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USO DE SUBSTITUTOS ÓSSEOS NA

RECONSTRUÇÃO MAXILOFACIAL
INTRODUÇÃO

 Segundo Carbonari et al. (2010) a formação óssea pode ser


influenciada devido ao desenvolvimento tecnológico dos
biomateriais e a evolução da biologia celular.

 Dall’Antonia et al. (2006) sustentam que o material de


enxerto padrão é o osso autógeno devido as suas
propriedades osteoindutora, osteogênica, osteocondutora e
ausência de rejeição.
INTRODUÇÃO
 No caso de áreas doadoras extra orais existem
inconvenientes quanto ao uso do osso autógeno como:
anestesia geral, procedimento cruento na área doadora
aumentando a convalescença, susceptibilidade a infecções,
risco de reabsorções ósseas progressivas e morbidade.

 Devido a esses fatores a busca por substitutos ósseos foi


estimulada. (Dall’Antonia et al. 2006 e Gonçalves et al. (2005)
O QUE SÃO BIOMATERIAIS?

 São materiais de origem natural ou sintética usados para


restabelecer função do tecido lesionado ou perdido. (CONZ E
DALAPICULA, 2008).

 Os biomateriais são amplamente utilizados entretanto nenhum


possui todas as propriedades ideais, como biocompatibilidade,
previsibilidade, aplicação clínica e ausência de riscos
transoperatórios.(GONÇALVES et al., 2005).
CLASSIFICAÇÃO DOS BIOMATERIAIS
(INTERAÇÃO COM OS TECIDOS ADJACENTES)

 Biotoleráveis: não realizam osseointegração verdadeira.

 Bioinerte: estabelecem contato direto com o tecido ósseo.

 Bioativo: realizam osseointegração direta e também com os


tecidos vizinhos, estimulando proliferação de células e adesão
celular.
CLASSIFICAÇÃO DOS BIOMATERIAIS
(ORIGEM)
 Autógenos: do próprio indivíduo.
 Alógenos: indivíduo da mesma espécie.
 Xenógenos; de espécies diferentes
 Aloplásticos: material sintético ou natural

Os únicos que possuem capacidade osteogênica são os


autógenos.
ENXERTO AUTÓGENO

É ideal pois possui células osteogênicas, aceitação biológica,


não apresenta rejeição pelo paciente e apresenta maior
previsibilidade. As áreas doadoras podem ser intra ou
extrabucais, pode ser empregado em forma de bloco ou
particulado.

 Áreas doadoras extrabucais: calota craniana, tíbia, crista


ilíaca.
 Áreas doadoras intrabucais: ramo mandibular
ENXERTO ALÓGENO

 São os materiais que mais se aproximam dos enxertos


autógenos (LYNCH et al., 1999; OKAMOTO et al., 1994).

 Os aloenxertos são utilizados na tentativa de estimular a


formação óssea em defeitos ósseos eliminando a agressão
cirúrgica adicional. No entanto, o uso de aloenxertos envolve
um certo risco com relação a antigenicidade, muito embora
sejam, usualmente, pré-tratados, visando evitar reação de corpo
estranho (LINDHE et al., 2005; OGATA et al., 2006)
ENXERTO XENÓGENO
 Mais comumente, proveniente de bovinos e, eventualmente, de
suínos e caprinos. (BAUER, 2000; FONSECA, 1997) .

 Classificados como osteocondutores. (MISCH, 2000).

Osso bovino inorgânico (CATÁLOGO GEISTLICH BIO-OSS®, 2008)


Alternativa ao osso autógeno, pois elimina os riscos
cirúrgicos e a possibilidade de infecção, apresentando
resultados previsíveis.

 Desvantagens: possibilidade de transmissão de doenças e


a reação imune do hospedeiro ao material enxertado, em
casos onde o enxerto apresente remanescentes de matriz
orgânica. (CALLAN & ROHRER, 1993)

Bio-Oss® reidratado em solução de tetraciclina e inserido nos defeitos ao


redor do implante. (SCHWARZ et al., 2006).
ENXERTO ALOPLÁSTICO
 Podem ser de natureza metálica, cerâmica ou plástica.

 De acordo com Gutierres et al. (2006), é possível produzir


materiais cerâmicos sintéticos com uma composição semelhante
à matriz óssea inorgânica e sem limitações em termos de
quantidade disponível. Entre eles, temos: 1) sulfato de cálcio, 2)
biovidros e 3) materiais cerâmicos à base de fosfato de cálcio
(fosfato tricálcio – TCP, hidroxiapatita – HA, biocompósitos à
base de fosfato de cálcio e cimentos de cerâmica injetáveis).
1 METAIS
 Nas cirurgias craniofaciais, o titânio é praticamente o único
metal utilizado. Tradicionalmente, as placas de titânio são de
fácil aplicação e bem toleradas pelos pacientes, e os
resultados são considerados entre bom a excelente e com
baixos índices de complicação pós-operatória.
 Os dispositivos de titânio usados para fixação rígida são
confiáveis para promover resistência e estabilidade do
esqueleto. São utilizados há mais de três décadas,
principalmente para a fixação de auxílio do osso ancorado do
ouvido e epíteses craniofacial.

 Os instrumentos de titânio podem ser divididos em duas


classes principais: placas e parafusos utilizados em
osteossínteses e implante de raiz dentária.
Algumas preocupações relacionadas ao uso desses metais
são a atrofia óssea, a palpabilidade, o afrouxamento do
dispositivo, a sensibilidade pela temperatura e interferência
com terapia de radiação e diagnóstico por imagens.
2 Cerâmicas
 A hidroxiapatita, é a biocerâmica de fosfato de cálcio mais
conhecida e estudada. Nas áreas médica e odontológica,
o termo “hidroxiapatita” é muitas vezes usado para
descrever os materiais de fosfato de cálcio. Geralmente,
estas biocerâmicas são aceitas como osteocondutoras e
não osteoindutoras.

Hidroxiapatita sintética associada aoβ-tricalcio-fosfato


Gen-Phos® (CATÁLOGO GENIUS®, 2009).
Biomateriais osteoativos
 O biovidro ou vidro bioativo é um material composto de sais
de Cálcio e de Sódio, fosfato e dióxido de sílica. Em sua
forma sólida tem sido usado em odontologia após
exodontias e para manutenção de rebordo alveolar
(DUCHEYNE, 1987; FROUN et al., 1998).

 Os biovidros comercializados mais comuns são o


PerioGlass® e Biogran®

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-
51752010000300029&script=sci_arttext
 Os vidros bioativos apresentam propriedades
osteocondutoras, ou seja, servem como arcabouço para as
células formadoras de tecido ósseo (SCHEPERS et al., 1993).

 Existem formas de Biovidros disponíveis no mercado, que são


descritos na literatura como material sintético reabsorvível
utilizado para tratamento de defeitos intraósseos decorrentes
da doença periodontal bem como de defeitos resultantes de
exodontias ou necessidade de aumento do rebordo alveolar
3 Polímeros
 O mais comum é o polietileno poroso (Medpor) esse
biomaterial é o padrão de referência como uma substância
inerte em termos de reação tecidual.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-
51752010000300029&script=sci_arttext
 Recentemente, pesquisadores têm mostrado interesse em
novos materiais que favoreçam a formação óssea,
especialmente os biopolímeros naturais, em particular a
quitosana, um biopolímero hidrofílico obtido a partir da
quitina, que parece apresentar potencial na reparação de
defeitos ósseos (PARK et al., 2003).

Quitosana em pó obtida a partir da quitina (NETO, 2008).


Aplicações de biomateriais na Odontologia

http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0004-
52762013000400002&lng=es&nrm=iso
INDICAÇÕES PARA USO DOS BIOMATERIAIS
 Manutenção do volume do processo alveolar para instalação
de implante posteriormente.
 Melhorar o contorno do rebordo e, como consequência, a
harmonia da prótese.
 Preenchimento de diastases.
 Cirurgias de enxertos de elevação de seio maxilar.
CASO CLINICO
http://www.revistacirurgiabmf.com/2011/v11.n3/10.pdf
CONCLUSÃO
 A utilização de biomateriais na Odontologia ocorre em escala
cada vez mais ampla. Entretanto a necessidade do
conhecimento de todas as propriedades aqui citadas por
parte do Cirurgião-Dentista, para que exista uma discussão
crítica sobre a utilização dos biomateriais, evitando ficar
somente com as informações comerciais, que muitas vezes
são incompletas e superficiais.
REFERÊNCIAS
 http://www.cursospos.com.br/arquivos_biblioteca/7cb9fb36dea58464558608a128db10618289fe28.p
df

 http://www.cursospos.com.br/arquivos_biblioteca/17d5d96167e92de48566d2d0e2b2c3c66d4a15f9.p
df

 http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-52762013000400002&lng=e
s&nrm=iso

 http://www.rbcp.org.br/detalhe_artigo.asp?id=741

 http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-52762013000400002&lng=e
s&nrm=iso

 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-51752010000300029&script=sci_arttext

 http://www.revistacirurgiabmf.com/2011/v11.n3/10.pdf

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