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TERCEIRO SETOR

Leandro Marins de Souza


Mestre em Direito Econômico e Social pela PUCPR
Doutorando em Direito do Estado pela USP
Advogado em Curitiba
Autor do livro: Tributação do terceiro setor no Brasil, São Paulo : Ed.
Dialética, 2004, 352 pgs.

041 3021-2100 lms@mber.com.br


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Origem do termo “Terceiro Setor”

 EUA – década de 70 – “third sector”


 Etzioni (1973); Levitt (1973); Nielson
(1975) e Filer Commision (1975).

 Europa – década de 80
 Douglas (1983); Reese (1987); Reichard
(1988) e Ronge (1988).

 No Brasil – década de 90
 Leilah Landim e Rubem César Fernandes

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Origem do termo “Terceiro Setor”

 Surge como alternativa para as


desvantagens:
 Do mercado: maximização do lucro

 Do Estado: burocracia

 Salamon (“The State of Nonprofit


America”): aliança Estado-Terceiro Setor
 Americanos não queriam o Estado-
providência

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Origem do termo “Terceiro Setor”

 Terceiro Setor? Primeiro Setor.

 Por que o Terceiro Setor? Qual sua origem?


 Duas correntes:

• Crise fiscal do Estado


• Retomada da cidadania

 E no Brasil?

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Conceito corrente de Terceiro Setor

 Premissas e ressalvas iniciais


 Escassez de estudos
 Variedade de propostas e elementos
 Confusão na definição do objeto
 Salamon (“Estratégias para o
fortalecimento do Terceiro Setor”):
• “por trás desse problema empírico há outro
ainda mais sério, de natureza conceptual. A
diversidade do setor é tão assombrosa, que
nos induz a passar por alto as consideráveis
similitudes que também existem nele”.

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Conceito corrente de Terceiro Setor

 Coelho (“Terceiro Setor”):


• “Em geral, os autores optam por uma
determinada denominação, citam outras
tantas, e nisso finda a discussão. Essa
multiplicidade de denominações apenas
demonstra a falta de precisão conceitual, o
que, por sua vez, revela a dificuldade de
enquadrar toda a diversidade de organizações
em parâmetros comuns”.

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Conceito corrente de Terceiro Setor

 Multiplicidade de denominações:
 Organizações sem fins lucrativos
 Organizações voluntárias
 Instituições de caridade
 Entidades filantrópicas
 Organizações não-governamentais
 Sociedade civil organizada
 Outras (OSCIP, ONG, organizações de
auxílio mútuo, entidades não estatais,
etc.)

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Conceito corrente de Terceiro Setor

 Conceito de Salamon (ob. cit.):


 “organizações que não integram o aparelho
governamental; que não distribuem lucros a
acionistas ou investidores, nem têm tal
finalidade; que se autogerenciam e gozam de
alto grau de autonomia interna; e que envolvem
um nível significativo de participação
voluntária”.
 Críticas:
• Não integram o aparelho governamental?
• Que se autogerenciam?
• Alto grau de autonomia interna?
• Nível significativo de participação voluntária?

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Conceito corrente de Terceiro Setor

 Multiplicidade de elementos conceituais:


 Finalidades não coercitivas

 Entidades não estatais

 Finalidades não lucrativas

 Entidades fora do mercado

 Visam a atender necessidades coletivas

 Visam a atender necessidades públicas

 São organizações estruturadas

 São organizações autogovernadas

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 Contam com expressivo serviço


voluntário
 São organizações da sociedade civil

 São expressão das práticas de caridade,


filantropia e mecenato
 São forma de exercício da cidadania

 São vinculadas ao conceito de


solidariedade

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Conceito corrente de Terceiro Setor

 Indefinição do locus de desenvolvimento:


 “Além do Estado e do mercado” (KURZ e
FERNANDES
 “Entre o público e o privado” (BRESSER
PEREIRA)

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 Evolução constitucional, no Brasil, de


dispositivos referentes à atuação do
Terceiro Setor:

 Constituição Política do Império do Brasil,


de 25 de março de 1824
• Pouca contribuição
• “Constituição Política” – estruturação política
• Absolutismo x liberalismo e despreparo cívico
do povo (e constituinte) brasileiro

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• Fala de D. Pedro II na abertura da


Constituinte: “Tenho promovido os estudos públicos,
quanto é possível, porém necessita-se para isto de uma
legislação particular. Fez-se o seguinte: comprou-se para
engrandecimento da Biblioteca Pública uma grande coleção
de livros dos de melhor escolha; aumentou-se o número de
escolas, e algum tanto o ordenado de seus mestres,
permitindo-se, além disto, haver uns cem números delas
particulares; conhecendo a vantagem do ensino mútuo
também fiz abrir uma escola pelo método lancasteriano. O
Seminário de São Joaquim, que os seus fundadores tinham
criado para educação da mocidade, achei-o servindo de
hospital da tropa européia; fi-lo abrir na forma da sua
instituição, e havendo concedido à Casa de Misericórdia, e
Roda dos Expostos (de que abaixo falarei) uma loteria, para
melhor se poderem manter estabelecimentos de tão grande
utilidade, determinei ao mesmo tempo, que uma quarta
parte dessa loteria fosse dada ao Seminário de S. Joaquim,

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para que melhor se pudesse conseguir o útil fim para que


fora destinado por seus honrados fundadores. Acha-se hoje
com imensos estudantes. A primeira vez que fui à Roda dos
Expostos achei (parece impossível!) sete crianças com duas
amas: nem berços, nem vestuários. Pedi o mapa e vi que em
13 anos tinham entrado perto de 12.000, e apenas tinham
vingado 1.000, não sabendo a Misericórdia verdadeiramente
aonde elas se achavam. Agora com a concepção da loteria,
edificou-se uma casa própria para tal estabelecimento, onde
há trinta e tantos berços, quase tantas amas, quantos
expostos tudo em muito melhor administração”.
• Art. 179, XXXI: “A Constituição tambem garante os socorros
públicos”.
• Art. 179, XXXII: “A instrucção primaria é gratuita a todos os
cidadãos”.

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 Constituição da República dos Estados


Unidos do Brasil, de 24 de fevereiro de
1891
• Primeira republicana
• Primeira a elevar a liberdade de associação ao patamar
constitucional
• Art. 72, § 3º: “Todos os indivíduos e confissões
religiosas podem exercer pública e livremente o seu
culto, associando-se para esse fim e adquirindo bens,
observadas as disposições do direito comum”.
• Art. 72, § 8º: “A todos é lícito associarem-se e reunirem-se
livremente e sem armas; não podendo intervir a polícia,
sinão para manter a ordem publica”.

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 Constituição da República dos Estados


Unidos do Brasil, de 16 de julho de 1934
• Grande salto
• Primeira a conter título Da ordem econômica e social
• Art. 113: liberdade de associação, inclusive religiosa.
• Art. 120: “Os syndicatos e as associações profissionaes serão
reconhecidos de conformidade com a lei. Paragrapho único. A
lei assegurará a pluralidade syndical e a completa autonomia
dos syndicatos”.
• Art. 138: “Incumbe à União, aos Estados e aos Municípios,
nos termos das leis respectivas: assegurar amparo aos
desvalidos, creando serviços especializados e animando os
serviços sociaes, cuja orientação procurarão coordenar;
estimular a educação eugênica; amparar a maternidade e a
infância; socorrer as famílias de prole numerosa; proteger a
juventude contra toda exploração, bem como contra o
abandono physico, moral e intellectual; adoptar medidas

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legislativas e administrativas tendentes a restringir a


mortalidade e a morbidade infantis; e de hygiene social, que
impeçam a propagação de doenças transmissíveis; cuidar da
hygiene mental e incentivar a lucta contra os venenos
sociaes”.
• Art. 148: “Cabe à União, aos Estados e aos Municípios
favorecer e animar o desenvolvimento das sciencias, das
artes, das letras e da cultura em geral, proteger os objectos
de interesse historico e o patrimônio artístico do paiz, bem
como prestar assistencia ao trabalhador intellectual”.
• Art. 149: “A educação é direito de todos e deve ser
ministrada pela família e pelos poderes públicos, cumprindo a
estes proporcional-a a brasileiros e a estrangeiros
domiciliados no paiz, de modo que possibilite efficientes
factores da vida moral e economica da Nação, e desenvolva
num espírito brasileiro a consciencia da solidariedade
humana”.

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• Art. 154: “Os estabelecimentos particulares de educação


gratuita primaria ou profissional, officialmente considerados
idoneos, serão isentos de qualquer tributo”.

 Constituição dos Estados Unidos do Brasil,


de 10 de novembro de 1937
• Ditadura
• Arts. 122 e 138: liberdade de associação, inclusive
religiosa, e sindical.
• Art. 128: “A arte, a ciência e o seu ensino são livres à
iniciativa individual e à de associações ou pessôas coletivas,
públicas e particulares. É dever do Estado contribuir, direta ou
indiretamente, para o estímulo e desenvolvimento de umas e
de outro, favorecendo ou fundando instituições artísticas,
científicas e de ensino”.

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• Art. 129: “À infância e à juventude, a que faltarem os


recursos necessários à educação em instituições particulares,
é dever da Nação, dos Estados e dos Municípios assegurar,
pela fundação de instituições públicas de ensino em todos os
seus graus, a possibilidade de receber uma educação
adequada às suas faculdades, aptidões e tendências
vocacionais. O ensino prevocacional e profissional destinado
às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o
primeiro dever do Estado. Cumpre-lhe dar execução a esse
dever, fundando institutos de ensino profissional e
subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos
indivíduos ou associações particulares e profissionais. É dever
das indústrias e dos sindicatos econômicos crear, na esfera
de sua especialidade, escolas de aprendizages, destinadas
aos filhos de seus operários ou de seus associados. A lei
regulará o cumprimento desse dever e os poderes que
caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os
auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem concedidos pelo
poder público.”

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• Art. 130: “O ensino primário é obrigatório e gratuito. A


gratuidade, porém, não exclue o dever de solidariedade dos
menos para com os mais necessitados; assim, por ocasião da
matrícula, será exigida aos que não alegarem, ou
notoriamente não puderem alegar escassez de recursos, uma
contribuição módica e mensal para a caixa escolar.”
• Art. 135: “Na iniciativa individual, no poder de creação, de
organização e de invenção do indivíduo, exercido nos limites
do bem público, funda-se a riqueza e a prosperidade
nacional. A intervenção do Estado no domínio econômico só
se legitima para suprir as deficiências da iniciativa individual
e coordenar os fatores da produção, de maneira a evitar ou
resolver os seus conflitos e introduzir no jogo das
competições individuais o pensamento dos interesses da
Nação, representados pelo Estado”.
• Art. 132: “O Estado fundará instituições ou dará o seu auxílio
a proteção às fundadas por associações civis, tendo umas e
outras por fim organizar para a juventude períodos de

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trabalho anual nos campos e oficinas, assim como promover-


lhe a disciplina moral e o adestramento físico, de maneira a
prepará-la ao cumprimento dos seus deveres para com a
economia e a defesa da Nação”.
• NÃO HÁ QUALQUER SUBSÍDIO FISCAL

 Constituição dos Estados Unidos do Brasil,


de 18 de setembro de 1946
• Art. 31: “À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios é vedado: (...) V – lançar impôsto sobre: (...) b)
templos de qualquer culto, bens e serviços de partidos
políticos, instituições de educação e de assistência social,
desde que suas rendas sejam aplicadas integralmente no país
para os respectivos fins”.
• Art. 164: “É obrigatória, em todo o território nacional, a
assistência à maternidade, à infância e à adolescência. A lei
instituirá o amparo das famílias de prole numerosa”.

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• Art. 166: “A educação é direito de todos e será dada no lar e


na escola. Deve inspirar-se nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana”.
• Art. 167: “O ensino dos diferentes ramos será ministrado
pelos poderes públicos e é livre à iniciativa particular,
respeitadas as leis que o regulem”.

 Constituição do Brasil, de 24 de janeiro de


1967 e EC 01/69
• Art. 9º: “À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios é vedado: (...) II – estabelecer cultos religiosos ou
igrejas; subvenciona-los; embaraçar-lhes o exercício; ou
manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada a colaboração de
interêsse público, notadamente nos setores educacional,
assistencial e hospitalar”
• MANTÉM A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

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• MANTÉM O DIREITO DE ASSOCIAÇÃO


• Art. 176: “A educação, inspirada no princípio da unidade
nacional e nos ideais de liberdade e solidariedade humana, é
direito de todos e dever do Estado, e será dada no lar e na
escola. (...) § 2º Respeitadas as disposições legais, o ensino
é livre à iniciativa particular, a qual merecerá o amparo
técnico e financeiro dos Poderes Públicos, inclusive mediante
bolsas de estudos”.
• RESGATA O PRINCÍPIO PARTICIPATIVO DO EMPRESARIADO
EM MATÉRIA DE ENSINO A SEUS FUNCIONÁRIOS E
RESPECTIVOS FILHOS
• Art. 179: “As ciências, as letras e as artes são livres,
ressalvado o disposto no parágrafo 8º do artigo 153.
Parágrafo único. O Poder Público incentivará a pesquisa e o
ensino científico e tecnológico”.
• Art. 180: “O amparo à cultura é dever do Estado”.

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 Constituição da República Federativa do Brasil, de
05 de outubro de 1988
• Preâmbulo: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
Assembléias Nacional Constituinte para instituir um Estado
Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional,
com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a
proteção de Deus, a seguinte Constituição do Brasil”.
• Art. 1º: “A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...)
II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana”.
• Art. 3º: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa
do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II –
garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; VI –
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

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• LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
• LIBERDADE DE ASSOCIAÇAÕ SINDICAL
• Art. 6º: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição”.
• Art. 170: “A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios”.
• Art. 193: “A ordem social tem como base o primado do
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”.
• Art. 194: “A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social”.

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• Art. 197. “São de relevância pública as ações e serviços de


saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei,
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e,
também, por pessoa física ou jurídica de direito privado”.
• Art. 198: “As ações e serviços públicos de saúde integram
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes: (...) II – atendimento integral, com prioridade para
as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais; III – participação da comunidade”.
• Art. 199: “A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. §
1º As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos”.

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• Art. 203: “A assistência social será prestada a quem dela


necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, e tem por objetivos: I – a proteção à família, à
maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II – o
amparo às crianças e adolescentes carentes; III – a promoção
da integração ao mercado de trabalho; IV – a habilitação e
reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária; V – a garantia
de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei”.
• Art. 204: “As ações governamentais na área da assistência
social serão realizadas com recursos do orçamento da
seguridade social, previstos no art. 195, além de outras
fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: (...)
participação da população, por meio de organizações
representativas na formulação das políticas e no controle das
ações em todos os níveis”.

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• Art. 205: “A educação, direito de todos e dever do Estado e


da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho”.
• Art. 213: “Os recursos públicos serão destinados às escolas
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I –
comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus
excedentes financeiros em educação; II – assegurem a
destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso de
encerramento de suas atividades”.
• Art. 215: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais”.

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• Art. 216: “Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de


natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem: (...) § 1º O poder público,
com a colaboração da comunidade, provomerá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários,
registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de
outras formas de acautelamento e preservação. (...) § 3º A lei
estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de
bens e valores culturais”.
• Art. 217: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas
formais e não formais, como direito de cada um, observados:
(...) § 3º O poder público incentivará o lazer, como forma de
promoção social”.
• Art. 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo”.

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• Art. 227: “É dever da família, da sociedade e do Estado


assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. § 1º O Estado
promoverá programas de assistência integral à saúde
da criança e do adolescente, admitida a participação de
entidades não governamentais e obedecendo aos
seguintes preceitos”.
• Art. 230: “A família, a sociedade e o Estado têm o
dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade
e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”.

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• Art. 150, VI, “c”: “Sem prejuízo de outras garantias


asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI –
instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou
serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”.
• Art. 195, § 7º: “São isentas de contribuição para a
seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências
estabelecidas em lei”.

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Conceito jurídico de Terceiro Setor

 “Toda ação, sem intuito lucrativo, praticada


por pessoa física ou jurídica de natureza
privada, como expressão da participação
popular, que tenha por finalidade a promoção
de um direito social ou seus princípios”:
 Sem intuito lucrativo;

 Praticada por pessoa física ou jurídica de


natureza privada;
 Como expressão da participação popular;

 Promoção de direito social ou seus


princípios. (interesse público x interesse
coletivo)
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Histórico legislativo do Terceiro Setor

PRIMEIRA FASE
 1916 - Código Civil brasileiro
 1935 – Lei n.º 91 (concessão de TUPF)
 intuito de mero reconhecimento, sem
outorga de direitos (populismo)
 1961 – Decreto n.º 50517
(regulamenta a Lei n.º 91)
 Impõe requisitos restritivos à obtenção
do TUPF (relatórios circunstanciados,
publicação anual de receitas e despesas,
etc.)
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Histórico legislativo do Terceiro Setor

 1964 – Lei n.º 4.506 (permite a dedução de


doações do IR)
 1973 – Código de Processo Civil (regulamenta
o velamento do MP e a instituição de
fundações)
 1973 – Lei de Registros Públicos
 1977 – Isenção contribuição previdenciária
(CEFF)
 1979 – Lei n.º 6.639 (impede a remuneração
de cargos de diretoria e conselhos para as
entidades reconhecidas como TUPF)
 1988 – Constituição Federal (imunidades)

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Histórico legislativo do Terceiro Setor

SEGUNDA FASE
 1991 – Lei n.º 8.212 (artigo 55)
 1993 – Lei n.º 8.742 (cria o CEBAS)
 1995 – Lei n.º 9.249 (limita as deduções de
doações a casos específicos)
 1997 – Lei n.º 9.532 (artigos 12 e 15)
 Cria requisitos para a fruição da imunidade do
artigo 150 e cria limitada isenção do imposto de
renda
 1998 – Lei n.º 9.732

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Histórico legislativo do Terceiro Setor

TERCEIRA FASE (MARCO LEGAL)


 1998 – Lei n.º 9608 (Voluntariado)
 1998 – Lei n.º 9637 (OS)
 1999 – Lei n.º 9.790 (OSCIP)
 1999 – Lei n.º 9.867 (Cooperativas sociais)
 1999 – MP 1914-3 (OSCIP de microcrédito
exceção à Lei de Usura) atual MP 2172-32
 1999 – Portaria MF 100 (possibilita a doação de
bens apreendidos pela SRF a entidades
declaradas de UPF
 2001 – MP 2113-30 (dedutibilidade de doações
para OSCIP)
 Vigente como MP 2158-35

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 2002 – Portaria MF 256 (estende a permissão de


doação de bens apreendidos pela SRF às OSCIP)
 2002 – Lei n.º 10.406 (NCC)
 2002 – MP 37 (permite a participação de servidores
públicos na diretoria e conselhos das OSCIP, vedada a
remuneração) – atual Lei 10.539 – permite somente
nos conselhos
 2002 - Decreto n.º 4.507 (permitiu que OSCIPs
recebessem bens móveis da União considerados
antieconômicos ou irrecuperáveis) – revogado pelo
Decreto n.º 6.087/2007
 2002 – MP 66, convertida na Lei n.º 10.637/2002
(artigo 34: permite a remuneração de dirigente sem
prejuízo da isenção de IR para OSCIP)
 2003 – Lei n.º 10.748 (permite a remuneração de
voluntário??) - revogado pela MP 411/2007

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Histórico legislativo do Terceiro Setor

 2005 – Decreto n.º 5504 (exige licitação,


preferencialmente leilão, para OS e OSCIP)
 2006 – Lei 11438 (institui incentivo fiscal
para práticas desportivas)
 2007 - Decreto n.º 6.087 (permite o
recebimento de bens móveis antieconômicos
e irrecuperáveis por OSCIPs e entidades de
utilidade pública e bens oriundos de convênio
firmado, e ainda microcomputadores e outros
bens para OSCIPs que participem do
programa de inclusão digital)
 2007 – Decreto n.º 6.170 (prevê
procedimentos para a contratação com o
Poder Público) – alterado pelo Dec. 6428/08

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Histórico legislativo do Terceiro Setor

O QUE VEM POR AÍ?! (PROJETOS DE LEI)


 1997 – PLC 03289 - NCC
 1998 – PLS 4747 – NCC
 1999 – PL 77 – 14 DO CTN
 1999 – PLC 90 - FISCAL
 1999 – PLC 1138 – FN
 1999 – PLS 227 – FISCAL
 1999 – PLC 1300 – DEDUÇÃO DOAÇÕES
 2001 – PLC 4060 – TUP
 2002 - PLS 246 - FISCAL
 2002 – PLC 6960 - NCC
 2002 – PLC 7312 - NCC

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Histórico legislativo do Terceiro Setor

 2002 – PLC 7160 - NCC


 2002 – PLC 7466 - NCC
 2002 – PLC 6311 - OS
 2003 – PLC 1639 - FN
 2003 – PLC 1540 – NCC
 2003 – PLC 1210 – FISCAL
 2003 – PLS 8
 2003 – PLS 9 – APROPRIAÇÃO INDÉBITA
 2003 – PLS 10
 2003 – PLS 11
 2003 – PLS 12
 2004 – PLC 3685 - NCC
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Histórico legislativo do Terceiro Setor

 2004 – PLC 4259 – NCC


 2004 – PLC 3917 – OSCIP
 2004 – PECC 281 – 150
 2004 – PLC 3435 – FN
 2004 – PLS 3877 – FISCAL (PL 2312/03, PL
3841/04, PL 3982/04, PL 4574/04)
 2008 – PL 3021 – CEAS
 2008 – PL 3077 – ASSISTÊNCIA SOCIAL

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Reforma do marco legal do Terceiro
Setor
 Estado executor x Estado regulador
 Plano Diretor de Reforma do Aparelho do
Estado: crise do Estado + princípio da
subsidiariedade (CF 88)
 Propriedade pública estatal x atividades
exclusivas do Estado
 Propriedade pública não-estatal (3º Setor) x
serviços não-exclusivos do Estado
 Propriedade privada x produção de bens e
serviços para o mercado
 OS e OSCIP (opção legislativa de entidades)
 Vertente mundial

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Formas jurídicas que podem assumir as
organizações do Terceiro Setor
 Pessoas jurídicas de direito público x pessoas
jurídicas de direito privado (art. 40 NCC)
 3º Setor: pessoas físicas (!) e jurídicas de
direito privado
 Pessoas jurídicas de direito privado (art. 44
do NCC):
 Associações (Sindicatos)

 Sociedades (Cooperativas – art. 1093 NCC)

 Fundações

 Organizações religiosas (?)

 Partidos políticos (?)

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Formas jurídicas que podem assumir as
organizações do Terceiro Setor

 Formas jurídicas que podem assumir as


organizações do Terceiro Setor:
 Associações (Sindicatos)

 Fundações

 Cooperativas sociais (Lei n.º 9.867)

 E ONG? E INSTITUTO? E CASA? E


OSCIP?

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Formas jurídicas que podem assumir as
organizações do Terceiro Setor
 Alterações gerais no Código Civil:
Código Civil de 1916 Código Civil de 2002

“Art. 16. São pessoas jurídicas de direito “Art. 44. São pessoas jurídicas de direito
privado: privado:
I – as sociedades civis, religiosas, pias, I – as associações;
morais, científicas ou literárias, as II – as sociedades;
associações de utilidade pública e as
III – as fundações;
fundações;
IV – as organizações religiosas; (Lei n.º
II – as sociedades mercantis; 10.825, de 2003)
III – os partidos políticos (Lei n.º 9.096, V – os partidos políticos. (Lei n.º 10.825,
de 1995)” de 2003)
“§ 3º Os partidos políticos reger-se-ão § 1º São livres a criação, a organização, a
pelo disposto, no que lhes for aplicável, estruturação interna e o funcionamento
nos arts. 17 a 22 deste Código e em lei
das organizações religiosas, sendo vedado
específica”. ao poder público negar-lhes
reconhecimento ou registro dos atos
constitutivos...”.

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Formas jurídicas que podem assumir as
organizações do Terceiro Setor

Código Civil de 1916 Código Civil de 2002


Seção III – Das sociedades ou associações Capítulo II – Das associações
civis Arts. 53 a 61
Arts. 20 a 23 (...)
(...) Capítulo III – Das fundações
Seção IV – Das fundações Arts. 62 a 69
Arts. 24 a 30
Da sociedade
Arts. 981 a 985

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ASSOCIAÇÃO - conceito

 Expressão máxima do princípio da liberdade de associação

CONCEITO
 Conceito DOUTRINÁRIO: “Contrato pelo qual um certo número
de pessoas, ao se congregar, coloca em comum serviços,
atividades, conhecimentos etc. em prol de um mesmo ideal,
objetivando a consecução de determinado fim, econômico ou
não, com ou sem capital e sem intuitos lucrativos”. (MARIA
HELENA DINIZ)
 Conceito LEGAL (NCC): “Art. 53. Constituem-se as
associações pela união de pessoas que se organizem para fins
não econômicos”.
 Econômicos = lucrativos?
 Fins não econômicos = atividades não econômicas?

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ASSOCIAÇÃO - conceito
 A CF/88 fala em sem fins lucrativos.
 O conceito de fins não econômicos é novidade?
• CC 1916: arts. 22, 23 e 1399
• Art. 22.  Extinguindo-se uma associação de intuitos não econômicos, cujos estatutos não
disponham quanto ao destino ulterior dos seus bens, e não tendo os sócios adotado a tal
respeito deliberação eficaz, devolver-se-á o patrimônio social a um estabelecimento
municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. Parágrafo único.  Não
havendo no Município ou no Estado, no Distrito Federal ou no Território ainda não constituído
em Estado, em que a associação teve sua sede, estabelecimento nas condições indicadas, o
patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, à do Distrito Federal, ou à da União.  (Redação
dada pelo Decreto do Poder Legislativo nº 3.725, de 15.1.1919)
• Art. 23.  Extinguindo-se uma sociedade de fins econômicos, o remanescente do patrimônio
social compartir-se-á entre os sócios ou seus herdeiros.
• Art. 1.399.  Dissolve-se a sociedade:
I - pelo implemento da condição, a que foi subordinada a sua durabilidade, ou pelo
vencimento do prazo estabelecido no contrato;
II - pela extinção do capital social, ou seu desfalque em quantidade tamanha que a
impossibilite de continuar; (Redação dada pelo Decreto do Poder Legislativo nº 3.725, de
15.1.1919)
III - pela consecução do fim social, ou pela verificação de sua inexeqüibilidade;
IV - pela falência, incapacidade, ou morte de um dos sócios;
V - pela renúncia de qualquer deles, se a sociedade for de prazo indeterminado (art. 1.404);
VI - pelo consenso unânime dos associados.
Parágrafo único.  Os ns. II, IV e V não se aplicam às sociedades de fins não econômicos.
• CC 2002: art. 981
• Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre
si, dos resultados.
 CONCLUSÃO: fins não econômicos, no NCC, é igual a fins não lucrativos, o que
é diferente de desenvolvimento de atividades econômicas, que é permitido.
 CONVOCAÇÃO: PRIMEIRO PASSO.

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ASSOCIAÇÃO - estatuto

ESTATUTO – 2º passo
 Definida a missão da associação, a área de atuação, o
interesse comum que une os sócios...
 NCC fez alterações, com novas exigências relativas aos
estatutos das associações:

Código Civil de 1916 – art. 19 Código Civil de 2002 – arts. 46 e 54


-denominação, fins e sede da associação; -denominação, fins, sede, tempo de
-modo por que se administra e representa, duração e o fundo social da associação,
ativa e passiva, judicial e quando houver;
extrajudicialmente; -o nome e a individualização dos
-se e como podem ser reformados os fundadores ou instituidores, e dos
estatutos; diretores; exigência para registro, não
-se há responsabilidade subsidiária; para estatuto.
-modo por que se administra e representa,
-condições de extinção e destino do
ativa e passiva, judicial e
patrimônio.
extrajudicialmente;

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ASSOCIAÇÃO - estatuto
Código Civil de 1916 – art. 19 Código Civil de 2002 – arts. 46 e 54
-se e como podem ser reformados os
estatutos;
-se há responsabilidade subsidiária;
-condições de extinção e destino do
patrimônio;
-requisitos para admissão, demissão e
exclusão dos associados;
-direitos e deveres dos associados;
-fontes de recurso para manutenção;
-modo de constituição e funcionamento dos
órgãos deliberativos (administrativos não,
a partir da Lei 11.127/2005);
-Forma de gestão administrativa e de
aprovação das contas (Lei 11.127/2005).
 ELABORADO, REVISADO, DISCUTIDO E REDIGIDO
COM AGILIDADE O ESTATUTO INICIAL, PASSA-SE À
TERCEIRA ETAPA PARA A CONSTITUIÇÃO DA
ASSOCIAÇÃO: ASSEMBLÉIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO.

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ASSOCIAÇÃO – assembléia geral

ASSEMBLÉIA GERAL DE CONSTITUIÇÃO -


TERCEIRO PASSO
 Definida a missão da associação, a área de atuação, o
interesse comum que une os sócios e redigida a primeira
versão do Estatuto da entidade...
 São convocados todos os interessados para a Assembléia
geral de constituição da entidade:
“Convoca-se todos os interessados em criar a
ASSOCIAÇÃO ....................................para a Assembléia de
sua Constituição, a realizar-se em:........................... DATA:
__/__/200_, às ____ horas. LOCAL: ..............................
ENDEREÇO: ................................ com os seguintes
ASSUNTOS: 1. Análise e aprovação do Estatuto Social; 2.
Eleição da Diretoria e Conselho Fiscal; 3. Assuntos Gerais.
LOCAL, __/__/200_ (assinaturas)”.
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ASSOCIAÇÃO – assembléia geral

 Na Assembléia geral de constituição, é importante a


presença de dois “livros”: livro de presenças e livro de atas.
Nestes livros serão anotadas, além das pessoas presentes, as
deliberações da assembléia.
 A assembléia discutirá, por fim, todos os assuntos de
interesse da associação relativos à sua constituição. Por
exemplo: nome (!), sede (!), estatuto (modificações,
adaptações, etc.). Sugere-se que cada presente tenha em
mãos uma cópia do Estatuto para análise.
 Aprovado o Estatuto, na própria Assembléia Geral passa-se
à votação dos membros dos órgãos diretivos e
consultivos (mandato do Estatuto).
Terminada a reunião, lavra-se a ata de constituição da
associação com a assinatura de todos os presentes, bem
como com a assinatura do Estatuto pelo Presidente (Diretor).

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ASSOCIAÇÃO – registro

REGISTRO NO CARTÓRIO DE PESSOAS


JURÍDICAS - QUARTO PASSO
 Definida a missão da associação, a área de atuação, o
interesse comum que une os sócios, redigida a primeira
versão do Estatuto da entidade, discutida e aprovada pela
Assembléia Geral de constituição da associação que nomeou
os dirigentes, ...
 Início da existência jurídica da entidade: “Começa a
existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo” (art. 45 do
NCC).

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ASSOCIAÇÃO – registro

 INDICAÇÕES NECESSÁRIAS AO REGISTRO (LEI DE


REGISTROS PÚBLICOS E CÓDIGO CIVIL):
Código Civil de 1916 – art. 19 Código Civil de 2002 – art. 46
-denominação, fins e sede da associação; -denominação, fins, sede, tempo de
-modo por que se administra e representa, duração e o fundo social da associação,
ativa e passiva, judicial e quando houver;
extrajudicialmente; -o nome e a individualização dos
-se e como podem ser reformados os fundadores ou instituidores, e dos
estatutos; diretores;
-se há responsabilidade subsidiária; -modo por que se administra e representa,

-condições ativa e passiva, judicial e


de extinção e destino do
patrimônio. extrajudicialmente;
-se e como podem ser reformados os
estatutos;
-se há responsabilidade subsidiária;
-condições de extinção e destino do
patrimônio.

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ASSOCIAÇÃO – registro
Lei de Registros Públicos – art. 120
-denominação, fins, sede, tempo de duração e o fundo social da
associação, quando houver;
-o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos
diretores, com indicação da nacionalidade, estado civil e profissão de cada um,
bem como o nome e residência do apresentante dos exemplares;
-modo por que se administra e representa, ativa e passiva, judicial e
extrajudicialmente;
-se e como podem ser reformados os estatutos;
-se há responsabilidade subsidiária;
-condições de extinção e destino do patrimônio.

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ASSOCIAÇÃO – registro

 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS AO REGISTRO:


LRP - “Art. 121. Para o registro serão apresentadas duas vias
do estatuto, compromisso ou contrato, pelas quais far-se-á o
registro mediante petição do representante legal da
sociedade, lançando o oficial, nas duas vias, a competente
certidão do registro, com o respectivo número de ordem,
livro e folha. Uma das vias será entregue ao representante e
a outra arquivada em cartório, rubricando o oficial as folhas
em que estiver impresso o contrato, compromisso ou
estatuto”.
 2 vias do Estatuto (ata de constituição)

 Requerimento do representante legal

 Individualização dos fundadores e dos diretores,


bem como o nome e residência do apresentante dos
exemplares
 Lista de presença na Assembléia de constituição
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ASSOCIAÇÃO – especificidades

 Há algumas limitações legais ao conteúdo do Estatuto:

 DIREITOS DOS ASSOCIADOS: “Os associados devem


ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais” (art. 55 do NCC);
 INTRANSMISSIBILIDADE: “A qualidade de associado
é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário”
(art. 56 do NCC);
 INTRANSMISSIBILIDADE:“Se o associado for titular
de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, ‘de per si’, na
atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao
herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto” (art. 56,
parágrafo único, do NCC);

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ASSOCIAÇÃO – especificidades

 EXCLUSÃO DO ASSOCIADO: “Art. 57. A exclusão do


associado só é admissível havendo justa causa, assim
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e
de recurso, nos termos previstos no estatuto”.
Antes
“Art. 57. A exclusão do associado só é admissível
havendo justa causa, obedecido o disposto no
estatuto; sendo este omisso, poderá também ocorrer
se for reconhecida a existência de motivos graves,
em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta
dos presentes à assembléia geral especialmente
convocada para esse fim.
Parágrafo único. Da decisão do órgão que, de
conformidade com o estatuto, decretar a exclusão,
caberá sempre recurso à assembléia geral ” -
redação da Lei 11.127/2005
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ASSOCIAÇÃO – especificidades

 ATRIBUIÇÕES EXCLUSIVAS DA
ASSEMBLÉIA GERAL: “Compete
privativamente à assembléia geral: I – eleger
os administradores; II – destituir os
administradores; III – aprovar as contas; IV –
alterar o estatuto” (art. 59 do NCC, alterado
pela Lei 11.127/2005) – assembléia
especialmente convocada para este fim –
quórum estatutário

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ASSOCIAÇÃO – especificidades
 CONVOCAÇÃO DOS ÓRGÃOS DELIBERATIVOS: “A
convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do
estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o
direito de promovê-la”. (art. 60 do NCC) Lei 11.127/2005

 DESTINAÇÃO DO PATRIMÔNIO: entidade designada


no Estatuto ou, se omisso, por deliberação dos
associados, a instituição municipal, estadual ou federal de
fins idênticos ou semelhantes, com a possibilidade de, se
assim entender o Estatuto ou os associados, restituição
de suas contribuições atualizadas. (art. 61 do NCC)

 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA: abuso da personalidade jurídica (desvio de
finalidade ou confusão patrimonial) pode ensejar a
desconsideração da personalidade jurídica. (art. 50-NCC)
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ASSOCIAÇÃO – especificidades
 ASSEMBLÉIA GERAL: É órgão soberano; finalidade de
reunir os sócios convocados de acordo com o Estatuto.
 Constitutiva: constituição da entidade;
 Ordinárias: datas fixadas no Estatuto (sugere-
se no mínimo uma por ano);
 Extraordinárias: convocações, nos termos do
Estatuto, para assuntos extraordinários.

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ASSOCIAÇÃO – resumo dos passos

PRIMEIRO PASSO – CONVOCAÇÃO

SEGUNDO PASSO – ESTATUTO

TERCEIRO PASSO – ASSEMBLÉIA GERAL

QUARTO PASSO – REGISTRO

“QUINTO PASSO” – OUTRAS OBRIGAÇÕES


ACESSÓRIAS

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ASSOCIAÇÃO – órgãos

 ASSEMBLÉIA GERAL
 DIRETORIA
 CONSELHO FISCAL

 CONSELHO CONSULTIVO
 CONSELHO DELIBERATIVO
 CONSELHO TÉCNICO

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FUNDAÇÃO - conceito

 Modalidade multimilenar

 Império Romano

 Influência grega

 No Brasil: período colonial (controvérsias e


ausência de regulamentação)

 Regulamentação esparsa até a Lei n.º 173, de


1903 (Governo Rodrigues Alves)

 Código Civil de 1916

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FUNDAÇÃO - conceito
CONCEITO
 Conceito DOUTRINÁRIO: “organização com patrimônio
afetado por uma finalidade específica determinada pelo
instituidor, com personalidade jurídica atribuída pela
lei”. (GUSTAVO SAAD DINIZ)
 Conceito LEGAL: não há.

Código Civil de 1916 – art. 24 Código Civil de 2002 – art. 62


“Art. 24. Para criar uma fundação, far-lhe- “Art. 62. Para criar uma fundação, o seu
á o seu instituidor, por escritura pública ou instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens testamento, dotação especial de bens
livres, especificando o fim a que se livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira destina, e declarando, se quiser, a
de administrá-la.” maneira de administrá-la”.

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FUNDAÇÃO - conceito

ELEMENTOS DO CONCEITO – PRIMEIRO


PASSO

 Patrimônio

 Finalidade

 Instituidor (vontade)

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FUNDAÇÃO – conceito (patrimônio)

PATRIMÔNIO
 “Bens livres”: toda e qualquer coisa valorável e
suscetível de apropriação
 Crítica Saad: “relações jurídicas patrimoniais livres de
ônus e encargos”.
 “Suficientes”: os bens atribuídos à fundação devem
ser suficientes
 Quanto? Não se sabe.
 A critério do Ministério Público (artigo 63 do NCC e
1200 do CPC).
 Critérios propostos pela doutrina (insuficientes
e subjetivos).
 MP/DF: R$ 50.000,00
 MP/PR: Resolução n.º 2434, de 2002 (estudo
de viabilidade econômica)

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FUNDAÇÃO – conceito (finalidade)

FINALIDADE
 Elemento pré-concebido pelo instituidor

Elementos da finalidade
 “Possibilidade”: viabilidade material (ex.:
complementação da renda)
 “Licitude” ou “possibilidade jurídica”:
adequação ao ordenamento jurídico (ex.: incentivo
ao uso de drogas)
 “Determinabilidade”: especificidade x
generalidade (desvio de finalidade, vontade do
instituidor, etc.)
 “Inalterabilidade”: cláusula pétrea fundacional

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FUNDAÇÃO – conceito (finalidade)
 “Art. 62. (...) Parágrafo único. A fundação
somente poderá constituir-se para fins
religiosos, morais, culturais ou de
assistência”.
 Vincula-se à finalidade da fundação
 Redação restritiva (ex.: fundações
científicas, meio-ambiente, etc.)
 Interpretações:
• Enunciado 9 da CEJ – Centro de Estudos Judiciários do
CJF: “O art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado
de modo a excluir apenas as fundações de fins
lucrativos”;
• Enunciado 8 da CEJ: “A constituição de fundação para
fins científicos, educacionais ou de promoção do meio
ambiente está compreendida no Código Civil, art. 62,
parágrafo único

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FUNDAÇÃO – conceito (instituidor)
INSTITUIDOR (VONTADE)

 É o elemento pessoal da fundação, que une o


patrimônio à finalidade;

 Vontade do instituidor é cláusula pétrea


fundacional;

 Formas de expressão da vontade do instituidor:


por testamento ou por escritura.

 PRESENTES O INSTITUIDOR, O PATRIMÔNIO E A


FINALIDADE, PASSA-SE ÀO SEGUNDO PASSO:
ELABORAÇÃO DO ESTATUTO.

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FUNDAÇÃO – criação (Estatuto)
 ESTATUTO – SEGUNDO PASSO

1º passo – dotação de bens livres, com especificação dos


fins, pelo instituidor (escritura pública ou testamento)

2º passo – elaboração do estatuto


a) pelo instituidor;
b) ou pela pessoa indicada pelo instituidor (no prazo
designado ou em 6 meses);
c) na omissão destes, pelo Ministério Público;
d) além do abordado em relação às Associações, são
necessários nome do instituidor e patrimônio destacado.

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FUNDAÇÃO – criação (Estatuto)
Código civil de 2002:
“Art. 65. Aqueles a quem o instituir cometer a aplicação do
patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de
acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação
projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da
autoridade competente, com recurso ao juiz. Parágrafo único.
Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo
instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 (cento e oitenta)
dias, a incumbência caberá ao Ministério Público”
Código de Processo Civil:
“Art. 1202. Incumbirá ao órgão do Ministério Público elaborar o
estatuto e submetê-lo à aprovação do juiz:
I – quando o instituidor não o fizer nem nomear que o faça; II –
quando a pessoa encarregada não cumprir o encargo no prazo
assinado pelo instituidor ou, não havendo prazo, dentro em 6
(seis) meses”.

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FUNDAÇÃO – criação (aprovação do
Estatuto)
 APROVAÇÃO DO ESTATUTO – TERCEIRO
PASSO

 Elaborado o Estatuto, passa-se à fase


seguinte que é a aprovação do Estatuto e
do próprio ato de instituição da
Fundação (escritura ou testamento),
podendo ocorrer duas hipóteses:

• Se elaborado pelo instituidor ou por quem ele


indicou;

• Se elaborado pelo Ministério Público.

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FUNDAÇÃO – criação (aprovação do
Estatuto)
 Se elaborado pelo instituidor ou por
quem ele indicou:
• Requerimento de aprovação pelo Ministério
Público do Estado (ou Federal, se Território ou
Distrito Federal), em 15 (quinze) dias, que
analisará (NCC, art. 66; CPC, art. 1201) – VER
RESOLUÇÃO 2434:
1 – requisitos do Estatuto (todos os da
associação);
2 – ato de instituição (escritura ou testamento):
legitimidade do instituidor, capacidade,
formalidades de registro, compatibilidade do
Estatuto com a vontade do instituidor, etc.;
3 – patrimônio (suficiência, “bens livres”, etc.);
4 – finalidade (licitude, possibilidade,
determinabilidade)

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FUNDAÇÃO – criação (aprovação do
Estatuto)
• Ministério Público poderá:
I - aprovar o Estatuto;
II – indicar modificações necessárias;
III – denegar a aprovação.
Obs.: nos dois últimos casos, quem elaborou o
Estatuto pode reivindicar motivadamente
judicialmente a aprovação, que pode solicitar
alterações antes da aprovação (art. 1201 do
CPC).

 Se elaborado pelo Ministério Público:


• Deverá ser aprovado judicialmente (art. 1.202
do CPC), observados estes requisitos.

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FUNDAÇÃO – criação (registro ato de
instituição)
 REGISTRO ATO DE INSTITUIÇÃO –
QUARTO PASSO
1 – Registro da escritura com o
Estatuto (ato de instituição) no
Tabelião;
2 – Registro no Cartório de Registro
de Pessoas Jurídicas;
3 – Envio de documentos para a
Promotoria de Fundações.

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FUNDAÇÃO - especificidades
 Velamento do Ministério Público (art. 66 NCC)

 Insuficiência de bens: caso o Ministério Público


entenda pela insuficiência de bens:
• Caso o instituidor não diga nada a respeito,
poderá o MP requerer complementação; em não
havendo complementação, serão destinados a
outra fundação de fim igual ou semelhante
(art. 63 do NCC);
• Caso o instituidor se manifeste, valerá a vontade
do instituidor.

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FUNDAÇÃO - especificidades
 Alteração do Estatuto (art. 67):
• 2/3 dos competentes para gerir e representar a
fundação;
• Impossibilidade de contrariedade ou
desvirtuamento de seu fim;
• Aprovação pelo MP, com possibilidade de “recurso”
ao Judiciário.

 Extinção da Fundação (art. 69): pelo MP ou


qualquer interessado:
• Ilicitude do objeto;
• Impossibilidade do objeto;
• Inutilidade do objeto.
Obs.: o patrimônio será destinado nos termos
do Estatuto ou, em seu silêncio, a outra
Fundação.

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ASSOCIAÇÃO E FUNDAÇÃO -
especificidades
 Número mínimo de pessoas: duas.
 Outra vertente (Tomás de Aquino Rezende):
três (1/3 dos associados, 2/3 dos
administradores).

 Forma de administração mais usual: órgão


deliberativo, órgão de gestão e órgão de controle
interno.
 Associação:
• Assembléia Geral;
• Diretoria;
• Conselho Fiscal.
 Fundação:
• Conselho Curador;
• Conselho Diretor;
• Conselho Fiscal.

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ASSOCIAÇÃO E FUNDAÇÃO:
RESPONSABILIDADE DOS DIRIGENTES
 Requisito do Estatuto (subsidiária ou não):
normalmente não.

 Eficácia limitada da desresponsabilização.

 Possibilidade de conseqüências:
 Administrativas: penalidades do Estatuto
(afastamento, inelegibilidade);
 Civis: reparação de danos por atos ilícitos e
solidarização na dívida;
 Tributárias: excesso de poderes, infração à lei ou ao
estatuto;
 Criminalmente: atos ilícitos.
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COOPERATIVAS SOCIAIS
 LEI N.º 9867, DE 1999

Art. 1º - As Cooperativas Sociais, constituídas com a


finalidade de inserir as pessoas em desvantagem no
mercado econômico, por meio do trabalho, fundamentam-
se no interesse geral da comunidade em promover a
pessoa humana e a integração social dos cidadãos, e
incluem entre suas atividades:
I - a organização e gestão de serviços sócio-sanitários e
educativos; e
II – o desenvolvimento de atividades agrícolas, industriais,
comerciais e de serviços.

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COOPERATIVAS SOCIAIS
 LEI N.º 381, DE 8 DE NOVEMBRO DE 1991, DA
ITÁLIA
 
Art. 1 (Definizione)
1. Le cooperative sociali hanno lo scopo di perseguire
l’interesse generale della comunita alla promozione
umana e all’integrazione sociale dei cittadini attraverso:
a) la gestione di servizi socio-sanitari ed educativi;
b) lo svolgimento di attività diverse – agricole, industriali,
commerciali o di servizi – finalizzate all’inserimento
lavorativo di persone svantaggiate.

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COOPERATIVAS SOCIAIS
“Art. 3º - Consideram-se pessoas em desvantagem, para os efeitos desta
lei:
I – os deficientes físicos e sensoriais;
II – os deficientes psíquicos e mentais, as pessoas dependentes de
acompanhamento psiquiátrico permanente, e os egressos de hospitais
psiquiátricos;
III – os dependentes químicos;
IV – os egressos de prisões;
V – os idosos sem família e sem meios de subsistência; (vetado)
VI – os condenados a penas alternativas à detenção;
VII – os adolescentes em idade adequada ao trabalho e situação familiar
difícil do ponto de vista econômico, social ou afetivo.
§ 1º - Além dos grupos mencionados no caput, poderão ser
consideradas pessoas em desvantagem outras pessoas ou grupos
assim definidos por decisão do Conselho Nacional de Assistência
Social.”

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COOPERATIVAS SOCIAIS
DISPOSITIVOS NÃO APROVADOS QUE
PREJUDICARAM A LEI DAS COOPERATIVAS
SOCIAIS:
1 – Mínimo de 50% de pessoas em desvantagem; -
veto correto, mas sem conserto;
2 – Previsão de treinamento das pessoas em
desvantagem;
3 – Adaptação física e organizacional das cooperativas
às pessoas em desvantagem;
4 – Ausência de benefícios à constituição de
cooperativas sociais.

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Títulos e qualificações relacionados
com as entidades do Terceiro Setor

Título de Utilidade Pública (TUP)

Registro no Conselho Nacional de Assistência


Social - CNAS

Certificadode Entidade Beneficente de Assistência


Social (CEBAS)

Organização Social (OS)

Organização da Sociedade Civil de Interesse


Público (OSCIP)
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Título de Utilidade Pública Federal -
TUP
 Lei n.º 91, de 1935
 Decreto n.º 50.517, de 1961
 Criado como honorífico, posteriormente foi
vinculado à concessão de auxílios,
subvenções e isenções fiscais
 Competência do Ministério da Justiça
(Decreto n.º 3415, de 2000)
 Anteriormente a competência era do
Presidente (Vargas – elites)
 A quem se dirige:
 Sociedades civis;
 Associações;
 Fundações.
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Título de Utilidade Pública Federal -
TUP
 Requisitos:
 Se constitua no país com personalidade jurídica;
 Que tenha funcionado nos últimos 3 anos;
 Que os cargos de diretoria e conselhos não sejam
remunerados;
 Que não distribua lucros, bonificações ou
vantagens a dirigentes, mantenedores ou
associados, sob qualquer título;
 Que comprovem, mediante relatório trianuais,
que promove a educação, pesquisas científicas,
cultura, artes, filantropia;
 Que os diretores apresentem folha corrida e
moralidade comprovada;
 Relatório anual de serviços prestados à
coletividade.
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Título de Utilidade Pública Federal -
TUP
 Documentos para titulação:
 Cópia Estatuto Social e certidão do CRPJ;
 Cópia do Cartão do CNPJ;
 Cópia da ata de eleição de dirigentes;
 Atestado de autoridade local (juiz, delegado, etc.)
de que a entidade funciona a no mínimo três
anos;
 Atestado de autoridade local quanto à idoneidade
moral dos dirigentes;
 Ata da eleição da diretoria e qualificação de seus
membros;
 Declaração de que se obriga a publicar
anualmente as demonstrações financeiras;
 Demonstrativos contábeis dos últimos três anos.

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Título de Utilidade Pública Federal -
TUP
 Benefícios:
 Subvenções sociais;
 Recebimento de bens apreendidos pela SRF
(Portarias SRF 100 e 256, de 2002);
 Isenção de contribuições sociais (artigo 55, da Lei
n.º 8212, de 1991);(?)
 Realizar sorteios (Lei n.º 5.768, de 1971);
 Receber doações dedutíveis do IR em casos
específicos (se constituídas para prestarem
serviços gratuitos em benefício dos empregados
da pessoa jurídica doadora ou da comunidade);
 Obter o CEBAS.

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Registro no Conselho Nacional de
Assistência Social - CNAS
 Lei n.º 8.742, de 1993 (institui o CNAS e o
registro no órgão)
 Entidades de assistência social: registro nos
Conselhos Municipais de Assistência Social prévio
ao funcionamento.
 Registro no Conselho Municipal é condição para o
registro no CNAS
 CNAS (competência para a gerência da assistência
social no país, inclusive fiscalizando os projetos
aprovados – convênios)
 Concedido mediante publicação no DOU e
expedição de Certificado de Registro

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22/07/2008
Registro no Conselho Nacional de
Assistência Social - CNAS
 A quem se dirige:

 Entidades de assistência social, sem fins lucrativos:

• Proteção à família, à infância, à maternidade, à


adolescência e à velhice;
• Amparo às crianças e adolescentes carentes;
• Ações de prevenção, habilitação, reabilitação e integração
à vida comunitária de pessoas portadoras de deficiência;
• Integração ao mercado de trabalho;
• Assistência educacional ou de saúde;
• Desenvolvimento da cultura;
• Atendimento e assessoramento aos beneficiários da LOAS
e a defesa e garantia de seus direitos.

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Empresarial e Civil
22/07/2008
Registro no Conselho Nacional de
Assistência Social - CNAS
 Requisitos:
 Conste no Estatuto que a entidade:
• Aplica suas rendas, seus recursos e eventual resultado
operacional no território nacional e na manutenção e no
desenvolvimento de seus objetivos institucionais;
• Não distribui resultados, dividendos, bonificações,
participações ou parcela de seu patrimônio, sob nenhuma
forma;
• Não percebem seus diretores, conselheiros, sócios,
instituidores, benfeitores ou equivalentes remuneração,
vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por
qualquer forma ou título, em razão das competências,
funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos
respectivos atos constitutivos;
• Em caso de dissolução ou extinção, destina o eventual
patrimônio remanescente a entidade congênere registrada no
CNAS ou a entidade pública;
• A entidade presta serviços permanentes e sem qualquer
discriminação de clientela.

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22/07/2008
Registro no Conselho Nacional de
Assistência Social - CNAS
 Benefícios:

 Requisito para o pedido de CEBAS


 Convênios com os entes públicos (art. 10 da Lei 8742)
 Requisito para a isenção a contribuições sociais do
artigo 55, da Lei n.º 8212, de 1991 (?)

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Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social (CEBAS)
 Lei n.º 8.742, de 1993 (institui o CNAS e sua
competência para a expedição do CEBAS)
 Decreto n.º 2.536, de 1998 (regulamenta a
expedição).
 Antigo CEFF – Certificado de Entidade de Fins
Filantrópicos, alterado pela MP 2187-13, de 2001.
 Concedido mediante publicação no DOU e
expedição de Certificado de Registro
 Validade de 3 anos.
 As entidades devem afixar placa indicativa.

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22/07/2008
Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social (CEBAS)
 A quem se dirige:

 Entidades de assistência social, sem fins lucrativos:


• Proteção à família, à infância, à maternidade, à adolescência e à
velhice;
• Amparo às crianças e adolescentes carentes;
• Ações de prevenção, habilitação, reabilitação e integração à vida
comunitária de pessoas portadoras de deficiência;
• Integração ao mercado de trabalho;
• Assistência educacional ou de saúde;

 Requisitos:
• Aplica suas rendas, seus recursos e eventual resultado
operacional no território nacional e na manutenção e no
desenvolvimento de seus objetivos institucionais;
• Não distribui resultados, dividendos, bonificações,
participações ou parcela de seu patrimônio, sob nenhuma
forma;

Curso de Especialização em Direito


Empresarial e Civil
22/07/2008
Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social (CEBAS)
• Não percebem seus diretores, conselheiros, sócios,
instituidores, benfeitores ou equivalentes remuneração,
vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por
qualquer forma ou título, em razão das competências,
funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos
respectivos atos constitutivos;
• Incluir no estatuto que em caso de dissolução ou extinção,
destina o eventual patrimônio remanescente a entidade
congênere registrada no CNAS ou a entidade pública;
• Ser declarada de utilidade pública federal;
• Estar constituída país e em efetivo funcionamento;
• Previamente inscrita no CMAS, CEAS ou CAS-DF;
• Registrada no CNAS;
• Aplicar as subvenções e doações em suas finalidades;
• Aplicar 20% da receita bruta em gratuidade, nunca inferior à
isenção da cota patronal “usufruída” (área de saúde deve
comprovar 60% de atendimentos pelo SUS);
• Não constituir patrimônio de pessoa física ou de entidade
não beneficente.

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Empresarial e Civil
22/07/2008
Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social (CEBAS)
• AINDA: EM CADA RENOVAÇÃO (AUDITADAS
POR AUDITOR INDEPENDENTE QUANDO
FATURAMENTO FOR SUPERIOR A R$
1.200.000,00; E PELA CVM ACIMA DE R$
2.400.000,00):
• Relatório de execução de plano de trabalho
aprovado;
• Balanço patrimonial relativo aos três últimos
exercícios;
• Demonstração do resultado dos três
exercícios;
• Demonstração de mutação do patrimônio
nos três exercícios;
• Demonstração das origens e aplicações de
recursos dos últimos três exercícios;
• Notas explicativas.

Curso de Especialização em Direito


Empresarial e Civil
22/07/2008
Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social (CEBAS)
 Benefícios:
 Pleitear a isenção a contribuições
sociais prevista no artigo 55, da Lei
8212, perante o INSS

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22/07/2008
Organização Social (OS)
 Lei n.º 9.637, de 1998
 Reforma do Aparelho do Estado
 Finalidade: incentivo ao desenvolvimento de
atividades não exclusivas do Estado.

 A quem se dirige:
 Pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, com as seguintes
atividades:
 Ensino
 Pesquisa científica;
 Desenvolvimento tecnológico;
 Proteção e preservação do meio ambiente;
 Cultura;
 Saúde.
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22/07/2008
Organização Social (OS)
 Requisitos estatutários:
 Natureza social dos objetivos relativos à
área de atuação;
 Finalidade não-lucrativa, com a
obrigatoriedade de investimento do
superávit em suas atividades;
 Previsão expressa de órgão de deliberação
superior (Conselho de Administração) e de
órgão de direção (Diretoria), com a
composição legal;
 Previsão de participação, no CA, de
representantes do Poder Público e membros
da comunidade com notória capacidade
profissional e idoneidade moral;
 Composição e atribuições da diretoria;
 Obrigatoridade de publicação anual dos
relatórios financeiros e de execução no DOU;
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22/07/2008
Organização Social (OS)
 No caso de associação civil, a aceitação de
novos associados, na forma do EStatuto;
 Proibição de distribuição de bens ou
patrimônio;
 Previsão de incorporação do patrimônio,
legados, doações, a outra OS em caso de
extinção, ao Poder Público.

 Requisitos para qualificação:


 Entidade sem fins lucrativos que desenvolva
uma das atividades enquadráveis;
 Registro do Estatuto;
 Aprovação, por conveniência e oportunidade
(?) do Ministério relacionado à sua área de
atuação.

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22/07/2008
Organização Social (OS)
 Benefícios:
 Possibilidade de firmar contrato de
gestão com o Poder Público.

 Composição paritária do Conselho de


Administração (art. 3º), que não é
remunerado.

 Atribuições do CA (art. 4º):


 Fixar o âmbito de atuação da entidade;
 Aprovar a proposta de contrato de gestão;
 (...)

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22/07/2008
Organização Social (OS)
 CONTRATO DE GESTÃO
 Firmado de comum acordo:
estabelece direitos,
responsabilidades e obrigações.

 CONTRATO DE GESTÃO (cláusulas


essenciais – art. 7º):
 Especificação do programa de trabalho;
 estipulação das metas e dos resultados a
serem atingidos e os respectivos prazos de
execução ou cronograma;
 a de previsão expressa dos critérios
objetivos de avaliação de desempenho a
serem utilizados, mediante indicadores de
qualidade e produtividade;
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22/07/2008
Organização Social (OS)
 Estipulação dos limites e critérios de
despesas com remuneração e vantagens
com os dirigentes e empregados.

 FISCALIZAÇÃO: ENTIDADE
SUPERVISORA

 PRESTAÇÃO DE CONTAS (ART. 8º)


 Relatório anual (ou a qualquer momento) da
execução do contrato, comparando as metas
e os resultados;
 Avaliação periódica dos resultados por
comissão indicada pela Supervisora
 ADIN 1943 - STF
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Empresarial e Civil
22/07/2008
Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 Lei n.º 9.790, de 1999
 Decreto n.º 3100, de 1999
 Portaria MJ 361, de 1999
 Reforma do Aparelho do Estado
 Finalidade: incentivo ao desenvolvimento de
atividades não exclusivas do Estado.

 A quem se dirige (arts. 1º e 3º):


 Pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos, com as seguintes
atividades:
 Promoção da assistência social;
 Promoção da cultura, defesa e conservação do
patrimônio histórico e artístico;

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22/07/2008
Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 Promoção gratuita da educação;
 Promoção gratuita da saúde;
 Promoção da segurança alimentar e
nutricional;
 Defesa, preservação e conservação do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
 Promoção do voluntariado;
 Promoção do desenvolvimento econômico e
social e combate à pobreza;
 Experimentação, não lucrativa, de novos
modelos sócio-produtivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego
e crédito;
 Promoção de direitos estabelecidos,
construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;

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22/07/2008
Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos
direitos humanos, da democracia e de outros
valores universais;
 Estudos e pesquisas, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos que digam respeito às
atividades mencionadas neste artigo.

 A quem NÃO se dirige (art. 2º):


 Mesmo que se dediquem às
atividades antes descritas:
 Sociedades comerciais;
 Sindicatos, associações de classe ou de
representação de categoria profissional;
 Instituições religiosas ou voltadas para a
disseminação de credos, cultos, práticas e
visões devocionais e confessionais;
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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 Organizações partidárias e
assemelhadas, inclusive suas fundações;
 As entidades de benefício mútuo
destinadas a proporcionar bens ou
serviços a um círculo restrito de
associados ou sócios;
 As entidades e empresas que
comercializam planos de saúde e
assemelhados;
 As instituições hospitalares privadas não
gratuitas e suas mantenedoras;
 As escolas privadas dedicadas ao ensino
formal não gratuito e suas
mantenedoras;
 As organizações sociais;
 As cooperativas;
 As fundações públicas;
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Empresarial e Civil
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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 As fundações, sociedades civis ou associações
de direito privado criadas por órgão público
ou por fundações públicas;
 As organizações creditícias que tenham
quaisquer tipo de vinculação com o sistema
financeiro nacional.

 Requisitos estatutários (Art. 4º):


 Observância dos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e da eficiência;
 A adoção de práticas de gestão
administrativa, necessárias e suficientes a
coibir a obtenção, de forma individual ou
coletiva, de benefícios ou vantagens
pessoais, em decorrência da participação no
respectivo processo decisório;
Curso de Especialização em Direito
Empresarial e Civil
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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 A constituição de conselho fiscal ou órgão
equivalente, dotado de competência para
opinar sobre os relatórios de desempenho
financeiro e contábil, e sobre as operações
patrimoniais realizadas, emitindo pareceres
para os organismos superiores da entidade;
 Transferência do patrimônio líquido, em
caso de dissolução, a outra OSCIP,
preferencialmente que tenha o mesmo
objeto social da extinta;
 Transferência, em caso de perda da
qualificação, do acervo patrimonial
disponível, adquirido com recursos públicos
durante o período em que perdurou a
qualificação, a outra OSCIP,
preferencialmente que tenha o mesmo
objeto social;

Curso de Especialização em Direito


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22/07/2008
Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 A possibilidade de remuneração dos efetivos
gestores executivos da entidade e aos
prestadores de serviços específicos a ela,
respeitados os valores praticados pelo
mercado, na região correspondente à área
de atuação;
 As normas de prestação de contas da
entidade: No mínimo:
 Observância aos princípios das NBC;
 Publicidade, no fim do exercício, do relatório
de atividades e das demonstrações
financeiras da entidade, inclusive CNDs,
ficando à disposição de qualquer cidadão;
 Realização de auditoria (externa
independente, se for o caso) quanto à
aplicação dos recursos do termo de parceria;
 Submissão ao TCU (art. 70 da CF)

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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 Documentos para qualificação (Art.
5º):
 Requerimento ao MJ;
 Estatuto registrado em cartório;
 Ata de eleição da diretoria atual;
 Balanço patrimonial e demonstração do
resultado do exercício;
 DIPJ;
 Inscrição no CNPJ.

 Benefícios:
 Possibilidade de firmar termo de parceria
com o Poder Público e outros

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22/07/2008
Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
Principais causas de indeferimento do
pedido (fonte MJ):

Ausência de Balanço Patrimonial ou Demons
tração do Resultado do Exercício


Ausência de DIPJ (ou termo de compromisso
)

Participação de servidor público na diretoria
da entidade;

Prestação onerosa de serviços de educação
ou saúde;

Ausência deCurso
cláusulas estatutárias
de Especialização em Direito obrigatór
ias; Empresarial e Civil
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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 TERMOS DE PARCERIA:
 “Art. 9º Fica instituído o Termo de
Parceria, assim considerado o
instrumento passível de ser firmado
entre o Poder Público e as entidades
qualificadas como Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público
destinado à formação de vínculo de
cooperação entre as partes, para o
fomento e a execução das atividades
de interesse público previstas no art.
3º desta lei”.
 Firmado de comum acordo:
estabelece direitos,
responsabilidades e obrigações.
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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 TERMOS DE PARCERIA (cláusulas
essenciais – art. 10):

 objeto, contendo a especificação do


programa de trabalho;

 estipulação das metas e dos resultados a


serem atingidos e os respectivos prazos de
execução ou cronograma;

 a de previsão expressa dos critérios


objetivos de avaliação de desempenho a
serem utilizados, mediante indicadores de
resultado;

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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 previsão de receitas e despesas a serem
realizadas em seu cumprimento;

 as obrigações da OSCIP, entre as quais a de


apresentar ao Poder Público, ao término de
cada exercício, relatório sobre a execução
do objeto do Termo de Parceria, contendo
comparativo específico das metas propostas
com os resultados alcançados, acompanhado
de prestação de contas dos gastos e receitas
efetivamente realizados;

 publicação, na imprensa oficial, conforme o


alcance das atividades celebradas entre os
parceiros, de extrato do Termo de Parceria e
de demonstrativo da sua execução física e
financeira, conforme modelo simplificado. 
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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 TERMOS DE PARCERIA (prestação de
contas – art. 11 do Decreto):
 1- relatório anual de execução de
atividades;
 2 - demonstração de resultados do exercício;
 3 - balanço patrimonial;
 4 - demonstração das origens e aplicações
de recursos;
 5 - demonstração das mutações do
patrimônio social;
 6 - notas explicativas das demonstrações
contábeis, caso necessário; e
 7 - parecer e relatório de auditoria nos
termos do art. 20 do Decreto 3100/99, se
for o caso previsto em lei. 
 8 – publicação anual do extrato da execução
física e financeira (art. 18) – prazo 30 dias
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Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 TERMOS DE PARCERIA (formas de
escolha do projeto):
 PROJETO APROVADO - Art. 10, § 1º da Lei:
“A celebração do Termo de Parceria será
precedida de consulta aos Conselhos de
Políticas Públicas das áreas correspondentes
de atuação existentes, nos respectivos
níveis de governo”.
 CONCURSO DE PROJETOS - Art. 23 do
Decreto: “A escolha da OSCIP, para a
celebração do Termo de Parceria, poderá ser
feita por meio de publicação de edital de
concursos de projetos pelo órgão estatal
parceiro na obtenção de bens e serviços e
para a realização de atividades, eventos,
consultorias, cooperação técnica e
assessoria”.
Curso de Especialização em Direito
Empresarial e Civil
22/07/2008
Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP)
 INSTRUMENTOS DE CONTROLE:
 Publicação das contas: possibilidade de
atuação do Ministério Público;
 Controle interno: governança, conselho
fiscal, ...
 Controle externo: qualquer cidadão pode
pedir a desqualificação, auditoria externa e
publicação no site do MJ;
 Não há necessidade de relatórios anuais ao
MJ, só ao órgão parceiro.

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Lei do Voluntariado

 Voluntariado não é novidade


 Doação de serviços (Paulo Haus)
 Não é ilegal; é como todo contrato (dia-a-
dia)
 Então por que a lei?
 Análise da Lei n.º 9608, de 1998
 Alterações da Lei n.º 10748, de 2003 e da
Lei n. 10940, de 2004
 Voluntário: seleção, contrato,
comprometimento, responsabilidade

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Remuneração de dirigentes

 Crendices
 Corte necessário: entidades qualificadas e
não qualificadas
 Limitações:
 Lei 91 de 1935

 CEBAS

 OSCIP (Lei 10637/02)

 Outros atos administrativos

 Estratégia de mercado (profissionalização)

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Regime tributário do Terceiro Setor:
imunidades, isenções e incentivos fiscais

 “Pecado capital”
 Justificativa para os benefícios tributários:
 Favor estatal?
 Contrapartida?
 Reconhecimento?
 Imunidade diferente de isenção

 Imunidades tributárias
 Art. 150, VI, “c”, da CF/88
 Art. 195, § 7º, da CF/88

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Regime tributário do Terceiro Setor:
imunidades, isenções e incentivos fiscais
 Isenções tributárias
 Art. 55, Lei n.º 8.212 de 1991
 Art. 15, da Lei n.º 9.532 de 1997
 Outras isenções

 Incentivos fiscais
 Doações de pessoas jurídicas a instituições de
ensino e pesquisa
 Doações de pessoas jurídicas a entidades civis
sem fins lucrativos
 Lei Rouanet
 Lei do Audiovisual

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Regime tributário do Terceiro Setor:
imunidades, isenções e incentivos fiscais

 Funcine
 Fundos de Direitos da Criança e do
Adolescente

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