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FONTES DO DIREITO

INTERNACIONAL
O TRATADO
O COSTUME INTERNACIONAL
PRINCĺPIOS GERAIS DE DIREITO
DECISÕES JUDICIAIS E A DOUTRINA
ALGUMAS RESOLUÇÕES DA A.G. DA ONU
CERTOS ACTOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
O nº 1 do Artigo 38 do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça contém a
lista que tradicionalmente é considerada como indicando as fontes do Direito
Internacional:
a. As convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam
regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. O costume internacional, como prova de uma prática geral aceite como
direito;
c. Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. Com ressalva das disposições do artigo 59, as decisões judiciais e a doutrina
dos publicistas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para
a determinação das regras de direito.
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
I. O TRATADO

• 1. As regras sobre o tratado como fonte do DI encontram-se


codificadas na Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
entre Estados de 1969.
• 2. O princípio básico do direito dos tratados encontra-se reflectido
no Artigo 26:
• ARTIGO 26 °
• Pacta sunt servanda
• Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por
elas de boa-fe.
I. O TRATADO (Continuação)
• 3. Variedades de tratados:
• a) bilaterais
• b) multilaterais
I. Qualquer que seja o número de partes a um tratado, os Estados
aceitam a obrigação de um certo comportamento que não seria
jurìdicamente obrigatório na ausência desse tratado.
II. Através do tratado, os Estados podem modificar ou excluir regras que
o direito internacional impõe sobre todos os estados à excepção das
regras de jus cogens
I. O TRATADO (Continuação)
• 4. O tratado e terceiros estados
• (i) O tratado não obriga estados que não sejam partes ao
tratado. É o princípio res . inter alios acta nec nocet nec prodest
(um acordo entre partes não cria nem vantagens nem
benefícios para terceiros) que é tão válido como o princípio
pacta sunt servanda.
• (ii)Vide também o Artigo 34 da Convenção de Viena sobre o
Direito dos Tratados entre Estados de 1969.
I. O TRATADO (Continuação)
• (iii) Excepções:
• (a)Regras que são obrigatórias para todos os Estados
independentemente do tratado, tais como as que podem ter
por fonte o costume internacional. Vide Artigos 3 b), 4, e 43 da
Convenção.
• (b) Acordo expresso entre os estados partes e terceiros
estados. Vide Artigos 35 e 36 da Convenção.
I. O TRATADO (Continuação)
• 5. O tratado e os meios de exprimir consentimento do estado
em se obrigar
• Vide os Artigos 11 a 16 da Convenção.
II.O COSTUME INTERNACIONAL
• 1. Como fonte do Direito Internacional, o costume é uma
prática entre Estados que é o resultado da combinação de dois
elementos:
• (i) uma prática geral e consistente pelos Estados; e
• (ii)um elemento psicológico conhecido por opinio juris.
II.O COSTUME INTERNACIONAL (Continuação)
2. A prática dos Estados consiste na:
– (i) interacção entre os Estados, e
– (ii) aquiescência pelos Estados relativamente ao
comportamento dos outros Estados sobre determinado
assunto num processo que é informal porque não envolve
negociações
II.O COSTUME INTERNACIONAL (Continuação)
3. A necessidade dos dois elementos (prática e opinio juris)
significa que nem toda a prática consistente é direito costumeiro
internacional. P.ex: a saudação de navios de diferentes bandeiras
no alto-mar; certas regras protocolares. Vide os acórdãos
Delimitation of the North Sea Continental Shelf (Alemanha,
Holanda, Noruega), parágrafo 77, 1969 e Military and Paramilitar
Activities (Nicarágua v. EUA) 1986, parágrafos 183 – 184.
II.O COSTUME INTERNACIONAL (Continuação)
4. De notar que o decurso de longo tempo não é
necessàriamente uma condição para a formação de uma norma
costumeira. Vide o acórdão Delimitation of the North Sea
Continental Shelf (Alemanha, Holanda, Noruega), parágrafo 74,
1969.
II.O COSTUME INTERNACIONAL (Continuação)
5. Costume regional ou local
Existe a possibilidade de costumes regionais ou locais, tal
como exemplificado no caso Direito de Passagem pelo Território
Indiano (Portugal v. Índia) 1960
II.O COSTUME INTERNACIONAL (Continuação)
6. Objector persistente
O Direito Internacional admite que no processo de formação
de uma norma costumeira internacional, um Estado pode-se
opôr de forma consistente a essa norma. A oposição por esse
Estado deve ser clara, e em princípio os outros Estados não
devem objectar. O termo utilizado para designar esse Estado é
objector persistente.
II.O COSTUME INTERNACIONAL (Continuação)
• 7. Objector subsequente
• O Direito Internacional também admite a possibilidade de
que após a formação de uma norma costumeira internacional,
um Estado pode de decidir afastar-se de forma consistente da
observância dessa norma. Esse Estado é designado de objector
subsequente.
III. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
• Os princípios gerais do direito são aqueles que são
partilhados pelos diferentes sistemas de direito
interno dos Estados e podem ser deduzidos a
partir de uma comparação entre esses sistemas.
IV. DECISÕES JUDICIAIS E A DOUTRINA DOS PUBLICISTAS MAIS QUALIFICADOS DAS
DIFERENTES NAÇÕES

As decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais


qualificados das diferentes nações são meios subsidiários
para a determinação da regra de direito aplicável na
eventualidade de as outras normas (eg: tratado, costume)
serem omissas.
V. OUTRAS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
1. Algumas Resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas são
fontes do Direito Internacional se forem uma declaração de normas do
costume internacional reconhecido pelos Estados (p.ex: a Delaração
sobre os Princípios do Direito Internacional Relativos sobre as Relações de
Amizade e Cooperação entre os Estados de acordo com a Carta das
Nações Unidas (GA Res 2625 (XXV)) de 1970; a Declaração dos Princípios
que governam o Leito do Mar e o Fundo dos Oceanos e os seus Sub-solos
wsituados além dos Limites da Jurisdição Nacional (GA Res 2749 (XXV))
de 1970; a Declaração sobre o Estabelecimento de uma Nova Ordem
Económica Internacional (GA Res 3202 (S-VI)) de 1974).
V.OUTRAS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
(Continuação)
2. Actos unilaterais executados com o propósito de obrigar um
Estado na arena internacional (p.ex: o acto de ratificação de um
tratado que é notificado ao depositário do tratado).

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