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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

A INTEGRAÇÃO DE DADOS
DO SIAGAS VOLTADO PARA
OS POÇOS CADASTRADOS
NO AQUÍFERO URUCUIA
Igor Souza, Jian Santos e
Juremá Ariana

Barreiras, setembro de 2018


Universidade Federal do Oeste da Bahia
Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias
Política, Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos
Docente: Samara Fernanda da Silva
Estudante: Igor Souza, Jian Santos e Juremá Ariana

ESTUDO DE CASO:
A INTEGRAÇÃO DE DADOS DO SIAGAS VOLTADO
PARA OS POÇOS CADASTRADOS NO AQUÍFERO
URUCUIA

Barreiras, setembro de 2018


Avaliar o SIAGAS, onde estão cadastrados os poços
tubulares no Brasil, analisando os dados
disponibilizados na ferramenta sobre os poços
perfurados na região Oeste da Bahia a fim de verificar
a procedência da informação e traçar um paralelo a
respeito da clandestinidade na perfuração de poços
artesianos frente a dificuldade de fiscalização
encontrada devido à vasta extensão territorial da região
Oeste da Bahia.
Mudanças uso e ocupação de
solo

Vespa, 2015
Sistema Aquífero Urucuia

Recarga de base dos


rios da região

ANA, 2017
Demanda por Recursos Hídricos

Superficiais e
subterrâneos

Pivô Central, 2018


Escassez de dados disponíveis

tomadas de decisões equivocadas pelos


gestores das águas
Escassez de dados disponíveis

tomadas de decisões equivocadas pelos


gestores das águas

interferências de ordens
socioambientais
Escassez de dados disponíveis

tomadas de decisões equivocadas pelos


gestores das águas

interferências de ordens
socioambientais

interferências aos usuários


FERRAMENTAS

SNIRH SIAGAS
SIAGAS
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - Serviço
Geológico do Brasil (CPRM)

Sistema de Informações de Águas Subterrâneas


(SIAGAS)

Permitir a gestão adequada da informação hidrogeológica


SIAGAS
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH,
através da Moção N. 038, de 7 de dezembro de 2006,
recomendou a adoção do SIAGAS, pelos órgãos
gestores estaduais, Secretarias dos Governos
Estaduais, Agência Nacional de Águas (ANA) e
usuários dos recursos hídricos subterrâneos
SIAGAS

Disposição dos poços cadastrados (SIAGAS, 2018)


SIAGAS

Extração dos dados


(SIAGAS, 2018)
SIAGAS

Mapa de localização das bacias e sub bacias


situadas no Aquífero Urucuia (Gonçalves e
Chang, 2017)
SIAGAS
MUNICÍPIO POÇOS
Angical 85
Baianópolis 58
Barra 101
Barreiras 184
Buritirama 84
Catolândia 24
Cotegipe 56
Cristópolis 52
Formosa do Rio Preto 101

Luís Eduardo Magalhães 183


Mansidão 42

Muquém de São Francisco 58


Riachão das Neves 118
Santa Rita de Cássia 84
São Desidério 314
Wanderley 71
Poços cadastrados na região Total Geral 1615

Oeste da Bahia  
   
SIAGAS

Percentual de poços cadastrados


na região Oeste da Bahia
SIAGAS
POÇOS
MUNICÍPIO NÚMERO DE POÇOS
(%)

Abastecimento doméstico 16,84% 272

Abastecimento industrial 0,80% 13

Abastecimento múltiplo 4,89% 79

Abastecimento urbano 21,05% 340

Doméstico/irrigação/animal 2,91% 47

Irrigação 3,34% 54

Não especificado 46,01% 743

Outros (lazer, etc.) 1,18% 19

Pecuária 0,56% 9
Usos de recurso hídrico captado na
Sem uso 2,41% 39
região Oeste da Bahia
Total Geral 100,00% 1615
SIAGAS
46% dos poços não possuem
especificação quanto ao uso para
qual é destinado
21% dos poços que são utilizados
para abastecimento urbano
16% utilizado para abastecimento
doméstico

Percentual de usos de recurso hídrico


captado na região Oeste da Bahia
SIAGAS
Não são disponibilizadas
informações quanto a vazão destes
poços

Apenas 9 dos 1615 poços possuem


a vazão constante no sistema

Percentual de usos de recurso hídrico


captado na região Oeste da Bahia
SIAGAS
Vazão específica, que representa a produtividade dos
aquíferos

É expressa em m³/h/m

Razão entre a vazão e o rebaixamento do poço, indicando o


volume de água extraído do poço, responsável por um
rebaixamento do nível de água de um metro a cada hora de
bombeamento
SIAGAS
Valores médios das vazões
especificas de 955 poços
cadastrados

Média de vazão especifica


de 21,14 m³/h/m

Valores médios das vazões específicas na


região Oeste da Bahia
SIAGAS
427 poços perfurados nos municípios de Luís Eduardo
Magalhães e São Desidério, com vazão média de 9 m³/h e
vazões máximas de 60m³/h

Na Formação Posse, vazão média de 100m³/h chegando a atingir


vazões superiores a 500 m³/h

Apesar da heterogeneidade existente no SAU, é possível estimar


que as vazões médias de 9 m³/h descritas, sirvam de base para os
poços cadastrados no SIAGAS
Rodrigues et al. (2009)
SIAGAS
85% dos poços tubulares que existem no Brasil são
clandestinos Associação Brasileira de Águas Subterrâneas

Entre 1958 e 2009 tenham sido construídos cerca de


30.000 poços tubulares no estado da Bahia, enquanto o
SIAGAS havia cadastrado apenas 11.749, o que
representa cerca de 39% de poços cadastrados
Cardoso et al. (2009)
Não cadastrados

custo para instalação


Não cadastrados

custo para instalação

burocracia
Não cadastrados

custo para instalação

burocracia
fatores socioeconômicos
Não cadastrados Problemas:

econômicos
Não cadastrados Problemas:

econômicos
sociais
Não cadastrados Problemas:

econômicos
sociais

ambientais
Não cadastrados Problemas:

econômicos
sociais

ambientais
Não cadastrados Problemas:

econômicos
Risco de
sociais contaminação do
aquífero
ambientais
Não cadastrados
A grande extensão territorial do Oeste da
Bahia, favorece que o número de poços
clandestinos seja maior que o nacional, uma
vez que ocorre uma grande dificuldade em
realizar fiscalizações para identificar estes
poços clandestinos
Apenas 39%¨dos poços estão cadastrados
Alcançaria um total de 4141 poços perfurados

Com 2526 poços clandestinos na área de estudo

Representa uma perda hídrica, adotando como base os


9m³/h para cada poço, de 22734 m³/h

Podendo ser muito maior a depender de onde o poço


clandestino foi instalado
Cobrança pelo uso do recurso hídrico

Metodologia de cobrança do Comitê da Bacia


Hidrográfica do São Francisco, divulgada através da
deliberação da CBHSF N° 94, de 25 de Agosto de
2017
Cobrança pelo uso do recurso hídrico
Poços cadastrados Considerando que 80% dos poços possuem vazão média
de 9m³/h, e 20% possuem vazão média de 100m³/h, o
valor de arrecadado com os poços fazendo o
bombeamento por 20 horas

Valores para captação da água


de poços cadastrados na
região Oeste da Bahia
Cobrança pelo uso do recurso hídrico
Poços não cadastrados Considerando que 80% dos poços possuem vazão média
de 9m³/h, e 20% possuem vazão média de 100m³/h, o
valor de arrecadado com os poços fazendo o
bombeamento por 20 horas

Valores para captação da água


de poços não cadastrados na
região Oeste da Bahia
Cobrança pelo uso do recurso hídrico

Ainda assim, pode-se considerar que os


valores podem ser muito superiores, uma vez
que os poços perfurados na Formação Posse
podem atingir vazões de 500 m³/h
CONSIDERAÇÕES
Verificou-se um amplo quadro de clandestinidade na
perfuração de poços artesianos frente a dificuldade de
fiscalização encontrada devido à vasta extensão territorial da
região Oeste da Bahia e um alto valor de arrecadação perdido
pela ausência da cobrança de uso de recursos hídricos para
estes poços não cadastrados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Agência Nacional de Águas. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS. 2018. Disponível
em: < http://www.snirh.gov.br/portal/snirh>. Acesso em: 21 jul. 2018.
 
BRASIL. Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Deliberação CBHSF Nº 94, de 25 de agosto de 2017. Atualiza, estabelece
mecanismos e sugere novos valores de cobrança pelo uso de recursos hídricos na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Brasília, 25 ago.
2017. Disponível em: < http://cbhsaofrancisco.org.br/2017//box/uploads/2017/06/DELIBERACAO-CBHSF-No-94-2017-
METODOLOGIA-DE-COBRANCCCA7A-E-PPU-PARA-A-BHSF.pdf>. Acesso em: 08 set. 2018.
 
CARDOSO, F. B. F.; OLIVEIRA, F. R.; NASCIMENTO, F. S; VARELLA NETO, P. L.; FLORES, P. M. Poços tubulares construídos no
Brasil. In: XV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, 2009.
 
RODRIGUES, Z. R.; MAIA, P. H. P.; LIMA, C. E. S.; ARAÚJO, V. M.; CRUZ, L. V. M. Hidrodinâmica do Sistema Aquífero Urucuia e seu
rebatimento para a gestão da água na região Oeste do estado da Bahia. I Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo, 2009.
 
GONÇALVES, R. D.; CHANG, K. K. MODELO HIDROGEOLÓGICO DO SISTEMA AQUÍFERO URUCUIA NA BACIA DO RIO
GRANDE (BA). São Paulo, UNESP, Geociências, v. 36, n. 2, p. 205 – 220, 2017.
 
STRUCKMEIER, W. F.; MARGAT, J. Hydrogeological Maps A Guide and a Standard Legend. International Association of
Hydrogeologists. – Hannover: 1995 (International contribuitions to hydrogeology; vol. 17). ISBN 3-922705-98-7.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

A INTEGRAÇÃO DE DADOS
DO SIAGAS VOLTADO PARA
OS POÇOS CADASTRADOS
NO AQUÍFERO URUCUIA
Igor Souza, Jian Santos e
Juremá Ariana

Barreiras, setembro de 2018

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