DIREITO PENAL I

Prof.ª Dr.ª Michelle Gironda Cabrera

Doutora em Direito Socioeconômico e Desenvolvimento
Advogada criminalista
michellegironda@hotmail.com
 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA /
LESIVIDADE / ULTIMA RATIO

• Proíbe a cominação, aplicação e execução de penas e medidas de

segurança em hipóteses de lesões irrelevantes contra bens jurídicos

• Também conhecido como “ultima ratio” do direito penal: orienta e

limita o poder punitivo estatal, preconizando que a criminalização de
uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a
proteção de determinado bem jurídico.
Se outras formas de sanção ou outros meio de controle social revelarem-se
suficientes para a tutela do bem jurídico, sua criminalização é inadequada e não
recomendável
Se para o restabelecimento da ordem jurídica violada forem
suficientes medidas civis ou administrativas, são elas que devem
ser empregadas: o direito penal é ultima ratio legis do sistema

Esta é sua feição subsidiária. Por quê?

Porque o Direito Penal também é
violência.

Assim: antes de se recorrer ao direito

penal, deve-se esgotar todos os meios
extrapenais de controle social, e somente
depois disto justifica-se a utilização do
meio repressivo de controle social.
Direito Penal é subsidiário em relação
aos demais ramos do Direito.
Critério para
averiguação do
princípio da
intervenção
mínima (STF)
Consequência
jurídica da EXCLUSÃO DA TIPICIDADE DA CONDUTA
aplicação do
princípio de CRIME É: FATO TÍPICO
intervenção ANTIJURÍDICO
mínima CULPÁVEL
 • Fato típico

• Antijurídico
Crime é
• Culpável
 FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL

A Quando
houve preclusão do direito o agente
de recurso, nãoem
tendo atua
vista que a
• CONDUTA em: inerte.
Defensoria Pública se manteve • IMPUTABILIDADE
   
• RESULTADO • ESTADO DE NECESSIDADE • POTENCIAL CONSCIÊNCIA
B CAUSAL
• NEXO foi ultrapassado o prazo•recursal
LEGÍTIMAde cinco
DEFESA
DA ILICITUDE
dias, mas poderá ser CONCEITO
apresentada revisão criminal.
• TIPICIDADE F / M • ESTRITO CUMPRIMENTO DE DIVERSA
• EXIGIBILIDADE DE CONDUTA TRIPARTIDO
    DEVER LEGAL DE CRIME
C é possível a apresentação de recurso REGULAR
• EXERCÍCIO de apelação,
DE pois
UM o prazo
de cinco dias para interposição
DIREITOde apelação pelo acusado ainda
não transcorreu.

   
D Justificantes
é possível apresentar medida para desconstituir a sentença
publicada, tendo em vista não ser possível a intimação do réu
sobre o teor de sentença condenatória por meio de edital
 Corolário da Intervenção Mínima:
Princípio da Fragmentariedade do Direito Penal
• O conteúdo do princípio constitucional da intervenção mínima ressalta o
caráter fragmentário do Direito Penal, que deve proteger tão somente
valores imprescindíveis para a sociedade

• Funciona como limitação ao legislador penal

• Não se pode usar o direito penal como instrumento de tutela de todos os

bens jurídicos

• O direito penal não constitui um sistema exaustivo de proteção de bens

jurídicos
Caráter fragmentário do direito penal apresenta
se sob 3 aspectos:

• Defende o bem jurídico somente contra ataques graves, excluindo a

prática imprudente de alguns casos

• Tipificando somente parte das condutas que outros ramos do direito

consideram antijurídicas

• Deixando sem punição ações meramente imorais

 Observações críticas
Apesar de o princípio de intervenção mínima ter sido consagrado pelo
Iluminismo, a partir da 2ªmetade do século XIX, as normas penais
incriminadoras cresceram desmedidamente, a ponto de alarmar os
penalistas.

Os legisladores atuais (tanto do 1º como do 3º mundo) têm abusado

da criminalização e da penalização, em franca contradição com este
princípio.

“Inflação legislativa”, direito penal do risco (Ulrich Beck), direito penal

de duas velocidades (Silva Sánchez)
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
Também chamado de: Direito Penal deve ser STF: critério “MARI”
SUBSIDIARIEDADE, considerado o último
FRAGMENTARIEDADE instrumento para resolução Está implícito na CRFB Exclusão da tipicidade
OU ULTIMA RATIO DO de conflitos sociais, último material: conduta
instrumento de controle social atípica: absolvição
DIREITO PENAL

Ausência de Reduzido grau de

Mínima ofensividade Inexpressiva lesão ao
periculosidade social reprovabilidade do
da conduta bem jurídico
da ação comportamento

Crítica: atual “inflação

legislativa” e
relativização deste
princípio