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Trabalho: Indústria e

Economia 
Redemocratização do
Brasil 

Aluno: Yara Silveira Felipe


Colégio Paulo Freire
Turma: 301
Industrialização e economia brasileira
 Durante o período colonial, o desenvolvimento econômico brasileiro era profundamente
atrelado aos interesses portugueses. O absoluto destaque na produção econômica era o
setor primário. As relações de trabalho eram baseadas na mão de obra escravizada, o
que restringia demasiadamente o desenvolvimento do mercado interno, uma vez que
não havia um número muito grande de trabalhadores livres assalariados aptos a
consumir. Após o processo de independência, as ações econômicas permaneceram
submetidas aos interesses externos, passando a ser a Inglaterra a principal influência
econômica do período. Pressões externas que visavam aumentar o mercado interno
comprador de produtos industrializados europeus e lutas internas pelos direitos da
população negra levaram ao fim da escravidão, estabelecendo as condições iniciais
para um posterior desenvolvimento industrial.
 Embora iniciativas privadas e alguns surtos industriais esparsos tenham ocorrido nessa
época, as oligarquias rurais de então ainda detinham um grande poder sobre a
economia e a política. Esse quadro só seria transformado no início do século XX,
iniciando a transferência do poder econômico para o meio urbano.
Os primeiros surtos industriais
 Destacam-se dois períodos como os de primeira expansão da indústria nacional. Eles
são conhecidos como surtos industriais (ou surtos pré-industriais) brasileiros. O
primeiro surto industrial está associado ao meio do século XIX, quando duas leis
marcaram época, estimulando a industrialização interna. Elas foram a
 Tarifa Alves Branco e a Lei Eusébio de Queirós:
 Tarifa Alves Branco: implementada em 1844 pelo então ministro da Fazenda, Manuel
Alves Branco. Sobretaxava produtos importados, sobretudo os que tinham uma opção
similar nacional, configurando-se um estímulo ao desenvolvimento industrial
nacional.
 Lei Eusébio de Queirós: assinada em 4 de setembro de 1850, proibiu o comércio
interatlântico de escravizados. Na prática, ela tornou a compra e venda de
escravizados trazidos de fora do país ilegal, mas não aboliu a escravidão no Brasil.
 Mais à frente, já no início do século XX, o segundo surto industrial encontrou
cenário favorável no momento em que os países europeus passavam pela Primeira
Guerra Mundial. Esse contexto retraiu a indústria europeia, permitindo maior
participação de outras novas potências no mercado internacional e favorecendo
países em desenvolvimento no período, como os Estados Unidos e o Brasil
Durante o período desses surtos, houve a coexistência de iniciativas industriais e da
economia cafeeira. Os dois processos trouxeram influências mútuas, sobretudo pelas
heranças deixadas pelo café ao desenvolvimento da indústria. Entre elas, destacam-se:
 os capitais acumulados pelos cafeicultores e aplicados nos bancos, o que
disponibilizou crédito para investimento nos setores industriais nascentes;
 a infraestrutura de transportes ferroviários nos estados do Sudeste – as “ferrovias do
café”, construídas para transportar a produção cafeeira até o porto de Santos –
tornou a região um importante eixo comercial e produtivo;
 as leis que levaram ao fim da escravidão e estimularam a imigração. O novo perfil
de trabalhadores livres trouxe crescimento no consumo interno;
 as técnicas trazidas pelos imigrantes, já que muitos deles vinham de países
industrializados e tinham boa experiência no trabalho fabril.
Assim, desde meados do século XIX até a década de 1930 surgiram indústrias de bens
de consumo não duráveis, como roupas e alimentos. Isso ocorreu basicamente por meio
de investimentos privados, sobretudo em São Paulo. Tais indústrias exigiam poucos
investimentos e tecnologias simples, o que comprometia menos a qualidade dos
produtos quando comparados aos similares importados.
O “Milagre Econômico” brasileiro
 A tomada do poder pelos militares adotava o discurso de, no plano da economia, criar
condições para a retomada do desenvolvimento econômico e industrial nacional. Havia a
necessidade de recursos financeiros, estabilidade política e social. Inicialmente tais
objetivos não se concretizaram, pois o ambiente econômico foi agravado pela crise
política decorrente do golpe militar.
 Ao longo dos três primeiros anos, o governo buscou obter recursos necessários à
recuperação econômica. Internamente, houve intenso controle inflacionário por meio do
arrocho salarial dos trabalhadores, além do direcionamento dos recursos públicos para
projetos de consolidação política e econômica do regime.
 Muito embora a estratégia de controle inflacionário se baseasse no arrocho salarial, o
poder aquisitivo da população de alta renda não foi tão afetado. Isso se explica pelo fato
de que esse grupo se apresentava como consumidor dos bens duráveis das
multinacionais.
 Além do aumento da concentração de renda, houve a expansão de monopólios e
oligopólios empresariais. Os programas de crédito bancário foram direcionados
especialmente aos grandes empresários, e foram estabelecidos novos impostos. Essas
políticas acabaram promovendo uma onda de falências de pequenos produtores, levando
à absorção deles pelas grandes empresas.
 As grandes multinacionais foram favorecidas pelas políticas de isenção fiscal e de
subsídios. Como mecanismo adicional para obter recursos, foram criadas poupanças
compulsórias como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).
 Os trabalhadores só poderiam utilizar tais fundos em situações específicas, como
aposentadoria, demissão e compra de imóvel. O Estado, assim, se capitalizou com o
gerenciamento desses recursos e garantiu a expansão da produção de setores
estratégicos, como a construção civil, através da construção de grandes obras de
infraestrutura nos setores de transportes, energia e comunicações. Muitas dessas
obras tiveram sua necessidade contestada, sendo chamadas de obras “faraônicas”.
Alguns exemplos são a rodovia Transamazônica e o Programa Nuclear Brasileiro.
 Entre 1968 e 1972 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu mais de 10% ao
ano, com uma inflação controlada. Consolidou-se, portanto, o “milagre econômico”
brasileiro. No entanto, o crescimento ocorreu à custa de um enorme endividamento
externo, do aumento dos contrastes econômicos e da exclusão social da maior parte
da população brasileira.
Redemocratização do Brasil
 O período chamado de “redemocratização” compreendeu os anos de 1975 a 1985, entre os
governos dos generais Ernesto Geisel e João Figueiredo e as eleições indiretas que devolveram
o poder às mãos de um presidente civil.
 Abertura política em Geisel e Figueiredo
 O processo de redemocratização compreendeu uma série de medidas que, progressivamente,
foram ampliando novamente as garantias individuais e a liberdade de imprensa até culminar
na eleição do primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura militar.
 Esse processo, contudo, foi composto por momentos de avanço e recuo dos militares, uma vez
que desejavam garantir uma transição controlada sem que os setores mais radicais da
oposição chegassem ao poder. Por isso, medidas de distensão como a Lei de Anistia,
conviveram com medidas de repressão, como o Pacote de Abril e a recusa da Emenda Dante
de Oliveira, que pedia eleições diretas para presidente da república.
 Dentre as principais medidas que caracterizaram o processo de distensão, encontram-
se:
 O fim da censura prévia à espetáculos e publicações;
 A revogação do AI-5;
 O retorno ao pluripartidarismo;
 A Lei de Anistia.

 Apesar de representarem avanços no sentido de restaurarem o sistema democrático, o


retorno ao pluripartidarismo e a Lei de Anistia visaram também o benefício dos
militares, uma vez que a primeira dividiu a esquerda em diversos partidos e a segunda
promoveu o perdão dos agentes que cometeram crimes contra os direitos humanos
durante a ditadura militar.
 Os partidos políticos e as Diretas Já
 Com o retorno ao pluripartidarismo, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o
Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foram extintos dando lugar a novos partidos
políticos. O MDB virou Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e a ARENA
virou o Partido Democrático Social (PDS). Foram também criados o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), o Partido Democrático Trabalhista (PDT), o Partido Popular (PP) e o
Partido dos Trabalhadores (PT). Este último, para a surpresa dos militares, operou em
sentido contrário ao desejado, pois fortaleceu a esquerda e mobilizou a classe
trabalhadora em torno da redemocratização. Foi um dos precursores da campanha pelas
Diretas Já e, durante o século XXI, levou seu líder, Luiz Inácio Lula da Silva a dois
mandatos presidenciais consecutivos, tornando-se o primeiro operário a chegar ao posto
de Presidente da República na História do Brasil.
 Por mais que as Diretas Já tenham mobilizado milhões de pessoas em manifestações
memoráveis em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a Emenda Dante de Oliveira
foi derrotada no Congresso Nacional e as eleições diretas só ocorreram em 1989. O
primeiro presidente civil foi eleito, portanto, de forma indireta, sendo este Tancredo
Neves (PMDB) que, devido a problemas de saúde que o levaram a óbito, deixou o cargo
de primeiro presidente da Nova República para seu vice, José Sarney (FL).
Bibliografia

 Material didático PH
 https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/redemocratizacao/

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