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Protocolos de redes

Toda a parte física da rede: cabos, placas,


hubs, etc., serve para criar um meio de
comunicação entre os micros da rede, como o
sistema telefônico ou os correios, que
permitem que você comunique-se com outras
pessoas. Porém, assim como para que duas
pessoas possam falar pelo telefone é preciso
que ambas falem a mesma língua, uma saiba o
número da outra, etc. para que dois
computadores possam se comunicar através
da rede, é preciso que ambos usem o mesmo
protocolo de rede.
Um protocolo é um conjunto de regras que
definem como os dados serão transmitidos; como será
feito o controle de erros e retransmissão de dados;
como os computadores serão endereçados dentro da
rede etc. Um micro com o protocolo NetBEUI
instalado, só será capaz de se comunicar através da
rede com outros micros que também tenham o
protocolo NetBEUI, por exemplo. É possível que um
mesmo micro tenha instalados vários protocolos
diferentes, tornando-se assim um “poliglota”. Graças
aos protocolos, também é possível que computadores
rodando diferentes sistemas operacionais de rede, ou
mesmo computadores de arquiteturas diferentes se
comuniquem, basta apenas que todos tenham um
protocolo em comum.
O TCP/IP, por exemplo, é um protocolo
suportado por praticamente todos os sistemas
operacionais. O uso do TCP/IP é que permite o
milagre de computadores de arquiteturas
totalmente diferentes, como PCs, Macs,
Mainframes e até mesmo, telefones celulares
e micros de bolso poderem comunicar-se
livremente através da Internet.
Modelo em Camadas
Uma rede é formada por várias camadas. Primeiro
temos toda a parte física da rede, incluindo os
cabos, hubs e placas de rede. Sobre a parte física
temos primeiramente a topologia lógica da rede
que, como vimos, é determinada pela própria
placa de rede. Em seguida, temos o driver da
placa rede que é fornecido pelo fabricante e
permite que o sistema operacional possa acessar
a placa de rede, atendendo às solicitações do
protocolo de rede, o sistema operacional de rede
e finalmente os programas. A primeira camada é
física, e as demais são lógicas.
Funções do protocolo
Uma das funções é pegar os dados que
serão transmitidos em rede, dividir em
pequenos pedaços chamados pacotes, na
qual dentro de cada pacote há informações de
endereçamento que informam a origem e o
destino do pacote. É através do protocolo que
as fases de estabelecimento, controle, tráfego
e encerramento, componentes da troca de
informações são sistematizadas. O protocolo
desempenha as seguintes funções:
• Endereçamento: especificação clara do ponto
de destino da mensagem;
• Numeração e sequencia: individualização de
cada mensagem, através de número
sequencial;
• Estabelecimento da conexão: estabelecimento
de um canal lógico fechado entre fonte e
destino;
• Confirmação de recebimento: confirmação do
destinatário, com ou sem erro, após cada
segmento de mensagem;
• Controle de erro: detecção e correção de erro;
• Retransmissão: repetição da mensagem a
cada recepção de mensagem;
• Conversão de código: adequação do código às
características do destinatário;
• Controle de fluxo: manuteção de fluxos
compatíveis com os recursos disponíveis.
Atualmente são usados basicamente 3
protocolos de rede: o NetBEUI, o IPX/SPX e o
TCP/IP. Cada um com suas características
próprias:
NetBEUI
• O NetBEUI é uma espécie de “vovô protocolo”, pois
foi lançado pela IBM no início da década de 80 para
ser usado junto com o IBM PC Network, um micro
com configuração semelhante à do PC XT, mas que
podia ser ligado em rede. Naquela época, o
protocolo possuía bem menos recursos e era
chamado de NetBIOS. O nome NetBEUI passou a
ser usado quando a IBM estendeu os recursos do
NetBIOS, formando o protocolo complexo que é
usado atualmente.
NetBEUI
Ao contrário do IPX/SPX e do TPC/IP, o NetBEUI foi
concebido para ser usado apenas em pequenas
redes, e por isso acabou tornando-se um protocolo
extremamente simples. Por um lado, isto fez que
ele se tornasse bastante ágil e rápido e fosse
considerado o mais rápido protocolo de rede
durante muito tempo. Para você ter uma idéia,
apenas as versões mais recentes do IPX/SPX e
TCP/IP conseguiram superar o NetBEUI em
velocidade.
NetBEUI
Esta simplicidade toda tem um custo: devido ao método
simples de endereçamento usado pelo NetBEUI, podemos
usá-lo em redes de no máximo 255 micros. Além disso, o
NetBEUI não suporta enumeração de redes (para ele todos os
micros estão ligados na mesma rede). Isto significa, que se
você tiver uma grande Intranet, composta por várias redes
interligadas por roteadores, os micros que usarem o NetBEUI
simplesmente não serão capazes de enxergar micros
conectados às outras redes, mas apenas os micros a que
estiverem conectados diretamente. Devido a esta limitação,
dizemos que o NetBEUI é um protocolo “não roteável”
NetBEUI
Apesar de suas limitações, o NetBEUI ainda
é bastante usado em redes pequenas, por ser
fácil de instalar e usar, e ser razoavelmente
rápido. Porém, para redes maiores e Intranets
de qualquer tamanho, o uso do TCP/IP é
muito mais recomendável.
IPX/SPX
Este protocolo foi desenvolvido pela Novell, para ser
usado em seu Novell Netware. Como o Netware acabou
tornando-se muito popular, outros sistemas operacionais
de rede, incluindo o Windows passaram a suportar este
protocolo. O IPX/SPX é tão rápido quanto o TPC/IP
(apesar de não ser tão versátil) e suporta roteamento, o
que permite seu uso em redes médias e grandes.
Apesar do Netware suportar o uso de outros protocolos,
incluindo o TPC/IP, o IPX/SPX é seu protocolo preferido e
o mais fácil de usar e configurar dentro de redes Novell.
O Netware, é um sistema operacional de
rede cliente - servidor que já foi muito
utilizado.
TCP/IP
O segredo do TCP/IP é dividir a grande rede em
pequenas redes independentes, interligadas por
roteadores. Como apesar de poderem comunicar-se
entre si, uma rede é independente da outra; caso uma
das redes parasse, apenas aquele segmento ficaria
fora do ar, não afetando a rede como um todo.
O TPC/IP é suportado por todos os principais sistemas
operacionais, não apenas os destinados a PCs, mas a
todas as arquiteturas, inclusive mainframes,
minicomputadores e até mesmo celulares
TCP/IP
Alguns exemplos de sistemas operacionais
que suportam o TCP/IP são: o MS-DOS,
Windows 3.11, Windows 95/98/NT/2000/CE,
Netware, MacOS, OS/2, Linux, Solaris, a
maioria das versões do Unix, BeOS e vários
outros.
Modelo OSI
O OSI é um modelo usado para entender como
os protocolos de rede funcionam. Normalmente
quando estudamos redes de computadores este é
um dos primeiros tópicos do guia de estudos.
Quando as redes de computadores sugiram, as
soluções eram, na maioria das vezes, proprietárias,
isto é, uma determinada tecnologia só era suportada
por seu fabricante. Não havia a possibilidade de se
misturar soluções de fabricantes diferentes. Dessa
forma, um mesmo fabricante era responsável por
construir praticamente tudo na rede.
Para facilitar a interconexão de sistemas de
computadores, a ISO (International Standards
Organization) desenvolveu um modelo de
referência chamado OSI (Open Systems
Interconnection) para que os fabricantes
pudessem criar protocolos a partir deste
modelo. Algumas pessoas confundem esses dois
acrônimos, já que eles são formados pelas
mesmas letras. ISO é o nome da organização
enquanto que OSI é o nome do modelo de
referência para o desenvolvimento de
protocolos.
Como vimos, protocolo é uma “linguagem”
usada para transmitir dados pela rede. Para que dois
computadores passam se comunicar, eles devem
usar o mesmo protocolo (ou seja, a mesma
linguagem).
Quando você envia um e-mail do seu
computador, seu programa de e-mail envia os dados
para a pilha de protocolos, e então envia esses dados
para o meio de transmissão da rede (normalmente
cabo ou o ar, no caso de redes sem fio). No
computador do outro lado (o servidor de e-mail) os
dados (seu e-mail) são processados e enviados para
o programa servidor de e-mail.
A pilha de protocolos faz uma porção de coisas e o
papel do modelo OSI é padronizar a ordem em que a
pilha de protocolos faz essas coisas. Dois protocolos
diferentes podem ser incompatíveis, mas se eles
seguirem o modelo OSI, ambos farão as coisas na mesma
ordem, ajudando aos desenvolvedores de software a
entender como eles funcionam.
O modelo OSI é dividido em sete camadas. É muito
interessante notar que o TCP/IP (provavelmente o
protocolo de rede mais usado atualmente) e outros
protocolos “famosos” como o IPX/SPX (usado pelo Novell
Netware) e o NetBEUI (usado pelos produtos da
Microsoft) não seguem esse modelo ao pé da letra,
correspondendo apenas a partes do modelo OSI.
A idéia básica do modelo de referência OSI é:
cada camada é responsável por algum tipo de
processamento e cada camada apenas se
comunica com a camada imediatamente inferior
ou superior. Por exemplo, a camada 6 só poderá
se comunicar com as camadas 7 e 5, e nunca
diretamente com a camada 1.
Quando seu computador está transmitindo
dados para a rede, uma dada camada recebe
dados da camada superior, acrescenta
informações de controle pelas quais ela seja
responsável e passa os dados para a camada
imediatamente inferior.
Quando seu computador está recebendo
dados, ocorre o processo inverso: uma dada
camada recebe dados da camada inferior,
processa os dados recebidos removendo
informações de controle pelas quais ela seja
responsável e passa os dados para a camada
imediatamente superior.
As Camadas OSI
Máquina ‘A’ Máquina ‘B’

7. Aplicação 7. Aplicação

6. Apresentação 6. Apresentação

5. Sessão 5. Sessão

4. Transporte 4. Transporte

3. Rede 3. Rede

2. Enlace 2. Enlace

1. Física 1. Física

Meio Físico
O modelo OSI,é dividido em 7
camadas:
7- Aplicação (aqui está o programa, que envia e recebe
dados através da rede)
6- Apresentação
5- Sessão
4- Transporte (aqui entra o protocolo TCP e o sistema
operacional, que controla a transmissão dos dados,
detectando problemas na transmissão e corrigindo erros)
3- Camada de Rede (aqui está o protocolo IP)
2- Link de dados (aqui estão as placas de rede e os
switches)
1- Camada Física (aqui estão os cabos e os hubs)
Camada 1 Física
São as conexões mecânicas, formadas pelos
modens, linhas físicas, conectores, cabos e
interfaces de hardware de comunicação dos
equipamentos.
Neste nível existem as definições dos sinais
elétricos, transmissões dos bits, detecção da
portadora de transmissão de dados, etc. A
norma do modelo OSI define características
mecânicas, elétricas e de operação física.
Camada 2 – Enlace ou link de
dados
Situa-se na conexão entre dois pontos de uma rede e
é onde são feitas as formatações das mensagens e
endereçamentos dos pontos em comunicação. Este
nível possui o conjunto de regras que governa a troca
de dados através do meio físico entre dois pontos.
O principal objetivo da camada de enlace é
receber/transmitir uma seqüência de bits do/para o
nível físico e transformá-los em uma linha que esteja
livre de erros de transmissão, a fim de que essa
informação seja utilizada pelo nível de rede.
Camada 3 - Rede
Este nível permite o controle de todo o tráfego dentro da rede
externa (WAN – Wide Area Network), como o roteamento dos
dados entre nós para atingir o endereço. Algumas das tarefas
desenvolvidas neste nível são:
• Empacotamento (montagem dos pacotes ou blocos de dados
que percorrerão a rede).
• Correção de falhas de transmissão entre nós.
• Controle de fluxo dentro da rede.
• Roteamento dos dados.
• Encaminhamento dos pacotes, selecionando o melhor
caminho.
Camada 3 - Rede
O nível anterior (enlace) controla a
informação entre os nós adjacentes. O nível
de rede controla a transferência do pacote
entre a origem e o destino. A determinação
do melhor caminho pode ser feita em um
ponto centralizado da rede (calculando por
algoritmo o menor caminho) ou de forma
distribuída (no qual todos os nós podem
calcular o melhor caminho).
Camada 4 - Transporte:
A camada de transporte é a responsável pela troca de
dados entre os usuários finais, liberando as camadas
superiores deste encargo ao fornecer uma transferência
de dados confiável. A camada de transporte controla a
qualidade de um determinado link através de controle
de fluxo, de segmentação e de controle de erros. Alguns
protocolos são orientados em estados e conexão. Isto
significa que a camada de transporte pode rastrear os
pacotes e retransmitir os que foram perdidos. O
exemplo mais conhecido de protocolo da camada 4 é o
TCP.
Camada 5 – Sessão:
É o nível da conexão entre dois sistemas de dois
equipamentos de dois usuários que se comunicarão entre si.
Sessão refere-se a conexão entre dois usuários e nela é
realizada a conferência da identificação da conexão entre os
dois sistemas.
Nas redes LAN, é neste nível que é feita a associação de
nomes lógicos aos endereços de hardware da LAN e onde se
opera o protocolo que faz o acesso do usuário à rede, para
acessar outros sistemas. São feitas, também, trocas de
mensagens que especificam, nas duas pontas, a forma de
sincronização como, por exemplo, se a transmissão vai ser
duplex ou full-duplex.
Camada 6 – Apresentação:
A camada de apresentação é assegurar
que a informação seja transmitida de tal
forma que possa ser entendida e usada pelo
receptor. Este nível pode mudar a sintaxe da
mensagem preservando a semântica.
Ela também é responsável por outros
aspectos da representação dos dados, como
criptografia e compressão de dados.
Camada 7 – Aplicação:
Neste nível temos a aplicação final do usuário,
que são os processos que utilizam as redes.
São, por exemplo, os programas aplicativos do
usuário, as transações que rodam no terminal
do usuário, bancos de dados distribuídos,
aplicativos de redes locais, etc.
Ele faz a interface entre o programa que está
enviando ou recebendo dados e a pilha de
protocolos.
Camada 7- Aplicação
Quando você está enviando ou recebendo
e-mails, seu programa de e-mail entra em
contato com esta camada.
Este é o nível que possui o maior número
de protocolos existentes, devido ao fato de
estar mais perto do usuário e os usuários
possuírem necessidades diferentes.

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