academic Press, 617p.
SHORT, A.D. (Ed.) (1999). Handbook of beach and shoreface morphodynamics. John Wiley & Sons, 379 p.
WOODROFFE, C. D. (2003). Coasts. Form, process and evolution. Cambridge Press, 623 p.
Praia do Areão, Vagos
Condições necessárias para o desenvolvimento de dunas costeiras
Troca de sedimento entre o foreshore (praia propriamente dita) e o backshore (alta
praia e área adjacente imediata), em que o volume pode variar de acordo com
- a energia do vento
- a variação sazonal da direção e magnitude do vento
- a amplitude da maré
- o fornecimento de sedimento à praia emersa
- o tipo de praia ou seja, a extensão da zona de espraio da onda e a área da praia
S. Jacinto, Aveiro
exposta

Carrapateira, SW Alentejano Prainha, SW Alentejano


Condições necessárias para a formação de dunas costeiras

- Velocidade do vento: o valor mínimo para iniciar o movimento


dos grãos de areia é de ~5m/seg
- Variação sazonal da direção e magnitude do vento

Transporte e evolução morfodinâmica de formas de leito:


a) erosão e suspensão, b) saltação, c) avalanche,
d) mecanismos de transporte
Tipo de praia / energia do vento
- Tipo de praia, expressão da zona de espraio da onda
- Amplitude da maré
- Fornecimento de sedimento

Isolinhas da velocidade média do vento (%) em: a) praias dissipativas,


b) praias intermédias, c) praias refletivas
As setas, nos perfis, indicam os locais onde foram medidas as
velocidades do vento (In Short, 1999)
As dunas costeiras não devem ser confundidas com outras
morfologias que podem estar presentes no backshore e que são uma
consequência de episódios de galgamento oceânico, relacionados
com eventos de temporal (bermas e cristas arenosas)

Cordão dunar frontal Morfologias geradas por episódios de temporal


Formas de leito
Riples
Megariples / Dunas

O movimento da areia provoca a formação e migração de formas de leito de diferente tamanho no sentido do vento predominante

Formas de leito

Tipo de movimento

Capacidade de
transporte

Relação entre formas de leito, movimento do sedimento e capacidade de transporte


Formação e tipos de dunas costeiras

As dunas possuem, em geral, formas assimétricas: uma face suave exposta,


do lado de onde sopra o vento, e uma face abrupta designada frente de
avalanche (slip face) protegida da ação direta do vento.

A areia erodida da face exposta é depositada na frente de avalanche, cujo


constante avanço origina conjuntos de lâminas que definem estratificação
cruzada (no caso da estratificação cruzada planar o ângulo de repouso das
lâminas depende da velocidade da corrente eólica)

Duna com formas de leito


menores (riples) que se
sobrepõem na face exposta ao
vento (à esquerda), as quais são
responsáveis pelo transporte da
areia até à frente de avalanche
(à direita).
Frente de avalanche. Lençois Maranhenses,
Brasil

Organização interna das dunas, em seção paralela


à direção do vento: estratificação cruzada planar

Frente de avalanche. Duna do


Pilat, Bordéus, França
2:30
https://www.bing.com/videos/search?
q=dune+formation+by+wind+youtube
&docid=608000789039682286&mid=
9ECAB9982A5B8765BD139ECAB9 Pormenor de uma frente de avalanche
982A5B8765BD13&view=detail&FO
RM=VIRE
Importância da vegetação

A vegetação desempenha um papel


essencial na formação e na definição
do tipo de dunas, em função das
seguintes variáveis: densidade e altura
da vegetação, velocidade do vento e
disponibilidade de sedimento
Morganheira da praia
(Euphorbia paralias)

Granza marítima
(Crucianella marítima)

Exemplos de algumas espécies


típicas das dunas de Aveiro

Couve marinha Cordeirinhos da praia


(Calystegia soldanella)) (Otanthus maritimus)
Tipos de dunas
• Dunas frontais ou cordão dunar frontal (foredunes) pode incluir mais do que um tipo de morfologias, sendo
exemplos as dunas incipientes ou embrionárias e domos
• Blowouts (origem erosiva)
• Dunas parabólicas (origem erosiva e/ou acrecionária)
• Dunas barchans (barcanas, em português)
• Dunas transversais
• Dunas longitudinais
• Campos de dunas transgressivas (integra vários tipos de dunas)

Campo de dunas ativo de Maspalomas, Gran Canaria


Dunas frontais (foredunes)

Dunas embrionárias ou incipientes

Cordão dunar frontal


Em costas submetidas a processos de
erosão, o cordão dunar frontal pode
apresentar escarpas de erosão e/ou
interrupções, provocadas pelo
aparecimento de corredores eólicos que
poderão dar origem a “blowouts”

Escarpa de erosão Corredores eólicos


Blowouts versus dunas parabólicas (de origem erosiva: erosão cordão frontal / acreção)

Blowout

Dunas parabólicas formadas a partir de blowouts


Erosão do cordão dunar frontal, formação de um blowout que evolui para uma duna parabólica
Tipos de dunas
Os diferentes tipos podem ocorrer isolados ou
associados; a classificação baseia-se na
morfologia e na orientação das cristas das dunas
face à direção do vento predominante

As dunas costeiras mais comuns estão assinaladas com o circulo a laranja


Lençois maranhenses.
Estado do Maranhão,
Vento Brasil

Comportamento das correntes eólicas na formação


de uma barchan

Lençois maranhenses. Estado do Maranhão, Brasil (Google Earth).


Dune du Pilat, Arcachon, França)
Dunas transversais. Costa dos Esqueletos. Namíbia
Maspalomas, Gran Canária
N - Identifique, sobre a figura, as cristas das dunas e as zonas interdunares.
- Indique qual a direção predominante do vento.
- Classifique o tipo de dunas.
Canal
de Mira

Campo de dunas a W do canal de Mira, Aveiro (Google Earth)


Dunas parabólicas
Sistemas dunares transgressivos

Os campos de dunas transgressivas são constituídos por uma


grande variedade de tipos de dunas e desenvolveram-se em
• resposta a períodos de descida do nível do mar regionais, durante o
Holocénico médio e terminal
• plataformas expostas, em resposta à subida do nível do mar e/ou
alterações climáticas durante o último período glaciar (10.000 – 7.000
anos AP)
• regiões com grande disponibilidade de sedimento e com elevada
energia das ondas e do vento
• costas submetidas a erosão, de origem natural ou induzida pela
atividade do homem
Distância relativa a terra

Dunas transgressivas
Dunas antigas

Cordão “Blowouts” Dunas parabólicas Campo de dunas


dunar transgressivo
Direção do
vento
dominante Aumento da velocidade do vento

Relação e evolução dos sistemas de dunas costeiras, em


função da disponibilidade de sedimento, da direção e da
velocidade do vento
Superfície de deflação Frente de avalanche

Exemplo do campo transgressivo das dunas de Maspalomas, Gran Canária. A


sequência de fotografias refere-se a um conjunto de medições realizadas
(Hernandéz-Cordero et al., 2015)
todas no mesmo local (x), ao longo de 3 anos e meio
“Headland bypass”

2003

2021
“Headland bypass”

2017
845 m

2021

Alterações observadas no campo de dunas de Noordhoek, África do Sul , nos últimos 17 anos.
Estabilização dos sistemas dunares costeiros

Paleossolo (horizontes Bh, E e A), individualizando duas gerações de


dunas (1) e (2)
Usando o Google Earth, procure o seguinte local: Morro das Cabras, Tutoia, Brasil (para mais fácil visualização ative as
funções “locais” e “fotografias”
a) Descreva o que observa entre as altitudes de visualização ~1 Km e os 2 Km.
b) Caraterize as principais alterações morfológicas que se observam entre 21/11/2011 e 15/6/2022.

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