Você está na página 1de 9

Trabalho de Filosofia

Tema: O indivíduo como proprietário de si, limites à propriedade privada e biografia John
Locke.
Data: 24/08/2021
Professora: Mary Muller
Alunos: Maria Rita, Makeysu, Gustavo Romain, João Gustavo, Joana Carla, Willbert, Nicolas
e Davi
Turma: 2-TDS-A
Quem é John Locke?
• John Locke (1632-1704) é um pensador de importância na história da filosofia. Suas reflexões
concentram-se na áreas da teoria do conhecimento, e da teoria política.
• Suas posições sobre a fonte do conhecimento humano, muito influenciadas pelos
métodos desenvolvidos pela ciência moderna, que tanto impressionavam,  por sua formação
pessoal medicina, que recusavam hipóteses de um saber anterior às impressões recolhidas
pelos sentidos. Empirista, definia a mente humana como tábula rasa a ser preenchida pelas
experiência, de ideias e de conhecimento racionalmente estruturado.
• É preciso registrar  que Locke, assim  como Hobbes, viveu as agitações sociopolíticas da
Inglaterra de século XVII, marcadas pelos confrontos entre os partidários da tradicional ordem
social feudal, personificada no poder real absolutista, e os defensores das emergentes foças
sociais capitalistas, representadas no Parlamento sob hegemonia burguesa.
• Hobbes era  decididamente favorável ao absolutismo. Com Locke temos  o contrário, uma vez
que este filósofo adere explicitamente às propostas de remoção do poder centralizado no
monarca, substituindo-o por uma organização horizontal das relações políticas, assentadas nos
direitos individuais dos cidadãos.
Continuação:
• O principal texto de Locke sobre a política, Dois tratados sobre o governo civil, é composto de duas
partes articuladas: a primeira traz os argumentos de contestação ao absolutismo e a segunda
consiste no desenvolvimento das concepções filosóficas do autor.
• Locke refuta as teses de um livro. De acordo com a explicação de Filmer , a linha de continuidade das
monarquias modernas remonta a Adão, passando pelos patriarcas, pelos reis que se estabeleceram
na Terra após o  dilúvio e pelo cativeiro dos hebreus no Egito, sendo recomposta com a
recuperação da autonomia pelos israelitas, para os quais Deus concedeu o poder real.
• John Locke reivindica o exame dessa teoria, atestando não ser difícil observar nela a ausência de
coerência racional e alertando aos que a ela aderem sobre a possibilidade  de assim procederem por
interesses pessoais, pela imposição da tradição ou por preconceitos culturais. Propõe, então, uma
investigação racional dos temas políticos e, ao fazê-la, adota como postulado uma natureza humana
abstraída de suas relações sociais, isto é, supõe os seres humanos como estes seriam se não
estivessem envolvidos na realidade da sociedade política.
O indivíduo como proprietário de si
• Propriedade, iniciando-se com a afirmação de que Deus proporcionou o mundo à disposição do
conjunto da humanidade. Em outras palavras, Locke afirma que a terra, os vegetais, os animais,
enfim, a natureza, com todas as criaturas inferiores, foi concebida em benefício dos seres
humanos, que, com o uso correto de sua razão, devem usufruir coletivamente desses bens para
sua sobrevivência e seu conforto. Originariamente, então, segundo Locke, o mundo pertencia à
totalidade dos seres humanos, isto é, trata-se de propriedade comum da humanidade.
• Esses seres humanos, por sua vez, têm a propriedade de si mesmos, quer dizer, cada indivíduo em
condição de natureza, conduzindo-se exclusivamente por sua faculdade racional, é senhor de sua
vida, de suas ações e de sua pessoa ou, em uma sentença concisa: é proprietário de si. Assim, ser
proprietário de si é sinônimo de ser livre e racional, possuindo igualdade de direitos comum a
todos os seres de sua espécie.
• Locke apresenta a situação de forma muito simples ,a satisfação concreta das necessidades
humanas é preciso uma ação: o trabalho. E exemplifica com suas formas mais primárias — o
fruto apanhado da floresta, a água retirada de um rio — e com aquelas mais sofisticadas, que
demandam intervenções mais complexas dos seres humanos na natureza — a agricultura e
o artesanato, por exemplo.
Continuação:
• Com esse procedimento — o trabalho —, os seres humanos apropriam-se daquilo que é ofertado
pela natureza, utilizando os gêneros materiais sem os quais sua existência não seria possível.
• Essa apropriação, por sua vez, ocorre individualmente: cada indivíduo retira da natureza, mediante
o seu trabalho, a parte do mundo de que necessita para o seu sustento, legitimando-se, por esse
expediente, a apropriação privada de bens naturais. Afinal, adverte Locke, não seria razoável
condenar alguém que se curva sobre um riacho para saciar sua sede ou que recolhe um fruto para
aplacar sua fome com a alegação de que, antes de agir, deveria solicitar permissão ao conjunto da
humanidade, posto que a natureza pertence a todos os humanos.
• Portanto, para Locke,  por meio do trabalho, os seres humanos estendem a propriedade de si para
objetos exteriores, que se tornam seus precisamente na medida em que são produzidos por seus
esforços sobre a matéria natural.
• Nessa perspectiva, Locke explica e legitima o surgimento da propriedade privada da terra. Ao
cultivar um terreno, um ser humano estende sua própria pessoa sobre aquela parte da natureza,
produzindo com seu trabalho as frutas, os legumes e as verduras que, consequentemente, são sua
propriedade. As sucessivas semeaduras e as melhorias por ele realizadas no solo fazem com que
naturalmente seja sua a extensão de terra na qual depositou continuamente seu trabalho. Portanto,
segundo essa concepção, a propriedade privada da terra é justa consequência do trabalho: quem
investiu algo de si à natureza transforma o produto desse esforço em parte de si mesmo.
Continuação 2:
• Esse argumento é válido para tantos quantos forem os incontáveis artefatos criados pelo engenho
dos seres humanos, desde as ferramentas de produção até os artigos de uso cotidiano, resultados
de atividades que transformam os materiais da natureza — ferro, madeira e couro, por exemplo —
em objetos úteis ao conforto humano: são sempre propriedade de quem os engendrou com seu
trabalho.
Limites a propriedade privada
• Há, porém, um limite à propriedade privada, que é determinado pela lei da natureza. Devemos
recordar que a lei da natureza, racionalmente constatada pelos seres humanos, preserva a todos a
sua liberdade, ou seja, impede que as ações de um indivíduo impliquem o prejuízo de outros.
Sendo assim, a propriedade de um ser humano individual não pode ultrapassar uma extensão ou
quantidade que comprometa a satisfação das necessidades dos demais seres humanos, assim
como não deve ser superior ao que ele, de fato, seja capaz de usar.
• Dessa forma ,a propriedade de bens exteriores é uma prerrogativa dos seres humanos que, livres e
iguais, produzem as riquezas sobre as quais passam a ter plenos direitos.
• Locke, entretanto, reconhece que o equilíbrio nas relações entre proprietários torna-se
problemático com a criação do equivalente geral de troca, ou seja, a moeda. Afinal, antes de sua
existência, não haveria sentido em um indivíduo acumular para si grande quantidade de gêneros,
uma vez que não poderia desfrutar deles, além do que, parte significativa não tardaria a perecer.
Por outro lado, o valor convencional do dinheiro, meio com o qual se adquirem pelo comércio os
artigos realmente necessários à vida, incita os indivíduos ao acúmulo de riquezas que vão além de
sua satisfação imediata, possibilitando usos futuros. Dessa forma, aumentam as desigualdades nas
extensões das propriedades dos indivíduos e, ainda que não tenhamos nisso a raiz das disputas
eventuais entre os seres humanos, seguramente os conflitos tendem a ser mais constantes.
Continuação:
• Se os seres humanos viviam em liberdade na condição de natureza, por que decidiram estabelecer
a sociedade política?
• Segundo Locke, como já descrevemos, a um estado em que cada qual governa livremente sua vida,
procedendo de acordo com a razão que não apenas distingue sua humanidade, como permite
identificar os mesmos direitos naturais em seus semelhantes. Desse modo, a harmonia e o
pacifismo são marcas da vida natural.
Perguntas:
• 1- No primeiro tratado , Locke refuta as teses de um livro. Por que?
• 2- John Locke reivindica  um exame, pois ele impõem preconceitos culturais. Com isso
Locke acaba propondo oque?
• 3- Locke mostra uma situação de forma simples , mostrando apenas as necessidades
humanas, que é preciso uma ação para a satisfação concreta. Qual ação é essa ? Depois
de descobrir ação, a exemplifique.
• 4- Ao cultivar um terreno, um ser humano ajuda sua própria pessoa sobre uma parte da
natureza. Só que esse argumento é válido para quantas peças fossem feitas no
engenho .Verdadeiro ou falso?
• 5- Para Locke, o equilíbrio nas relações entre  proprietários torna-se complexo com a
criação do igual geral de troca? Sim ou não? Exemplifique.

Você também pode gostar